Sergio Corrêa da Costa
Sergio Corrêa Affonso da Costa | |
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Nascimento | 19 de fevereiro de 1919 Rio de Janeiro, Distrito Federal |
Morte | 29 de setembro de 2005 (86 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | advogado, diplomata e historiador |
Prêmios |
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Assinatura | |
Sergio Corrêa Affonso da Costa[1] GCIH (Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1919 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2005) foi um advogado, diplomata e historiador brasileiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de Israel Affonso da Costa e de Lavínia Corrêa. Seus estudos foram todos no Rio, inclusive o curso de Direito, na então denominada Universidade do Brasil, que concluiu em 1943. Sua formação completou-se com a pós-graduação em História, Economia e Geografia Econômica, na Universidade da Califórnia (1950) e curso na Escola Superior de Guerra (1951).
Iniciou a vida diplomática em 1939, galgando a carreira até o posto máximo de Ministro de Primeira Classe (1962). Iniciou suas funções no exterior como cônsul-adjunto em Buenos Aires, tendo ainda atuado como ministro em Roma, embaixador em Londres e Washington, DC e como representante do Brasil nas Nações Unidas.
A 8 de Março de 1966 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[2]
Foi ministro interino das Relações Exteriores entre 1967 e 1968.
Depois de aposentado fixou residência em Paris. Morreu vitimado por câncer no Hospital Samaritano, na capital fluminense.
Cargos na carreira diplomática
[editar | editar código-fonte]Ocupou o diplomata as seguintes funções como representante do Brasil:
- cônsul adjunto em Buenos Aires
- segundo secretário em Buenos Aires (1944-46)
- segundo secretário em Washington (1946-48)
- cônsul em Los Angeles (1948-50)
- conselheiro de missão junto à ONU, em Nova York (1953)
- ministro-conselheiro em Roma (1959-62)
- encarregado de negócios em Roma (1960)
- embaixador em Ottawa (1962-66)
- embaixador em Londres (1968-74)
- representante permanente junto às Nações Unidas, em Nova York (1975-83)
- embaixador em Washington (1983-86).
- delegado ao Conselho Interamericano Econômico e Social (1946-48)
- relator da Comissão de Organização do Conselho da União Panamericana (1947)
- membro da Comissão da Interamericana para a Solução Pacífica de Conflitos e Mediador Singular na questão entre Cuba e a República Dominicana (1948)
- chefe da Divisão de Assuntos Internacionais, Escola Superior de Guerra (1952)
- chefe de gabinete da presidência do BNDE (1953)
- auxiliar do chefe do Departamento Econômico e Consular (1952)
- chefe do Serviço Econômico da América (1958)
- chefe do Serviço Brasileiro de Seleção de Emigrantes na Europa, Roma (1959-61)
- representante permanente do Brasil na FAO, Roma (1961)
- secretário-geral-adjunto para Organismos Internacionais (1966)
- secretário-geral do Itamaraty (1967-68)
- delegado brasileiro às sessões da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, de 1963 a 1982
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Sua obra foi nitidamente especializada: a história da diplomacia brasileira, e sua atenção foi muito concentrada na figura do Imperador D. Pedro I. Neste sentido publicou documentos e pareceres do Ministério das Relações Exteriores. Além disso, escreveu os seguintes livros:
- As Quatro Coroas de D. Pedro I, história (com prefácio de Osvaldo Aranha, edições sucessivamente ampliadas em 1941, 1943, 1969, 1972 e, finalmente, 1996, com ilustrações);[3]
- Pedro I e Metternich - Traços de uma Guerra Diplomática, história diplomática (1942);
- A Diplomacia Brasileira na Questão de Letícia, história diplomática (1942);
- A Diplomacia do Marechal - Intervenção Estrangeira na Revolta da Armada, história (1945 e 1979, ampliada);[4]
- Every Inch a King - A Biography of Dom Pedro I, First Emperor of Brazil, biografia (1950, 1953, 1964, 1972);
- Artigos, discurso e palestras (Washington, 1983).
- Crônicas de Uma Guerra Secreta - (espionagem nazista na Argentina) (2004).[5]
- Palavras sem Fronteiras (2005).
Academia Brasileira de Letras
[editar | editar código-fonte]Foi eleito em 25 de agosto de 1983 para ocupar a cadeira 7 da Academia, que tem por patrono Castro Alves, tendo sido seu oitavo ocupante, recebido em 14 de junho de 1984 pelo acadêmico Afrânio Coutinho. Sucedeu a Dinah Silveira de Queiroz, segunda mulher a ocupar uma das quarenta cadeiras do Silogeu.
No discurso de posse, Correa da Costa assinalou:
- "Não sei de distinção que me honrasse mais do que a admissão à vossa companhia. Sou imensamente grato aos Acadêmicos que sufragaram o meu nome e, de modo muito particular, aos que me encorajaram e ajudaram, desde a eleição anterior, sem a menor ressalva ou reticência. Dentre estes, desejo destacar Rachel de Queiroz, Abgar Renault, Afrânio Coutinho, Carlos Chagas, Adonias Filho. Esses amigos diletos não apenas me ofereceram solidariedade irrestrita, mas empenharam-se generosamente a partir do primeiro momento, dando muito de si e do seu tempo para que eu hoje pudesse ter o privilégio de incorporar-me à Academia."
Seu corpo foi velado no Petit Trianon, no Salão dos Poetas Românticos, da sede da Academia.
Referências
- ↑ «Sergio Corrêa da Costa». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 15 de abril de 2021. Cópia arquivada em 4 de agosto de 2020
- ↑ «Cidadãos Estrangeiras Agraciados com Ordens Nacionais». Resultado da busca de "Sergio Corrêa da Costa". Presidência da República Portuguesa (Ordens Honoríficas Portuguesas). Consultado em 1 de março de 2016
- ↑ «Esta obra foi, originalmente, escrita quando o autor tinha apenas vinte anos de idade, e era destinada a figurar como uma colaboração do Brasil às comemorações do terceiro centenário da Restauração, retirando a figura do Imperador, Pedro I do Brasil, IV de Portugal. Na edição de 1995 foi acrescida documentação ao capítulo "Rapto de D. Pedro tentado pelos argentinos"». www.biblio.com.br. Consultado em 19 de fevereiro de 2021
- ↑ «Relato do conturbado período de instalação da República no Brasil, quando ocorre a Revolta da Armada, quando era embaixador em Washington Salvador de Mendonça. A segunda edição de 1979 foi ampliada, nela constando uma "quarta parte" de sete capítulos, intitulada de "O Quadro Brasileiro Visto do Exterior", e prefaciado por Francisco de Assis Barbosa». www.biblio.com.br. Consultado em 19 de fevereiro de 2021
- ↑ Nesta obra o embaixador revela os bastidores da espionagem nazista alemã, os planos de Hitler de anexar à Alemanha os territórios dos países ocupados por imigrantes, na Argentina, Brasil e Chile.
Ligações externas
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Precedido por Diná Silveira de Queirós |
ABL - oitavo acadêmico da cadeira 7 1983 — 2005 |
Sucedido por Nelson Pereira dos Santos |
- Nascidos em 1919
- Mortos em 2005
- Membros da Academia Brasileira de Letras
- Ministros do Governo Costa e Silva
- Embaixadores do Brasil no Canadá
- Embaixadores do Brasil nos Estados Unidos
- Embaixadores do Brasil no Reino Unido
- Escritores do estado do Rio de Janeiro
- Historiadores do estado do Rio de Janeiro
- Grã-Cruzes da Ordem do Infante D. Henrique
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro