Tempestade tropical da Nova Escócia de 2006

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Tempestade tropical sem nome
imagem ilustrativa de artigo Tempestade tropical da Nova Escócia de 2006
A tempestade perto de seu pico de intensidade
História meteorológica
Formação 17 de Julho de 2000
Dissipação 18 de Julho de 2007
Tempestade tropical
1-minuto sustentado (SSHWS/NWS)
Ventos mais fortes 50 mph (85 km/h)
Pressão mais baixa 998 mbar (hPa); 29.47 inHg
Efeitos gerais
Fatalidades nenhuma
Danos desconhecido
Áreas afetadas Canadá (Terra Nova)

Parte da Temporada de furacões no Atlântico de 2006

A tempestade tropical da Nova Escócia de 2006 (designação do NHC: AL02) foi um ciclone tropical de curta duração que foi classificado como tal em análises pós-tempestade. Sendo a segunda tempestade tropical da temporada de furacões no Atlântico de 2006, o sistema formou-se como um ciclone extratropical a sudeste de Nantucket, Massachusetts, Estados Unidos, em 16 de Julho de uma frente fria em dissipação. A tempestade seguiu para nordeste sobre águas mornas e em 17 de Julho, o sistema tornou-se uma tempestade tropical depois que uma área de convecção formou-se no seu centro. A tempestade rapidamente chegou a 85 km/h antes de encontrar águas frias e se enfraquecer. Em 18 de Julho, a tempestade se degenerou para uma área de baixa pressão remanescente não convectiva e após passar sobre Terra Nova, a tempestade se dissipou em 19 de Julho. Os impactos no Canadá foram mínimos e não foram registrados mortes.

História meteorológica[editar | editar código-fonte]

Mapa demarcando o percurso e intensidade da tempestade, de acordo com a escala de furacões de Saffir-Simpson
Chave mapa
     Depressão tropical (≤62 km/h, ≤38 mph)
     Tempestade tropical (63–118 km/h, 39–73 mph)
     Categoria 1 (119–153 km/h, 74–95 mph)
     Categoria 2 (154–177 km/h, 96–110 mph)
     Categoria 3 (178–208 km/h, 111–129 mph)
     Categoria 4 (209–251 km/h, 130–156 mph)
     Categoria 5 (≥252 km/h, ≥157 mph)
     Desconhecido
Tipo tempestade
triangle Ciclone extratropical, baixa remanescente, distúrbio tropical, ou depressão monsonal

Uma frente fria deixou a Costa Leste dos Estados Unidos no final de 13 de Julho e logo após estacionou-se sobre o Oceano Atlântico noroeste.[1] A frente enfraqueceu-se e dissipou-se, deixando duas áreas de baixa pressão. A área mais ao sul estava localizada a cerca de 320 km/h ao sul de Cabo Hatteras, Carolina do Norte[2] e depois se tornou a Tempestade tropical Beryl,[3] enquanto a área mais ao norte estava localizada a 470 km de Cape Cod, Massachusetts.[2] Esta área mais ao norte tornou-se uma uma área de baixa pressão extratropical em 16 de Julho depois que um cavado aproximou-se ao seu oeste. Movendo-se para nordeste dobre águas mornas por volta de 27 a 28°C, o cavado enfraqueceu-se e no final de 16 de Julho, o sistema separou-se da frente fria em dissipação. Pouco depois, uma grande área de convecção formou-se perto de seu centro e foi estimado que o sistema tinha se tornado uma depressão tropical no começo da madrugada de 17 de Julho. Neste momento, o sistema estava localizado a cerca de 390 km a sudeste de Nantucket, Massachusetts.[1]

