Tieta (telenovela)
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Tieta | |
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Informação geral | |
Formato | Telenovela |
Gênero | romance[1] |
Duração | 60 minutos |
Criador(es) | Aguinaldo Silva Ricardo Linhares Ana Maria Moretzsohn |
Baseado em | Tieta do Agreste de Jorge Amado |
País de origem | Brasil |
Idioma original | português |
Produção | |
Diretor(es) | Reynaldo Boury Ricardo Waddington Luiz Fernando Carvalho |
Diretor(es) de criação | Paulo Ubiratan |
Elenco | |
Tema de abertura | "Tieta", Luiz Caldas |
Tema de encerramento | "Tieta", Luiz Caldas |
Exibição | |
Emissora original | Rede Globo |
Formato de exibição | 480i (SDTV) |
Transmissão original | 14 de agosto de 1989 – 31 de março de 1990 |
Episódios | 196 |
Tieta é uma telenovela brasileira produzida pela Rede Globo e transmitida originalmente de 14 de agosto de 1989 a 31 de março de 1990 em 196 capítulos.[1][2] Foi a 41ª "novela das oito" exibida pela emissora, substituindo O Salvador da Pátria e sendo substituída por Rainha da Sucata. Escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, foi livremente inspirada no romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado. Contou com direção de Reynaldo Boury, Ricardo Waddington e Luiz Fernando Carvalho e direção geral e núcleo de Paulo Ubiratan.
Contou com as participações de Betty Faria, Joana Fomm, José Mayer, Reginaldo Faria, Lídia Brondi, Yoná Magalhães, Marcos Paulo e Arlete Sales.[2]
Produção[editar | editar código-fonte]
Foram desenhados mais de mil figurinos para a novela.[1] Íris Gomes da Costa pesquisou expressões citadas na obra de Jorge Amado e termos coloquiais da região, para que as personagens falassem com sotaque e utilizassem o vocabulário nordestino.
A fictícia Santana do Agreste era composta por 46 prédios, 2 igrejas, 8 ruas, 2 praças, um circo abandonado e 15 ruínas. Tudo foi construído numa área de 10.000m², em Guaratiba, no Rio de Janeiro. Destacou-se a reprodução do piso das ruas de Laranjeiras, em Sergipe, feita em fibra de vidro por artesãos de Sergipe.[1] A produção de arte levou para o Rio de Janeiro objetos e santos sergipanos.
Vinheta de abertura[editar | editar código-fonte]
A abertura da novela misturava elementos da natureza com a beleza feminina, representada pela modelo Isadora Ribeiro. Hans Donner e a sua equipe fotografaram o litoral de Mangue Seco, no norte da Bahia. As fotos eram projetadas no fundo da cena e Isadora aparecia em primeiro plano, nua e coberta pela sombra. Através de recursos de computação gráfica, coordenados pelo especialista José Dias, vários elementos da natureza, como pedras, árvores e folhas, davam forma ao corpo da modelo. No início da abertura, aparecia o logotipo escrito na areia, que era o nome da protagonista, Tieta. O processo foi gravado em estúdio, num tanque iluminado artificialmente, para simular a claridade da luz do sol.[1]
Exibição[editar | editar código-fonte]
Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 19 de setembro de 1994 a 7 de abril de 1995, substituindo a sua sucessora original Rainha da Sucata e sendo substituída por Pedra sobre Pedra[3].
Foi reexibida na íntegra pelo Canal Viva de 1 de maio a 15 de dezembro de 2017, substituindo A Gata Comeu e sendo substituída por Grande Sertão: Veredas, no Horário das 15:30.[4]
Foi reexibida pela Globo Portugal de 8 de janeiro a 9 de setembro de 2018 as 23h15 de segunda a sábado,[5]
Outras mídias[editar | editar código-fonte]
Em junho de 2012, foi lançada em DVD pela Globo Marcas.[6]
Em 8 de junho de 2020, foi disponibilizada na íntegra na plataforma Globoplay.[7]
Enredo[editar | editar código-fonte]
A trama começa quando Tieta (Cláudia Ohana) é escorraçada da cidade pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos). Se sentindo desonrado com o comportamento considerado licencioso de Tieta e influenciado pelas intrigas da sua outra filha, Perpétua (Adriana Canabrava), Zé Esteves decide esquecer que Tieta é sua filha, e a expulsa da sua casa. Humilhada, Tieta segue para São Paulo, fugindo do conservadorismo da população de Santana do Agreste, no nordeste brasileiro.
