Transtejo & Soflusa
Transtejo – Transportes Tejo, S.A. SOFLUSA - Sociedade Fluvial de Transportes, S.A. | |
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Sociedade Anónima | |
Slogan | Entre as margens do Tejo |
Fundação | 1975 |
Sede | Terminal Fluvial do Cais do Sodré, Lisboa |
Área(s) servida(s) | |
Proprietário(s) | Estado Português |
Presidente | Marina Ferreira |
Clientes | 16 054 071 (2016) |
Serviços | Serviço público de transporte fluvial |
Subsidiárias | SOFLUSA – Sociedade Fluvial de Transportes, S.A. |
Website oficial | ttsl.pt |
A Transtejo e a Soflusa são duas empresas de transporte fluvial que operam serviços de ferry (barca) na Região de Lisboa, ligando as duas margens da foz do rio Tejo.
A Transtejo - Transportes Tejo, S.A. é detida integral e diretamente pelo Estado português e a Soflusa - Sociedade Fluvial de Transportes, S.A. é uma sociedade detida integralmente pela Transtejo.[1]
Têm barcos do tipo catamarã, ferry-boat, e cacilheiro construídos em Portugal, Australia, Alemanha, Reino Unido e Noruega.
História[editar | editar código-fonte]
Transtejo[editar | editar código-fonte]
A Transtejo foi fundada em 17 de dezembro de 1975 [2], em consequência de profundas alterações políticas no país. O governo determinou a nacionalização e fusão de cinco sociedades que então exploravam as cinco carreiras fluviais do rio Tejo, ligando Lisboa a diversas localidades da Margem Sul:
- Sociedade Marítima de Transportes, Lda.;
- Empresa de Transportes Tejo, Lda.;
- Sociedade Nacional Motonaves, Lda.;
- Sociedade Jerónimo Rodrigues Durão, Herd, Lda.;
- Sociedade Damásio, Vasques e Santos, Lda..
Foi com base no Decreto-Lei Nº 701-D/75 de 17 de Dezembro, que ocorreu a fundação da Transtejo EP, indo ao encontro da necessidade de reestruturação e coordenação da actividade dos operadores fluviais do Tejo, assegurando o seu regular funcionamento.
Em 1992 foi tornada uma sociedade anónima, pelo Decreto-Lei 150/92, de 21 de Julho, passando a denominar-se Transtejo SA. A totalidade do seu capital social é detida directamente pelo Estado Português[2].
Soflusa[editar | editar código-fonte]
A travessia entre Lisboa - Estação do Sul e Sueste e o Barreiro não foi detida na Transtejo por pertencer ao sector fluvial da CP que detinha a exploração desta ligação fluvial, articulando desse modo a rede ferroviária a Norte e a Sul do estuário do Tejo.
No dia 11 de Novembro de 1992 a CP – Caminhos de Ferro Portugueses, EP e a TEX – Transporte de Encomendas Expresso, Lda. constituem, por escritura pública, a Soflusa - Sociedade Fluvial de Transportes SA[2] com o objectivo de explorar a ligação fluvial de Lisboa (Terreiro do Paço) ao Barreiro, ligação essa que havia sido concessionada à CP – Caminhos de Ferro Portugueses, EP pelo art. 3.º do DL 116/92, de 20 de Junho.
Em 2001 a Transtejo, que já era accionista da Soflusa, adquiriu a totalidade do capital social da Soflusa, respectivamente 76,350% à CP, EP e 0,0026% à TEX, Lda.[2]. Consequentemente, os membros do Conselho de Administração da Transtejo foram nomeados administradores da Soflusa. Assim, foram unidas as duas empresas.
Em 2004 entram ao serviço os novos navios catamarã encomendados pela Transtejo para esta ligação, reduzindo o tempo de viagem de 30 para cerca de 20 minutos.
