Tratado de Lutácio
Tratado de Lutácio | |
---|---|
Tipo | Tratado de paz |
Propósito | Tratado para encerrar a Primeira Guerra Púnica entre Cartago e Roma |
Mediador(es) | Amílcar Barca Caio Lutácio Cátulo |
Negociador(es) | Giscão Caio Lutácio Cátulo Quinto Lutácio Cercão |
Partes | Cartago Roma |
Criado | 241 a.C. |
Assinado | 241 a.C. Com adendo em 237 a.C. |
O Tratado de Lutácio foi um tratado de paz firmado entre Cartago e Roma em 241 a.C. que encerrou a Primeira Guerra Púnica depois de 23 anos de conflito. A maior parte da guerra foi travada na ilha da Sicília e arredores; em 241 a.C., uma frota cartaginesa foi derrotada por uma frota romana comandada por Caio Lutácio Cátulo enquanto tentava furar o bloqueio de suas últimas bases na ilha. O Senado Cartaginês aceitou a derrota e ordenou que Amílcar Barca, seu comandante militar na Sicília, negociasse um tratado de paz sob quaisquer termos que conseguisse. Amílcar se negou e deixou a tarefa para seu subordinado Giscão, o comandante de Lilibeu. Um rascunho foi rapidamente concordado, mas acabou rejeitado quando foi enviado para Roma para ratificação.
Os romanos então enviaram uma comissão para resolver a questão. Foi concordado que Cartago entregaria os territórios que ainda mantinha na Sicília, abriria mão de vários arquipélagos próximos e libertaria todos os prisioneiros romanos sem pedidos de resgate, porém pagamentos de resgate seriam necessários para garantir a libertação de prisioneiros cartagineses mantidos por romanos. Além disso, o pagamento de uma indenização de 3,2 mil talentos[nota 1] de prata, equivalente a aproximadamente 82 toneladas, ocorreria no decorrer de dez anos. O tratado recebeu seu nome do vitorioso Caio Lutácio Cátulo, que também negociou seu esboço inicial.
Cartago, enquanto recuperava-se de uma feroz e difícil guerra civil que ocorreu após a Primeira Guerra Púnica, preparou em 237 a.C. uma expedição para reconquistar a ilha da Sardenha, que tinha sido perdida para os rebeldes. Entretanto, os romanos afirmaram cinicamente que considerariam isso um ato de guerra. Seus termos de paz eram a entrega da Sardenha e da Córsega mais o pagamento adicional de 1,2 mil talentos de prata, aproximadamente trinta toneladas. Cartago estava enfraquecida por trinta anos contínuos de guerra e concordou com os termos em vez de entrar em mais um conflito contra Roma. O pagamento extra e a renúncia da Córsega e Sardenha foram adicionados ao Tratado de Lutácio.
Fontes primárias
[editar | editar código-fonte]A principal fonte para quase todos os aspectos da Primeira Guerra Púnica[nota 2] é o historiador Políbio, um grego enviado a Roma em 167 a.C. originalmente como um refém.[4][5][6] Seus trabalhos incluem um agora quase perdido manual sobre táticas militares,[7] mas é mais conhecido por Histórias, escrito em algum momento após 146 a.C. ou aproximadamente um século depois do fim da guerra.[4][8] O trabalho de Políbio é considerado pelos historiadores modernos como sendo amplamente objetivo e em sua maior parte neutro entre os pontos de vista romano e cartaginês.[9][10]
Registros escritos cartagineses foram destruídos junto com sua capital em 146 a.C., assim o relato de Políbio é baseado em várias fontes gregas e latinas agora perdidas.[11] Apenas o primeiro livro dos quarenta que compõem Histórias lida com a Primeira Guerra Púnica.[12] A precisão do relato de Políbio já foi muito debatida nos últimos 150 anos, mas o consenso moderno é aceitá-lo como está escrito na maior parte das vezes, com os detalhes da guerra em fontes modernas sendo quase que completamente baseados em interpretações do relato de Políbio.[12][13][14] O historiador moderno Andrew Curry considera que "Políbio acaba sendo bem confiável",[15] enquanto Craige Champion o descreve como "um historiador notavelmente bem informado, trabalhador e perspicaz".