Terremoto de Basileia de 1356

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Terremoto de Basileia na visão do pintor suíço Karl Jauslin.

O terremoto de Basileia (Suíça) de 18 de outubro de 1356 foi o mais significante evento sismológico ocorrido na Europa Central na história documentada,[1] tendo alcançado de 6,0 - 7,1 de magnitude de momento.[2] Esse tremor é também conhecido como o "Séisme de la Saint-Luc", pelo motivo de 18 de outubro ser o dia festivo de São Lucas.

Terremoto[editar | editar código-fonte]

Entre as 19hrs e 20hrs do horário local (UTC +1), acontece um tremor antecessor. Em seguida, em torno das 22hrs, o sismo principal atinge a região seguido de numerosas réplicas ao longo da noite.[3] Basileia experimentou um segundo e muito violento tremor no meio da noite. Dentro de suas muralhas, a cidade foi destruída por um grande incêndio ocasionado pelas chamas das tochas e velas derrubadas no chão das casas de madeira. Apenas no interior da cidade, o número de mortes foi estimado em 300. Todas as maiores igrejas e castelos dentro de um raio de 30 km (19 milhas) de Basileia foram destruídas.[4]

A crise sísmica durou um ano. A modelagem dos dados macrossísmicos sugere que a fonte do tremor teve um sentido leste-oeste, correspondendo com as falhas da Cordilheira do Jura.[5] Por outro lado, estudos paleossismológicos indicam que a causa do terremoto deve-se a uma falha normal, com orientação norte-nordeste a sul-sudoeste e sul de Basileia.[6] A magnitude significativa do evento sugere a existência de uma possível extensão dessa falha sob a cidade.

Localização[editar | editar código-fonte]

Devido aos registros limitados do evento, uma variedade de epicentros do terremoto foram propostos. Algumas das possíveis localizações incluem falhas abaixo da Cordilheira do Jura ou ao longo da Escarpa de Basileia-Reinach.[1] Outro estudo mostrou que o epicentro poderia ter sido localizado a 10 km (6,2 milhas) ao sul de Basileia.[1] Another study placed the epicenter 10 km (6,2 mi) south of Basel.[7]

Intensidade[editar | editar código-fonte]

O terremoto foi sentido em Zurique (Suíça), Constança (Alemanha), e até em Île-de-France. A intensidade máxima registrada na escala Medvedev-Sponheuer-Karnik foi IX-X (Destrutivo-Devastador). O mapa macrossísmico foi estabelecido com base em danos reportados em 30 a 40 castelos da região.[4][8]

Desses dados macrossísmicos, vários estudos foram conduzidos estimando a magnitude de momento do terremoto, levando a resultados em diversos valores de 6,2 (BRGM 1998);[2][4] 6,0 (GEO-TER 2002);[2] 6,9 (SED 2004) com um relatório sugerindo um alcance entre 6,7 e 7,1;[2] 6,6 (GFZ 2006);[2] e um importante estudo suíço com 21 especialistas europeus, com envolvimento norte-americano, em que quatro sub-grupos estimaram valores de 6,9; 6,9; 6,5 a 6,9 e 6,5 ± 0,5 (PEGASOS 2002-2004).[2] Há também diferentes opiniões sobre quais falhas estavam envolvidas.[2]

Dano[editar | editar código-fonte]

O terremoto destruiu a cidade de Basileia, na Suíça, localizada no extremo sul do Planalto Superior do Reno, e causou muita destruição em uma vasta região que se estende pela França e Alemanha. Embora grandes terremotos sejam comuns nas bordas sismicamente ativas de placas tectônicas na Turquia, Grécia e Itália, sismos intraplacas são eventos raros na Europa Central. De acordo com o Serviço Sismológico Suíço, dos mais de 10 mil terremotos na Suíça nos últimos 800 anos, apenas meia dúzia desses registrou mais de 6,0 na escala de Richter.[9]

Referências

  1. a b c «1356 Basel Earthquake: A 650-Year Retrospective» (PDF). Risk Management Solutions. 2006. Consultado em 27 de novembro de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 29 de fevereiro de 2012. The most damaging intraplate earthquake known to have occurred in central Europe  (em inglês)
  2. a b c d e f g Centrale Nucléaire de Fessenheim: appréciation du risque sismique RÉSONANCE Ingénieurs-Conseils SA, publicado em 5 de setembro de 2007, páginas: 12, 13 (em francês)
  3. Von Waltenkofen K. (1357). Alphabetum Narrationum.
  4. a b c Lambert, J.; Winter, T.; Dewez, T. J. B.; Sabourault, P. (2005), «New hypotheses on the maximum damage area of the 1356 Basel earthquake (Switzerland)», Elsevier, Quaternary Science Reviews, 24 (3–4): 381–399, doi:10.1016/j.quascirev.2004.02.019  (em inglês)
  5. Meyer, B., Lacassin, R., Brulhet, J., Mouroux, B., 1994. "The Basel 1356 earthquake: which fault produced it?" Terra Nova 6, 54–63.
  6. Meghraoui M., Delouis B., Ferry M., Giardini D., Huggenberger P., Spottke I. et M. Granet (2001). "Active Normal Faulting in the Upper Rhine Graben and Paleoseismic Identification of the 1356 Basel Earthquake" Science, 293, pp. 2070–73. doi:10.1126/science.1010618
  7. Fäh, D; Gisler, M.; Jaggi, B.; Kästli, P.; Lutz, T.; Masciadri, V.; Matt, C.; Mayer-Rosa, D.; Rippmann, D.; Schwarz-Zanetti, G.; Tauber, J. & Wenk, T (Julho de 2009). «The 1356 Basel earthquake: an interdisciplinary revision.». Geophysical Journal International. 178 (1): 351–374. Bibcode:2009GeoJI.178..351F. doi:10.1111/j.1365-246X.2009.04130.x. Consultado em 26 de março de 2012  (em inglês)
  8. D. Mayer-Rosa and B. Cadiot (1979). "A review of the 1356 Basel earthquake: basic data", Tectonophysics, 53, pp. 325–333.
  9. "Switzerland prepares for seismic calamity" 18 October 2006; "O Cantão de Valais, no extremo sul da Suíça, experimentou notáveis tremores em 1855 e 1946" (Risk Management Solutions 2006) (em inglês)

Ligação externa[editar | editar código-fonte]