Tito Dídio
Tito Dídio | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 98 a.C. |
Morte | 11 de junho de 89 a.C. |
Tito Dídio (m. 89 a.C.; em latim: Titus Didius) foi um político da gente Dídia da República Romana eleito cônsul em 98 a.C. com Quinto Cecílio Metelo Nepos. Ficou famoso por restaurar a Villa Publica[1] e seu proconsulado na Hispânia Citerior. Era filho de um tribuno da plebe de mesmo e foi o primeiro de sua gente a alcançar o consulado
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 103 a.C., foi eleito tribuno da plebe[2] e, durante seu mandato, tentou vetar o processo iniciado por Caio Norbano Balbo, que também era tribuno, contra Quinto Servílio Cepião por causa do desastre da Batalha de Aráusio.[3][2] Em 101 a.C., foi eleito pretor. No ano seguinte, já como propretor, recebeu a Macedônia como província e ali derrotou os escordiscos,[2] motivo pelo qual o Senado lhe concedeu um triunfo (100 a.C.).[4]
Em 98 a.C., foi eleito cônsul com Quinto Cecílio Metelo Nepos, em cujo mandato foi ordenada a reconstrução da Villa Publica[5] e foi aprovada a Lex Caecilia Didia.[6][7][8]
Como procônsul, recebeu o governo da província da Hispânia Citerior (98–93 a.C.).[2] Nestes cinco anos, Dídio concentrou sua atenção em derrotar os celtiberos;[2] na posição, alcançou numerosas vitórias, nas quais morreram mais de 20 000 arévacos e foram capturadas as cidades de Tiermes — na província de Sória — e Colenda, que, depois de novo meses, se rendeu e todos os seus cidadãos foram reduzidos à escravidão.[9]
Os senadores decretaram a concessão de um outro triunfo por ele ter "acabado com uma colônia de ladrões"[10] que, na realidade, eram, no passado, aliados de Roma na guerra contra os lusitanos, assentados na região por Marco Mário em 102 a.C.. O historiador Apiano afirma que uma revolta na região foi motivada pela excessiva crueldade e perfídia de Dídio, que lidava com o descontentamento entre os pobres prometendo-lhes terras somente para atraí-los para uma armadilha. Quando as famílias se juntavam no interior de um castro para o registro obrigatório, Dídio geralmente ordenava a morte de todos.[11] O procônsul seguinte, Caio Valério Flaco, lidou com uma revolta aberta dos celtiberos e conseguiu pacificar a região.[12] Segundo Salústio,[13] Sertório serviu como tribuno militar sob o comando de Dídio.
Quando Dídio retornou à capital, serviu como legado dos cônsules Lúcio Júlio César (90 a.C.), Lúcio Pórcio Catão (89 a.C.) e Sula (88 a.C.) durante a Guerra Social.[2][14] Logo depois da conquista de Herculano, Dídio foi morto em batalha em 11 de junho de 89 a.C..[2]
A "Torre Cega" de Cartagena é, provavelmente, o túmulo de um hispânico descendente de um indivíduo beneficiado por Dídio com a cidadania romana.[15]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Aulo Postúmio Albino |
Quinto Cecílio Metelo Nepos 98 a.C. com Tito Dídio |
Sucedido por: Cneu Cornélio Lêntulo |
Referências
- ↑ Makin, Ena The Triumphal Route, with Particular Reference to the Flavian Triumph. The Journal of Roman Studies 11(1921) 27.
- ↑ a b c d e f g Broughton, Robert. The Magistrates of the Roman Republic.
- ↑ Cícero, De Oratore II 197.
- ↑ Cícero, In Pisonem.
- ↑ Makin, Ena. "The Triumphal Route, with Particular Reference to the Flavian Triumph." The Journal of Roman Studies 11(1921) 27. <http://links.jstor.org/sici?sici=0075-4358%281921%2911%3C25%3ATTRWPR%3E2.0.CO%3B2-N>
- ↑ Historia del derecho romano.
- ↑ Cicerón De Domo Sua.
- ↑ Cícero, De Domo Sua 41.
- ↑ Apiano, Historia de Roma Arquivado em 19 de novembro de 2015, no Wayback Machine..
- ↑ Smith
- ↑ Apiano, Ibérica 100 online. Arquivado em 19 de novembro de 2015, no Wayback Machine.
- ↑ Leonard A. Curchin Roman Spain: Conquest and Assimilation (Routledge, 1991), p. 41.
- ↑ Salústio, Ap. Gell. II 27; Plutarco, Sertorio 3.
- ↑ Cícero, Pro Fonteio.
- ↑ Instituto Diego Velázquez Archivo Español de Arqueología.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Este artigo contém texto do artigo «Titus Didius» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).
- Este artigo contém texto do artigo «T. Didius» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).
- (em alemão) Tito Dídio. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 3, Metzler, Stuttgart 1997, ISBN 3-476-01473-8, Pg. [I 4] D., T.–Carolus-Ludovicus Elvers.