A Balada do Cárcere de Reading

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"The Ballad of Reading Gaol" (1904)

"The Ballad of Reading Gaol" (em português: "A Balada do Cárcere de Reading") é um poema de Oscar Wilde, escrito em seu exílio ou em Berneval-le-Grand ou em Dieppe, ambas na França, após sair da prisão em Reading Gaol (pronuncia-se como "redding jail", em inglês) em 19 de maio de 1897. Wilde fora encarcerado após ser condenado a dois anos de trabalho forçado em prisão por comportamento homossexual.

Durante sua prisão, em sete de julho de 1896, uma quinta-feira, um enforcamento aconteceu. Charles Thomas Wooldridge fora um soldado da Cavalaria Real. Ele foi condenado por ter cortado a garganta de sua mulher, Laura Ellen,[1] no começo daquele ano em Clewer, na região de Windsor. Ele tenha tinha trinta anos quando executado.[2][3]

Wilde passou meados de 1897 com Robert Ross em Berneval-le-Grand, onde ele escreveu "The Ballad of Reading Gaol." O poema narra a execução de Wooldridge; a narração vai de uma estória objetiva até uma identificação simbólica com os prisioneiros como um todo.[4] A obra não pretende avaliar a justiça das leis que os condenaram, mas sim destacar brutalização da punição compartilhada por todos os convictos. Wilde justapõe o homem executado e si mesmo no verso "Yet each man kills the thing he loves" ("Ainda assim, cada homem mata as coisas que ama").[5] Assim como Wooldridge, Wilde foi separado de sua mulher e de seus filhos. Ele escolheu o formato proletário de balada e sugeriu que o poema fosse publicado na Reynold's Magazine "porque [a revista] circula amplamente entre as classes criminosas - às quais eu agora pertenço - e assim serei lido pelos meus iguais - uma experiência nova para mim".[6]

O poema finalizado foi publicado por Leonard Smithers em 13 de fevereiro de 1898, com o autor sendo "C.3.3.", o que significa bloco de celas C, patamar 3, cela 3. Isso assegurou que o nome de Wilde - na época, notório - não aparecesse na capa da obra.  Não se sabia publicamente, até a sétima edição, em junho de 1899, que C.3.3. era na verdade Wilde. A primeira edição, de 800 cópias, esgotou-se em uma semana, e Smithers anunciou que uma segunda edição estaria pronta em mais uma semana; esta foi impressa em 24 de fevereiro, com mil cópias, que também se esgotaram. Uma terceira edição, com 99 cópias "assinadas pelo autor", foi impressa em quatro de março, o mesmo dia em que a quarta edição, de 1200 cópias ordinárias. Uma quinta edição, de mil cópias, foi impressa em 17 de março, e uma sexta edição, também de mil cópias, em 21 de maio de 1898. A partir de então, a capa do livro passou a identificar o autor como Wilde, apesar do fato de que muitos críticos, e, é claro, aqueles que compraram a terceira edição, sabiam a real identidade do escrito. Assim, com a sétima edição, em 23 de junho de 1899, foi revelado publicamente que Wilde escrevera o poema, sendo seu nome escrito ente colchetes sob "C.3.3."[7][8] O livro lhe trouxe uma pequena renda até 1900, quando morreu.

O poema é composto por 109 sextilhas de versos octossílabos e hexassílabos intercalados. Há estrofes que apresentam rimas internas nos versos octossílabos. O poema está organizado em seis grupos sem-título de 16, 13, 37, 23, 17 e 3 estrofes. Uma versão com somente 63 estrofes, dividida em quatro secções de 15, 7, 22 e 19 estrofes, supostamente baseada no rascunho original, foi incluída nas edições póstumas da poesia de Wilde editada por Robert Ross, "para o benefício dos recitadores e das audiências que acharam o poema completo muito longo para declamação".[9]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. GRO Register of Deaths: JUN qtr 1896 Wooldridge, Laura Ellen aged 23 Windsor 2c 241
  2. GRO Register of Deaths: SEP qtr 1896 Wooldridge, Charles Thomas aged 30 Reading 2c 210
  3. «'AND I, MAY I SAY NOTHING?'». 15 de junho de 2006. Consultado em 13 de dezembro de 2016 
  4. Sandulescu, C. George, ed. (1994). Rediscovering Oscar Wilde. Gerrards Cross [England]: C. Smythe. ISBN 0-86140-376-2 (1994) p. 308
  5. Sandulescu, p. 310
  6. Kiberd, D. (2000) Irish Classics Granata ISBN 1-86207-459-3 (2000) pg. 336
  7. Mason, Stuart (1914; new ed. 1972) Bibliography of Oscar Wilde. Rota pub; Haskell House Pub ISBN 0-8383-1378-7 pgs. 408–423
  8. Ellmann, Richard (1988). Oscar Wilde. New York: Vintage Books. ISBN 978-0-394-75984-5 pg 526
  9. Ross, Robert (ed.), Selected Poems of Oscar wilde including the Ballad of Reading Gaol, Methuen, London, 5th ed., 1912.

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