Textos dos Sarcófagos

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Sarcófago do chanceler Nakhti, XII dinastia (Império Médio)

Textos dos Sarcófagos é a designação moderna atribuída a textos de carácter funerário produzidos na civilização do Antigo Egipto a partir do Primeiro Período Intermediário, mas sobretudo durante o Império Médio.

Em resultado da desagregação do poder político no final do Império Antigo e das alterações culturais produzidas, a hipótese de gozar uma vida no Além deixou de estar reservada à realeza, alargando-se aos funcionários e, progressivamente, a toda a população egípcia. Os Textos dos Sarcófagos, dos quais se conhecem mais de mil fórmulas, visavam proteger o defunto no Além e prover as suas necessidades. Foram inscritos na sua maioria em escrita hieroglífica cursiva no interior das paredes internas de sarcófagos de madeira rectangulares (o que explica a designação de "Textos dos Sarcófagos"), embora também se conheçam inscrições realizadas em vasos canópicos, estelas, paredes dos túmulos e papiros.

Os textos retomam e adaptam as fórmulas dos Textos das Pirâmides, textos gravados no interior das pirâmides de reis da V, VI, VII e VIII dinastias. Contudo, verificam-se algumas novidades como a possibilidade do defunto assumir várias formas, bem como de regressar à terra para visitar os seus entes queridos. Enquanto que os Textos das Pirâmides apresentam a possibilidade do defunto se juntar ao deus solar Ré, os Textos dos Sarcófagos favorecem a união com Osíris. Saliente-se ainda que o acesso a uma vida no Além está sujeito a ter levado uma vida marcada pela prática de um comportamento justo.

Os Textos das Pirâmides e os Textos dos Sarcófagos foram as principais fontes para o chamado "Livro dos Mortos", popular no Império Novo.