[16] Existem outras histórias posteriores sobre a guerra e tratado, porém são fragmentárias ou resumidas.[5][17] Historiadores modernos geralmente levam em conta escritos de Diodoro Sículo e Cássio Dio, com o crônico bizantino João Zonaras do século XII, que dependia de fontes muito mais antigas, também sendo usado às vezes. Todos, assim como Políbio, tiraram a maior parte de suas informações de relatos anteriores e agora perdidos.[18][19] O classicista Adrian Goldsworthy afirmou que o "relato de Políbio deve ser geralmente preferido quando difere de qualquer outro de nossos relatos".[20]
Primeira Guerra Púnica
[editar | editar código-fonte]A República Romana estava expandindo-se agressivamente no sul da península Itálica no século que precedeu à Primeira Guerra Púnica.[21] Ela já tinha conquistado toda a península ao sul do rio Arno até 272 a.C..[22] Durante esse período, Cartago tinha dominado o sul da península Ibérica, boa parte das regiões litorâneas no Norte da África, Ilhas Baleares, Córsega, Sardenha e a metade ocidental da Sicília, sendo um império militar e comercial.[23] Cartago e Roma eram por volta de 264 a.C. as maiores potências do Mediterrâneo Ocidental.[24] Os dois já tinham confirmado sua amizade mútua por meio de alianças formais: em 509, 348 e por volta de 279 a.C.. As relações eram boas e tinham uma forte ligação comercial.[25][26] Os dois estados entraram em guerra em 264 a.C. sobre a cidade de Messana, na extremidade nordeste da Sicília.[27]
A guerra durou 23 anos, sendo o mais longo conflito contínuo e a maior guerra naval do todo o período da Antiguidade.[28] A guerra tinha se desenvolvido até 249 a.C. em uma disputa em que os romanos estavam tentando derrotar decisivamente os cartagineses e, no mínimo, controlar toda a Sicília.[29] Os cartagineses, por sua vez, estavam empregando sua estratégia normal de esperar seus oponentes se desgastarem por conta própria, possuindo a esperança de reconquistar uma parte ou todo seu território e também negociar um tratado de paz mutualmente satisfatório. Roma era a potência mais poderosa em terra e estava controlando a maior parte da Sicília.[30] A liderança cartaginesa preferia expandir sua área de controle do Norte da África ao custo dos númidas, provavelmente enxergando a Sicília como um teatro de operações secundário.[31]
Os cartagineses mantinham apenas duas cidades na Sicília em 250 a.C.: Lilibeu e Drépano. Estas eram bem fortificadas e situadas no litoral oeste, onde podiam ser reabastecidas e reforçadas sem que os romanos pudessem usar seu exército para interferir.[32][33] Amílcar Barca[nota 3] assumiu o comando das forças cartaginesas na Sicília em 247 a.C., mas tinha a sua disposição apenas um pequeno exército, enquanto a frota foi recuada.[35][36][37] Ambos os lados estavam extremamente desgastados financeiramente após mais de vinte anos de guerra e estavam com dificuldades para encontrarem homens em idade militar para seus exércitos e marinhas.[38] vidências da situação financeira cartaginesa inclui um pedido de empréstimo de dois mil talentos[nota 4] para o Reino Ptolemaico, que foi recusado.[39] Roma também estava próxima da falência e o número de cidadãos homens adultos, o recurso humano para o exército e marinha, tinha caído dezessete por cento desde o início da guerra.[40]
O Senado Romano percebeu no final de 243 a.C. que não conseguiriam capturar Drépano e Lilibeu a menos que ampliassem seu bloqueio para o mar.[41] Os cofres do estado estavam vazios, assim o Senado abordou cidadãos ricos por empréstimos para financiar a construção de um navio cada, valores que seriam pagos de volta com reparações que seriam impostas sobre Cartago quando a guerra fosse vencida. O resultado foi uma frota de aproximadamente duzentos navios construídos, equipados e tripulados sem dinheiro público.[42] Os cartagineses organizaram uma frota maior com a qual tinham a intenção de transportar suprimentos para a Sicília. Ela foi interceptada pelos romanos sob o comando de Caio Lutácio Cátulo e Quinto Valério Falto, com os mais bem treinados romanos derrotando os inferiores cartagineses na Batalha das Ilhas Égadas.[43][44] Dos 250 navios cartagineses, cinquenta foram afundados e setenta capturados.[41][45] Os romanos continuaram suas operações terrestres contra Lilibeu e Drépano depois disso.[46]
