Serra (Espírito Santo)

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Serra
  Município do Brasil  
Rodovia BR-101, que corta a cidade
Rodovia BR-101, que corta a cidade
Rodovia BR-101, que corta a cidade
Símbolos
Bandeira de Serra
Bandeira
Brasão de armas de Serra
Brasão de armas
Hino
Lema Cidade da gente
Gentílico serrano
Localização
Localização da Serra no Espírito Santo
Localização da Serra no Espírito Santo
Localização da Serra no Espírito Santo
Serra está localizado em: Brasil
Serra
Localização da Serra no Brasil
Mapa
Mapa da Serra
Coordenadas 20° 07' 44" S 40° 18' 28" O
País Brasil
Unidade federativa Espírito Santo
Região metropolitana Vitória
Municípios limítrofes Vitória, Cariacica, Fundão, Santa Leopoldina
Distância até a capital 27 km
História
Fundação 6 de novembro de 1556 (467 anos)
Administração
Prefeito(a) Sérgio Vidigal (PDT, 2009 – 2012)
Características geográficas
Área total [1] 553,254 km²
População total (Censo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/2010[2]) 409 324 hab.
Densidade 739,8 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Altitude 301 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento/2000[3]) 0,811 muito alto
PIB (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/2008[4]) R$ 11 640 836,030 mil
 • Posição BR: 33º
PIB per capita (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/2008[4]) R$ 29 305,32
Estátua do temiminó Arariboia na cidade de Niterói.
Desenho feito pelo imperador brasileiro Dom Pedro II, em 1860, retratando o Monte Mestre Álvaro.
Foz do Rio Reis Magos, entre Serra e Fundão.
Manguinhos, distrito de Serra.

Serra é um município brasileiro do estado do Espírito Santo. Limítrofe à capital, situa-se ao norte de Vitória. A sede do município, porém, está mais afastada, ao norte do Monte Mestre Álvaro (grande maciço de origem vulcânica que marca a geografia do município).

Outro ponto importante é a Praia de Jacaraípe, conhecida como sede de campeonatos de surfe, assim como pequenas vilas pesqueiras como Manguinhos. Já na localidade de Nova Almeida, balneário no litoral norte do município, encontra-se, na antiga Igreja dos Reis Magos, o primeiro quadro a óleo pintado no Brasil.

O comércio varejista do município tem maior destaque no bairro Parque Residencial Laranjeiras, que tem o Shopping Laranjeiras, bem como a Avenida Central, a Primeira Avenida e a Segunda Avenida como pontos de destaque no comércio.

História

Seus fundadores foram Maracajá-guaçu (nome que, traduzido do tupi, significa grande gato-maracajá), pai de Arariboia e chefe dos índios Temiminós e o padre jesuíta Brás Lourenço, que, a 8 de dezembro de 1556, terminaram a obra da igreja e, assim, fundaram a Aldeia de Nossa Senhora da Conceição da Serra, hoje a cidade da Serra.

Os índios Temiminós haviam mudado para a capitania do Espírito Santo, saídos da atual Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro. Seus líderes eram Maracajá-guaçu e seu filho Arariboia, que eram altamente prestigiados pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho - que havia iniciado a co­lonização do Espírito Santo em 23 de Maio de 1535. Participavam sempre dos prin­cipais eventos e solenidades da capitania. O outro fundador, o padre jesuíta Brás Lourenço, havia chegado de Portugal em 1553, junto com o também padre jesuíta José de Anchieta.

A Aldeia de Nossa Senhora da Conceição da Serra foi elevada a freguesia por carta régia de 24 de maio de 1752 mas foi somente instalada em 1769, depois de construída a igreja nova matriz, que tinha, por filial, a Ermida de São José.

A então Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Serra foi elevada à categoria de vila em 1822.

O município da Serra foi criado em 1833, com território desmembra­do do município de Vitória, através da resolução do Conselho de Governo de 2 de abril de 1833 e instalado em 19 de agosto daquele ano.

Em 19 de março de 1849, foi deflagrado um movimento de libertação dos es­cravos em São José do Queimado (atualmente, um distrito de Serra), que foi desmobilizado pela força militar da época e que levou a enforcamento dois dos líderes da revolta: Chico Prego e João da Viúva. O primeiro, enforcado na então Vila de Nossa Senhora da Conceição da Serra e o segundo, enforcado na Vila de São José do Queimado.

