Superclásico

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Superclásico

Roberto Mouzo e Ramón Díaz durante um Superclásico
Informações gerais
Boca Juniors 91 vitória(s), 335 gol(s)
River Plate 86 vitória(s), 318 gol(s)
Empates 84
Total de jogos 261
Total de gols 653
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Superclásico é o maior clássico de futebol de toda a Argentina e reúne os clubes que mais vezes conquistaram o Campeonato Argentino de Futebol e as duas maiores torcidas do país, sendo estas duas torcidas de âmbito nacional e se confrontam desde 24 de agosto de 1913 (Boca 1-2 River), o Boca Juniors e o River Plate.

Alfredo Di Stéfano, ícone do futebol argentino e mundial, ídolo como jogador do River e do Real Madrid, foi o único treinador que foi campeão argentino nos dois clubes, pelo Boca em 1969 e pelo River em 1981.

História[editar | editar código-fonte]

Capa da revista esportiva argentina El Gráfico, de 1962, que mostra uma foto de Luis Artime marcando um gol na vitória do River Plate no Superclásico contra o Boca Juniors por 3 a 1

As rivalidades de Buenos Aires costumam surgir pela proximidade entre dois clubes; alguns pertencem ao mesmo bairro ou são de bairros vizinhos. A rixa entre boquenses e riverplatenses surgiu assim, com os dois lutando pelo valor de melhor representante do bairro de La Boca, onde ambos foram fundados. O River, depois de alguns anos, necessitou mudar de casa, até fixar-se em Belgrano na década de 1920.

Apesar da grande distância que separa os dois bairros (Belgrano encontra-se ao norte da capital e La Boca, ao sul), o fato só acirrou a rivalidade: os moradores de La Boca, um bairro humilde e operário, não perdoaram o fato de o River ter se mudado para um bairro nobre, sendo adotado pela alta sociedade portenha. A disputa, então, passou a ganhar contornos de "povo versus elite", o que ainda se mantém, apesar de os dois clubes terem se difundido bastante entre todos os segmentos sociais.

O River Plate é o primeiro colocado do ranking de pontos da Libertadores e o Boca Juniors, o segundo. Em conquistas da Libertadores, o Boca tem seis títulos, e o River, quatro.

Em títulos mundiais, a vantagem xeneize é de três conquistas contra um do rival, que tem melhor retrospecto no campeonato nacional: venceu 38 vezes o campeonato argentino, 3 a mais que o Boca. Em confrontos direto, os auriazuis têm 91 vitórias, contra 86 dos alvirrubros.

Libertadores 2018[editar | editar código-fonte]

A final da edição da Copa Libertadores de 2018 foi considerada a maior de todos os tempos da história do torneio e também da história do clássico. No primeiro jogo em La Bombonera, em um jogo bastante disputado e com chances desperdiçadas para os dois lados, a partida terminou com o placar de 2-2. A grande decisão estava marcada para o dia 24 de Novembro no Estádio Monumental de Nuñez.

Mas a segunda partida da grande final da Libertadores acabou sendo adiada para o dia 25 de Novembro, devido à violência extrema dos torcedores do River Plate que apedrejaram o ônibus que transportava os jogadores do Boca Juniors, deixando vários jogadores lesionados, tendo como caso mais grave o capitão do Boca Juniors Pablo Perez, que, com estilhaços de vidro no olho esquerdo, teve de ser levado com urgência para um hospital em Buenos Aires. Também foi atirado gás pimenta no ônibus da equipe, deixando alguns jogadores do Boca Juniors indispostos. Com estes fatores, a CONMEBOL resolveu acatar o que disse o presidente do Boca Juniors e adiar a partida para o dia seguinte .