Vinte e cinco anos depois, Tieta (Betty Faria) reaparece em Santana do Agreste, rica e exuberante, decidida a se vingar da família. No dia em que chega na cidade, está sendo rezada uma missa em sua memória e Tieta interrompe a celebração, desfazendo o mal entendido. Agora, cortejada por todos, Tieta percebe que nada mudou em Santana do Agreste e que todos continuam hipócritas. A presença da ousada Tieta acaba mudando a rotina dos moradores da cidade. Para chocar mais a família, Tieta aceita se envolver com seu sobrinho, o jovem seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho da sua rancorosa irmã Perpétua (Joana Fomm). O sonho de Perpétua é que Ricardo se torne padre.
Ascânio (Reginaldo Faria) é um idealista que sonha com o progresso para Santana do Agreste. Contra o progresso está o Capitão Dário (Flávio Galvão), que tenta preservar o meio ambiente de Santana do Agreste. Apesar das diferenças, Ascânio e Dário, são pessoas boas, mas com diferentes visões sobre o mundo. Para realizar seu sonho de trazer o progresso à Santana do Agreste, Ascânio, como secretário do prefeito Arthur da Tapitanga ( Ary Fontoura), tenta facilitar a entrada na cidade do empreendimento de Mirko Stéfano, sem saber que este é uma indústria altamente poluidora, o que poderia acabar com a natureza do local. Mirko Stéfano é na realidade o filho de Arthur da Tapitanga, Arturzinho (Marcos Paulo), que foi embora há muito tempo da cidade e jurou vingança contra o pai pela morte da mãe. Arturzinho se tornou um homem sem escrúpulos e rancoroso, capaz de tudo para conseguir mais dinheiro. Para conseguir o que quer, Arturzinho chega a seduzir a ingênua Tonha (Yoná Magalhães), madrasta e amiga de Tieta, que chega transformada de São Paulo, depois de anos de privações ao lado do marido, Zé Esteves, que morre na metade da trama.
Ascânio inicia um romance com Leonora (Lídia Brondi), suposta enteada de Tieta, que na realidade é uma prostituta. Quando Ascânio descobre, se afasta dela, a renegando. No final, quando Leonora decide trabalhar e Ascânio percebendo que não pode viver sem ela, o casal reata e termina a novela juntos (diferente do romance de Jorge Amado, onde Ascânio não perdoa Leonora e o casal termina separado).
Imaculada (Luciana Braga) é uma das "rolinhas" do prefeito Arthur da Tapitanga, que oferece para ela abrigo, alfabetização e comida, em troca de favores sexuais. Porém, Imaculada consegue driblar o prefeito. Outra personagem marcante foi Carol (Luíza Tomé), amante do perigoso Modesto Pires (Armando Bógus), um homem capaz de tudo para não perder o seu poder. Carol é apaixonada por Osnar (José Mayer), o grande amor de Tieta. Elisa (Tássia Camargo) é outro destaque da trama: em crise com o marido Timóteo (Paulo Betti), ela tem sonhos românticos com o ator Tarcísio Meira. Elisa chega a preparar um enxoval, planejando um possível encontro com seu ídolo.
Outro grande destaque da trama era a "Mulher de Branco", uma assombração que vaga pela cidade e ataca os homens. Por se sentirem enfeitiçados pela misteriosa mulher, eles mantêm segredo sobre a sua identidade. No final descobre-se que a mulher de Branco é Laura (Cláudia Alencar), mulher do Capitão Dário, o que causa uma grave inconsistência na trama, já que em um dos ataques da Mulher de Branco, Laura tinha aparecido em cena no mesmo instante e também precisava atravessar o rio de Mangue Seco a Santana do Agreste, o que se tornava inviável pelo fato de haver condução (barco do seu Pirica) somente durante o dia.
