Tubo de lava

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Tubo de lava Thurston no Hawaii Volcanoes National Park. A faixa mais espessa na parede direita indica o nível do fluxo de lava que ocorreu neste tubo durante um período.

Tubos de lava são condutos naturais através dos quais a lava chega à superfície em um fluxo de lava, expelido por um vulcão em erupção. Eles podem estar ativos quando a lava ainda flui em direção à superfície, ou extintos, o que significa que o fluxo de lava cessou e a rocha esfriou, deixando um longo canal, semelhante a uma caverna. Uma vez que esses tubos são formados simultaneamente à rocha que os envolve, diz-se que são cavernas primárias.

Formação[editar | editar código-fonte]

Tubos de lava se formam de duas formas: pela solidificação de crostas sobre canais de lava e em derramamentos de lava pahoehoe, onde a lava flui sob a superfície.[1]

A lava usualmente deixa o ponto de erupção e corre sobre a superfície em canais, que tendem a se manter muito quentes, enquanto as superfícies e o ar que os envolvem estão muito mais frios. A superfície do derramamento, ao entrar em contato com o ar, que está muito mais frio, se solidifica criando uma crosta que age como um excelente isolante térmico para que o fluxo de lava possa manter sua temperatura no subsolo. Este é um mecanismo muito frequente na maiorias das escoadas basálticas e permite que a lava alcance grandes distâncias, podendo inclusive desaguar no mar após fluir somente pelo interior do tubo. Este tipo de tubo de lava costuma se iniciar próximo ao ponto de erupção.

A crosta de lava solidificada se converte no teto do tubo que passa a se esvaziar à medida que o fluxo de lava diminui. Pouco a pouco, a vazão de lava diminui e uma cavidade é formada entre o teto sólido e o rio de lava incandescente. Dependendo do tempo de atividade do tubo, ele adquirirá maiores dimensões e maior complexidade morfológica, podendo criar diversos caminhos.

Tubo de lava em fluxo pahoehoe no Craters of the Moon National Monument, Idaho, EUA

Em pontos mais distantes do ponto de erupção, a lava pode fluir em uma forma diferente, sem formação de canais, à medida que ela deixa sua fonte (em geral um outro tubo do primeiro tipo, que conduz a lava a partir do ponto de erupção) Este tipo de escoamento é chamado Pahoehoe que apresenta uma superfície macia e encordoada. A lava continua a fluir nessa forma até que seu resfriamento em contato com a atmosfera faz com que comece a bloquear o ponto de saída. Neste ponto, a lava sob a superfície ainda está quente o suficiente para encontrar outro caminho e irromper em outro ponto, que passa a ser a nova fonte. A lava flui sob a crosta solidificada, do ponto de saída anterior em direção à nova fonte, à medida que a lava externa do pahoehoe esfria. Isso forma um canal subterrâneo que se torna um tubo de lava.

Características[editar | editar código-fonte]

estalactites lavicas de Bagacina vermelha, Gruta das Torres, ilha do Pico, Açores.
Formações de lava semelhantes a estalactites na caverna Mushpot California, EUA.

Um campo de lava normalmente constitui de um tubo de lava principal e de uma série de tubos menores, que fornecem lava para o fluxo. Quando o fornecimento de lava termina no fim de uma erupção ou quando a lava é desviada para outro caminho, a lava no interior dos tubos é drenada e deixa condutos parcialmente vazios sob a terra.

Estes tubos drenados costumam apresentar marcas em suas paredes que indicam o nível que a lava alcançou em diversas erupções. Além disso, os tubos costumam ter chão plano. Algumas também têm o teto plano. Estalactites de lava que caem do teto são raros nesse tipo de caverna. No entanto algumas pequenas formações de lava formam-se quando o fluxo se retrai e a lava viscosa no teto pinga enquanto resfria. Respingos são formados quando a lava espirra sobre as paredes do tubo.

O diâmetro do tubo pode variar entre 1 e 10 metros e podem atingir vários quilômetros..[2] Sendo um mecanismo corrente de formação, é comum encontrar esse tipo de cavernas em regiões de origem vulcânica, como o Havaí (EUA), o Quênia e as Ilhas Canárias (Espanha), onde se localizam os maiores tubos vulcânicos já registrados:

  • A caverna Kazumura - Olaa Cave System, na Ilha Havaí, próxima a Hilo, tem 65 km de comprimento e desnível de 1.101 m. Localiza-se na encosta oriental do vulcão Kilauea.
  • Um tubo da erupção de 1859 do Mauna Loa, também no Havaí, entra no oceano a 50 km do ponto de erupção.
  • O Sistema Viento - Sobrado, na encosta norte do vulcão Teide, na ilha de Tenerife, Canárias, é constituído pela união, através de um sistema de labirintos, de dois tubos próximos, tem mais de 18 km de extensão cartografada e cerca de 480 m de desnível.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. (em inglês)Artigo sobre tubos de lava no US Geological Survey Photo Glossary Arquivado em 20 de janeiro de 2008, no Wayback Machine..
  2. *TEIXEIRA, Wilson. Vulcanismo, produtos e importância para a vida. In TEIXEIRA, Wilson et Alli. Decifrando a Terra (pg. 353). São Paulo: Oficina de Textos, 2000 ISBN 85-86238-14-7

Ligações externas[editar | editar código-fonte]