The Jazz Singer

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para o filme de 1952, veja The Jazz Singer (1952).
The Jazz Singer
Pôster promocional do filme.
No Brasil O Cantor de Jazz
 Estados Unidos
1927 •  p&b •  97[1] min 
Direção Alan Crosland
Produção Darryl F. Zanuck
Roteiro Alfred A. Cohn
Baseado em The Jazz Singer
peça teatral de 1925
de Samson Raphaelson
Elenco Al Jolson
May McAvoy
Warner Oland
Yossele Rosenblatt
Gênero drama
romance
musical
Música Louis Silvers
Cinematografia Hal Mohr
Edição Harold McCord
Companhia(s) produtora(s) Warner Bros.
The Vitaphone Corporation
Distribuição Warner Bros.
Lançamento
  • 6 de outubro de 1927 (1927-10-06) (Estados Unidos)
Idioma inglês
Orçamento US$ 422.000[2]
Receita US$ 2.6 milhões[2]

The Jazz Singer (bra: O Cantor de Jazz)[3] é um filme estadunidense de 1927, do gênero drama romântico musical, dirigido por Alan Crosland, e considerado o primeiro longa-metragem com falas e canto sincronizado em um disco de acetato — desde então, os filmes mudos foram perdendo a vez para os falados, que se tornaram a grande novidade. Foi estrelado por Al Jolson, May McAvoy, Warner Oland, e Yossele Rosenblatt, com Jolson sendo o primeiro ator a falar e cantar num filme, com sua voz gravada em seis músicas, todas utilizando banda sonora sincronizada. Produzida pela Warner Bros., a produção foi baseada na peça homônima de Samson Raphaelson, de 1925, que teve o enredo adaptado de seu próprio conto "The Day of Atonement" (1922).

Na verdade, sempre existiu a fala e o canto no cinema, pois, em muitas das primeiras produções, os atores e atrizes cantavam escondidos atrás da tela enquanto a cena passava, como uma dublagem; e assim como muitos pianistas, que ficavam em frente da tela, improvisando, enquanto a projeção dos primeiros curtas continuava. Por isto, "The Jazz Singer" é considerado o primeiro filme sonoro, já que o som gravado tocava separadamente em um disco de acetato.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

The Jazz Singer (1927)

O cantor Jakie Rabinowitz (Al Jolson), desafiando as tradições de sua família judia tradicional, apresenta canções populares numa casa de diversões estadunidense. Depois de ser punido por seu pai, um cantor litúrgico de uma sinagoga que queria ver seu filho seguir seus passos, Jakie foge de casa. Anos depois, se torna um cantor de jazz de sucesso, mas sempre em conflito com suas relações familiares e herança cultural.

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Al Jolson como Jakie Rabinowitz (Jack Robin)
  • May McAvoy como Mary Dale
  • Warner Oland como Cantor Rabinowitz
  • Eugenie Besserer como Sara Rabinowitz
  • Otto Lederer como Moisha Yudelson
  • Bobby Gordon como Jakie Rabinowitz (aos 13 anos)
  • Richard Tucker como Harry Lee
  • Walter Rodgers como Homem da Maquiagem (não-creditado)
  • Myrna Loy como Garota do Coro (não-creditada)

Produção[editar | editar código-fonte]

Antes de entregar o papel de Jack a Al Jolson, a Warner tentou contratar George Jessel, o mesmo ator que interpretava o papel na peça teatral da Broadway, entretanto Jessel pediu um salário muito mais alto do que o esperado. Então, a Warner foi atrás de Eddie Cantor, que rejeitou o papel.

Segundo o historiador de cinema Donald Crafton, Al Jolson "cantou canções de menestréis em um blackface, alcançando o ápice de sua popularidade. Antecipando o sucesso de inúmeros cantores e estrelas do rock , Jolson eletrificou plateias, com a vitalidade e a sensualidade de suas canções, e sua gestualidade, que deveu muito a influência africana nos Estados Unidos".[4]

O espetáculo de menestréis, no qual se fundamenta a interpretação musical de Jolson neste filme, é um tipo de teatro estadunidense de variedades que surgiu em 1830, onde alternadamente são apresentados dança, música, esquetes cômicas, atos variados, por atores brancos, de descendência europeia, com a cara pintada de tinta preta, personificando de forma caricata a população negra. Depois da guerra civil, os atores eram frequentemente pintados de preto. No espetáculo de menestréis, as pessoas negros eram retratadas como ignorantes, preguiçosas, supersticiosas, barulhentas e musicais. Existiu como um divertimento interpretado por atores profissionais até 1910, continuando de forma amadora até 1950. Em 1960, com as primeiras vitórias nas lutas pelos direitos humanos e contra o racismo nos Estados Unidos, esta forma perdeu totalmente a sua popularidade.[5]

Em "The Jazz Singer", Al Jolson canta duas canções populares como seu personagem. Neste filme, outro famoso cantor, Jossele Rosenblatt, que interpreta si mesmo, canta outra canção litúrgica.[6] Como o adulto Jack Robin, Jolson canta outras seis canções, cinco canções de jazz, e recita o Kol Nidrei.