Tratado
[editar | editar código-fonte]O Senado Cartaginês, com essa derrota mais recente, estava relutante em destinar os recursos necessários para construir e tripular mais uma frota. De qualquer forma, era provável que suas guarnições sicilianas se rendessem pela fome antes que qualquer coisa pudesse ser feita.[48] Em vez disso, Amílcar recebeu ordens para negociar um tratado de paz com os romanos sob quaisquer termos que pudesse conseguir. Amílcar, ao receber sua ordem de fazer a paz, se recusou e afirmou que uma rendição era desnecessária. Vários historiadores modernos levantaram a possibilidade que Amílcar não queria ficar associado ao tratado que formalizaria a derrota de Cartago após 23 anos de guerra por motivos políticos e de prestígio. A tarefa das negociações caiu sobre Giscão, o comandante de Lilibeu e o segundo cartaginês mais graduado na Sicília.[48][49][50]
Giscão abriu discussões com Cátulo. Os romanos nomeavam anualmente dois homens, conhecidos como cônsules, para cada um liderar um exército. O mandato de Cátulo estava terminando e seu substituto logo chegaria na Sicília. Isto fez com que ele fosse flexível nas negociações, pois estava ansioso para concluir uma paz definitiva enquanto ainda tinha autoridade, podendo assim reivindicar o crédito de encerrar a guerra.[49][51] Giscão e Cátulo concordaram que Cartago entregaria todo o território que ainda mantinha na Sicília, libertaria todos os prisioneiros romanos sem pedidos de resgate, porém resgates seriam necessários para a libertação de prisioneiros cartagineses mantidos por romanos; mais o pagamento de uma indenização de 2,2 mil talentos de prata, aproximadamente 57 toneladas, no decorrer de vinte anos. Estes termos foram enviados a Roma para ratificação, porém foram rejeitados pela Assembleia das Centúrias, uma das três assembleias populares romanas. Uma comissão de dez homens foi enviada para a Sicília a fim de resolver a questão. Ela era presidida por Quinto Lutácio Cercão, irmão de Cátulo, que neste momento o tinha sucedido como cônsul.[52][53] O historiador Adam Ziolkowski argumentou que existia uma facção em Roma contra o tratado e possivelmente contra o fim da guerra, que era liderada pelo ex-cônsul Aulo Mânlio Torquato Ático. Este possível desentendimento entre os políticos romanos foi exemplificado por Ático sendo eleito cônsul novamente junto com Cercão.[19][54]
Giscão rapidamente concordou com concessões adicionais junto à comissão: várias ilhas próximas da Sicília também seriam entregues[nota 5] e a indenização aumentaria para 3,2 mil talentos,[nota 6] com os mil talentos[nota 7] adicionais sendo pagos imediatamente,[nota 8] com o tempo permitido para o pagamento do restante sendo reduzido para apenas dez anos. Haviam algumas outras cláusulas menores incluídas no acordo final: nenhum dos lados poderia interferir com os aliados do outro ou guerrear contra eles, não poderiam recrutar soldados do território do outro e nem levantar fundos para obras públicas do território do outro.[51] Tudo isso foi formalizado no Tratado de Lutácio, nomeado em homenagem a Cátulo, que permaneceu na Sicília como um procônsul.[53][55] Amílcar imediatamente entregou o comando da Sicília para Giscão, que ficou formalmente encarregado de informar Cartago sobre o que havia sido concordado no tratado.[56] Cátulo, por sua vez, retornou para Roma e celebrou um triunfo em 4 de outubro.[57]