Século XXI[editar | editar código-fonte]
Em 2013, foi anunciado que o grupo Transtejo seria fundido operacionalmente com as empresas Metropolitano de Lisboa e Carris[3], processo que ficou concluído no início de 2015, com a criação da marca Transportes de Lisboa.[4] A fusão foi anulada pelo XXI Governo Constitucional em 1 de janeiro de 2017 e as empresas voltaram a ser autónomas do ponto de vista da gestão.[5]
Em 25 de janeiro de 2017, uma embarcação proveniente do Barreiro, transportanto 561 passageiros, sofreu um acidente no cais do Terreiro do Paço. Determinou-se que a principal causa do embate foi devido à falta de visibilidade devido a um nevoeiro que ocorria àquela hora. O barco teria partido da margem sul às 8h10 da manhã e às 8h30 teria chocado e 34 pessoas ficaram feridas e tiveram que ser assistidas pelo INEM e pela Polícia Marítima. Apesar dos ferimentos dos passageiros não terem sido graves, a Soflusa abriu um inquérito para apurar as causas do acidente. [6][7]
Em outubro de 2020, a empresa espanhola Astilleros Gondán venceu o concurso da Transtejo para o fornecimento de 10 navios totalmente elétricos, num contrato com o valor global de 52,44 milhões de euros para as ligações fluviais de Cacilhas, Montijo e Seixal a partir de 2022.
A Transtejo adquiriu os dez navios eléctricos, só que nove desses catamarãs foram comprados sem as respectivas baterias, estando, portanto, inoperacionais. O Tribunal de Contas considerou o negócio “irracional” e que lesa o interesse público.[8]
Exploração[editar | editar código-fonte]
Actualmente o grupo Transtejo organiza a sua oferta com vista à prestação de um serviço de interesse económico geral e não em busca de rentabilização do negócio[2]. A procura do serviço prestado pelo grupo caiu 46% entre 1998 e 2009, o equivalente a 23,8 milhões de passageiros[2], pese o esforço feito da renovação da frota das carreiras do Seixal, Montijo e Barreiro com a afectação de rápidos e confortáveis navios. A abertura da ponte Vasco da Gama, o início da exploração ferroviária na ponte 25 de Abril ditaram novos hábitos de mobilidade aos quais se associam a crescente procura de bairros habitacionais no interior da península de Setúbal e a saída de muitas actividades terciárias da Baixa de Lisboa para a zona alta da cidade[2] como factores responsáveis pela quebra do número de passageiros. Pode-se, também, apontar a falta de intermodalidade nalguns terminais a Sul.
Além das carreiras de serviço público, a Transtejo oferece também alguns produtos turísticos e aluguer de navios.
Frota[editar | editar código-fonte]
- Ferry-boats 4
- 20 Catamarãs
- Cacilheiros 7
- 4 “Alemães”
- [9] 2 navios convencionais (São Jorge e Martim Moniz)
Terminais[editar | editar código-fonte]
Carreiras[editar | editar código-fonte]
Todas as carreiras do grupo Transtejo têm um dos seus terminais na cidade de Lisboa.
Carreira | Terminais | Dur. | Tipo de Serviço | Pass. | Partidas por dia[10] | Rent. | ||||
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d.út. | sáb. | dom. | ||||||||
Barreiro (Soflusa) |
20 min | passageiro (catamarã) | 8 957 017[2] | 0,65 €[2] | 2009 | |||||
154 | 85 | 85 | 2011 | |||||||
74-72 | 32 | 29 | 2012 | |||||||
Seixal | 15 min | passageiro (catamarã) | 1 499 839[2] | 1,96 €[2] | 2009 | |||||
64 | 34 | 30 | 2011 | |||||||
2012 | ||||||||||
Cacilhas | 8 min | passageiro e viaturas (ferry-boat) passageiro (cacilheiros) |
6 823 149[2] | 0,29 €[2] | 2009 | |||||
175 | 122 | 122 | 2011 | |||||||
83-84 | 51 | 51 | 2012 | |||||||
Trafaria e Porto Brandão |
20 min | passageiro (cacilheiros e/ou alemães) |
[2] | 589 9404,83 €[2] | 2009 | |||||
55 | 32 | 30 | 2011 | |||||||
2012 | ||||||||||
Montijo |
|
30 min | passageiro (catamarã) | 1 097 354[2] | 3,09 €[2] | 2009 | ||||
53 | 26 | 20 | 2011 | |||||||
2012 |
Barreiro[editar | editar código-fonte]
Esta permite o acesso dos passageiros da CP do serviço Urbano do Sado até Lisboa. É a carreira que mais passageiros transporta e a que evidencia uma tímida tendência de crescimento, em virtude da melhoria do serviço Urbano da CP entre Praias do Sado, Setúbal e Barreiro, da nova[quando?] estação de metropolitano no Sul e Sueste (Estação Terreiro do Paço) e da reformulação da rede da Carris no Sul e Sueste que permite alcançar pontos distantes em pouco tempo. Apresentou, em 2009, as melhores taxas de ocupação da frota, as quais nas horas de ponta variaram, no sentido mais favorável, entre 57,7%, na ponta da tarde e 66,3%, na ponta da manhã. Já a taxa de ocupação média fora dos horários de ponta situou-se nos 26,2% que, apesar de ser uma taxa baixa, era a melhor de todas as carreiras do Grupo Transtejo[2] e superior às melhores taxas verificadas na carreira da Trafaria/Porto Brandão.