Este filme, que custou US$ 422 000,[7] uma grande quantia para os padrões da Warner, foi um enorme sucesso público e comercial.

Recepção e impacto[editar | editar código-fonte]

Como a maioria das salas de cinema ainda não estavam preparadas para a projeção de filmes sonoros, o filme foi inicialmente exibido fora das grandes cidades em uma versão muda. Apenas no ano seguinte o filme foi exibido nacionalmente em sua versão falada e cantada.[8]

Em 1998, o filme foi escolhido pelo Instituto Americano de Cinema como um dos melhores filmes estadunidenses de todos os tempos.[9]

Debate crítico[editar | editar código-fonte]

Mary (May McAvoy) e Jack (Jolson), Preparando-se para um ensaio: a primeira cena com blackface.

O uso de blackface em Jack Robin – uma prática comum na época, que agora é amplamente condenada como racista.[10]– é o foco principal de muitos estudos relacionados ao filme. O papel crucial e incomum é descrito pelo pesquisador Corin Willis:

"Em contraste com as piadas e insinuações raciais trazidas em sua persistência subsequente nos primeiros filmes sonoros, o blackface utilizado em The Jazz Singer está no centro do tema do filme, e é uma exploração artística e expressiva da noção de duplicidade e hibridismo étnico dentro do que pode ser chamado de identidade estadunidense. Dos mais de setenta exemplos de rosto pintado nos primeiros filmes sonoros de 1927 a 1953 que eu vi (incluindo as nove aparições com blackface que Jolson fez posteriormente), The Jazz Singer é único e o único onde a face pintada de preto é central ao desenvolvimento narrativo e temático".[11]

Legado[editar | editar código-fonte]

Em 1996, "The Jazz Singer" foi selecionado para preservação na seleção National Film Registry, da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, como um filme "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo".[12]

Em 2007, foi lançada uma edição deluxe do filme em DVD, contendo três discos. O material suplementar inclui o curta Vitaphone de Jolson, "A Plantation Act" (1926).

A frase dita por Al Jolson: "Espere um minuto, espere um minuto. Você ainda não ouviu nada!" foi votada pelo Instituto Americano de Cinema como a 71ª melhor fala do cinema.

Principais prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Prêmio Categoria Recipiente Resultado Ref.
Oscar Melhor Roteiro Adaptado Alfred A. Cohn Indicado [13]
Prêmio Honorário Warner Bros.[a] Venceu
National Film Preservation Board National Film Registry Introduzido
Online Film & Television Association Awards Hall da Fama – Filmes Venceu [14]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Para Warner Bros. e o chefe de produção Darryl F. Zanuck, por produzir "The Jazz Singer", o primeiro filme falado, que revolucionou a indústria.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre The Jazz Singer
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: The Jazz Singer

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Crafton, Donald (1997). The Talkies: American Cinema's Transition to Sound, 1926–1931. Berkeley, Los Angeles: University of California Press. ISBN 0-520-22128-1 
  • Willis, Corin (2005). Style And Meaning: Studies In The Detailed Analysis Of Film. [S.l.]: Manchester University. ISBN 0-7190-6524-0 

Referências

  1. «The Jazz Singer, 1927, drama romântico musical, 1h37min». Rotten Tomatoes. Consultado em 26 de junho de 2022 
  2. a b Warner Bros financial information in The William Shaefer Ledger. See Appendix 1, Historical Journal of Film, Radio and Television, (1995) 15:sup1, 1–31, p. 6 doi:10.1080/01439689508604551
  3. «The Jazz Singer (1927)». AdoroCinema. Brasil. Consultado em 26 de junho de 2022 
  4. Crafton (1999), pp. 108–9.
  5. Kehr, Dave (16 de outubro de 2007). «New DVDs: The Jazz Singer». The New York Times. Consultado em 26 de junho de 2022. Arquivado do original em 10 de março de 2013 
  6. Crafton, Donald (1999). The Talkies: American Cinema's Transition to Sound, 1926–1931. Berkeley, CA: University of California Press. p. 65. ISBN 0-520-22128-1 
  7. Crafton (1999), p. 111.
  8. Warner Sperling, Cass (Director) (2008). «The Brothers Warner (DVD film documentary)». Warner Sisters, Inc. Arquivado do original em 17 de fevereiro de 2016 
  9. «AFI's 100 Years...100 Movies». American Film Institute. 1998. Consultado em 3 de agosto de 2007 
  10. John, Kenrick. «Blackface and Old Wounds». Musicals 101. Consultado em 26 de junho de 2022 
  11. Willis (2005), p. 127.
  12. «Complete National Film Registry Listing». Library of Congress. Consultado em 26 de junho de 2022 
  13. «The 1st Academy Awards (1929) Nominees and Winners». oscars.org. Consultado em 26 de junho de 2022 
  14. «Film Hall of Fame Productions». Online Film & Television Association. Consultado em 26 de junho de 2022 
Ícone de esboço Este artigo sobre um filme estadunidense é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.