O jogo acabou sendo mais uma vez adiado, desta vez para o dia 27 de novembro. Os presidentes de ambos clubes se reuniram na CONMEBOL e decidiram realizar o jogo fora da Argentina, e a entidade decidiu que o jogo seria disputado no Santiago Bernabéu, em Madrid, na capital da Espanha, no dia 9 de dezembro as 17h30 (Brasília). O River Plate protestou e publicou um comunicado informando que não considerou a decisão tomada pela entidade, uma vez que ela desnaturaliza a competência, prejudica quem comprou ingresso e afeta a igualdade de condições. O Tribunal de Disciplina da Conmebol negou ao Boca Juniors um pedido para ser declarado campeão da Libertadores sem disputar o jogo de volta. O clube pedia os pontos da partida contra o River Plate. O Tribunal de Disciplina decidiu multar o River Plate em US$ 400 mil (cerca de R$ 1,5 milhão) e punir o clube com dois jogos como mandante com portões fechados em 2019. O protesto do River Plate não deu certo e o segundo jogo acabou sendo disputado em Madrid e terminou com uma vitória de 3-1 para o River Plate na prorrogação. Essa foi a quarta conquista da Libertadores dos Millonarios, igualando o também argentino Estudiantes em títulos da competição.

Libertadores 2019[editar | editar código-fonte]

River Plate e Boca Juniors fizeram o primeiro jogo das semifinais da Libertadores de 2019 no dia 1.º de outubro, no Monumental de Núñez. A partida de volta foi marcada para o dia 22 de outubro, na Bombonera.

O tão aguardado clássico que abriu a semifinal da Libertadores 2019 não teve o equilíbrio de outros tempos. No Monumental de Núñez, o River Plate foi muito superior ao Boca Juniors e abriu boa vantagem a caminho da decisão de Santiago. Borré e Ignacio Fernández, um em cada tempo, fizeram os gols da partida: 2 a 0 - e cabia mais. Logo aos seis minutos, o River teve um pênalti marcado a seu favor com auxílio do VAR. Borré sofreu e converteu, abrindo caminho para a superioridade dos donos da casa. O time de Marcelo Gallardo teve mais a bola, ocupou os espaços no campo de ataque, mas não conseguiu ampliar no primeiro tempo. Além disso, viu o Boca, que abusava dos chutões, criar uma única grande chance, inacreditavelmente perdida por Capaldo, sozinho na área após passe de Ábila. Na volta do intervalo, a pouca inspiração do Boca Juniors continuou, e os dez primeiros minutos foram mornos. Mas a partir disso o que se viu foi um jogo de um time só. Montiel acertou a trave, a defesa quase se complicou em cruzamento de De La Cruz, e o segundo gol do River passou a ser questão de tempo. Em boa jogada de Fernández, Suárez cruzou bem para o meia deslocar Andrada e balançar a rede. O goleiro do Boca ainda foi exigido mais vezes, mas o jogo terminou "só" com o 2 a 0.

Uma Bombonera pulsando apoio ao Boca durante todo o jogo não foi suficiente para levar os donos da casa para a final da Copa Libertadores. Assim como na decisão do ano passado, o River Plate saiu comemorando após o apito final. Como era de se esperar, Boca e River começou tenso. Mesmo jogando na Bombonera, os donos da casa tinham dificuldades de propor o jogo e apostou mais nas bolas áereas. Já o River, por outro lado, parecia satisfeito com a vantagem e por vezes tentou retardar a partida. Os visitantes até criaram e mostraram mais qualidade, mas faltou efetividade e até mesmo vontade de partir para cima do Boca. A pressão do Boca finalmente surtiu efeito e Hurtado abriu o placar aos 34 minutos. O atacante, que entrou na etapa final, completou o cruzamento de Lisandro López, seguido da falha de Zárate. E aí foi um Deus nos acuda. Se o River já fazia cera antes do gol, depois continuou ainda mais. E se o Boca já tentava jogadas pelo alto, quando viu que deu certo, apostou mais ainda nesse estilo. Mas foi só aquela vez. O River Plate segurou a pressão e saiu da Bombonera com a classificação para a grande final e confirmando sua hegemonia contra o maior rival na era Gallardo.

