Sismo e tsunâmi do Oceano Índico de 2004
Sismo do Oceano Índico de 2004 | |
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![]() A cidade de Achém (Indonésia), em ruínas no dia 2 de janeiro de 2005. | |
![]() Diagrama do epicentro do terremoto e países afetados pelo tsunami. | |
Epicentro | Oceano Índico, perto da costa da Indonésia |
Profundidade | 30 km |
Magnitude | 9,1 ou 9,3 MW |
Intensidade máx. | IX (Desastroso) |
Tipo | Terremoto submarino |
Data | 26 de dezembro de 2004 (18 anos) |
Zonas atingidas | Indonésia (principalmente em Aceh) Sri Lanka Índia (principalmente em Tamil Nadu) Tailândia Maldivas |
Tsunami | 10 metros de altura |
Vítimas | 227 898 mortos[1][2][3] |
O sismo e tsunâmi do Oceano Índico de 2004 foi um terremoto/sismo submarino que ocorreu às 00h58min53 UTC de 26 de dezembro de 2004, com epicentro na costa oeste de Sumatra, na Indonésia. O terremoto é conhecido pela comunidade científica como terramoto de Sumatra-Andaman.[4][5]
O maremoto foi causado por uma subducção que desencadeou uma série de tsunâmis devastadores ao longo das costas da maioria dos continentes banhados pelo Oceano Índico, o que causou a morte de estimadas 227 898 pessoas em 14 países diferentes e inundou comunidades costeiras com ondas de até 30 metros de altura.[6] Foi um dos mais mortais desastres naturais da história. Em número de vítimas, a Indonésia foi o país mais atingido, seguida por Sri Lanka, Índia e Tailândia.
Com uma magnitude de entre 9,1 e 9,3, foi o o maior terremoto já registrado em um sismógrafo. Este sismo teve a maior duração de falha já observada, entre 8,3 e 10 minutos. Isso fez com que o planeta inteiro vibrasse em um centímetro[7] e deu origem a outros terremotos em pontos muito distantes do epicentro, como o Alasca, nos Estados Unidos.[8] Seu hipocentro foi a cerca de 30 km de profundidade e o epicentro situou-se entre Simeulue e Samatra.[9] A situação de muitos povos e países afetados em todo o mundo provocou uma resposta humanitária. Ao todo, a comunidade mundial doou mais de 14 bilhões de dólares em ajuda humanitária.[10]
Sismo[editar | editar código-fonte]
O Sismo ocorreu a 26 de Dezembro de 2004, por volta das oito da manhã na hora local da região de seu epicentro, em pleno oceano, a oeste da ilha de Sumatra, nas coordenadas 3,298°N (latitude) e 95,779°O (longitude). O abalo teve magnitude sísmica estimada primeiramente em 8,9 na Escala de Richter, posteriormente elevada para 9,1;[11] sendo o sismo mais violento registrado desde 1960 e um dos cinco maiores dos últimos cem anos. Ao tremor de terra seguiu-se um tsunâmi de cerca de dez metros de altura que devastou as zonas costeiras (veja animação em baixo). O tsunâmi atravessou o Oceano Índico e provocou destruição nas zonas costeiras da África oriental, nomeadamente na Tanzânia, Somália e Quênia.[carece de fontes]
O terremoto foi causado por ruptura na zona de subducção onde a placa tectónica da Índia mergulha por baixo da placa da Birmânia. A área de ruptura está calculada em cerca de 1 200 km de comprimento e a deslocação relativa das placas em cerca de 15 m. Este deslocamento pode parecer pouco, mas em condições normais as placas oceânicas movimentam-se com velocidade da ordem do milímetro por ano. A energia libertada provocou o terremoto de magnitude elevada, enquanto que a deslocação do fundo do oceano, quer das placas tectônicas quer de sedimentos remobilizados pelo abalo, deram origem ao tsunâmi e alteração na rotação da Terra.[carece de fontes]