A opinião dos historiadores sobre o tratado e mista. Nigel Bagnall afirmou que as negociações de ambos os lados "demonstraram serem realistas e razoáveis em suas exigências". Adrian Goldsworthy disse que "os termos de paz deixaram claro que [Cartago] fora derrotada",[51] enquanto para Richard Miles "os termos concordados em 241 eram severos".[43] Por outro lado, Bruno Bleckmann considerou que o tratado foi "surpreendentemente moderado",[58] já para H. H. Scullard foi "um tanto leniente" com Cartago.[59]
Sardenha e Córsega
[editar | editar código-fonte]Cartago envolveu-se em uma disputa de pagamento com suas tropas pouco depois de evacuar seu exército de vinte mil soldados da Sicília para o Norte da África. As tropas acabaram se amotinando e uma guerra começou. Notícias sobre a formação de um exército anti-cartaginese experiente no centro de seu próprio território espalhou rapidamente e várias cidades e vilarejos se revoltaram também; algumas tinham sido recém-conquistadas e todas foram duramente oprimidas para financiaram a guerra contra Roma. Isto adicionou setenta mil homens à força rebelde com suprimento de comida e recursos financeiros. Roma recusou-se a tirar vantagem dos problemas de Cartago e aderiu aos termos do tratado recém-assinado. Itálicos foram proibidos de fazer negócio com os rebeldes, mas encorajados a negociar com os cartagineses; 2 743 prisioneiros de guerra foram libertados sem resgate e imediatamente colocados no exército de Cartago.[60][61] O rei Hierão II de Siracusa, um reino satélite romano, recebeu permissão para abastecer Cartago com grandes a comida que precisava mas não podia mais adquirir de seu interior.[61][62] As guarnições cartaginesas na Sardenha juntaram-se ao motim no final de 240 ou início de 239 a.C., matando seus oficiais e o governador. Os cartagineses enviaram uma força para retomar a ilha. Seus membros também se amotinaram assim que chegaram, juntando-se aos locais, matando todos os cartagineses na ilha.[63][64] Os amotinados então apelaram à Roma por proteção, porém foram recusados.[60][64][65]
Os habitantes nativos da Sardenha levantaram-se provavelmente em 237 a.C. e conseguiram expulsar as guarnições amotinadas, que refugiaram-se na Itália.[66] Estas apelaram novamente por assistência romana enquanto a guerra no Norte da África chegava ao fim. Desta vez os romanos concordaram e preparam uma expedição para tomar a Sardenha e a Córsega.[49] Não se sabe ao certo os motivos dos romanos terem agido diferente neste momento em comparação como agiram três anos antes, no início da guerra.[60][67] Políbio afirmou que essa ação foi indefensável.[68] Cartago enviou uma embaixada para Roma, citando o Tratado de Lutácio e afirmando que estavam se preparando para formar sua própria expedição para retomar a Sardenha, território cartaginês a trezentos anos. O Senado Romano afirmou que consideraria a preparação de tal força como um ato de guerra. Seus termos de paz eram a concessão da Sardenha e Córsega mais o pagamento de uma indenização adicional de 1,2 mil talentos.[68][69][nota 9] Cartago, enfraquecida por trinta anos de guerra, concordou com os termos em vez de entrar em mais um conflito contra Roma.[70] A renúncia da Sardenha, que foi considerado também incluir a Córsega, mais o pagamento adicional foram adicionados ao Tratado de Lutácio como uma cláusula adicional.[68][71] Políbio considerou isso "contrário à toda justiça" e os historiadores modernos descreveram o comportamento de Roma como uma "agressão não provocada e violação de tratado",[68] "descaradamente oportunista"[66] e um "ato inescrupuloso".[71]
Consequências
