Simeão Estilita, o Antigo


Simeão Estilita, o Antigo | |
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Nascimento | 389 Sísia, Cilícia |
Morte | 459 Telanisso, Síria |
Nacionalidade | ![]() |
Religião | Cristianismo |

Simeão Estilita, o Antigo (Sísia, 389 – Telanisso, 459) foi um asceta cristão, que viveu no cimo de uma coluna de pedra. É tido como santo pela Igreja Católica e Ortodoxa. Na Católica o seu dia corresponde ao 5 de janeiro, enquanto que na Ortodoxa é celebrado a 1 de setembro. É chamado de "Antigo" para distingui-lo de São Simeão Estilita, o Moço, que viveu no século VI.[1]
Vida[editar | editar código-fonte]
Nasceu em 389 em Sísia. Pastor, antes dos 16 anos entrou numa comunidade monástica, mas por suas austeridades excessivas, foi expulso e tornou-se ermitão. Por 3 anos viveu em tenta em Telanisso (atual Tel Nesquim), onde pela primeira vez passou a Quaresma inteira sem comer e beber. Isso torna-se prática regular e combinou-a com a mortificação de ficar de pé continuamente enquanto seus membros o sustentassem; em seus últimos dias, podia ficar assim em sua coluna sem apoio por todo o tempo do jejum. Após 3 anos em sua tenda, procurou uma elevação rochosa no deserto e obrigou-se a ficar prisioneiro dentro de um espaço estreito com menos de 20 metros de diâmetro. Logo multidões de peregrinos foram ao deserto procurar seus conselhos ou orações, deixando-o sem tempo para sua vida religiosa.[1][2]
Cerca de 420,[1] para escapar dos visitantes, decidiu erigir um pequeno pilar com uma plataforma em cima e estava determinado a ficar sobre ele até morrer. Seu primeiro pilar tinha 2 metros, mas foi subsequentemente substituído por outros, o último deles com 15 metros.[2] Ficou no topo até sua morte, permanentemente exposto aos elementos, em pé ou sentado dia e noite em sua área restrita, protegido de cair por um corrimão, e provido de uma escada para se comunicar com aqueles abaixo ou receber escassos presentes de comida dos discípulos.[1] Durante seus primeiros anos sobre a coluna, havia no cume uma estaca à qual ele se ligara para manter a posição ereta em toda a Quaresma, mas isso era um alívio com o qual ele depois dispensava.[2]
Seu estilo de vida produziu profunda impressão nos coetâneos e sua fama de asceta espalhou-se pela Europa, sobretudo Roma.[2] Seu pilar tornou-se local de peregrinação e os visitantes procuravam conselho espiritual, alívio da doença, intervenção aos oprimidos e iluminação na oração e doutrina; aparentemente converteu muitas pessoas.[1] Grandes personagens, como o imperador Teodósio II (r. 408–450) e a imperatriz Eudócia, mostraram grande reverência e ouviram seus conselhos, e Leão I, o Trácio (r. 457–474) prestou respeitosa atenção a uma carta que escreveu em favor da Calcedônia. Certa vez, quando estava doente, Teodósio enviou três bispos para implorar que descesse e consultasse médicos, mas preferiu deixar sua cura nas mãos de Deus, e em pouco tempo sarou.[2] Sua reputação inspirou ascetas, homens e mulheres, a emular e superar suas austeridades, alguns estilos surgindo até o século XIX na Rússia.[1] Ele também escreveu cartas, algumas das quais sobreviventes, nas quais instruiu seus discípulos, e textos que entregou àqueles reunidos abaixo de sua coluna.[2]
Após passar 36 anos em seu pilar, morreu na sexta-feira, 2 de setembro de 459. Uma disputa surgiu entre Antioquia e Constantinopla pela posse de seus restos mortais. A preferência foi dada a Antioquia, e a maioria de suas relíquias foram deixadas lá como proteção à cidade sem muros. As ruínas do vasto edifício erguido em sua honra e chamado Calate Simane (mansão de Simeão) permanecem até os dias atuais. Consiste em quatro basílicas construídas a partir de uma quadra octogonal em direção aos quatro pontos cardeais. No centro da quadra fica a base da coluna de São Simeão.[2]
Referências
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Editores (1998). «Enciclopédia Britânica - São Simeão Estilita»
- Thurston, H. (1912). «São Simeão Estilita o Velho». Enciclopédia Católica. Nova Iorque: Robert Appleton Company