Tancredo Appio Feijó

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Tancredo Appio Feijó
Tancredo Appio Feijó
Cidadania Brasil
Ocupação político

Tancredo Appio Feijó (Triunfo, ? — Caxias do Sul, ?) foi um notário e político brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho primogênito do latifundiário Luiz Antônio Feijó Júnior, figura influente no processo de colonização do nordeste do Rio Grande do Sul por imigrantes italianos, que resultou na fundação de Caxias do Sul e outras cidades. Tancredo herdou a influência do pai e também muitas terras,[1] sendo um dos maiores pagadores de imposto territorial de Caxias.[2] Foi coronel da Guarda Nacional, filiado ao Partido Republicano Rio-Grandense e conselheiro municipal de Caxias em quatro legislaturas (1897-1900, 1900-1904, 1904-1908 e 1908-1912).[3] Foi presidente do Conselho em 1909.[4] Em seu último mandato acumulou as funções de líder do PRR,[5] ajudante do procurador da República,[6] presidente da Junta de Alistamento Militar[7] e vice-intendente, assumindo interinamente o governo por ocasião do pedido de licença do intendente Vicente Rovea em 25 de janeiro de 1910.[3] Foi acusado de desvio de verbas e tráfico de influência, mas o caso é controverso.[5] Neste período a vila foi elevada à condição de cidade, e Feijó organizou grandes festividades para celebrar o acontecimento.[8] Renunciou ao cargo em 11 de dezembro de 1911[9] [Adami cita 1º de dezembro][10] e em seguida foi nomeado notário pelo Governo do Estado.[11]

Em 1924 foi convidado a integrar a Comissão Pró-Caxias, criada pelo prefeito Celeste Gobbato para enfrentar os problemas do município, sendo escolhido seu vice-presidente e permanecendo no posto até o fim desta administração em 1928,[12] e embora Gobbato o visse como um adversário, confiava na sua habilidade política.[13] Depois se alinhou à Aliança Libertadora[13] e em 1937 fez parte do comitê apoiador da candidatura de Armando Salles ao governo federal.[5] Faleceu solteiro, antes de 20 de julho de 1942. Teve como irmãos Taurino, Luiza, Lídia e Dario.[14]

Referências

  1. Stormowski, Márcia Sanocki. Crescimento Econômico e Desigualdade Social: o caso da ex-colônia Caxias (1875-1910). Dissertação de Mestrado. UFRGS, 2005, pp. 125-126
  2. "Imposto territorial". O Brazil, 15/01/1910
  3. a b Centro de Memória da Câmara Municipal de Caxias do Sul [Geni Salete Onzi (org.)]. Palavra e Poder: 120 anos do Poder Legislativo em Caxias do Sul. Ed. São Miguel, 2012, pp. 116-117; 132
  4. "Lei nº 8". Correio do Município, 31/01/1909
  5. a b c Valduga, Gustavo. Para além do coronelismo: italianos e descendentes na administração dos poderes executivos da Região Colonial Italiana do Rio Grande do Sul (1924-1945). Tese de Doutorado. PUCRS, 2012, pp. 101-103-105; 257
  6. "Editaes". Correio do Município, 03/01/1909
  7. "Edital". O Brazil, 17/09/1910
  8. Giron, Loraine Slomp. "Caxias Centenária: de Campo dos Bugres a Município (1890-2010)". História Daqui, 05/10/2013
  9. "Município de Caxias". A Federação, 18/04/1913
  10. Adami, João Spadari. História de Caxias do Sul 1964-1970. Edições Paulinas, 1971, p. 374
  11. "O Governo do Estado". A Federação, 18/01/1912
  12. Alves, Eliana Rela. Fides Nostra, Victorian Nostra: Os italianos católicos e o processo de aquisição do poder político na Intendência de Caxias (1890-1924). Dissertação de Mestrado. PUCRS, 1995, p. 92
  13. a b Monteiro, Katani Maria Nascimento. Um Italiano Irrequieto em Contexto Revolucionário - Um estudo sobre a atuação de Celeste Gobbato no Rio Grande do Sul (1912-1924). Tese de Doutorado. PUCRS, 2001, pp. 76-77
  14. "Edital de Protesto". O Momento, 20/07/1942

Ver também[editar | editar código-fonte]