Telegram

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Telegram
Logótipo
Telegram
Autor Nikolai Durov,
Pavel Durov
Desenvolvedor Telegram FZ LLC
Telegram Messenger Inc.
Plataforma Multiplataforma
Modelo do desenvolvimento GNU GPLv2 or GPLv3 (clients), proprietary (server)
Lançamento 14 de agosto de 2013; há 10 anos
Versão estável 10.8.1 (HarmonyOS)
10.8.2 (iOS)
10.8.2 (Android)
3.4 (Windows Phone)

2.0.0 (Cliente WebK)
10.4.1 (Cliente WebA)
4.15.0 PC/Mac/Linux
(15 de fevereiro de 2024; há 2 meses)

Versão em teste [+/-]
Idioma(s) Inglês, Árabe, Espanhol, Alemão, Neerlandês, Italiano, Português, Coreano, Francês, Malaio, Indonésio, Russo, Ucraniano, turco, catalão, persa e bielorrusso
Escrito em C++
Sistema operacional HarmonyOS, Android, iOS, Windows Phone, MS Windows, OS X, GNU/Linux,
Gênero(s) Mensageiro instantâneo
Licença
Estado do desenvolvimento Ativo
Página oficial https://telegram.org/

O Telegram é um serviço de mensagens instantâneas baseado na nuvem. O Telegram está disponível para smartphones ou tablets HarmonyOS, Android, iOS, Windows Phone, Ubuntu Touch, Firefox OS), computadores (Windows, OS X, GNU/Linux) e também como Aplicação web. Os usuários podem fazer chamadas com vídeo, enviar mensagens e trocar fotos, vídeos, autocolantes e arquivos de qualquer tipo. O Telegram também possui criptografia de ponta a ponta opcional. Os clientes do Telegram possuem código aberto, porém seus servidores são proprietários. O serviço também providencia APIs para desenvolvedores independentes.

O Telegram foi fundado em 2013 pelo irmãos Nikolai e Pavel Durov, os fundadores do VK, a maior rede social da Rússia.[1] O Telegram é uma empresa independente, não ligada ao VK.[2] Atualmente, encontra-se sediado em Dubai, Emirados Árabes Unidos.[3] Nikolai criou o novo protocolo MTProto[4] em que o mensageiro é baseado, enquanto Pavel forneceu apoio financeiro e de infraestrutura por meio de seu fundo da Digital Fortress.[5] É concorrente de serviços de mensagens semelhantes, o Telegram precisa de um número de telefone para se usar e é multiplataforma, tem versões para ambiente de trabalho e aparelho móvel, como iOS, Android, Windows, além de uma versão para navegadores web.[6] Diferentemente do WhatsApp, que limita para até 512 pessoas[7] em cada grupo, no Telegram o usuário pode criar um grupo com até 200.000 membros.[8]

Segurança[editar | editar código-fonte]

Explicação de chats secretos

O Telegram afirma que é mais seguro do que os mensageiros do mercado de massa, como WhatsApp e Line. O aplicativo possui dois tipos de chats. Os chats comuns usam criptografia de cliente-servidor e pode ser acessado a partir de vários dispositivos. Os bate-papos secretos usam criptografia end-to-end e só pode ser acessado a partir dos dois dispositivos participantes. Os terceiros, incluindo os administradores do Telegram, não podem ter acesso.[9] As mensagens e meios de comunicação no bate-papo secreto também pode ser configurado para se autodestruir em um determinado período de tempo depois de ser lido. Uma vez que o tempo se esgote, as mensagens desaparecem em ambos os dispositivos.[10] Todos os chats são criptografados, independentemente do tipo. A criptografia do Telegram é baseado em 256 bits de criptografia simétrica AES, criptografia RSA 2048 e garantia de troca de chaves Diffie-Hellman.[11]

Em 19 de dezembro de 2013, o apoiador do Telegram, Pavel Durov anunciou que iria dar US$200.000 em Bitcoins a alguém capaz de quebrar a criptografia do mensageiro.[12][13][14] Não houve vencedores até o momento e hoje o prêmio oferecido é de US$300.000.[15]

