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Tratado de Lutácio

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Tratado de Lutácio
Tratado de Lutácio
Tipo Tratado de paz
Propósito Tratado para encerrar a Primeira Guerra Púnica entre Cartago e Roma
Mediador(es) Amílcar Barca
Caio Lutácio Cátulo
Negociador(es) Giscão
Caio Lutácio Cátulo
Quinto Lutácio Cercão
Partes Cartago
Roma
Criado 241 a.C.
Assinado 241 a.C.
Com adendo em 237 a.C.

O Tratado de Lutácio foi um tratado de paz firmado entre Cartago e Roma em 241 a.C. que encerrou a Primeira Guerra Púnica depois de 23 anos de conflito. A maior parte da guerra foi travada na ilha da Sicília e arredores; em 241 a.C., uma frota cartaginesa foi derrotada por uma frota romana comandada por Caio Lutácio Cátulo enquanto tentava furar o bloqueio de suas últimas bases na ilha. O Senado Cartaginês aceitou a derrota e ordenou que Amílcar Barca, seu comandante militar na Sicília, negociasse um tratado de paz sob quaisquer termos que conseguisse. Amílcar se negou e deixou a tarefa para seu subordinado Giscão, o comandante de Lilibeu. Um rascunho foi rapidamente concordado, mas acabou rejeitado quando foi enviado para Roma para ratificação.

Os romanos então enviaram uma comissão para resolver a questão. Foi concordado que Cartago entregaria os territórios que ainda mantinha na Sicília, abriria mão de vários arquipélagos próximos e libertaria todos os prisioneiros romanos sem pedidos de resgate, porém pagamentos de resgate seriam necessários para garantir a libertação de prisioneiros cartagineses mantidos por romanos. Além disso, o pagamento de uma indenização de 3,2 mil talentos[nota 1] de prata, equivalente a aproximadamente 82 toneladas, ocorreria no decorrer de dez anos. O tratado recebeu seu nome do vitorioso Caio Lutácio Cátulo, que também negociou seu esboço inicial.

Cartago, enquanto recuperava-se de uma feroz e difícil guerra civil que ocorreu após a Primeira Guerra Púnica, preparou em 237 a.C. uma expedição para reconquistar a ilha da Sardenha, que tinha sido perdida para os rebeldes. Entretanto, os romanos afirmaram cinicamente que considerariam isso um ato de guerra. Seus termos de paz eram a entrega da Sardenha e da Córsega mais o pagamento adicional de 1,2 mil talentos de prata, aproximadamente trinta toneladas. Cartago estava enfraquecida por trinta anos contínuos de guerra e concordou com os termos em vez de entrar em mais um conflito contra Roma. O pagamento extra e a renúncia da Córsega e Sardenha foram adicionados ao Tratado de Lutácio.

Fontes primárias

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Estela de Políbio, historiador grego

A principal fonte para quase todos os aspectos da Primeira Guerra Púnica[nota 2] é o historiador Políbio, um grego enviado a Roma em 167 a.C. originalmente como um refém.[4][5][6] Seus trabalhos incluem um agora quase perdido manual sobre táticas militares,[7] mas é mais conhecido por Histórias, escrito em algum momento após 146 a.C. ou aproximadamente um século depois do fim da guerra.[4][8] O trabalho de Políbio é considerado pelos historiadores modernos como sendo amplamente objetivo e em sua maior parte neutro entre os pontos de vista romano e cartaginês.[9][10]

Registros escritos cartagineses foram destruídos junto com sua capital em 146 a.C., assim o relato de Políbio é baseado em várias fontes gregas e latinas agora perdidas.[11] Apenas o primeiro livro dos quarenta que compõem Histórias lida com a Primeira Guerra Púnica.[12] A precisão do relato de Políbio já foi muito debatida nos últimos 150 anos, mas o consenso moderno é aceitá-lo como está escrito na maior parte das vezes, com os detalhes da guerra em fontes modernas sendo quase que completamente baseados em interpretações do relato de Políbio.[12][13][14] O historiador moderno Andrew Curry considera que "Políbio acaba sendo bem confiável",[15] enquanto Craige Champion o descreve como "um historiador notavelmente bem informado, trabalhador e perspicaz".[16] Existem outras histórias posteriores sobre a guerra e tratado, porém são fragmentárias ou resumidas.[5][17] Historiadores modernos geralmente levam em conta escritos de Diodoro Sículo e Cássio Dio, com o crônico bizantino João Zonaras do século XII, que dependia de fontes muito mais antigas, também sendo usado às vezes. Todos, assim como Políbio, tiraram a maior parte de suas informações de relatos anteriores e agora perdidos.[18][19] O classicista Adrian Goldsworthy afirmou que o "relato de Políbio deve ser geralmente preferido quando difere de qualquer outro de nossos relatos".[20]