O número de vítimas, que era de aproximadamente 150 000, elevou-se para 220 000 quando o governo da Indonésia suspendeu as buscas a 70 000 desaparecidos e os incluiu no saldo de mortos no desastre.[carece de fontes]
Efeitos[editar | editar código-fonte]
O sismo de 26 de Dezembro alterou em 2,5 cm a posição do Polo Norte. Este movimento sugere uma tendência sísmica já verificada em terremotos anteriores. O sismo também afetou a forma da Terra. A forma da Terra (aplanada nos polos e com maior diâmetro sobre a linha do equador), variou uma parte em 10 milhões, tornando a Terra mais redonda. No entanto, todas as mudanças são muito pequenas para serem percebidas sem instrumentos.[carece de fontes]
O sismo diminuiu ainda o comprimento dos dias em 6,8 microssegundos, pelo que se depreende que a Terra gira um pouco mais rápido do que o fazia antes.[12]
Sempre que acontecem variações da posição das massas sobre a Terra, como acontece num sismo, estas têm de ser compensadas por variações da velocidade de rotação do planeta. É isto que em Física se designa por conservação do momento angular. Apesar da oscilação do eixo terrestre ter sido muito pequena — abaixo de três microssegundos — o planeta sofreu tal efeito, graças a um tempo superior a três minutos de vibração contínua, na zona do epicentro. Como a Terra não é perfeitamente esférica, mas sim um elipsoide achatado nos polos, as diferentes posições do planeta em relação ao Sol e à Lua, bem como as referidas movimentações de massas, dão origem ao tal movimento. No Brasil os radares mostraram uma elevação dos mares e o radar que alerta como possível tsunâmi foi acionado.[carece de fontes]
Países afetados[editar | editar código-fonte]
Os países mais afetados foram:
- Indonésia, ilha de Samatra, estado de Banda Aceh;
- Sri Lanka, com milhares de mortos e milhares de desalojados; por esse motivo o estado de emergência nacional foi declarado. Entre os muitos acidentes encontra-se o desastre ferroviário de Peraliya, o mais mortífero acidente ferroviário de sempre, com pelo menos 1700 mortes;
- Índia, na Costa de Coromandel, nomeadamente os estados de Tamil Nadu, Andhra Pradesh e os arquipélagos Andamão e Nicobar onde algumas ilhas foram totalmente submersas;
- Tailândia, especialmente as estâncias turísticas das Ilhas Phi Phi e Ilhas Phuket;
- Malásia;
- Ilhas Maldivas, onde dois terços da capital, Malé, foram inundados pelo tsunâmi;
- Bangladesh.
Vítimas[editar | editar código-fonte]
Países afetados | Mortes | Feridos | Desaparecidos | Desalojados | |
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Confirmado | Estimado1 | ||||
Indonésia | 126 915 | +126 915 | ~100 000 | 37 063 | 400 000 - 700 000 |
Sri Lanka | 30 957 | 38 195 | 15 686 | 5 6372 | ~573 000 |
Índia | 10 749 | 16 413 | — | 5 640 | 380 000 |
Tailândia | 5 3953 | 11 000 | 8 457 | 2 932 | — |
Somália | 298 | 298 | — | — | 5000 |
Mianmar | 61 | 290– 600] | 45 | 200 | 3 200 confirmados |
Malásia | 68– 74 | 74 | 299 | — | — |
Maldivas | 82 | 108 | — | 26 | 12 000– 22 000 |
Seychelles | 1– 3 | 3 | — | — | — |
Tanzânia | 10 | +10 | — | — | — |
Bangladesh | 2 | 2 | — | — | — |
África do Sul | 2 | 2 | — | — | — |
Quênia | 1 | 2 | 2 | — | — |
Iêmen | 1 | 1 | — | — | — |
Madagáscar | — | — | 23 000 | +1 000 | — |
Total | 174 542 | ~193 623 | ~125 000 | ~51 498 | ~1,5 milhão |
1 Inclui aqueles relatados nos "confirmados". Se não há estimativas separadas disponíveis, o número nesta coluna será o mesmo dos "confirmados".
