Tema da Paflagônia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Παφλαγονίας θέμα
Tema Paflagônio
Tema do(a) Império Bizantino
ca. 820-século XI
 



Temas bizantinos em 950, mostrando o Tema Paflagônio em azul na parte norte da Anatólia
Capital Gangra
Líder estratego

Período Idade Média
ca. 820 Estabelecimento do tema
século XI Invasão pelos turcos seljúcidas

Tema Paflagônio (em grego: θέμα Παφλαγονίας) ou Tema da Paflagônia foi um tema (província civil-militar) do Império Bizantino na região da Paflagônia, ao longo da costa norte da Anatólia. Fundado no século IX, provavelmente ca. 820, compreendeu grosso modo à província romana de Paflagônia e foi sede duma esquadra naval. Com a derrota bizantina na batalha de Manziquerta, os turcos seljúcidas conquistaram a região, que parcialmente foi reconquistada por João II Comneno (r. 1118–1143) e Teodoro I Láscaris (r. 1204–1222).

História[editar | editar código-fonte]

O Tema da Paflagônia e o seu estratego (governador) aparecem nos registros pela primeira vez em novembro de 826 e é possível que o tema tenha sido fundado por volta de 820.[1][2] O território corresponde, a grosso modo, com o da província romana da Paflagônia, que até então havia sido incorporado pelos temas Opsiciano e Bucelário.[3][4] Sua capital administrativa e eclesiástica era Gangra, a mesma dos tempos romanos.[5]

Warren Treadgold - que acredita que a Paflagônia pertencia ao Tema Armeníaco e não ao Bucelário - sugere que a sua reemergência como uma província separada está ligada à nova ameaça naval dos rus' no Mar Negro.[6] De acordo com os geógrafos árabes ibne Cordadebe e ibne Alfaci, a província tinha 5 000 tropas e cinco fortalezas.[3][4][7] Uma notável exceção na hierarquia dos temas é a existência dum catepano - encarregado duma esquadra naval - com sede em Amástris.[1][3]

Após a Batalha de Manziquerta em 1071, a maior parte da região foi perdida para os turcos seljúcidas; as campanhas de João II Comneno (r. 1118–1143) na década de 1130 recuperaram parte da costa, mas o interior permaneceu em mãos turcas. Após a Quarta Cruzada, a Paflagônia caiu sob o controle de David Comneno, mas em 1214, o imperador de Niceia Teodoro I Láscaris (r. 1204–1222), tomou a região ocidental até a cidade de Amástris. Este trecho permaneceu em poder dos bizantinos até o final do século XIV, quando o território foi em parte tomado pelos turcos e o restante pela República de Gênova.[3]

Referências

  1. a b Nesbitt 2001, p. 25.
  2. Oikonomides 1972, p. 349.
  3. a b c d Kazhdan 1991, p. 1579.
  4. a b Pertusi 1952, p. 136.
  5. Pertusi 1952, p. 137.
  6. Treadgold 1995, p. 31, 69.
  7. Treadgold 1995, p. 67–69.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Nesbitt, John W.; Oikonomides, Nicolas (2001). Catalogue of Byzantine Seals at Dumbarton Oaks and in the Fogg Museum of Art, Volume 4: The East (em inglês). Washington, Distrito de Colúmbia: Dumbarton Oaks Research Library and Collection. ISBN 0-88402-226-9 
  • Oikonomides, Nicolau (1972). Les listes de préséance byzantines des IXe et Xe siècles (em francês). Paris: [s.n.] ISBN 0-19-504652-8 
  • Pertusi, A. (1952). Constantino Porfirogenito: De Thematibus (em italiano). Roma: Biblioteca Apostolica Vaticana 
  • Treadgold, Warren T. (1995). Byzantium and Its Army, 284–1081 (em inglês). Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-3163-2