Primeira Guerra Púnica

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A República Romana estava expandindo-se agressivamente no sul da península Itálica no século que precedeu à Primeira Guerra Púnica.[21] Ela já tinha conquistado toda a península ao sul do rio Arno até 272 a.C..[22] Durante esse período, Cartago tinha dominado o sul da península Ibérica, boa parte das regiões litorâneas no Norte da África, Ilhas Baleares, Córsega, Sardenha e a metade ocidental da Sicília, sendo um império militar e comercial.[23] Cartago e Roma eram por volta de 264 a.C. as maiores potências do Mediterrâneo Ocidental.[24] Os dois já tinham confirmado sua amizade mútua por meio de alianças formais: em 509, 348 e por volta de 279 a.C.. As relações eram boas e tinham uma forte ligação comercial.[25][26] Os dois estados entraram em guerra em 264 a.C. sobre a cidade de Messana, na extremidade nordeste da Sicília.[27]

Territórios controlados por Roma e Cartago antes do início da Primeira Guerra Púnica

A guerra durou 23 anos, sendo o mais longo conflito contínuo e a maior guerra naval do todo o período da Antiguidade.[28] A guerra tinha se desenvolvido até 249 a.C. em uma disputa em que os romanos estavam tentando derrotar decisivamente os cartagineses e, no mínimo, controlar toda a Sicília.[29] Os cartagineses, por sua vez, estavam empregando sua estratégia normal de esperar seus oponentes se desgastarem por conta própria, possuindo a esperança de reconquistar uma parte ou todo seu território e também negociar um tratado de paz mutualmente satisfatório. Roma era a potência mais poderosa em terra e estava controlando a maior parte da Sicília.[30] A liderança cartaginesa preferia expandir sua área de controle do Norte da África ao custo dos númidas, provavelmente enxergando a Sicília como um teatro de operações secundário.[31]

Os cartagineses mantinham apenas duas cidades na Sicília em 250 a.C.: Lilibeu e Drépano. Estas eram bem fortificadas e situadas no litoral oeste, onde podiam ser reabastecidas e reforçadas sem que os romanos pudessem usar seu exército para interferir.[32][33] Amílcar Barca[nota 3] assumiu o comando das forças cartaginesas na Sicília em 247 a.C., mas tinha a sua disposição apenas um pequeno exército, enquanto a frota foi recuada.[35][36][37] Ambos os lados estavam extremamente desgastados financeiramente após mais de vinte anos de guerra e estavam com dificuldades para encontrarem homens em idade militar para seus exércitos e marinhas.[38] vidências da situação financeira cartaginesa inclui um pedido de empréstimo de dois mil talentos[nota 4] para o Reino Ptolemaico, que foi recusado.[39] Roma também estava próxima da falência e o número de cidadãos homens adultos, o recurso humano para o exército e marinha, tinha caído dezessete por cento desde o início da guerra.[40]

O Senado Romano percebeu no final de 243 a.C. que não conseguiriam capturar Drépano e Lilibeu a menos que ampliassem seu bloqueio para o mar.[41] Os cofres do estado estavam vazios, assim o Senado abordou cidadãos ricos por empréstimos para financiar a construção de um navio cada, valores que seriam pagos de volta com reparações que seriam impostas sobre Cartago quando a guerra fosse vencida. O resultado foi uma frota de aproximadamente duzentos navios construídos, equipados e tripulados sem dinheiro público.[42] Os cartagineses organizaram uma frota maior com a qual tinham a intenção de transportar suprimentos para a Sicília. Ela foi interceptada pelos romanos sob o comando de Caio Lutácio Cátulo e Quinto Valério Falto, com os mais bem treinados romanos derrotando os inferiores cartagineses na Batalha das Ilhas Égadas.[43][44] Dos 250 navios cartagineses, cinquenta foram afundados e setenta capturados.[41][45] Os romanos continuaram suas operações terrestres contra Lilibeu e Drépano depois disso.[46]

