Sayaka Murata

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Sayaka Murata
村田沙耶香
Sayaka Murata
Nascimento 14 de agosto de 1979 (44 anos)
Inzai, Chiba, Japão
Nacionalidade japonesa
Alma mater Universidade de Tamagawa
Ocupação escritora
Gênero literário ficção
Magnum opus Konbini ningen (2016)

Sayaka Murata (村田沙耶香 Murata Sayaka?, Inzai, 14 de agosto de 1979) é uma escritora japonesa. Foi galardoada com o Prémio Gunzo de Novos Escritores, o Prémio Mishima Yukio, o Prémio Literário Noma, e o Prémio Akutagawa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida em Inzai, na prefeitura japonesa de Chiba, em 1979, quando criança lia romances de ficção científica e mistério que eram emprestados por sua mãe e irmão, tendo ganhado da sua mãe um processador de texto, após Sayaka escrever um livro à mão no quarto ano do ensino fundamental.[1] Após completar o ensino médio em Inzai, sua família mudou-se para Tóquio, onde Sayaka formou-se no Liceu Secundário de Kashiwa (ligado à Universidade de Nishogakusha) e frequentou a Universidade de Tamagawa.[2]

O seu primeiro romance, Jyunyū, venceu o Prémio Gunzo de Novos Escritores em 2003.[3] Em 2013 Sayaka venceu o Prémio Mishima Yukio, pela obra Shiro-iro no machi no, sono hone no taion no.[4] Em 2016 o seu décimo romance, Konbini ningen, foi galardoado com o Prémio Akutagawa,[5] e Sayaka foi nomeada uma das Mulheres do Ano pela edição japonesa da revista Vogue.[6] Konbini ningen vendeu mais de seiscentas mil cópias no Japão, e em 2018 foi traduzida para o inglês, sob o título de Convenience Store Woman.[7] No Brasil, a obra foi traduzida pela editora Estação Liberdade, sob o título de Querida Konbini,[8] e em Portugal foi traduzida sob o título de Uma Questão de Conveniência, pela editora Publicações Dom Quixote.[9] Seu último livro, Chikyu seijin, de 2018, foi traduzido para o inglês como Earthlings, publicado pela Granta Books. No Brasil, foi publicado pela editora Estação Liberdade, sob o título de Terráqueos, em 2021.[10]

Sayaka também trabalhou como empregada de balcão a meio tempo numa loja de conveniência em Tóquio.[11]

A escrita de Murata explora as diferentes consequências da falta de conformidade na sociedade dos homens e mulheres, particularmente no que diz respeito aos papéis de gênero, paternidade e sexo.[12] Muitos dos temas e histórias de personagens na sua escrita originaram-se das suas observações diárias enquanto trabalhava na loja de conveniência.[11] A aceitação social assexuada em várias formas, incluindo a assexualidade, celibato involuntário e celibato voluntário, especialmente dentro do casamento, é recorrente em várias das suas obras, como os romances: Shōmetsu sekai e Konbini ningen, e o seu conto "A Clean Marriage."[13][14] Murata também é conhecida por suas representações francas da sexualidade adolescente nas obras Gin iro no uta[15] e Shiro-iro no machi no, sono hone no taion no.[16]

Reconhecimentos[editar | editar código-fonte]

Ano Prémio Título Notas
2003 Prémio Gunzo de Novos Escritores[3] Jyunyū (授乳?) Venceu
2009 Prémio Mishima Yukio[4] Gin iro no uta (ギンイロノウタ?) Indicado
2009 Prémio Literário Noma[17] Gin iro no uta (ギンイロノウタ?) Venceu
2010 Prémio Mishima Yukio[4] Mizu ga sū hoshi (星が吸う水?) Indicado
2012 Prémio Mishima Yukio[4] Tadaima tobira (タダイマトビラ?) Indicado
2013 Prémio Mishima Yukio[4] Shiro-iro no machi no, sono hone no taion no (しろいろの街の、その骨の体温の?) Venceu
2014 Prémio do Senso de Género[18] Satsujin shussan (殺人出産?) Venceu
2016 Prémio Akutagawa[5] Konbini ningen (コンビニ人間?) Venceu

Obras[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «村田沙耶香インタビュー「バイトは週3日、週末はダメ人間です」» (em japonês). Bungeishunjū. 20 de agosto de 2017. Consultado em 13 de maio de 2019 
  2. «印西出身の村田沙耶香さん 入学時文集「いつか理想の自分に」 二松学舎大学付属柏高、母校も喜びに沸く /千葉». Mainichi (em japonês). 21 de julho de 2016. Consultado em 13 de maio de 2019 
  3. a b «Gunzo Awards». Gunzo (em japonês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  4. a b c d e «Mishima Yukio Prize (Official Website)» (em japonês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  5. a b Kikuchi, Daisuke (20 de julho de 2016). «Convenience store worker who moonlights as an author wins prestigious Akutagawa Prize». The Japan Times (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  6. «高畑充希、飛躍の一年を回顧「台風の目にいるような感じ」». Oricon News (em japonês). 24 de novembro de 2016. Consultado em 13 de maio de 2019 
  7. Freeman, John. «In Praise of Sayaka Murata». Literary Hub (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  8. Losnak, Marcos (3 de outubro de 2018). «Dentro da caixa do lado de fora». Folha de Londrina 
  9. Lusa (1 de fevereiro de 2019). «Inéditos de Agostinho da Silva e contos de Susan Sontag nas novidades de fevereiro». Diário de Notícias 
  10. Francesca Angiolillo, ed. (17 de maio de 2021). «Sayaka Murata lança 'Terráqueos', que evoca ETs ao lembrar traumas». Folha de São Paulo. Consultado em 19 de novembro de 2021 
  11. a b Lewis, Leo (8 de junho de 2018). «Sayaka Murata: 'My parents don't want to read my books'» (em inglês). Financial Times. Consultado em 13 de maio de 2019. (pede subscrição (ajuda)) 
  12. Rich, Motoko (11 de junho de 2018). «For Japanese Novelist Sayaka Murata, Odd Is the New Normal». The New York Times (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  13. Fallon, Claire (12 de junho de 2018). «Amid All The Talk Of Incels, A Solitary Woman's Story». HuffPost (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  14. Tapley Takamori, Ginny (24 de abril de 2014). «Translator's Note: A Clean Marriage». Granta (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  15. «Silver Song». Books from Japan (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  16. «Of Bones, of Body Heat, of Whitening City». Books from Japan (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  17. «過去の受賞作品». Kodansha (em japonês). Consultado em 13 de maio de 2019 
  18. «2014年度 第14回Sense of Gender賞». The Japanese Association for Gender Fantasy and Science Fiction (em japonês). 29 de agosto de 2015. Consultado em 13 de maio de 2019