Apuim-de-cauda-amarela

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Ilustração do apuim-de-cauda-amarela no terceiro volume do Ilustrações Zoológicas (1820) de William Swainson
Ilustração do apuim-de-cauda-amarela no terceiro volume do Ilustrações Zoológicas (1820) de William Swainson
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Género: Touit
Espécie: T. surdus
Nome binomial
Touit surdus
(Kuhl, 1820)
Distribuição geográfica
Distribuição do apuim-de-cauda-amarela
Distribuição do apuim-de-cauda-amarela

O apuim-de-cauda-amarela (nome científico: Touit surdus)[2] é uma espécie de ave da família dos psitacídeos (Psittacidae), endêmica do Brasil.

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

O apuim-da-cauda-amarela ocorre no nordeste, nos estados de Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, e no sudeste, do sul da Bahia até o Rio de Janeiro. É um dos psitacídeos mais comuns no trecho da mata Atlântica situado em Alagoas e na Estação Ecológica de Murici. Habita floresta perene de baixada e encostas montanhosas adjacentes, principalmente abaixo de 500 metros, mas até 700 metros em Alagoas e mil no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.[1]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Não há registro dos rituais de reprodução do apuim-da-cauda-amarela. Foi notada a migração entre fragmentos florestais distantes e no Rio pratica movimentos sazonais. Alimenta-se de frutos de cajazeira (Spondias lutea) e capororoquinha (Myrsine coriacea).[1]

Conservação[editar | editar código-fonte]

A população do apuim-da-cauda-amarela é rara e foi classificada dentro da faixa de 2 500-9 999 indivíduos maduros, que equivaleria a 3 750-14 999 indivíduos no total. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) considera a espécie como vulnerável. Está ameaçada por perda de habitat decorrente de desmatamento (em geral ao longo de sua extensão). No nordeste, o cultivo extensivo, como o da cana-de-açúcar, causou esse processo. Em Alagoas, por exemplo a cobertura florestal na qual o apuim vive hoje se restringe a 2% do total original. Do sul da Bahia ao Rio de Janeiro, a cobertura florestal é maior, mas ainda sofre pressão por conta da expansão agrícola, urbanização, colonização e construção de estradas associadas. Apesar destes revezes, percebeu-se que o apuim-de-causa-amarela, diferentes de outras espécies, é mais resistente à fragmentação florestal.[1]

No Brasil, o apuim-da-cauda-amarela consta em várias listas de conservação: em 2005, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[3] em 2010, como criticamente em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais de 2010;[4] em 2014, como vulnerável na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[5] e em 2018, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[6][7] Foi listado, mas então removido, do Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo, pois não há dados qualitativos sobre a espécie no estado. Argumentou-se na justificativa de remoção que é um animal de difícil identificação, já que pode ser facilmente confundido com o apuim-de-costas-pretas (Touit melanonotus).[8]

Referências

  1. a b c d BirdLife International (2016). «Touit surdus, Golden-tailed Parrotlet». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T22686054A93097618. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22686054A93097618.enAcessível livremente. Consultado em 15 de abril de 2022 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 182. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  4. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  5. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  6. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  7. «Touit surdus (Kuhl, 1766)». Sistema de Informação Sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 15 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  8. Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022 
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