Torcida[editar | editar código-fonte]

Pesquisa realizada em 2012 pela consultoria Equis em todo o país. Difundida na transmissão oficial "Futebol Para Todos".[1]

Equipe Metropolitana Pampas Patagônia Noroeste Cuyo Mesopotâmia e Chaco Total
Boca Juniors 40,4 % 33,8 % 44,1 % 45,0 % 45,0 % 47,7 % 44,4 % - 17.8 milhões
River Plate 30,1 % 28,5 % 39,8 % 42,6 % 40,7 % 48,0 % 32,0 % - 13.2 milhões
  • O recorde de público do Superclássico é de 69.099 pagantes em final histórica disputada no Estádio Juan Domingo Perón em 22 de dezembro de 1976.[2] e vencida pelo Boca por 1 a 0.[3]

Estatísticas (oficiais)[editar | editar código-fonte]

Alfredo Di Stéfano foi um grande ídolo do River Plate, mas também já esteve no Boca Juniors. Aqui, Di Stéfano (à direita, de terno) como técnico do Boca, comemora com seus jogadores a vitória sobre o River, em 1969
Competição NP VB E VR BGols RGols
Campeonato Argentino 215 78 66 71 292 275
Copa Argentina 1 0 1 0 0 0
Copa Competência 3 0 1 2 3 6
Copa Centenário da AFA 2 0 1 1 0 1
Copa Adrián Escobar 1 0 1 0 0 0
Copa Britânica 1 1 0 0 2 0
Supercopa Argentina 1 0 0 1 0 2
Copa da Liga Profissional 5 1 3 1 5 6
Copa Libertadores da América 28 11 8 9 32 26
Copa Sul-Americana 2 0 1 1 0 1
Supercopa Libertadores 2 0 2 0 1 1
Total (oficial) 261 91 84 86 335 318

  • NP: Número de partidas
  • VB: Vitórias do Boca
  • VR: Vitórias do River
  • E: Empates
  • BGols: Gols do Boca
  • RGols: Gols do River
Amistosos NP VB E VR BGols RGols
Jogos amistosos 124 46 37 41 162 145
  • Maior artilheiro do Boca Juniors: Paulo Valentim , 10 gols;
  • Maior artilheiro do River Plate: Ángel Labruna, 16 gols;
  • As maiores goleadas deste clássico foram de 5 a 1, a favor do River em seu estádio Monumental de Nuñes em 1941, e 5 a 0 a favor do Boca em seu estádio em 2015;
  • Reinaldo Merlo, do River Plate, é o futebolista que mais vezes disputou o Superclasico: 42 jogos entre 1969 e 1984.

Títulos[editar | editar código-fonte]

Listagem de títulos conquistados por C.A. Boca Juniors e C.A. River Plate nas competições nacionais e internacionais comuns aos dois clubes ao longo da história:

Competições Internacionais CA Boca Juniors CA River Plate
Copa Intercontinental 3 1
Copa Libertadores da América 6 4
Copa Sul-Americana 2 1
Supercopa Libertadores 1 1
Copa Ouro 1 0
Copa Master 1 0
Copa Interamericana 0 1
Recopa Sul-Americana 4 3
Copa Suruga 0 1
Competições Rioplatenses CA Boca Juniors CA River Plate
Copa Aldao 0 5
Copa de Competência 1 1
Copa de Honor 1 0
Copa Confraternidad 2 0
Competições Nacionais CA Boca Juniors CA River Plate
Campeonato Argentino 35 38
Copa Argentina 13 12
Supercopa Argentina 2 2
Copa da Liga Argentina 2 0
TOTAL Geral 74 70
  • Por 2 vezes o Boca Juniors eliminou o River Plate na Taça Libertadores da América: nas quartas de finais da edição de 2000 (perdeu de 2 x 1 no Estádio Monumental de Nuñez e venceu por 3 x 0 em La Bombonera); e nas semifinais da edição de 2004 (venceu por 1 x 0 em La Bombonera e perdeu de 2 x 1 no Monumental de Nuñez, mas venceu nos pênaltis por 5 x 4);
  • River eliminou o Boca Juniors na Copa Sul-Americana nas semifinais da edição de 2014 ( 0 x 0 em La Bombonera e venceu por 1 x 0 no Monumental de Nuñez);
  • River eliminou seu maior rival nas oitavas de final da Copa Libertadores de 2015. No jogo de ida, 1 x 0 para o River no Monumental de Nuñez, na volta, a partida terminou em 0 x 0, o jogo foi suspenso antes do segundo tempo começar por causa do spray de pimenta que os torcedores do Boca jogaram no vestiário do River.
  • Final do Nacional 1976: Boca 1 x 0 River;
  • Semifinais do Nacional 1972: River 3 x 2 Boca.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]