Solange Macamo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Solange Macamo
Solange Macamo
Nascimento 1959 (65 anos)
Cidadania Moçambique
Alma mater
Ocupação arqueóloga
Empregador(a) Universidade Eduardo Mondlane

Solange Laura Macamo é professora de Arqueologia e Gestão do Património, no Departamento de Arqueologia e Antropologia da Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique. De 2010 a 2016 foi também directora da Direcção Nacional do Património Cultural, do Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Macamo é professora de arqueologia e património em Moçambique. Ela fez o doutoramento sobre a arqueologia no sul de Moçambique, do século XIII ao século XVIII na Universidade de Uppsala. [1] [2] Ela interessa-se pelo estudo da cerâmica do distrito de Massangir, onde as variações no estilo da cerâmica reflectem as migrações pela região.[3] Ela trabalhou em locais com arte rupestre em Moçambique considerando-os como paisagens culturais. [4] Macamo interessa-se em particular pela região geográfica da Bacia do Rio Zambeze. [5] Macamo também trabalha a arqueologia das paisagens urbanas de Moçambique. [6] Ela defendeu fortemente a protecção do património arqueológico subaquático de Moçambique. [7]

Macamo é investigadora e coordenadora regional do projecto 'Rising From the Depths', financiado pelo AHRC [8] que estuda o património costeiro da África Oriental. [9] [10] Ela deu palestras internacionais sobre o património cultural de Moçambique. [11]

'Lugares Privilegiados'[editar | editar código-fonte]

A pesquisa de Macamo focou-se na apresentação do modelo teórico 'lugares privilegiados' e como este pode ser adaptado a Moçambique, nomeadamente em locais como Manyikeni, Niamara, Songo e Degue-Mufa.

Macamo foi a primeira pessoa a introduzir a análise de género no estudo dos locais. Isto está patente no seu trabalho de investigação sobre Niamara e Magure, em que o primeiro local representa o homem por ficar numa colina e Magure uma mulher por ficar num vale. [12] O foco deste trabalho são as identidades pré-coloniais baseadas não apenas nos edifícios de pedra, mas no acesso às comunicações, recursos e outros factores. [13]

Directora do Património Cultural[editar | editar código-fonte]

Em 2007, enquanto directora adjunta do Património Cultural, Macamo juntou as competências portuguesas e japonesas na gestão do património para construir um modelo de apoio ao Património Mundial, a Ilha de Moçambique. [14] Muito do seu trabalho na Ilha concentrou-se sobre como envolver as comunidades locais, na protecção e interpretação do seu património cultural. [15] Enquanto foi directora, ela foi co-autora de um relatório que examinava o progresso na gestão do património cultural em Moçambique ao longo de 20 anos e que reconhecia os seus desafios e oportunidades. [16][17]

Em 2015, ela participou como delegada na 20ª sessão da Assembleia Geral do Património Mundial da UNESCO. [18]

Em 2017 Macamo partilhou a experiência de construção da prática cultural em Moçambique com o programa “Agendas Africanas”. [19] No seu trabalho ela reconheceu a necessidade de a prática cultural ter de ser sustentável, a importância do turismo cultural e que uma das principais prioridades é a preservação do património da luta armada do país.  

Referências

  1. Macamo, Solange (2005). «Privileged Places in South Central Mozambique : The archaeology of Manyikeni, Niamara, Songo and Degue-Mufa». Diva 
  2. Gerdes, Paulus. (2013). 1000 Doctoral Theses by Mozambicans or about Mozambique Third ed. [Place of publication not identified]: [s.n.] ISBN 978-1-304-01915-8. OCLC 851785735 
  3. Macamo, Solange & Machava, Benedito. (2011).
  4. «CULTURAL LANDSCAPES: THE MANAGEMENT OF ROCK ART SITES IN MOZAMBIQUE» 
  5. Macamo, Salange, and Hilario Madiquida.
  6. Macamo S.L., Hougaard J., Jopela A. (2019) The Implementation of the Historic Urban Landscape of the Island of Mozambique.
  7. UNESCO: Safeguarding the Underwater Cultural Heritage - Africa Meeting 2016 http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/pdf/uch-Mozambique2016RegionalMeeting.doc
  8. «Solange Macamo» 
  9. «Rising from the Depths » Solange Macamo» (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  10. «WITH Coastal Style: Researching the Capulana in Mozambique | National Museums Scotland Blog». blog.nms.ac.uk. Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  11. «UFMG e Moçambique apresentam experiências conjuntas na área de patrimônio cultural» 
  12. Macamo, Solange (6 de junho de 2019). «Niamara and Magure, Two Possibly Gendered Places in the Choa Mountain Range of Cenral Mozambique». Studies in the African Past (em inglês). 5 
  13. «City Museums on the Move» (PDF) 
  14. «Japan and Portugal to support restoration of Island of Mozambique – Macauhub» (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  15. «International Conference on "Living with World Heritage in Africa"». African World Heritage Fund (AWHF) in Collaboration with the Department of Arts and Culture - South Africa. 2012 
  16. «The Legal Protection of Archaeological Heritage in Mozambique (1994-2014)» 
  17. Jolepa, Albino; Macamo, Solange (2012). Manual de Conservação do Património Cultural Imóvel em Moçambique. Maputo: Ministério da Cultura-Direcção Nacional do Património Cultural de Moçambique 
  18. Centre, UNESCO World Heritage. «UNESCO World Heritage Centre - 20th session of the General Assembly of States Parties». UNESCO World Heritage Centre (em inglês). Consultado em 29 de fevereiro de 2020 
  19. «Turismo cultural poderá alavancar a economias, afirmam especialistas de Cabo Verde e Moçambique». VOA. Consultado em 29 de fevereiro de 2020