Moeda romana de 109 a.C. referindo-se à vitória de Cátulo; ela mostra um navio de guerra dentro de uma coroa de louros[47]

O Senado Cartaginês, com essa derrota mais recente, estava relutante em destinar os recursos necessários para construir e tripular mais uma frota. De qualquer forma, era provável que suas guarnições sicilianas se rendessem pela fome antes que qualquer coisa pudesse ser feita.[48] Em vez disso, Amílcar recebeu ordens para negociar um tratado de paz com os romanos sob quaisquer termos que pudesse conseguir. Amílcar, ao receber sua ordem de fazer a paz, se recusou e afirmou que uma rendição era desnecessária. Vários historiadores modernos levantaram a possibilidade que Amílcar não queria ficar associado ao tratado que formalizaria a derrota de Cartago após 23 anos de guerra por motivos políticos e de prestígio. A tarefa das negociações caiu sobre Giscão, o comandante de Lilibeu e o segundo cartaginês mais graduado na Sicília.[48][49][50]

Giscão abriu discussões com Cátulo. Os romanos nomeavam anualmente dois homens, conhecidos como cônsules, para cada um liderar um exército. O mandato de Cátulo estava terminando e seu substituto logo chegaria na Sicília. Isto fez com que ele fosse flexível nas negociações, pois estava ansioso para concluir uma paz definitiva enquanto ainda tinha autoridade, podendo assim reivindicar o crédito de encerrar a guerra.[49][51] Giscão e Cátulo concordaram que Cartago entregaria todo o território que ainda mantinha na Sicília, libertaria todos os prisioneiros romanos sem pedidos de resgate, porém resgates seriam necessários para a libertação de prisioneiros cartagineses mantidos por romanos; mais o pagamento de uma indenização de 2,2 mil talentos de prata, aproximadamente 57 toneladas, no decorrer de vinte anos. Estes termos foram enviados a Roma para ratificação, porém foram rejeitados pela Assembleia das Centúrias, uma das três assembleias populares romanas. Uma comissão de dez homens foi enviada para a Sicília a fim de resolver a questão. Ela era presidida por Quinto Lutácio Cercão, irmão de Cátulo, que neste momento o tinha sucedido como cônsul.[52][53] O historiador Adam Ziolkowski argumentou que existia uma facção em Roma contra o tratado e possivelmente contra o fim da guerra, que era liderada pelo ex-cônsul Aulo Mânlio Torquato Ático. Este possível desentendimento entre os políticos romanos foi exemplificado por Ático sendo eleito cônsul novamente junto com Cercão.[19][54]

Giscão rapidamente concordou com concessões adicionais junto à comissão: várias ilhas próximas da Sicília também seriam entregues[nota 5] e a indenização aumentaria para 3,2 mil talentos,[nota 6] com os mil talentos[nota 7] adicionais sendo pagos imediatamente,[nota 8] com o tempo permitido para o pagamento do restante sendo reduzido para apenas dez anos. Haviam algumas outras cláusulas menores incluídas no acordo final: nenhum dos lados poderia interferir com os aliados do outro ou guerrear contra eles, não poderiam recrutar soldados do território do outro e nem levantar fundos para obras públicas do território do outro.[51] Tudo isso foi formalizado no Tratado de Lutácio, nomeado em homenagem a Cátulo, que permaneceu na Sicília como um procônsul.[53][55] Amílcar imediatamente entregou o comando da Sicília para Giscão, que ficou formalmente encarregado de informar Cartago sobre o que havia sido concordado no tratado.[56] Cátulo, por sua vez, retornou para Roma e celebrou um triunfo em 4 de outubro.[57]

A opinião dos historiadores sobre o tratado e mista. Nigel Bagnall afirmou que as negociações de ambos os lados "demonstraram serem realistas e razoáveis em suas exigências". Adrian Goldsworthy disse que "os termos de paz deixaram claro que [Cartago] fora derrotada",[51] enquanto para Richard Miles "os termos concordados em 241 eram severos".[43] Por outro lado, Bruno Bleckmann considerou que o tratado foi "surpreendentemente moderado",[58] já para H. H. Scullard foi "um tanto leniente" com Cartago.[59]