Acelerando para nordeste, a depressão encontrou condições favoráveis para desenvolvimento e intensificou-se numa tempestade tropical seis horas depois de ter se tornado num ciclone tropical. Uma banda de convecção curvada espiralmente formou-se na porção norte da tempestade, com outras bandas destacadas tornando-se mais proeminentes. A tempestade continuou a fortalecer-se e no final de 17 de Julho, a tempestade atingiu o seu pico de intensidade com ventos constantes de 85 km/h enquanto estava localizado a 395 km ao sul de Halifax, Nova Escócia, Canadá. Pouco depois, a tempestade encontrou águas muito frias depois de deixar a corrente do Golfo. A tempestade rapidamente se enfraqueceu assim que as áreas de convecção diminuíram rapidamente e em 18 de Julho, a tempestade se degenerou para uma área de baixa pressão remanescente não convectiva. Seus remanescentes atravessaram a Terra Nova, Canadá antes de seguir para leste-nordeste e em 19 de Julho, o sistema dissipou-se.[1]

Operacionalmente, o sistema foi classificado como um sistema não tropical. Entretanto, análises pós-tempestade da tempestade proveram evidências suficientes de características tropicais para garantir a classificação como uma tempestade tropical não nomeada. Observações analisaram que a tempestade apresentava um núcleo morno simétrico, enquanto que em tempo real, o núcleo foi considerado subtropical. Além do mais, a tempestade foi primeiramente avaliada como uma baixa frontal em tempo real, embora análises subsequentes não indicavam características frontais e também indicavam que não havia ar frio no ambiente quando a tempestade atingiu seu pico de intensidade.[1]

Impactos, o nome e recordes[editar | editar código-fonte]

A tempestade antes de atingir a Terra Nova, Canadá.

Depois de entrar na área de responsabilidade do Centro Canadense de Furacões, uma boia registrou ventos máximos constantes de 56 km/h com rajadas de 70 km/h.[4] A mesma boia registrou uma pressão atmosférica mínima de 1001,2 mbar[1] A tempestade enfraqueceu-se grandemente antes de atingir a Terra Nova e como resultado, os danos foram mínimos.[4] Não foi emitida qualquer previsão oficial para a tempestade.[1] Entretanto, o Centro de Previsões de Tempestades Atlânticas emitiu avisos de vento forte em alto mar devido esta tempestade.[4]

Como parte de sua revisão pós-temporada rotineira, o Centro Nacional de Furacões ocasionalmente identificou um ciclone tropical ou subtropical que não fora designado baseado em novos dados ou em interpretações meteorológicas. A re-análise de 2006 resultou na reclassificação de uma tempestade tropical que não fora nomeado em 15 de Dezembro de 2006. Se a tempestade tivesse sido classificado operacionalmente, deveria ter sido a tempestade tropical Beryl.[1] O último ciclone tropical a ser classificado como tal foi o Furacão Oito na temporada de 1991. Este furacão é mais conhecido como a Tempestade Perfeita. Vários outros ciclones subtropicais foram classificados como tais durante análises pós-tempestades. O mais recente aconteceu em 2005.[5]

Depois de tornar-se um ciclone tropical na latitude 39,1°N, a tempestade quebrou o recorde de ciclogênese tropical mais ao norte já registrado no Atlântico desde que os registros começaram na temporada de 1940, superando a tempestade tropical Arthur em 2002. Incluindo os ciclones subtropicais, a tempestade de 2006 teve seu ciclogênese tropical mais ao norte desde uma tempestade subtropical em Dezembro de 1975. Além do mais, o ciclone tornou-se uma tempestade tropical mais ao norte do qualquer outro no mês de julho e formou-se mais ao norte do que qualquer outra tempestade Atlântica desde a tempestade tropical Alberto em 1988.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g Eric S. Blake and John L. Beven (2006). «Unnamed Tropical Storm Tropical Cyclone Report» (PDF). National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2007 
  2. a b MAINELLI/BEVEN (2006). «July 16, 2006 Tropical Weather Outlook (2)». National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2007 [ligação inativa]
  3. Richard Pasch (2006). «Tropical Storm Beryl Tropical Cyclone Report» (PDF). National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2007 
  4. a b c Canadian Hurricane Centre (2007). «2006 Atlantic Hurricane Season Review» (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2007. Arquivado do original em 26 de julho de 2007 
  5. a b NHC Hurricane Research Division (2007). «Atlantic hurricane best track». NOAA (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2007 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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