Tempestade de Santa Rosa

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Imagem de satélite que mostra a Tempestade de Santa Rosa avançando sobre partes da Argentina e o Uruguai em 4 de setembro de 2003.

Tempestade de Santa Rosa ou Tormenta de Santa Rosa é uma tempestade que ocorre na Argentina e no Uruguai (e por vezes em partes do estado brasileiro do Rio Grande do Sul)[1][2] até quinze dias antes ou quinze dias depois da festa litúrgica de Santa Rosa de Lima, celebrada em 30 de agosto de cada ano em alguns países da América Latina.[3]

Segundo a lenda, Isabel Flores y Oliva, conhecida como Santa Rosa de Lima, teria causado uma forte tempestade que impediu os piratas neerlandeses de atacar a cidade de Lima em 1615. No entanto, os meteorologistas atribuem a tempestade ao choque dos primeiros ventos quentes que são um produto do equinócio da primavera com frentes frias.[3]

A lenda é muito popular na Argentina e no Uruguai, especialmente na região do Rio da Plata (incluindo Buenos Aires e Montevidéu) e na província argentina de Córdoba e na região de Cuyo.

Mito e realidade[editar | editar código-fonte]

Dados climáticos mostram que a tempestade é uma das primeiras a se formar no período próximo ao final do inverno, cerca de 10 dias antes de 20 de agosto e 20 de setembro.[2]

Na crença popular, a tempestade de Santa Rosa é uma das mais violentas do ano. No entanto, a realidade é diferente. Para a cidade de Buenos Aires (de acordo com o Observatório Villa Ortúzar SMN), a tempestade só apareceu cinco dias antes ou depois de 30 de agosto em dezesseis ocasiões desde 1861. No entanto, chuvas são frequentes neste período, o que ajuda a manter o mito vivo.[4]

A tormenta de Santa Rosa não acontece em toda a Argentina e províncias como Mendoza e Salta raramente registram o episódio. A tempestade é mais comum em províncias centrais como Buenos Aires, Córdoba, Entre Ríos, Santa Fé, além do Uruguai e do Rio Grande do Sul.[2]

Das dezesseis tempestades de Santa Rosa que ocorreram entre 1870 e 2003, sete ocorreram desde 1992, provavelmente devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas.[2]

Referências

  1. «Tormenta de Santa Rosa traz muito granizo e chuva». Portal Plural. Consultado em 8 de setembro de 2021 
  2. a b c d «Tormenta de Santa Rosa». Metsul. 29 de agosto de 2006. Consultado em 8 de setembro de 2021. Arquivado do original em 30 de agosto de 2021 
  3. a b «Tormenta de Santa Rosa: todo lo que debes saber sobre el fenómeno atmosférico». El Comercio (em espanhol). 1 de setembro de 2021. Consultado em 8 de setembro de 2021 
  4. «¿Llega la tormenta de Santa Rosa?». Servicio Meteorologico Nacional (em espanhol). Consultado em 8 de setembro de 2021