Em 6 de novembro de 1875, a sede do município foi elevada à categoria de cidade. A instalação foi solene, com festa orga­nizada pelo deputado provincial Major Joaquim Pereira Franco Pis­sarra e políticos locais no dia do aniversário de Dom Pedro II - 2 de dezembro de 1875. O major Pissarra foi o autor da lei que transfor­mou a vila da Serra em cidade.

No século XIX, a Serra muito se desenvolveu, por ser um entre­posto de comércio para a região norte do estado e, ainda, pela sua produção de açúcar e café. No início do século XX, foi iniciado um processo de decadência. São José de Queimado, hoje distrito da Serra, situado à margem do Rio Santa Maria da Vitória, possuía um porto chamado Porto do Una, onde era embarcada, em grandes canoas que comportavam mais de cem sacas de café, a produ­ção da região da Serra e onde eram desembarcados os produtos im­portados que atendiam às necessidades locais. O rio servia como via para o transporte em geral, inclusive para a integração de Vitória com a Serra e com o norte do Espírito Santo.

Com o advento da Estrada de Ferro Vitória a Minas e, mais tarde, a Crise Econômica Mundial de 1929, que afetou o comércio de café e, consequentemente a economia da Serra, a vila de São José do Queimado desapareceu, praticamente não restando mais casas no local, a não ser algumas poucas residências de agricultores locais.

Na vila, só existe a ruína da Igreja de São José, pois o comércio passou a acon­tecer diretamente com Vitória e, por consequência, a Vila de Queimado sumiu e a Serra minguou.

Em 1921, foi iniciada a construção da primeira estrada de rodagem entre a Serra e a Vitória, idealizada e coordenada a sua construção pelo serrano Cassiano Cardoso Castello, então Secretário de Interior e Justiça do Estado do Espírito Santo, no Governo Nestor Gomes. A via foi concluída em 1923 com mão de obra de presidiários e tinha, como objetivo, interiorizar o desenvolvimento estadual e resgatar os dias de glória da Serra.

11.11.1938 - é editado o Decreto-Lei nº 9.941, que fixa a divisão territorial do Estado, que vigorará sem alteração, de 1 de janeiro de 1939 a 31 de dezembro de 1943, e dá outras providências, assinado por João Punaro Bley, Celso Calmon Nogueira da Gama, Nelson Goulart Monteiro e Carlos Femando Monteiro Lindemberg que, assim fixou os limites do município da Serra, compreendido pelos distritos sede, Ita­pocú (hoje Calogi) e Nova Almeida.

O decreto acima foi editado na conformidade das normas gerais fir­madas pela Lei Orgânica Nacional nº 311, de 2 de março de 1938. Nesta época os distritos de Queimado e Carapina eram pertencentes à Vitória e, o atual distrito de Calogi possuía o topônimo de Itapocú.

Em 31.12.1943 - O município da Serra passa a ser constituído dos distritos de Carapina, Nova Almeida - que já foi distrito sede do município de mesmo nome, Queimado, Serra e Calogi (antigo Itapo­cu), conforme o Decreto-Lei nº 15.177/1943. O município teve duas fa­ses distintas de sua economia: a inicial rural, fase em que produzia cana-de-açucar, café, mandioca e, em menor escala cereais, e ainda, extração de madeiras de lei. Havia um início de agroindústria, um tanto quanto rudimentar, com engenhos de produção de açúcar e aguardente, assim como, produção de farinha e máquinas de beneficiamento de arroz e produção de fubá de milho.

Na década de 50, ini­ciou-se uma grande produção de abacaxi. Os frutos eram vendidos para outros estados do país e, também, exportados para outros países, principal­mente, Argentina.

No início da década de 50 foi iniciada a construção da BR 101, o que promoveu, embora, no início, timidamen­te, o progresso da Serra. O município voltou a experimentar novo desenvolvimento, de uma forma acentuada, a par­tir da década de 60 (século XX).

Na sua primeira fase, rural, a população era quase constante. Houve uma redu­ção após o ano de 1872. Neste ano possuía 11.032 habitantes, fato ocasionado, dentre outros, pela abertura da ferrovia EFVM, quando da inauguração do primeiro trecho: Porto Velho - Cariacica (km 17,26) - Alfredo Maia (km 28,873) se deu em 13 de maio de 1904, o que levou os moradores da região a comerciarem diretamente com Vitória. A redução da população da Serra, também se deu pelo êxodo rural, um fenômeno aconteci­do em todo o Brasil.

