Taking a Stand in Baton Rouge

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Tomando uma posição em Baton Rouge
Taking a Stand in Baton Rouge
Taking a Stand in Baton Rouge.jpg
"Taking a Stand in Baton Rouge" stands in front of a line of police in Baton Rouge 2016.
Autor Jonathan Bachman
Data 9 de julho de 2016
Género Fotografia
Localização Baton Rouge

Tomando uma posição em Baton Rouge (em inglêsːTaking a Stand in Baton Rouge) é uma fotografia de autoria do fotógrafo Jonathan Bachman, tirada durante os protestos ocorridos no ano de 2016, na cidade de Baton Rouge, no estado norte-americano de Luisiana.[1]

História[editar | editar código-fonte]

No ano de 2016, após a morte de Alton Sterling que foi baleado por um policial na cidade de Baton Rouge, mesmo estando imobilizado; e a morte de Philando Castile que foi baleado em uma blitz policial de rotina, ocorreram vários protestos contra o tratamento policial norte-americano às minorias.[1][2][3]

No dia 09 de julho de 2016, o fotógrafo Jonathan Bachman foi designado para cobrir os protestos em Baton Rouge e, durante o seu trabalho, viu a cena da enfermeira Ieshia Evans, que estava em um protesto pacífico se recusando a sair da via, sendo presa por policiais de modo não violento. Bachman capturou a cena em fotografia. A foto repercutiu nacional e internacionalmente.[1][2][3][4]

Descrição da obra[editar | editar código-fonte]

A cena capturada ocorre no meio de uma rua. O foco central da fotografia é uma mulher negra serenamente parada, vestindo um longo vestido que balança na brisa, defronte a dois policiais brancos fortemente equipados com capacetes, coletes e protetores, a ponto de prende-la.[1][3][5]

Impacto cultural[editar | editar código-fonte]

Várias organizações de mídia descreveram a imagem como "icônica". O canal de televisão alemão n-tv descreveu Ieshia Evans como o "ícone" do protesto.[6] Teju Cole, escrevendo para a New York Times Magazine, disse que "apesar de, ou por causa de sua narrativa simples, a fotografia de Bachman se tornou um ícone. Ela se juntou a um pequeno grupo de outras imagens ligadas ao movimento Black Lives Matter", incluindo imagens de um homem jogando uma bomba de gás lacrimogêneo contra a polícia durante um dos protestos em Ferguson, no estado do Missouri, após o assassinato de Michael Brown em 2014; Bree Newsome derrubando uma bandeira confederada na Casa do Estado da Carolina do Sul; e o ativista DeRay Mckesson sendo preso em Baton Rouge, também enquanto protestava contra a morte de Sterling.[7]

A fotografia fez comparações com imagens de manifestações anteriores pelos direitos civis, bem como a imagem dos "Homem do Tanque" tirada durante os protestos da Praça Tiananmen, em 1989. Yoni Appelbaum comentou para o The Atlantic:[8]

Evans foi entrevistada por Gayle King para CBS This Morning, e o programa de rádio público Studio 360 posteriormente contratou Tracy K. Smith para escrever um poema sobre o assunto da imagem. A fotografia foi incluída no The Year in Pictures 2016 do The New York Times.[9]

Em 2017, a foto de Ieshia recebeu o primeiro prêmio para Assuntos Contemporâneos, no 60.º World Press Photo Contest.[10][11]

Após o protesto[editar | editar código-fonte]

Após o protesto, Ieshia Evans criticou os candidatos às eleições de 2016, Donald Trump e Hillary Clinton, bem como o ex-presidente Barack Obama. Ela era uma crítica vocal da administração Trump e afirmou que gostaria de ver mais denúncias devido ao ceticismo em torno das questões de justiça social.[12]

Ieshia Evans (musa da fotografia) e Jonathan Bachman (autor da fotografia) se encontraram para se conhecerem em dezembro de 2016, em um simpósio sobre fotografia jornalística organizado pela Reuters e pelo Centro Internacional de Fotografia.[13]

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

No mesmo ano em que a fotografia foi tirada, Ieshia foi nomeada Mulher Negra do Ano da Rede AfroAmerica[14] e apontada pela BBC como uma das 100 Mulheres mais influentes do mundo.[15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Fares, Melissa (12 de julho de 2016). «Taking a stand in Baton Rouge». Reuters (em inglês). Consultado em 9 de novembro de 2022 
  2. a b Iyengar, Rishi (11 de julho de 2016). «Everyone Is Talking About This Photo From Baton Rouge». Time (em inglês). Consultado em 9 de novembro de 2022 
  3. a b c Drainville, Raymond (março de 2018). «Iconography for the Age of Social Media». Humanities (em inglês) (1). 12 páginas. ISSN 2076-0787. doi:10.3390/h7010012. Consultado em 9 de novembro de 2022 
  4. «I wasn't afraid. I took a stand in Baton Rouge because enough is enough». The Guardian (em inglês). 22 de julho de 2016. Consultado em 9 de novembro de 2022 
  5. Appelbaum, Yoni (10 de julho de 2016). «A Single Photo From Baton Rouge That You Will Never Forget». The Atlantic (em inglês). Consultado em 9 de novembro de 2022 
  6. NACHRICHTEN, n-tv. «Iesha Evans wird zur Ikone des Protests». n-tv.de (em alemão). Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  7. Cole, Teju (26 de julho de 2016). «The Superhero Photographs of the Black Lives Matter Movement». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  8. «Taking a Stand in Baton Rouge». Wikipedia (em inglês). 17 de dezembro de 2022. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  9. «The Year in Pictures 2016». The New York Times (em inglês). 22 de dezembro de 2016. ISSN 0362-4331. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  10. Smyth, Diane. «The 2017 World Press Photo Contest winners are announced - 1854 Photography». www.bjp-online.com (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  11. Taylor, Alan. «Winners of the 2017 World Press Photo Contest - The Atlantic». www.theatlantic.com (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  12. «2 Years After Her Iconic Photo, Ieshia Evans Wants To Be Remembered As A Revolutionary». HuffPost (em inglês). 5 de julho de 2018. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  13. «Highlights of the Reuters and ICP event, 'Iconic in an Instant? One Trillion Images'». Reuters (em inglês). 6 de dezembro de 2016. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  14. Karabayinga, Jerome. «Rwandan Rebels Accuse Rwandan Government of Arming and Funding Militias Responsible for Abuses Against Civilians in Eastern DRC». AroniSmart (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  15. «BBC 100 Women 2016: Who is on the list?». BBC News (em inglês). 18 de novembro de 2016. Consultado em 17 de dezembro de 2022