Sardenha e Córsega

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Cartago envolveu-se em uma disputa de pagamento com suas tropas pouco depois de evacuar seu exército de vinte mil soldados da Sicília para o Norte da África. As tropas acabaram se amotinando e uma guerra começou. Notícias sobre a formação de um exército anti-cartaginese experiente no centro de seu próprio território espalhou rapidamente e várias cidades e vilarejos se revoltaram também; algumas tinham sido recém-conquistadas e todas foram duramente oprimidas para financiaram a guerra contra Roma. Isto adicionou setenta mil homens à força rebelde com suprimento de comida e recursos financeiros. Roma recusou-se a tirar vantagem dos problemas de Cartago e aderiu aos termos do tratado recém-assinado. Itálicos foram proibidos de fazer negócio com os rebeldes, mas encorajados a negociar com os cartagineses; 2 743 prisioneiros de guerra foram libertados sem resgate e imediatamente colocados no exército de Cartago.[60][61] O rei Hierão II de Siracusa, um reino satélite romano, recebeu permissão para abastecer Cartago com grandes a comida que precisava mas não podia mais adquirir de seu interior.[61][62] As guarnições cartaginesas na Sardenha juntaram-se ao motim no final de 240 ou início de 239 a.C., matando seus oficiais e o governador. Os cartagineses enviaram uma força para retomar a ilha. Seus membros também se amotinaram assim que chegaram, juntando-se aos locais, matando todos os cartagineses na ilha.[63][64] Os amotinados então apelaram à Roma por proteção, porém foram recusados.[60][64][65]

O Mediterrâneo Ocidental após 237 a.C., com o território cedido à Roma por Cartago em rosa

Os habitantes nativos da Sardenha levantaram-se provavelmente em 237 a.C. e conseguiram expulsar as guarnições amotinadas, que refugiaram-se na Itália.[66] Estas apelaram novamente por assistência romana enquanto a guerra no Norte da África chegava ao fim. Desta vez os romanos concordaram e preparam uma expedição para tomar a Sardenha e a Córsega.[49] Não se sabe ao certo os motivos dos romanos terem agido diferente neste momento em comparação como agiram três anos antes, no início da guerra.[60][67] Políbio afirmou que essa ação foi indefensável.[68] Cartago enviou uma embaixada para Roma, citando o Tratado de Lutácio e afirmando que estavam se preparando para formar sua própria expedição para retomar a Sardenha, território cartaginês a trezentos anos. O Senado Romano afirmou que consideraria a preparação de tal força como um ato de guerra. Seus termos de paz eram a concessão da Sardenha e Córsega mais o pagamento de uma indenização adicional de 1,2 mil talentos.[68][69][nota 9] Cartago, enfraquecida por trinta anos de guerra, concordou com os termos em vez de entrar em mais um conflito contra Roma.[70] A renúncia da Sardenha, que foi considerado também incluir a Córsega, mais o pagamento adicional foram adicionados ao Tratado de Lutácio como uma cláusula adicional.[68][71] Políbio considerou isso "contrário à toda justiça" e os historiadores modernos descreveram o comportamento de Roma como uma "agressão não provocada e violação de tratado",[68] "descaradamente oportunista"[66] e um "ato inescrupuloso".[71]

Consequências

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Para Roma, o Tratado de Lutácio marcou o início de sua expansão para além da península Itálica. A Sicília se tornou sua primeira província, sendo governada por um pretor. A exceção foi Siracusa, na extremidade sudeste da Sicília, que permaneceu nominalmente independente e uma aliada próxima de Roma.[29] Os romanos foram forçados a manter uma forte presença militar na Córsega e Sardenha por pelo menos os sete anos seguintes, pois tiveram grandes dificuldades para subjugar os habitantes locais.[72] Roma passou a ser a principal potência militar no Mediterrâneo Ocidental e cada vez mais da região do Mediterrâneo como um todo.[73] A tomada das duas ilhas e a indenização adicional aumentaram o ressentimento cartaginês, que não se conformava com a percepção de Roma sobre sua situação.[70] Quando um exército cartaginês cercou em 218 a.C. a cidade de Sagunto, uma protegida dos romanos,[nota 10] localizada no leste da Ibéria, isto provocou o começo da Segunda Guerra Púnica.[72][75][76]

