Serafim Cardoso Lucena
Serafim Cardoso Lucena | |
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Retrato de Lucena com a esposa e neta | |
Nascimento | ? de junho de 1869 Armamar, Distrito de Viseu (Portugal) |
Morte | 11 de agosto de 1943 (74 anos) Antas (Porto), Distrito do Porto (Portugal) |
Serafim Cardoso Lucena (Armamar, 1869 — Antas (Porto), 1943) foi um importante anarcossindicalista do Porto.
Foi um dos principais dinamizadores do anarquismo no Porto desde o regime monárquico, durante a 1ª República e até ao Estado Novo.
Fundou e colaborou em vários periódicos na cidade.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Serafim Cardoso Lucena foi um dos mais importantes militantes anarcossindicalistas do Porto. Natural de Armamar, junto ao Douro, onde seu pai era feitor, passou toda a sua vida no Porto, trabalhando como manufactor de calçado, como operário primeiro, depois contramestre de oficina e finalmente com fabrico artesanal próprio, na Rua Cunha Espinheiro, nº 131, a partir de 1930. Nessa localização, onde também habitava, escondeu judeus perseguidos pelo nazismo. Figura principal, com Manuel Joaquim de Sousa, do Grupo de Propaganda Libertária que editou a sequência de semanários “A Vida”, “A Aurora” e “A Comuna”.[1]
Terá conhecido Neno Vasco (por volta de 1900), futuro colaborador no periódico "A Aurora" e "A Comuna", quando o jovem militante entrou em contacto com um grupo do Porto em que Lucena militava e que defendia a aliança com os republicanos para derrubar a monarquia.
Em 1912, com outros libertários, terá fundado uma federação conhecida como União Geral dos Trabalhadores da Região do Norte.Onde terá ficado encarregue com a propaganda.
Em 1914, tal como Manuel Joaquim de Sousa e Neno Vasco, e outros anarquistas do Porto, seguiu a linha antibelicista de Malatesta contra a participação e tomada de posição na 1ª Guerra Mundial.[2] Ao contrário dos anarquistas de Lisboa, que se aproximaram dos "anarquistas aliadófilos" que defendiam o manifesto de Kropotekine em prol das forças Aliadas face à invasão Alemã. [3]
Durante o "Congresso Anti-guerreiro do Ferrol", que ocorreu em 1915, representou a União Operária Nacional juntamente com Manuel Joaquim de Sousa, António Alves Pereira e Aurélio Quintanilha da Juventude Sindicalista.[3]
Tem biografias publicadas em “A Ideia”, 36/37, 1985; e em Edgar Rodrigues, “A Oposição Libertária em Portugal”, 1982.[1]
Morreu em 1943 (?), na sua casa, na Rua da Cunha Espinheira, 131 nas Antas (Porto).[4]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Alexandre Samis. Minha Pátria é o Mundo Inteiro. Neno Vasco, o Anarquismo e o Sindicalismo Revolucionário em Dois Mundos, Letra Livre, Lisboa, 2009. 455pp.
- António Ventura. Anarquistas e Socialistas em Portugal. As convergências possíveis (1892-1910), Edições Cosmos, Lisboa, 2000, p. 305.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b «Serafim Cardoso Lucena (espólio) | Arquivo Histórico-Social / Projecto MOSCA». mosca-servidor.xdi.uevora.pt (em inglês). Consultado em 17 de setembro de 2017
- ↑ Cruz, Manuel (2012). O Movimento Libertário Portuense à Luz do períodico - A Aurora (1910-1919). Porto: FLUP
- ↑ a b Rodrigues, Edgar (1999). Pequeno Dicionário de Ideias Libertárias. Rio de Janeiro: CC&P
- ↑ «Lucena, Serafim Cardoso (1869-1962) | Arquivo Histórico-Social / Projecto MOSCA». mosca-servidor.xdi.uevora.pt (em inglês). Consultado em 17 de setembro de 2017