[editar | editar código-fonte]Para Roma, o Tratado de Lutácio marcou o início de sua expansão para além da península Itálica. A Sicília se tornou sua primeira província, sendo governada por um pretor. A exceção foi Siracusa, na extremidade sudeste da Sicília, que permaneceu nominalmente independente e uma aliada próxima de Roma.[29] Os romanos foram forçados a manter uma forte presença militar na Córsega e Sardenha por pelo menos os sete anos seguintes, pois tiveram grandes dificuldades para subjugar os habitantes locais.[72] Roma passou a ser a principal potência militar no Mediterrâneo Ocidental e cada vez mais da região do Mediterrâneo como um todo.[73] A tomada das duas ilhas e a indenização adicional aumentaram o ressentimento cartaginês, que não se conformava com a percepção de Roma sobre sua situação.[70] Quando um exército cartaginês cercou em 218 a.C. a cidade de Sagunto, uma protegida dos romanos,[nota 10] localizada no leste da Ibéria, isto provocou o começo da Segunda Guerra Púnica.[72][75][76]
Notas
- ↑ Vários "talentos" diferentes existiam na Antiguidade. Aqueles mencionados neste artigo são todos talentos eubeus de aproximadamente 26 quilogramas.[1][2]
- ↑ O termo púnico vem da palavra em latim punicus (também grafada como poenicus), que significa "cartaginês" e é uma referência à ancestralidade fenícia dos cartagineses.[3]
- ↑ Amílcar Barca era o pai de Aníbal.[34]
- ↑ Dois mil talentos eram aproximadamente 52 toneladas de prata.[1]
- ↑ Provavelmente as Ilhas Líparas e Égadas, mais Ústica.[1]
- ↑ 3,2 mil talentos eram aproximadamente 82 toneladas de prata.[1]
- ↑ Mil talentos eram aproximadamente 25 toneladas de prata.[1]
- ↑ Goldsworthy sugeriu que isso tinha o objetivo de permitir que o dinheiro emprestado para a construção da frota fosse pago prontamente.[29]
- ↑ 1,2 mil talentos eram aproximadamente trinta toneladas de prata.[1]
- ↑ Historiadores debatem se Sagunto era uma aliada formal de Roma, o que neste caso faria do ataque uma quebra direta da cláusula do Tratado de Lutácio que proibia ataques contra aliados de alguma das partes, ou se a cidade tinha pedido pela proteção romana de forma menos formal e possivelmente recebido. Em todo caso, os cartagineses afirmaram que relacionamentos firmados após a assinatura do tratado não eram cobertos por ele.[74]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f Lazenby 1996, p. 158
- ↑ Scullard 2006, p. 565
- ↑ Sidwell & Jones 1997, p. 16
- ↑ a b Goldsworthy 2006, p. 20
- ↑ a b Tipps 1985, p. 432
- ↑ Walbank 1990, p. 13
- ↑ Shutt 1938, p. 53
- ↑ Walbank 1990, pp. 11–12
- ↑ Lazenby 1996, pp. x–xi
- ↑ Hau 2016, pp. 23–24
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 23
- ↑ a b Goldsworthy 2006, pp. 20–21
- ↑ Lazenby 1996, pp. x–xi, 82–84
- ↑ Tipps 1985, pp. 432–433
- ↑ Curry 2012, p. 34
- ↑ Champion 2015, p. 102
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 22
- ↑ Mineo 2015, pp. 111–127
- ↑ a b Ziolkowski 1992, pp. 41–45
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 21
- ↑ Miles 2011, pp. 157–158
- ↑ Bagnall 1999, pp. 21–22
- ↑ Goldsworthy 2006, pp. 29–30
- ↑ Goldsworthy 2006, pp. 25–26
- ↑ Miles 2011, pp. 94, 160, 163–165
- ↑ Goldsworthy 2006, pp. 69–70
- ↑ Warmington 1993, p. 165
- ↑ Lazenby 1996, p. x
- ↑ a b c Goldsworthy 2006, p. 129
- ↑ Goldsworthy 2006, pp. 92, 96–97, 130
- ↑ Bagnall 1999, p. 94
- ↑ Goldsworthy 2006, pp. 94–95
- ↑ Bagnall 1999, pp. 64–66
- ↑ Lazenby 1996, p. 165
- ↑ Lazenby 1996, p. 144
- ↑ Bagnall 1999, pp. 92–94
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 95
- ↑ Bringmann 2007, p. 127
- ↑ Bagnall 1999, p. 92
- ↑ Bagnall 1999, p. 91
- ↑ a b Miles 2011, p. 195
- ↑ Lazenby 1996, p. 49
- ↑ a b Miles 2011, p. 196
- ↑ Bagnall 1999, p. 96
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 125
- ↑ Goldsworthy 2006, pp. 125–126
- ↑ Crawford 1974, p. 315
- ↑ a b Bagnall 1999, p. 97
- ↑ a b c Lazenby 1996, p. 157
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 133
