Strawberry Hill

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A mansão em 2012 após uma restauração

Strawberry Hill é uma mansão em estilo neogótico localizada em Twickenham, um distrito do bairro de Richmond upon Thames localizado na zona oeste de Londres. Foi construída em 1749 por Horace Walpole e chama a atenção por sua decoração no interior.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Horace Walpole[editar | editar código-fonte]

Planta baixa da residência.

Walpole nasceu em 1717, sendo uma figura importante na sociedade do século XVIII, principalmente nas áreas da literatura, arte e arquitetura. Seu pai, Sir Robert Walpole, o primeiro primeiro-ministro da Grã-Bretanha, fez com que a família tivesse muita grandeza, construíram um castelo em Norfolk, onde estavam estabelecidos, e mas em 1747 seu irmão mais velho tomou posse da residência e Horace decidiu que teria sua própria residência, já que estava sob pressão para que tivesse um local próprio.[2]

O estilo gótico estava intrinsicamente a ele, já que é o autor de "O Castelo de Otranto", o primeiro romance do gênero do mundo, tendo inspirado autores como Ann Radcliffe e Stephen King.

A fundação da Strawberry Hill, juntamente com sua obra literária e sua vasta coleção de tesouros, aumentou a relevância de Walpole para o contexto da época.[3]

Planejamento e Construção[editar | editar código-fonte]

Em 1747, Horace Walpole comprou um dos últimos locais ainda disponíveis próximo ao Rio Tâmisa - Chopp'd Straw Hall, com 5 acres (20.000 m²) na região de Twickenham, distrito da região de Londres, na Inglaterra. De início, haviam apenas algumas cabanas as quais ele conceberia em um casa do estilo gótico. A construção foi por etapas de acordo com suas especificações e foi a primeira casa totalmente feita no estilo neogótico, sem que houvesse traços remanescentes do período medieval. Além dele, as modificações no edifício foram através de dois amigos: o arquiteto John Chute (1701-1776) e o desenhista Richard Bentley (1708-1782).[2]

Estilo Gótico[editar | editar código-fonte]

Interior da construção em 2011.

A mansão ofereceu uma nova visão sobre o gótico como um estilo arquitetônico e idioma histórico, sendo um contraste em relação as moradias mais antigas existentes no local, seguindo o modelo herdado do país, Inglaterra, com influências da arquitetura gótica presente nas igrejas. Além de gesso, madeira e papel-machê, contém espolia medieval em vitral e no interior há formas e materiais transpostos, servindo, segundo o próprio Walpole, como alo próximo a um "observatório dos costumes medievais".

O interior contava com uma coleção de arte e objetos guardados ao longo da vida do proprietário, muitas peças pertencentes ao período em questão, sendo transformada em rota turística dentre as residências de Londres. Esses objetos não eram apenas unidades que o dono acumulava, mas sim representações de sua personalidade, já que a residência estava intimamente ligada ao mesmo como sendo uma forma de demonstrar seu ego e imortalizar após sua morte.[4]

Passado alguns séculos, muitos eventos ocorrem no local e entre os anos de 2009 e 2010 aconteceu uma restauração, ajudando a manter viva as memórias do antigo proprietário que foram expostas também em algumas exibições relacionadas até mesmo com a Universidade de Yale, em seu Centro de Arte Britânico.[4]

Apesar dos aspectos acima relatados, O pesquisador Peter Lindfield argumenta que utilizar o termo "gótico para caracterizar a construção não é satisfatório para qualquer produção gótica georgiana", considerando que as casas que seguiram seus conceitos variavam em estilo, tendo poucoas características em comum. Algumas dessas casas são: Braziers Park, Donnington Park, Houghton Lodge, Lee Priory e Priory Hospital.[5]

Proprietários Posteriores[editar | editar código-fonte]

  • Com a morte de Walpole, sua prima Anne Seymour Damer .
  • Em 1797, para John Waldegrave, neto da filha de seu irmão mais velho.
  • Os irmãos John e George Waldegrave, proprietários consecutivamente do lugar, venderam grande parte do que havia na casa por problemas financeiros na família.
  • O Barão Hermann de Stern teve posse entre os anos de 1883 e 1887.
  • No século XX, o local tornou-se aposento dos padres vicentinos em 1925, já que dois anos antes fora comprado pela St Mary's Catholic College, sendo rebatizada como universidade no ano de 2014.

Visitação[editar | editar código-fonte]

Cômoda de Walpole em exposição.

Para chegar à casa, deve-se adquirir um ticket na bilheteria, em que um mini-mapa é entregue servindo como guia. Além da bilheteria no piso térreo, há uma loja, um café e a sala de restauração, que mantém o aspecto original, além de pequeno museu próximo aos sanitários. A visita também compreende alguns cômodos interiores e o jardim, que possui acesso livre, apresentando um paisagismo desenhados por Walpole.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Horace Walpole

Arquitetura gótica

Arquitetura neogótica

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Viajonários (8 de março de 2018). «Strawberry Hill House: incrível mansão neogótica em Londres». Viajonários. Consultado em 17 de maio de 2021 
  2. a b Lewis, W. S. (1934). «The Genesis of Strawberry Hill». Metropolitan Museum Studies (1): 57–92. ISSN 1556-8725. doi:10.2307/1522817. Consultado em 28 de abril de 2021 
  3. Strawberry Hill House and Garden (20 de junho de 2018). «House - History and Restoration». Strawberry Hill House and Garden (em inglês). Consultado em 27 de abril de 2021 
  4. a b Reeve, Matthew M. (2013). «Gothic Architecture, Sexuality, and License at Horace Walpole's Strawberry Hill». The Art Bulletin (3): 411–439. ISSN 0004-3079. Consultado em 5 de maio de 2021 
  5. Lindfield, Peter (21 de junho de 2016). «"What's in a name? The Problem with Strawberry Hill Gothic as a Label, and Braziers, Oxfordshire"». Universidade de Stirling. Consultado em 17 de maio 2021