Templos afro-brasileiros
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São chamados de Templos afro-brasileiros os Terreiros, Roças, Sítios, Casas de Candomblé, Batuque e Tendas ou Centros de Umbanda e outros nomes utilizados pela maioria das religiões afro-brasileiras.[1]
Segundo o antropólogo Renato da Silveira A Constituição Política do Império do Brasil, jurada, em nome da Santíssima Trindade, no dia 25 de março de 1824. Em seu artigo quinto, diz: "A religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular, em casas para isso determinadas, sem forma alguma exterior de templo". E segundo Antonio Risério[2] de Salvador, Bahia, "Temos ao mesmo tempo, uma permissão e uma proibição. A permissão se dá na dimensão simbólico-ideológica: permite-se a existência de religiões que não a católica. A proibição, por sua vez, incide sobre a expressão física dessas religiões, em termos de seus locais de encontro e rito. Não se pode ter forma alguma exterior de templo. É uma proibição arquitetônica".
Terreiro[editar | editar código-fonte]
Terreiro (do latim terrarium[3]) nos cultos afro-brasileiros, é o local onde se realizam os cultos cerimoniais e são feitas oferendas aos orixás.[4] Embora nem sempre de terra batida, o nome permanece como referência aos barracões e quintais onde as celebrações eram realizadas.[3]
Candomblé[editar | editar código-fonte]
No Candomblé é como são geralmente conhecidos os templos de candomblé ou Espaço de Religião de Matriz Africana. Mas também são chamados de casas, roças e, dependendo da nação, podem ser chamados de barracões ou, ainda, pela palavra correspondente a casa nos vários idiomas africanos, ou seja:[5]
- em iorubá, terreiro é ebê e casa é ilé. Normalmente escrevemos ilê porque é essa a pronúncia. Note-se que os nomes das casas sempre começam por ilê axé, que é o mesmo que "casa de axé".
- em fom, "casa" é cué
- em Angola, "casa" é inço ou cazuá.
Barracão[editar | editar código-fonte]
Barracão de um candomblé é o espaço onde são realizadas as festas públicas.
Também conhecido como Ilê Axé, é o local sagrado para o povo do santo, onde acontecem as festas públicas, e pode abrigar uma grande parte dos convidados. No local central (sob o solo) estão fixados, "plantados" os fundamentos do orixá da Terra. Todos os adeptos reverenciam seus orixás e ancestrais em sinal de respeito e amor.
O barracão também é usado para rituais de Sasanha, bori, ori e outras festas internas. Quando as festas silenciam, pode ser utilizado como um dormitório coletivo, onde esteiras são espalhadas pelo chão e cada um leva suas cobertas.
A lei federal nº. 6.292 de 15 de dezembro de 1975 protege os terreiros de candomblé no Brasil, contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) são os responsáveis pelo tombamento das casas.
Terreiros de Candomblé Tombados[editar | editar código-fonte]
- Casa Branca do Engenho Velho T.1986 - Salvador, Bahia
- Ilê Axé Opô Afonjá T.1999 - Salvador, Bahia
- Terreiro do Gantois T.2002 - Salvador, Bahia
- Casa das Minas T.2002 - São Luís, Maranhão
- Terreiro Bate Folha T.2003 - Salvador, Bahia
- Casa de Oxumarê T.2004 - Salvador, Bahia
- Terreiro Pilão de Prata T.2004 - Salvador, Bahia
- Terreiro do Portão T.2004 - Lauro de Freitas, Bahia
- Terreiro do Alaqueto T.2005 - Salvador, Bahia
- Ilê Axé Opô Aganju T.2005 - Lauro de Freitas, Bahia
- Ilê Axé Ajagunã T.2005 - Lauro de Freitas - Bahia
- Terreiro Mokambo T.2006 - Salvador, Bahia
- Terreiro de Jauá T.2006 - Camaçari, Bahia
- Terreiro do Bogum - Salvador, Bahia
- Terreiro Pilão de Cobre - Salvador, Bahia
- Ilê Axé Ibá Ogum T.2007 - Vale da Muriçoca - Salvador, Bahia
- Kwé Ceja Houndé T.2014 - Cachoeira, Bahia
- Terreiro da Goméia - Lauro de Freitas, Bahia
- Casa de Nagô - São Luís, Maranhão
- Pela sequência de tombamento:
- Ilê Axé Iá Nassô Ocá - Casa Branca T.1986, (Vasco da Gama)
- Ilê Axé Opô Afonjá T.1999, (São Gonçalo do Retiro)
- Casa das Minas T.2002 - São Luís, Maranhão
- Ilê Axé Omim Iá Iamacê - Gantois T.2002, (Federação)
- Inzo Manzo Banduquenquê - Bate Folha T.2003, (Mata Escura)
- Ilê Mariolaje - Olga de Alaqueto T.2005, (Luiz Anselmo)
- Terreiro São Jorge Filho da Gomeia Portão T.2004, (Lauro de Freitas)
- Ilê Axé Oxumarê T.2004, (Vasco da Gama) Salvador
- Terreiro Pilão de Prata T.2004, (Boca do Rio) Salvador
- Ilê Axé Opô Aganju T.2005, (Lauro de Freitas)
- Ilê Axé Ajagunã T.2005, Lauro de Freitas
- Ilê Axé Alabaxê T.2006, Maragojipe,
- Terreiro de Jauá T.2006, Camaçari
Referências
- ↑ G1 lista terreiros de candomblé na BA e dá dicas para frequentar templos
- ↑ Matéria de Antonio Risério para o Terra
- ↑ a b Yaracylda Farias Coimet (2006). Dicionário das manifestações folclóricas de Pernambuco: com ilustrações, 354 palavras e expressões. Editora Universitária UFPE. p. 166. ISBN 978-85-7315-359-0.
- ↑ Nevill Drury. Dicionário de Magia E Esoterismo. Editora Pensamento. p. 347. ISBN 978-85-315-1361-9.
- ↑ Mapeamento dos Terreiros de Candomblé em Salvador
- ↑ «IPHAN Tombamentos dos Terreiros de Candomblé». Consultado em 14 de março de 2008. Arquivado do original em 28 de junho de 2007
- ↑ Terreiro Mokambo
- ↑ Tombamento Casa das Minas
- ↑ «Tambamento da Casa das MInas». Consultado em 15 de março de 2008. Arquivado do original em 21 de junho de 2014
- ↑ Tombamento do Terreiro Bate Folha
- ↑ Tombamento do Terreiro Pilão de Prata e outros
- ↑ Tombamento do Ilê Axé Opô Afonjá
- ↑ «Tombamento do Terreiro Pilão de Prata». Consultado em 25 de maio de 2019. Arquivado do original em 4 de março de 2016
- ↑ Tombamento do Terreiro São Jorge Filho da Goméia
- ↑ RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS LEI 10.639/03
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Fontes para ampliação do artigo:
- http://www.leismunicipais.com.br/a/ba/s/salvador/lei-ordinaria/1985/359/3591/lei-ordinaria-n-3591-1985-cria-delimita-e-institucionaliza-como-area-sujeita-a-regime-especifico-na-subcategoria-area-de-protecao-cultural-e-paisagistica-as-areas-do-candom-ble-ile-axe-iya-nasso-oka-terreiro-da-casa-branca-do-engenho-velho-do-candomble-ipatitio-gallo-terreiro-sao-jeronimo-do-candomble-zoogodo-bogun-male-rundo-e-da-outras-providencias-1985-00-00.html
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