Sismo de 2003 em Fiordelândia
Sismo de 2003 em Fiordelândia
| |
|---|---|
| Epicentro | Ilha Sul |
| Profundidade | 12 km |
| Magnitude | 7,2 MW |
| Intensidade máx. | VIII (ruinoso)[1] |
| Data | 22 agosto de 2003, 00:12 UTC +12 |
| País afetado | Nova Zelândia |
| Vítimas | Nenhuma |
O sismo de 2003 em Fiordelândia atingiu a remota região de Fiordelândia na Ilha Sul da Nova Zelândia em 22 de agosto de 2003, às 00:12 UTC +12. O epicentro foi a 12 quilômetros de profundidade, próximo à Ilha Secretary, na entrada do fiorde Doubtful Sound [en]. Com magnitude de 7,2 Ms, o terremoto foi um dos maiores do país durante anos e o maior terremoto raso desde o terremoto de 1968 em Inangahua. Após duas horas, às 02:12, houve uma réplica seguida de tremores menores nos dias subsequentes; dois meses após o terremoto, mais de 8.000 réplicas foram registradas.[2]
A Fiordelândia é uma das regiões sismicamente ativas do país, segundo o sismólogo Dr. Warwick Smith, do GNS Science, pois os terremotos são um mecanismo de alívio das tensões resultantes do choque entre as placas tectônicas australiana e do Pacífico, com a placa do Pacífico subductando sob a placa australiana.[3][4]
Em agosto de 2004, outro grande terremoto de magnitude 7,1 Mw ocorreu em Fiordelândia[5] no mesmo local de um terremoto de magnitude 6,7 Ms em 10 de agosto de 1993.[6]
Terremoto
[editar | editar código]O terremoto de magnitude 7,2 ocorreu em 22 de agosto de 2003, com epicentro próximo à Ilha Secretary em Fiordelândia.[7][8] Foi o maior terremoto raso com essa magnitude na Nova Zelândia durante 35 anos.[8]
Mais de 8.000 réplicas foram registradas nos dois meses seguintes ao terremoto principal.[2] Destas, 23 tiveram no mínimo 5 de magnitude,[8] e a maior alcançou 6,1.[9]
Danos
[editar | editar código]A Comissão de Terremotos da Nova Zelândia recebeu cerca de 3.000 reclamações de danos, totalizando $ 10,5 milhões.[2] A maioria dos danos ocorreu na cidade de Te Anau [en],[2][10] com cerca de 64% dos residentes relatando danos, em sua maioria menores.[10] A cerca de 70 km a sudeste da cidade, os moradores sentiram o terremoto intensamente, com itens caindo de prateleiras em lojas e residências.[11] No geral, os prejuízos foram poucos, com algumas chaminés rachadas ou quebradas de Te Anau a Manapouri. O terremoto também causou rachaduras no concreto da estrutura de controle do Lago Te Anau e deslizamentos na Trilha Kepler.[12]
Uma equipe de geólogos liderada por Ian Turnbull investigou e relatou "deslizamentos em grande escala". Eles registraram pelo menos 200 deslizamentos de terra após sobrevoar 70% do centro e oeste de Fiordelândia.[3] O GNS Science registrou no mínimo 400 deslizamentos até novembro de 2003.[13]
Houve também um tsunami, que ocorreu em dois locais distintos. Um deles foi causado por um deslizamento de terra, teve uma extensão de 4 a 5 metros, afetou vários metros do Charles Sound e danificou um cais. A outra parte foi registrada até Port Kembla, na costa leste da Austrália, com uma amplitude de 0,17 metros.[14]
O terremoto também causou liquefação em vários locais, como na costa do Lago Te Anau [en]. Entretanto, comparado a outros grandes terremotos na Nova Zelândia, a liquefação foi menor.[15]
Resposta
[editar | editar código]Dentro de 48 horas após o terremoto, dois sismógrafos portáteis foram instalados próximos ao epicentro para registrar réplicas. Mais sismógrafos portáteis foram usados posteriormente.[9]
Referências
- ↑ «EXPO-CAT Earthquake Catalog». Version 2007-12 (em inglês). United States Geological Survey. 1 de dezembro de 2008. Consultado em 24 de maio de 2025
- ↑ a b c d «Geologists to keep watch after big quake». Otago Daily Times (em inglês). 16 de julho de 2009. Consultado em 25 de maio de 2024
- ↑ a b Rogers 2013, p. 181,182.
- ↑ Wright 2014, p. 24.
- ↑ Wright 2014, p. 172.
- ↑ Hicks & Campbell 1998, p. 70.
- ↑ «Fiordland quake measures 7.8» (em inglês). Nova Zelândia: Stuff. 23 de julho de 2009. Consultado em 26 de maio de 2024
- ↑ a b c McGinty, Peter; Robinson, Russell (2007). «The 2003Mw7.2 Fiordland subduction earthquake, New Zealand: aftershock distribution, main shock fault plane and static stress changes on the overlying Alpine Fault». Geophysical Journal International (em inglês). 169 (2): 579–592. Bibcode:2007GeoJI.169..579M. ISSN 0956-540X. doi:10.1111/j.1365-246x.2007.03336.x
- ↑ a b McGinty, P. (2004). «The 2003, MW 7.2 Fiordland Earthquake, and its nearsource aftershock strong motion data» (PDF). New Zealand Society for Earthquake Engineering (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2024
- ↑ a b «Analysis of Te Anau residents' impacts, awareness & preparedness following the 2003 Fiordland earthquake » EQC Toka Tū Ake». Natural Hazards Comission (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2024
- ↑ «M 7.2 Fiordland Fri, Aug 22 2003» (em inglês). GeoNet. Consultado em 2 de março de 2024
- ↑ Hancox et al. 2003, p. 23-25.
- ↑ Hancox et al. 2003, p. 1.
- ↑ «GeoNet M 7.2 Fiordland Fri, Aug 22 2003» (em inglês). GeoNet. Consultado em 26 de maio de 2024
- ↑ Hancox et al. 2003, p. 20-23.
Fontes
[editar | editar código]- Hancox, G.T.; Cox, S.C.; Turnbull, I.M.; Crozier, M.J. (Novembro de 2003). Reconnaissance studies of landslides and other ground damage caused by the MW7.2 Fiordland earthquake of 22 August 2003 (PDF) (Relatório) (em inglês). GeoNet. Consultado em 26 de maio de 2024
- Hicks, Geoff; Campbell, Hamish (1998). Awesome Forces: The Natural Hazards that threaten New Zealand (em inglês). Wellington: Te Papa Press. ISBN 978-0-909010-58-4
- Rogers, Anna (2013) [1996]. The Shaky Isles: New Zealand Earthquakes (em inglês) 2 ed. Wellington: Grantham House. pp. 181, 182. ISBN 978-1-86934-119-0
- Wright, Matthew (2014). Living on shaky ground: The science and story behind New Zealand's earthquakes (em inglês). Auckland: Random House (Nova Zelândia). p. 172. ISBN 978-1-77553-688-8
Ligações externas
[editar | editar código]- O Centro Sismológico Internacional possui uma bibliografia e/ou dados confiáveis sobre esse evento. (em inglês)