Cacilhas[editar | editar código-fonte]
Em 2009 transportou 6 823 149 passageiros, representando 36% do total do grupo[2]. É a segunda carreira do grupo com mais passageiros transportados. No mesmo ano foram transportadas 46 mil viaturas no serviço ferry.[11]. No mesmo período, cada passageiro transportado nesta ligação custou 0,29 EUR[2]. As taxas de ocupação média, nessa carreira, nos horários de ponta situaram-se nos 41,6%, na ponta da manhã, e de 42,9%, na ponta da tarde, sendo que tais percentagens caíam para 20,3% fora das horas de ponta[2].
Trafaria e Porto Brandão[editar | editar código-fonte]
Esta carreira faz a ligação entre a Trafaria e Lisboa - Belém com escala em Porto Brandão. Algumas ligações fazem o inverso, tendo terminal em Porto Brandão e escala na Trafaria. Existe ainda uma ligação que sai de Belém directa à Trafaria e outra que faz apenas o trajecto de Belém a Porto Brandão.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Site oficial da Transtejo e Soflusa
- Lista de carreiras da TTSF, no portal TransporLis.pt
Referências
- ↑ Contrato de Subcontratação do Serviço Público de Tranporte de Passageiros entre a Transtejo e a Soflusa
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u Tribunal de Contas. Dezembro de 2010. Auditoria ao Grupo Transtejo. Acedido a 31 de Janeiro de 2011
- ↑ «Transtejo vai ser fundida com Metro de Lisboa e Carris»
- ↑ Transportes de Lisboa lança campanha para jovens, Transportes em Revista, 18 de Março de 2015. Vista em 20 de Abril de 2015.
- ↑ Transportes de Lisboa acaba a 1 de Janeiro, Transportes & Negócios, 4 de Agosto de 2016. Vista em 26 de Março de 2017.
- ↑ Manha, Correio da. «Acidente com barco no Terreiro do Paço faz 34 feridos». www.cmjornal.pt. Consultado em 23 de abril de 2019
- ↑ «Expresso | Soflusa abre inquérito interno para apurar causas do acidente com catamarã». Jornal Expresso. Consultado em 23 de abril de 2019
- ↑ «Transtejo comprou nove navios elétricos sem baterias, TC considera o negócio "irracional": "É como comprar um carro sem motor"»
- ↑ Os navios São Jorge e Martim Moniz estiveram alugados à CP como reforço ao serviço para o Barreiro. Actualmente prestam serviço de reforço na carreira de Cacilhas.
- ↑ Transtejo e Soflusa: Horários. Acedido a 31 de Janeiro de 2011.
- ↑ Transtejo e Soflusa. 2010. Relatório de Gestão e Contas Consolidadas 2009. Acedido a 31 de Janeiro de 2011.
- Transportes da Área Metropolitana de Lisboa
- Transportes em Almada
- Transportes no Barreiro
- Transportes em Lisboa
- Transportes no Montijo
- Transportes no Seixal
- Transportes no distrito de Lisboa
- Transportes no distrito de Setúbal
- Transtejo Soflusa
- Empresas de transportes públicos de Portugal
- Empresas de navegação de Portugal
- Fundações em Portugal em 1975