Em 2021, foi descoberto que utilizando Google Hacking seria possível descobrir grupos secretos no Telegram, onde usando um pequeno código de pesquisa no Google Busca, tornaria possível encontrar qualquer grupo.[16]

Código aberto[editar | editar código-fonte]

Todos os clientes oficiais do Telegram (e alguns dos clientes não oficiais) são de código aberto[17] e com suporte a builds verificáveis[18] (que permitem que especialistas verifiquem de forma independente que o código publicado no GitHub é exatamente o mesmo usado para construir os apps disponíveis na App Store ou da Google Play).[19]

O código do servidor é fechado. Pavel Durov mencionou que o código do servidor não é software livre, porque o Telegram requereria uma grande reformulação da arquitetura, a fim de permitir que servidores independentes se conectassem à nuvem do Telegram.[20]

Recentemente Pavel Durov publicou em seu canal no Telegram mais detalhes a respeito da possibilidade de tornar público o código do servidor:

"Publicar o código do servidor não garante privacidade porque, ao contrário do código do lado do cliente, não há como verificar se o mesmo código é executado nos servidores. E você nem mesmo precisa do código do lado do servidor para verificar a integridade dos chats secretos - eles são sólidos, independente de como os servidores funcionam."[21]


Na mesma mensagem Durov afirma ter adiado os planos de publicar o código do servidor porque, segundo ele, há 3 anos um regime autoritário estava tentando uma maneira de obter o código do Telegram para lançar seu próprio mensageiro e, depois, banir todas as outras redes sociais do país. "Eu não queria fornecer a ditadores ferramentas para escravizar sua população - esse não deveria ser o legado do Telegram. Não estamos prontos para trair nossos valores porque alguns usuários confusos parecem pensar que publicar o código do servidor irá de alguma forma melhorar a verificabilidade.", completou.[21]

Bloqueio no Brasil[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Bloqueio do Telegram no Brasil

Em 17 de março de 2022, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou, em decisão monocrática na Petição (PET) 9935 o bloqueio imediato da plataforma no Brasil. Discussões sobre a suspensão do Telegram ocorriam desde janeiro.[22] A ordem foi motivada pelas omissões do Telegram em cumprir decisões judiciais e atendeu a um pedido da Polícia Federal.[23] Antes que ocorresse a suspensão, em 20 de março o Telegram cumpriu as omissões e Alexandre de Moraes revogou a decisão de bloqueio do aplicativo.[24] Em 26 de abril de 2023, o aplicativo novamente foi bloqueado no país após não cumprir decisão judicial que obrigava o mensageiro a divulgar à Polícia Federal conversas, arquivos e demais provas de crimes cometidos por grupos considerados neonazistas. A multa aplicada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) é de R$ 1 milhão por dia. [25]

Em 10 de maio de 2023, novamente houve determinação de suspensão, por 72 horas, pelo ministro Alexandre de Moraes, em decisão no Inquérito das Fake News, caso o aplicativo não removesse mensagem contra o PL 2630/2020 no prazo de 1 hora após intimação.[26][27][28]

Eleições Australianas[editar | editar código-fonte]

Durante a eleição federal australiana em 2022, o Partido da Liberdade, micro-partido ligado ao movimento anti-lockdown no contexto da Pandemia de Covid-19,[29] esteve ligado com uma série de fake news sobre o sistema eleitoral australiano. A Comissão Eleitoral Australiana contatou diversas redes sociais e big techs para se preparar para as eleições, mas não obteve resposta do Telegram, considerado uma peça-chave no combate às fake news.[30]