Outro mistério de destaque era saber o que Perpétua guardava dentro de uma caixa branca, que ela protegia com todo cuidado, mas não houve a revelação no final da novela[8], apesar de haver um folclore sobre esse desfecho, afirmando que a caixa continha o órgão genital do falecido marido de Perpétua.
Elenco[editar | editar código-fonte]
Ator[1][9] | Personagem[1][9] |
---|---|
Betty Faria | Antonieta Esteves Cantarelli (Tieta) |
Joana Fomm | Perpétua Esteves Batista |
José Mayer | Osnar |
Reginaldo Faria | Ascânio Trindade |
Lídia Brondi | Leonora Cantarelli |
Yoná Magalhães | Maria Antônia Esteves (Tonha) |
Marcos Paulo | Arturzinho da Tapitanga / Mirko Stéphano |
Arlete Salles | Carmosina |
Cássio Gabus Mendes | Ricardo Esteves Batista |
Luciana Braga | Maria Imaculada |
Sebastião Vasconcelos | Zé Esteves |
Ary Fontoura | Coronel Artur da Tapitanga |
Françoise Forton | Helena |
Paulo Betti | Timóteo D'Alemberti |
Tássia Camargo | Elisa Esteves D'Alemberti |
Armando Bógus | Modesto Pires |
Bete Mendes | Aída Pires |
Luíza Tomé | Carolina (Carol) |
Roberto Bonfim | Amintas |
Cláudio Corrêa e Castro | Padre Mariano |
Miriam Pires | Dona Milu |
Flávio Galvão | Comandante Dário |
Cláudia Alencar | Laura |
Cláudia Magno | Silvana Pitombo |
Elias Gleizer | Jairo |
Renato Consorte | Seu Chalita |
Lília Cabral | Amorzinho |
Rosane Gofman | Cinira |
Otávio Augusto | Marcolino Pitombo |
Ana Lúcia Torre | Juracy Pitombo |
Paulo José | Gladstone |
Cristina Galvão | Filomena (Filó) |
Bemvindo Sequeira | Bafo de Bode |
Maria Helena Dias | Zuleica Cinderela |
Paulo Nigri | Cosme |
Simone Carvalho | Elizabeth von Hoffman (Bebê) |
Paulo César Grande | Rosalvo |
Andrea Paola | Araci |
Cidinha Milan | Cora Reis |
Roberto Frota | Leôncio |
Liana Duval | Rafaela (Rafa) |
Ênio Santos | Tertuliano (Terto) |
Chaguinha | Pirica |
Danton Mello | Cupertino Esteves Batista Filho (Peto) |
Renata Castro Barbosa | Letícia Pires |
Jonathan Nogueira | Edmundo Pitombo |
Guga Coelho | Bentinho |
Eduardo Cardoso | Moleque Sabino |
Evandro Leandro | Trapizomba |
Tereza Cristina | Dorothy |
Ana Rosa Aboim | Nevinha |
Wanda Alves | Marilu |
Participações especiais[editar | editar código-fonte]
Ator | Personagem |
---|---|
Claudia Ohana | Tieta (jovem) |
Herson Capri | Lucas |
José de Abreu | Mascate |
José Lewgoy | Leovigildo |
Adriana Canabrava | Perpétua (jovem) |
Thaís de Campos | Carmosina (jovem) |
Marcos Winter | Osnar (jovem) |
Ingra Liberato | Tonha (jovem) |
Edson Fieschi | Ascânio (jovem) |
Leonardo Brício | Amintas (jovem) |
Christian Esposito | Arturzinho (jovem) |
Roberto Rego Pinheiro | Timóteo (jovem) |
Rogéria | Ninete / Valdemar |
Carlos Zara | Dr. Gama |
Jorge Dória | Pastor Hilário |
Iara Jamra | Assuntinha Ferreira |
Maria Isabel de Lizandra | Benta |
Miguel Falabella | Miguel |
Marília Barbosa | Cláudia Bruno |
Lina Fróes | Jussara, mãe de Imaculada |
Germano Filho | Jarde |
Isadora Ribeiro | Amante de Modesto Pires, no último capítulo |
Tarcísio Meira | Ele mesmo |
Pepeu Gomes | Ele mesmo |
Moraes Moreira | Ele mesmo |
Trilha sonora[editar | editar código-fonte]

A trilha sonora de Tieta foi composta por duas trilhas nacionais, intituladas Tieta e Tieta 2, ambas lançadas em 1989, e não contou com uma trilha internacional. Durante a reprise da telenovela no Vale a Pena Ver de Novo, em 1994, a Som Livre lançou o álbum intitulado Tieta Especial, contendo as melhores canções das duas trilhas sonoras originais.