Em 1960, é dado início à segunda fase, a fase industrial. A Serra possuía uma população de 9.192 habitantes, a partir desta data, começam os investimentos na região e, muda a configura­ção urbana do município; o distrito de Carapina passa por um processo de grande desenvolvi­mento. Em 1963 é iniciado o Porto de Tubarão e, em 1969 é iniciado o CIVIT I, o que levou a população do município da Serra, em 1970 para 17.286 habitantes. Na década de 70, outro investimento de grande porte é iniciado em solo serrano. Em 1976 inicia-se a construção da Companhia Siderúrgica de Tubarão - CST, que alavancou novo crescimento populacional, pois em 1980, o município já possuía uma população de 82.450 habitantes. No censo do IBGE de 2000 foi encontrada uma população de 330.874, habitantes que, com o advento laminador de tiras a quente da CST e seu projeto para a instalação de seu terceiro alto for­no, novo surto de desenvolvi­mento econômico e crescimento populacional será experimentado.

Demografia

De acordo com a censo populacional do IBGE de 2010, a Serra tem 409.324 habitantes, ocupando o posto de segundo município mais populoso do estado. Mas, na verdade, seria a maior do estado com 421.677 moradores, se considerarmos os bairros que não são contabilizados para o município da Serra, pois o IBGE exclui como população da Serra, os habitantes dos bairros Nossa Senhora do Rosário de Fátima (Bairro de Fátima), Conjunto Carapina I e Hélio Ferraz, considerados como pertencentes à cidade de Vitória. Isto está de acordo com a atual divisão territorial entre os municípios, em vigor pela Lei 1.919 de 03 de janeiro de 1964. Além destes, parte dos bairros Eurico Salles, Jardim Carapina e Carapebus fazem parte da capital de acordo com esta lei.

Evolução demográfica da cidade da Serra[5][6]
Não pertenciam à Serra Nova Almeida (até 1938), Carapina e Queimado (até 1943).

Economia

Serra é o segundo maior município do Espírito Santo no número de habitantes, superado por Vila Velha, na Região Metropolitana de Vitória. Sua sede está 27 km ao Norte da capital, e é cortada pela BR-101. Nos últimos trinta anos, conheceu transformação radical, deixando de ser tipicamente rural, provinciano e tradicionalista, passando a ser o principal pólo industrial do Espírito Santo e a segunda economia do Estado, sendo superado apenas por Vitória. Abriga o Civit e a Arcelor Mittal Tubarão (antiga CST). A maior parte da mão-de-obra está empregada na indústria.

O comércio apresenta forte crescimento, principalmente na avenida Central em Laranjeiras onde estão situados nove bancos, diversas lojas nos mais variados ramos (construção, confecção, móveis e eletrodomésticos, supermercados, videolocadoras, lanchonetes, etc).

Em 2002, foi inaugurado um pequeno shopping center que visava a atender a comunidade local. O shopping conta com quatro salas de cinema, lojas variadas e praça de alimentação e, recentemente está sendo construído o shopping Mestre Alvaro, que se localiza próximo ao Aeroporto de Vitória (Eurico de Aguiar Salles). O mesmo será o segundo maior shopping do Espírito Santo, perdendo apenas para o Shopping Vitória. Com isso, o bairro de Eurico Salles ganha uma grande notoriedade graças aos largos investimentos que estão sendo feitos à seu redor, incluindo condomínios de alto padrão residencial, e de luxo. O bairro, dentro dessas circunstâncias pode ser classificado como um bairro nobre da cidade de Serra. Recentemente, diversos empreendimentos imobiliários instalaram-se na região, principalmente na construção de condomínios residenciais fechados de casas, prédios residenciais e shoppings, contribuindo assim para a especulação imobiliária regional. Em 2006, foi especulado que residencias situadas na avenida Central (Laranjeiras), receberam ofertas de compras na faixa de Um Milhão de Reais, de grandes instituições, comércios e bancos. Laranjeiras teve o maior índice de valorização imobiliária do Espírito Santo em 2007.