Notas

  1. Vários "talentos" diferentes existiam na Antiguidade. Aqueles mencionados neste artigo são todos talentos eubeus de aproximadamente 26 quilogramas.[1][2]
  2. O termo púnico vem da palavra em latim punicus (também grafada como poenicus), que significa "cartaginês" e é uma referência à ancestralidade fenícia dos cartagineses.[3]
  3. Amílcar Barca era o pai de Aníbal.[34]
  4. Dois mil talentos eram aproximadamente 52 toneladas de prata.[1]
  5. Provavelmente as Ilhas Líparas e Égadas, mais Ústica.[1]
  6. 3,2 mil talentos eram aproximadamente 82 toneladas de prata.[1]
  7. Mil talentos eram aproximadamente 25 toneladas de prata.[1]
  8. Goldsworthy sugeriu que isso tinha o objetivo de permitir que o dinheiro emprestado para a construção da frota fosse pago prontamente.[29]
  9. 1,2 mil talentos eram aproximadamente trinta toneladas de prata.[1]
  10. Historiadores debatem se Sagunto era uma aliada formal de Roma, o que neste caso faria do ataque uma quebra direta da cláusula do Tratado de Lutácio que proibia ataques contra aliados de alguma das partes, ou se a cidade tinha pedido pela proteção romana de forma menos formal e possivelmente recebido. Em todo caso, os cartagineses afirmaram que relacionamentos firmados após a assinatura do tratado não eram cobertos por ele.[74]
  1. a b c d e f Lazenby 1996, p. 158
  2. Scullard 2006, p. 565
  3. Sidwell & Jones 1997, p. 16
  4. a b Goldsworthy 2006, p. 20
  5. a b Tipps 1985, p. 432
  6. Walbank 1990, p. 13
  7. Shutt 1938, p. 53
  8. Walbank 1990, pp. 11–12
  9. Lazenby 1996, pp. x–xi
  10. Hau 2016, pp. 23–24
  11. Goldsworthy 2006, p. 23
  12. a b Goldsworthy 2006, pp. 20–21
  13. Lazenby 1996, pp. x–xi, 82–84
  14. Tipps 1985, pp. 432–433
  15. Curry 2012, p. 34
  16. Champion 2015, p. 102
  17. Goldsworthy 2006, p. 22
  18. Mineo 2015, pp. 111–127
  19. a b Ziolkowski 1992, pp. 41–45
  20. Goldsworthy 2006, p. 21
  21. Miles 2011, pp. 157–158
  22. Bagnall 1999, pp. 21–22
  23. Goldsworthy 2006, pp. 29–30
  24. Goldsworthy 2006, pp. 25–26
  25. Miles 2011, pp. 94, 160, 163–165
  26. Goldsworthy 2006, pp. 69–70
  27. Warmington 1993, p. 165
  28. Lazenby 1996, p. x
  29. a b c Goldsworthy 2006, p. 129
  30. Goldsworthy 2006, pp. 92, 96–97, 130
  31. Bagnall 1999, p. 94
  32. Goldsworthy 2006, pp. 94–95
  33. Bagnall 1999, pp. 64–66
  34. Lazenby 1996, p. 165
  35. Lazenby 1996, p. 144
  36. Bagnall 1999, pp. 92–94
  37. Goldsworthy 2006, p. 95
  38. Bringmann 2007, p. 127
  39. Bagnall 1999, p. 92
  40. Bagnall 1999, p. 91
  41. a b Miles 2011, p. 195
  42. Lazenby 1996, p. 49
  43. a b Miles 2011, p. 196
  44. Bagnall 1999, p. 96
  45. Goldsworthy 2006, p. 125
  46. Goldsworthy 2006, pp. 125–126
  47. Crawford 1974, p. 315
  48. a b Bagnall 1999, p. 97
  49. a b c Lazenby 1996, p. 157
  50. Goldsworthy 2006, p. 133
  51. a b c Goldsworthy 2006, p. 128
  52. Lazenby 1996, pp. 157–158
  53. a b Goldsworthy 2006, pp. 128–129
  54. Wardle 2005, p. 382
  55. Lazenby 1996, pp. 157–159
  56. Lazenby 1996, pp. 158–159
  57. Lazenby 1996, p. 159
  58. Bleckmann 2015, p. 180
  59. Scullard 2006, pp. 565–566
  60. a b c Goldsworthy 2006, pp. 135–136
  61. a b Lazenby 1996, p. 173
  62. Scullard 2006, p. 568
  63. Goldsworthy 2006, p. 135
  64. a b Miles 2011, p. 212
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  67. Hoyos 2015, p. 210
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  69. Miles 2011, pp. 209, 212–213
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