Notas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Meet Telegram, A Secure Messaging App From The Founders Of VK, Russia’s Largest Social Network, TechCrunch, 27 de outubro de 2013 
  2. «UAE invests $150m in Telegram messaging app». Middle East Monitor (em inglês). 24 de março de 2021. Consultado em 17 de novembro de 2021 
  3. «Telegram F.A.Q.». Telegram. Consultado em 30 de dezembro de 2018 
  4. «MTProto Mobile Protocol». core.telegram.org. Consultado em 11 de janeiro de 2021 
  5. Russia’s Zuckerberg launches Telegram, a new instant messenger service, Reuters, 30 de agosto de 2013 
  6. «Curiosidades do Telegram que você não sabia» 
  7. Santos, Lucas (10 de junho de 2022). «WhatsApp libera atualização com grupos de até 512 usuários». TecMundo. Consultado em 4 de julho de 2022 
  8. «Telegram 3.7: ahora con supergrupos públicos y herramientas para eliminar SPAM». El Androide Libre. Consultado em 2 de maio de 2016 
  9. New instant messenger Telegram protected even from spy intrusions, VentureBeat, 12 de novembro de 2013 
  10. Telegram FAQ, consultado em 10 de fevereiro de 2014 
  11. Telegram technical FAQ for Advanced users 
  12. «Crypto contest announcement», Telegram official website, consultado em 2 de junho de 2014 
  13. «Secure messaging app Telegram offers $200,000 to the first person who can break its encryption», The Next Web, 19 de dezembro de 2013, consultado em 6 de fevereiro de 2014 
  14. «Telegram offers award to crack encryption», BBC, 19 de dezembro de 2013, consultado em 30 de dezembro de 2013 
  15. «$300,000 for Cracking Telegram Encryption». Consultado em 11 de maio de 2023 
  16. «Grupos secretos do Telegram estão sendo indexados pelo Google — e isso não é bom». br.financas.yahoo.com. Consultado em 31 de março de 2021 
  17. Telegram source code links, consultado em 12 de fevereiro de 2013 
  18. «Verifiable Builds, New Theme Editor, Send When Online and So Much More». Telegram. 1 de janeiro de 2020. Consultado em 11 de janeiro de 2021 
  19. «Telegram FAQ». Telegram. Consultado em 11 de janeiro de 2021 
  20. «Pavel Durov: "No application is 100% safe"», El Diario Turing, 2 de fevereiro de 2014, consultado em 12 de fevereiro de 2014 
  21. a b «Durov's Chat». Telegram. Consultado em 11 de janeiro de 2021 
  22. Sarah Teófilo (27 de janeiro de 2022). «'Covardia o que estão querendo', diz Bolsonaro sobre Telegram». R7. Consultado em 19 de março de 2022. Cópia arquivada em 19 de março de 2022 
  23. Julio Wiziack (18 de março de 2022). «Telegram deve ser bloqueado até terça, dizem operadoras». Folha de S. Paulo. Consultado em 19 de março de 2022. Cópia arquivada em 19 de março de 2022 
  24. «Telegram cumpre decisões, e Moraes revoga ordem de bloqueio do app em todo o país». G1. 20 de março de 2022. Consultado em 20 de março de 2022 
  25. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/justica-federal-manda-suspender-telegram-temporariamente-e-aplica-multa-de-r-1-milhao-por-dia/
  26. «Moraes manda Telegram apagar mensagem contra PL das Fake News sob pena de suspender app». G1. Consultado em 10 de maio de 2023 
  27. «Telegram cumpre ordem do STF e apaga mensagem que atacava PL das Fake News». G1. Consultado em 10 de maio de 2023 
  28. Rigue, André. «Telegram cumpre ordem do STF, apaga mensagem sobre o PL das Fake News e divulga texto sobre desinformação no lugar». CNN Brasil. Consultado em 10 de maio de 2023 
  29. Annika Smethurst (1 de setembro de 2022). «Election winner will face expanded crossbench in upper house» (em inglês). Brisbane Times. Consultado em 2 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2022 
  30. Ariel Bogle (31 de agosto de 2022). «'Stolen' federal election narratives saw TikTok asked by AEC to remove footage of vote-counting staff» (em inglês). ABC News. Consultado em 2 de setembro de 2022. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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