- ↑ a b c Goldsworthy 2006, p. 128
- ↑ Lazenby 1996, pp. 157–158
- ↑ a b Goldsworthy 2006, pp. 128–129
- ↑ Wardle 2005, p. 382
- ↑ Lazenby 1996, pp. 157–159
- ↑ Lazenby 1996, pp. 158–159
- ↑ Lazenby 1996, p. 159
- ↑ Bleckmann 2015, p. 180
- ↑ Scullard 2006, pp. 565–566
- ↑ a b c Goldsworthy 2006, pp. 135–136
- ↑ a b Lazenby 1996, p. 173
- ↑ Scullard 2006, p. 568
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 135
- ↑ a b Miles 2011, p. 212
- ↑ Hoyos 2000, p. 376
- ↑ a b Goldsworthy 2006, p. 136
- ↑ Hoyos 2015, p. 210
- ↑ a b c d Scullard 2006, p. 569
- ↑ Miles 2011, pp. 209, 212–213
- ↑ a b Lazenby 1996, p. 175
- ↑ a b Bagnall 1999, p. 124
- ↑ a b Hoyos 2015, p. 211
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 360
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 144
- ↑ Collins 1998, p. 13
- ↑ Miles 2011, p. 213
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bagnall, Nigel (1999). The Punic Wars: Rome, Carthage and the Struggle for the Mediterranean. Londres: Pimlico. ISBN 978-0-7126-6608-4
- Bleckmann, Bruno (2015) [2011]. «Roman Politics in the First Punic War». In: Hoyos, Dexter. A Companion to the Punic Wars. Chichester: John Wiley. ISBN 978-1-119-02550-4
- Bringmann, Klaus (2007). A History of the Roman Republic. Cambridge: Polity Press. ISBN 978-0-7456-3370-1
- Champion, Craige B. (2015) [2011]. «Polybius and the Punic Wars». In: Hoyos, Dexter. A Companion to the Punic Wars. Chichester: John Wiley. ISBN 978-1-119-02550-4
- Collins, Roger (1998). Spain: An Oxford Archaeological Guide. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-285300-4
- Crawford, Michael (1974). Roman Republican Coinage. Cambridge: Cambridge University Press. OCLC 859598398
- Curry, Andrew (2012). «The Weapon That Changed History». Archaeology. 65 (1). JSTOR 41780760
- Goldsworthy, Adrian (2006). The Fall of Carthage: The Punic Wars 265–146 BC. Londres: Phoenix. ISBN 978-0-304-36642-2
- Hau, Lisa (2016). Moral History from Herodotus to Diodorus Siculus. Edimburgo: Edinburgh University Press. ISBN 978-1-4744-1107-3
- Hoyos, Dexter (2000). «Towards a Chronology of the 'Truceless War', 241–237 B.C.». Rheinisches Museum für Philologie. 143 (3/4). JSTOR 41234468
- Hoyos, Dexter (2015) [2011]. A Companion to the Punic Wars. Chichester: John Wiley. ISBN 978-1-119-02550-4
- Lazenby, John (1996). The First Punic War: A Military History. Stanford: Stanford University Press. ISBN 978-0-8047-2673-3
- Miles, Richard (2011). Carthage Must be Destroyed. Londres: Penguin. ISBN 978-0-14-101809-6
- Mineo, Bernard (2015) [2011]. «Principal Literary Sources for the Punic Wars (apart from Polybius)». In: Hoyos, Dexter. A Companion to the Punic Wars. Chichester: John Wiley. ISBN 978-1-119-02550-4
- Scullard, H. H. (2006) [1989]. «Carthage and Rome». In: Walbank, F. W.; Astin, A. E.; Frederiksen, M. W.; Ogilvie, R. M. Cambridge Ancient History. 7, Parte 2 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-23446-7
- Shutt, Rowland (1938). «Polybius: A Sketch». Greece & Rome. 8 (22). JSTOR 642112. doi:10.1017/S001738350000588X
- Sidwell, Keith C.; Jones, Peter V. (1997). The World of Rome: An Introduction to Roman Culture. Cambridge. Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-38600-5
- Tipps, G. K. (1985). «The Battle of Ecnomus». Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte. 34 (4). JSTOR 4435938
- Walbank, F. W. (1990). Polybius. 1. Berkeley: University of California Press. ISBN 978-0-520-06981-7
- Wardle, David (2005). «Valerius Maximus and the End of the First Punic War». Latomus. 64 (2). JSTOR 41544894
- Warmington, Brian (1993) [1960]. Carthage. Nova Iorque: Barnes & Noble. ISBN 978-1566192101
- Ziolkowski, Adam (1992). The Temples of Mid-Republican Rome and Their Historical and Topographical Context. Roma: L'Erma di Bretschneider. ISBN 978-88-7062-798-5