Solar dos Bittencourt

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Solar dos Bittencourt
Tipo Solar
Estilo dominante Colonial Brasileiro
Inauguração 1861
Proprietário atual Abrigo Paulo de Tarso
Área
  • 270 metro quadrado
Geografia
País Brasil
Coordenadas 13° 01' 28" S 39° 0' 33" O

Solar dos Bittencourt é uma edificação construída no século XIX, localizada no município de Nazaré, no interior do estado da Bahia.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Construção[editar | editar código-fonte]

O prédio conhecido como Solar dos Bittencourt foi construída no ano de 1861, no século XIX, no município de Nazaré no interior do estado da Bahia.[1][2] A edificação foi construída por Alexandre Bastos Bittencourt, fundador da Estrada de Ferro de Nazaré.[1][3]

Desapropriação[editar | editar código-fonte]

O solar pertenceu a família de Bittencourt até o ano de 1950, quando a casa foi desapropriada pelo Governo do Estado da Bahia após a Lei Estadual de nº 336 ser aprovada na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e assinada pelo então governador Otávio Mangabeira.[1] A lei foi sancionada em 18 de novembro de 1950, quando Mangabeira autorizou a desapropriação do imóvel e de outros terrenos pertencentes a família na rua Luiz Gualberto na cidade de Názare.[4] Para as adaptações do prédio, Mangabeira destinou recursos para que ali fosse criado um orfanato feminino.[4]

Abrigo[editar | editar código-fonte]

Após três anos da desapropriação, foi fundado no prédio o Abrigo Paulo de Tarso.[1] O resultado é oriundo da lei nº 1006, de 20 de maio 1958 quando o então presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Nathan Coutinho, ocupava o cargo de governador em exercício em detrimento ao cargo de Antônio Balbino onde doava o prédio do Estado para o Abrigo Paulo de Tarso, onde esperava que a instituição fosse operar atividades de filantropia e caridade.[5]

Apenas no ano de 1968, o projeto sai do papel e a instituição começa a operar no prédio tornando-se um internato.[1] Atualmente, o projeto converteu-se para um asilo, onde são cuidados idosos de baixa renda.[6][7]

No início de 2021, em meio a Pandemia de COVID-19 no Brasil, o asilo registrou um surto da doença entre os idosos internados na instituição e alguns funcionários registrando trinta e sete casos da doença.[8][9][10]

Tombamento[editar | editar código-fonte]

O solar passou pela primeira vez pelo processo de tombamento histórico no ano de 1988, quando pela processo de número 004/1988 recebeu o tombamento provisório por parte do poder público pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).[1] Já no século XXI, no dia 9 de abril de 2003, o casarão teve o processo definitivo de tombamento legal.[1]

No ano de 2019, uma matéria do jornal baiano Correio em reportagem feita pela jornalista Fernanda Lima, apurou que há trinta e um anos o processo de tombamento espera um resultado definitivo do ato e que o casarão estaria com o aval provisório desde 1988.[7] A reportagem entrevistou Carlos Moura, diretor do Casarão por telefone que confirmou a falta de respaldo jurídico: “Eu nem conheço o que é tombamento. Eu queria que houvesse o tombamento e o acompanhamento. Quando eu entrei aqui [2015], as janelas estavam podres, precisamos ir consertando tudo”.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h «Solar dos Bittencourt». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 10 de julho de 2021 
  2. a b «Nazaré (BA)». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 10 de julho de 2021 
  3. Sacramento, Cledivaldo (2007). «Mundos dos trabalho no Recôncavo Sul: cotidiano, trabalhadores, costumes, conflitos e solidariedades. 1879-1910» (PDF). Universidade Federal da Bahia. Consultado em 10 de julho de 2021 
  4. a b Mangabeira, Octávio. «LEI Nº 336 DE 18 DE NOVEMBRO DE 1950». Leis Estaduais. Consultado em 10 de julho de 2021 
  5. «LEI ORDINÁRIA Nº 1006, DE 20 DE MAIO DE 1958». Leis Estaduais. Consultado em 10 de julho de 2021 
  6. «Nazaré (BA)». Brasil Channel. Consultado em 10 de julho de 2021 
  7. a b c Lima, Fernanda (23 de junho de 2019). «Empacados: espera para tombar um bem na Bahia ultrapassa os 30 anos». Jornal Correio. Consultado em 10 de julho de 2021 
  8. Juliano, Francis (16 de fevereiro de 2021). «Nazaré: Abrigo de idosos registra 37 casos de Covid-19 após surto». Bahia Notícias. Consultado em 10 de julho de 2021 
  9. «Nazaré das Farinhas: Abrigo Paulo de Tarso tem surto da Covid-19». Voz da Bahia. 13 de fevereiro de 2021. Consultado em 10 de julho de 2021 
  10. «Bahia registra 6.520 novos pacientes com Covid-19 nas últimas 24 h; mais de 20,5 mil casos estão ativos». G1. 27 de fevereiro de 2021. Consultado em 10 de julho de 2021