Sultanato de Matarão

Kesultanan Mataram (Indonésio) ꦤꦒꦫꦶꦩꦠꦫꦩ꧀ (Javanês) نَاڮَارِي كَسُلْطَانَن مَاتَارَام (Pegon) | ||||
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Bandeira | ||||
Capital | Kota Gede Joguejacarta Suracarta | |||
Língua oficial | Javanês | |||
Religião | Sunismo | |||
Governo | Monarquia | |||
Susuhunan | ||||
• 1613-1645 | Agung Anyokrokusumo | |||
Período histórico | Idade Moderna | |||
• 1586 | Fundação | |||
• 1755 | Dissolução |
O Sultanato de Matarão[1] (Mataram) foi o último grande reino nativo independente da ilha de Java antes de sua colonização pelos neerlandeses. Foi a força política dominante no interior de Java Central do fim do século XVI até o início do século XVIII.
Não deve ser confundido com o Reino de Matarão, existente na mesma região, entre os séculos VIII e XI.
O kraton (Palácio Real) de Surakarta foi estabelecido em 1745 por Pakubuwana II. O sunanato de Surakarta e o sultanato de Yogyakarta são conjuntamente os sucessores do sultanato de Matarão. Ao contrário de suas contrapartes em Yogyakarta, que usam o título de Sultão, os governantes de Surakarta usam o título de Sunan. O nome holandês foi usado durante o domínio colonial holandês até a década de 1940.
História[editar | editar código-fonte]
Matarão era um dos vários pequenos estados javaneses nos séculos IX e X. Um principado em particular foi fundado em algum momento do século X, tornando-se um sultanato em 1508, governado por um susubunan (sultão). 1586 e 1755 foi o poder hegemônico de a ilha de Java. Em 1755 foi dividido por ordem dos Países Baixos em dois estados vassalos.
O sultanato opôs-se militarmente desde o seu nascimento aos Estados da costa nordeste de Java. Essas guerras, que causaram demografia negativa em algumas áreas da ilha, terminaram em 1625 com a destruição de Surabaja, o último grande porto da costa noroeste. Apesar disso, eles continuaram com uma sucessão de assassinatos dos líderes costeiros, ordenados pelos sultões de Matarão. Em 1675 esta situação levou a uma rebelião em Java Oriental. A Holanda, que então começou a influenciar politicamente Mataram, apoiou o sultão. A Holanda também ajudou Mataram em uma rebelião em 1680.
Guerras javanesas[editar | editar código-fonte]
Já no final do século XVII, a Companhia Holandesa das Índias Orientais (por sua sigla, VOC) desempenhou um papel importante na ilha de Java, justamente por causa, entre outras coisas, de sua aliança com Matarão, a potência hegemônica local. Durante o século XVIII, no entanto, ocorreu uma longa série de revoltas conhecidas coletivamente como as guerras javanesas.[2]
Durante a Guerra de Surabaja (1718-1723) Matarão conseguiu quebrar definitivamente as antigas linhagens das costas de Java central. No entanto, houve mais e mais revoltas contra os sultões e seus aliados, os holandeses. Nesses levantes, como já havia acontecido, o Islã desempenhou um grande papel, pois os sultões de Matarão o exerceram de maneira descontraída, tornando-se motivo para exigir sua derrubada.[3] A ajuda holandesa teve consequências; assim, Matarão teve que ceder a eles em 1743 toda a costa norte e o extremo norte de Java.[4]
Uma guerra, entre 1749 e 1757, provocou a divisão de Mtarão em três novos estados: Surakarta, governado por um susuhunan, Yogyakarta, por um sultão, e um mangkunegara também instalado em Surakarta.
Enquanto isso, os holandeses continuaram a conquistar mais territórios em Java. Entre 1825 e 1830, ocorreu a maior dessas guerras, que é chamada de Guerra de Java. Seu líder era Dipanegara, um jovem que, além de descendente dos sultões de Yogyakarta, era um líder islâmico.
Religião[editar | editar código-fonte]
O sincretismo religioso do sultanato foi usado por seus inimigos para tentar derrubar os sultões, especialmente depois do sultão Agung (1613-1646), invocando contra eles um puro seguimento do Islã. Por outro lado, os sultões de Mataram praticaram uma política de assassinato dos líderes islâmicos mais ortodoxos.
Referências
- ↑ Alves 1993, p. 247.
- ↑ Sellier, Jean; Fur, Anne Le (2002), Atlas de los pueblos del Asia meridional y oriental, ISBN 84-493-1332-5, Paidós, OCLC 51517739, consultado em 12 de setembro de 2022
- ↑ Cohen, Yehudi A. (1974). Man in adaptation; the cultural present. 2d ed ed. Chicago,: Aldine Pub. Co. OCLC 903696
- ↑ Sellier, Jean; Fur, Anne Le (2002), Atlas de los pueblos del Asia meridional y oriental, ISBN 84-493-1332-5, Paidós, OCLC 51517739, consultado em 12 de setembro de 2022
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Alves, Jorge Manuel dos Santos (1993). Dois sonhos portugueses de negócio e evangelização na Insulíndia em finais do século XVII. Lisboa: Ministério do Planeamento e da Administração do Território, Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Instituto de Investigação Científica Tropical
- Anderson, BRO’G. The Idea of Power in Javanese Culture dalam Anderson, BRO’G. Language and Power: Exploring Political Cultures in Indonesia. Cornell University Press. 1990.
- Blusse, Leonard. 2004. Persekutuan Aneh: Pemukim Cina, Wanita Peranakan, dan Belanda di Batavia VOC. LKiS: Yogyakarta.
- Carey, Peter. 1997. Civilization on loan: the making of an upstart polity: Mataram and its successors, 1600-1830. Modern Asian Studies 31(3):711-734.
- de Graaf, H.J. dan T.H. Pigeaud. 2003. Kerajaan Islam Pertama Di Jawa: Tinjauan Sejarah Politik Abad XV dan XVI. Pustaka Utama Graffiti.
- De Graaf, H.J. Puncak Kekuasaan Mataram: Politik Ekspansi Sultan Agung. Pustaka Utama Graffiti 2002.
- Depdikbud. 1980. Serat Trunajaya.
- Miksic, John (general ed.), et al. (2006) Karaton Surakarta. A look into the court of Surakarta Hadiningrat, central Java (First published: 'By the will of His Serene Highness Paku Buwono XII'. Surakarta: Yayasan Pawiyatan Kabudayan Karaton Surakarta, 2004) Marshall Cavendish Editions Singapore ISBN 981-261-226-2
- Remmelink, Willem G.J. 2002. Perang Cina dan Runtuhnya Negara Jawa 1725-1743. Yogyakarta: Penerbit Jendela.
- Ricklefs, M.C. 2002. Yogyakarta di Bawah Sultan Mangkubumi 1749-1792: Sejarah Pembagian Jawa. Yogyakarta: Penerbit Matabangsa.
- Ricklefs, M.C. 2001. A history of modern Indonesia since c.1200. Stanford: Stanford University Press. ISBN 0-8047-4480-7.
- Ricklefs. M.C. 2001. Sejarah Indonesia Modern 1200-2004. PT. Serambi Ilmu Semesta. Cetakan I: April 2005.