Transporte

O município é atendido pelo sistema Transcol e possui três terminais rodoviários urbanos sendo eles:

Terminal de Laranjeiras - (o maior terminal do estado onde circulam por dia 250 mil pessoas) Regiões atendidas:

Grupo I – Serra Sede: Caçaroca, Santo Antônio, São Judas Tadeu, São Lourenço, Maria Níobe, Serra Centro, Centro da Serra (Macafé), São Domingos, Jardim Guanabara, Jardim Bela Vista, Jardim Primavera, Palmeiras, Fazenda Cascata, São Marcos, São Marcos II, São Marcos III, Colina da Serra, Jardim da Serra e Nossa Senhora da Conceição.

Grupo II – Campinho: Vista da Serra I, Vista da Serra II, Campinho da Serra I, Campinho da Serra II, Planalto Serrano e Continental.

Grupo III – Rural: Divinópolis, Belvedere, Cidade Nova da Serra, Muribeca, Itaiobaia, Aroaba, Putiri e Santiago da Serra.

Grupo VII – CIVIT: Cidade Pomar, Novo Porto Canoa, Eldorado, Parque Residencial Tubarão, Serra Dourada, Serra Dourada II, Serra Dourada III, Barcelona, Maringá, Planície da Serra, Santa Rita de Cássia, Mata da Serra e Porto Canoa.

Grupo VI – Nova Carapina: Pitanga, Barro Branco, Nova Carapina I, Nova Carapina II, Parque Residencial Mestre Álvaro e Monte Verde.

Grupo XI – Laranjeiras: Laranjeiras Velha, Taquara I, Taquara II, Chico City, Colina de Laranjeiras, Valparaíso, Parque Residencial Laranjeiras, Chácara Parreiral, Guaraciaba, Morada de Laranjeiras, Conjunto de Laranjeiras, Solar de Laranjeiras I e Solar de Laranjeiras II.

Grupo XII – Feu Rosa: Alterosas, Nova Zelândia, Parque da Lagoa, Vila Nova de Colares, Feu Rosa e Centro Industrial do Município.

Terminal de Jacaraípe -(o mais novo terminal rodoviario da cidade) Regiões atendidas:

Grupo IV – Nova Almeida: Nova Almeida (Centro), Poço dos Padres, Reis Magos, Boa Vista, Bairro Novo, São João, Marbela, Potiguara, Parque das Gaivotas, Serramar, Praiamar, Parque Residencial Nova Almeida e Parque Santa Fé.

Grupo XII – Feu Rosa: Alterosas, Nova Zelândia, Parque da Lagoa, Vila Nova de Colares, Feu Rosa e Centro Industrial do Município.

Grupo XIII – Jacaraípe: Sítio Irema, Portal de Jacaraípe, Ourimar, Conjunto Jacaraípe, Castelândia, São Pedro, Praia da Baleia, São Patrício, Parque Jacaraípe, Estância Monazítica, Jardim Atlântico, Costa Dourada, Residencial Jacaraípe, Lagoa Jacaraípe, Bairro das Laranjeiras, Conjunto Magistrados (Acréscimo do Bairro das Laranjeiras), São Francisco, Enseada de Jacaraípe, Praia de Capuba e Costa Bela.

Grupo XIV – Indústrias: CIVIT I, CIVIT II, TIMS (Terminal Intermodal da Serra) e CST.

Terminal de Carapina - Regiões atendidas:

Grupo V – José de Anchieta: Central Carapina, José de Anchieta, José de Anchieta II, José de Anchieta III, José de Anchieta IV e Jardim Tropical.

Grupo IX – Carapebus: Balneário de Carapebus, Lagoa de Carapebus, Bicanga, Cidade Continental, Manguinhos e Praia de Carapebus.

Grupo X – Jardim Limoeiro: Novo Horizonte, Jardim Limoeiro, Camará, São Diogo I, São Diogo II, Planalto de Carapina, São Geraldo e Santa Luzia.

Grupo XIV – Indústrias: CIVIT I, CIVIT II, TIMS (Terminal Intermodal da Serra) e CST.

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de número cinco (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  5. Recenseamentos demográficos em «Coleção digital» (pdf). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 13 de dezembro de 2009 
  6. «Cidades@ - Serra - ES». IBGE. Consultado em 27 de maio de 2010 

Ligações externas