Repercussão[editar | editar código-fonte]
Audiência[editar | editar código-fonte]
O folhetim estreou com média de 70 pontos na Grande São Paulo, segundo dados da Folha de S.Paulo.[10] Em sua penúltima semana, entre 19 e 24 de março de 1990, Tieta registra uma média de 71 pontos[11] Seu último capítulo marcou 78 pontos.
Sua média geral foi de 65 pontos, ocupando a 2ª colocação entre as novelas de maior audiência da história da Rede Globo.[12]
Temas recorrentes[editar | editar código-fonte]
- Incesto: Tieta e Ricardo;
- Abuso sexual: Coronel Arthur da Tapitanga e Filomena;
- Fanatismo religioso: Perpétua, Amorzinho, Cinira, Cosme, Araci, Nevinha e Rafa;
- Concubinato e Cárcere privado: Modesto Pires, Carol e a nova amante de Modesto no último capítulo;
- Proxenetismo: Tieta e Zuleica Cinderela;
- Hipocondria: Juracy;
- Prostituição: Leonora e as meninas da Casa da Luz Vermelha;
- Alcoolismo: Bafo de Bode;
- Poliamor: Dário, Laura e Silvana.
- Transexualidade: Ninete.
Referências
- ↑ a b c d e f g Tieta
- ↑ a b c Tieta Teledramaturgia
- ↑ «Betty Faria é o maior trunfo da boa "Tieta"». Folha de S.Paulo. 18 de setembro de 1994. Consultado em 14 de novembro de 2017
- ↑ Patrícia Kogut (15 de fevereiro de 2017). «'Tieta' será reprisada pelo Viva a partir de maio». O Globo. Consultado em 15 de fevereiro de 2017
- ↑ «Novela Tieta | Globo Portugal». globointernacional.globo.com. Consultado em 27 de julho de 2018
- ↑ «Globo lança novela "Tieta" em DVD». Folha Ilustrada. 20 de junho de 2016. Consultado em 25 de novembro de 2016
- ↑ «Expoente da dramaturgia brasileira, "Tieta" é relançada no Globoplay». GaúchaZH. 7 de junho de 2020. Consultado em 9 de junho de 2020
- ↑ http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI299246-9531,00.html
- ↑ a b «Tieta». Teledramaturgia. Consultado em 25 de fevereiro de 2016
- ↑ «Folha de S.Paulo - Edição de 16/08/1989». acervo.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de dezembro de 2016
- ↑ «Folha de S.Paulo - Edição de 08/04/1990». acervo.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de dezembro de 2016
- ↑ «De Tieta a Senhora do Destino: os fenômenos de Aguinaldo Silva - Novelas»
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Vale a Pena Ver de Novo (Globo Internacional)
- Vale a Pena Ver de Novo
- Telenovelas e séries baseadas em obras de Jorge Amado
- Programas de televisão do Brasil que estrearam em 1989
- Programas de televisão do Brasil encerrados em 1990
- Telenovelas em português
- Telenovelas da Rede Globo da década de 1980
- Telenovelas da Rede Globo da década de 1990
- Telenovelas dirigidas por Luiz Fernando Carvalho
- Adaptações de obras de Jorge Amado
- Telenovelas ambientadas na Bahia
- Telenovelas exibidas no Viva