2 Não inclui as aproximadamente 19 000 pessoas tidas como desaparecidas por algumas autoridades locais.
3 Os dados incluem pelo menos 2 464 estrangeiros.
4 Não inclui os cidadãos sul-africanos que morreram fora da África do Sul (por exemplo, turistas na Tailândia).
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Epicentro
- Hipocentro
- Sismologia
- Sismo de 1755
- Grande Sismo do Chile
- Sismo do Chile de 2010
- Sismo e tsunâmi de Tōhoku de 2011
- Sismo do Haiti de 2010
- Sismo de San Francisco de 1906
- Organizações de ajuda
Referências
- ↑ «Joint evaluation of the international response to the Indian Ocean tsunami: Synthesis Report» (PDF). TEC. Julho de 2006. Consultado em 9 de julho de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 25 de agosto de 2006
- ↑ «Earthquakes with 50,000 or More Deaths». U.S. Geological Survey. Cópia arquivada em 5 de junho de 2013
- ↑ «Indian Ocean tsunami anniversary: Memorial events held». BBC News. 26 de dezembro de 2014. Consultado em 15 de dezembro de 2016
- ↑ Lay, T., Kanamori, H., Ammon, C., Nettles, M., Ward, S., Aster, R., Beck, S., Bilek, S., Brudzinski, M., Butler, R., DeShon, H., Ekström, G., Satake, K., Sipkin, S., The Great Sumatra-Andaman Earthquake of December 26, 2004, Science, 308, 1127–1133, doi:10.1126/science.1112250, 2005
- ↑ «Tsunamis and Earthquakes: Tsunami Generation from the 2004 Sumatra Earthquake — USGS Western Coastal and Marine Geology». Walrus.wr.usgs.gov. Consultado em 12 de agosto de 2010
- ↑ Paulson, Tom. "New findings super-size our tsunami threat." Seattlepi.com. February 7, 2005.
- ↑ Walton, Marsha. "Scientists: Sumatra quake longest ever recorded." CNN. May 20, 2005
- ↑ West, Michael; Sanches, John J.; McNutt, Stephen R. "Periodically Triggered Seismicity at Mount Wrangell, Alaska, After the Sumatra Earthquake." Science. Vol. 308, No. 5725, 1144–1146. May 20, 2005.
- ↑ Nalbant, S., Steacy, S., Sieh, K., Natawidjaja, D., and McCloskey, J. "Seismology: Earthquake risk on the Sunda trench." Nature. Vol. 435, No. 7043, 756–757. June 9, 2005. Accessed 2009-05-16. Archived 2009-05-18.
- ↑ Jayasuriya, Sisira and Peter McCawley, "The Asian Tsunami: Aid and Reconstruction after a Disaster" Arquivado em 22 de julho de 2011, no Wayback Machine.. Cheltenham UK and Northampton MA USA: Edward Elgar, 2010.
- ↑ «M 9.1 - off the west coast of northern Sumatra». earthquake.usgs.gov. Consultado em 18 de novembro de 2016
- ↑ «Chile quake might have shortened days on Earth». CNN. 2 de março de 2010. Consultado em 2 de março de 2010.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Sismo do Índico de 2004
- Enchentes
- Tsunâmis
- Sismos na Indonésia
- Desastres naturais na Índia
- Desastres naturais na Indonésia
- Desastres naturais nas Maldivas
- Desastres naturais na Malásia
- Desastres naturais em Myanmar
- Desastres naturais no Sri Lanka
- Desastres naturais na Tailândia
- História do Sudeste Asiático
- História do Oceano Índico
- 2004 na Índia
- 2004 na Indonésia
- 2004 nas Maldivas
- 2004 na Malásia
- 2004 no Sri Lanka
- 2004 na Tailândia