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Terapia breve

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A psicoterapia breve é uma modalidade de psicoterapia caracterizada por sua duração reduzida, foco delimitado e objetivos específicos. Diferencia-se de abordagens psicoterápicas tradicionais, como a psicanálise clássica, por estabelecer desde o início (ou logo após as primeiras sessões) um tempo limitado de tratamento e uma meta clara a ser alcançada.[1]

Histórico

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As origens da psicoterapia breve remontam à psicanálise freudiana. Entre os primeiros autores a proporem modificações esteve Sándor Ferenczi, na década de 1920, com a chamada terapia ativa, que encurtava o processo ao estimular maior participação do terapeuta. Outro pioneiro foi Otto Rank, que introduziu a noção de motivação para mudança. Posteriormente, Franz Alexander e Thomas French sistematizaram princípios técnicos para a aplicação eficaz da psicoterapia de curta duração.[2]

Características

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A psicoterapia breve não se limita a uma redução do tempo de tratamento, mas apresenta características próprias:

  • Foco central definido (queixa principal ou conflito prioritário);
  • Tempo limitado, variando entre algumas sessões até cerca de um ano;
  • Atuação mais ativa do terapeuta, em contraste com a postura de neutralidade típica da psicanálise clássica;
  • Ênfase no "aqui e agora" e em resultados práticos e imediatos.[1]

Modalidades

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A literatura distingue dois grandes eixos principais:

  • Psicoterapia breve psicodinâmica (PBP): de orientação psicanalítica, mantém a noção de inconsciente, mas aplica técnicas de atenção seletiva e postura mais diretiva do terapeuta.
  • Psicoterapia breve cognitivo-comportamental (TCC): considerada breve por natureza, costuma ter em média dez sessões ou menos, visando modificar cognições e comportamentos específicos.[2]

Há ainda abordagens integrativas ou ecléticas, que combinam elementos de diferentes escolas, incluindo contribuições humanistas e cognitivistas.[2]

Aplicações

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A psicoterapia breve é indicada para situações em que se busca alívio rápido do sofrimento psíquico e em que o paciente apresenta condições de engajamento em um processo focal e limitado. É utilizada em contextos de consultório, aconselhamento e hospitais. Entre as indicações mais comuns estão: transtornos de ansiedade, depressão, fobias, estresse pós-traumático, luto, compulsões e crises emocionais agudas.[2]

No âmbito clínico, é considerada uma alternativa eficaz diante de demandas por tratamentos mais rápidos e de menor custo, sem abrir mão da profundidade necessária para mudanças significativas.[3]

Referências

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  1. a b Simon, R. (1990). Psicanálise e psicoterapia breve. Psicologia USP, 1(1), 93-96. PePSIC
  2. a b c d Menezes, G. R. A.; Casanova, P. F.; Batista, E. C. (2021). Psicoterapia Breve: Contexto Histórico, Técnicas e Modalidades. Revista de Enfermagem e Saúde Coletiva, 6(2), 114-121. Revesc
  3. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. (s.d.). O que é a Psicoterapia Breve? HCX FMUSP