Tubúrnica

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Tubúrnica
Localização atual
Tubúrnica está localizado em: Tunísia
Tubúrnica
Localização das ruínas de Tubúrnica no que é atualmente a Tunísia
Coordenadas 36° 31' 36" N 8° 28' 14" E
País  Tunísia
Província Jendouba
Cidades atuais mais próximas Ghardimaou e Jendouba
Altitude 230 m
Dados históricos
Civilizações Cartaginesa e Romana

Tubúrnica ou Thuburnica é um sítio arqueológico no interior noroeste da Tunísia, na delegação de Ghardimaou e província de Jendouba, 35 km a noroeste desta cidade, 12 km a nordeste de Ghardimaou e 12 km a oeste de Chemtou (a antiga Simitthu). O local é conhecido localmente como El Kalâa (a cidadela) e está perto dos marabutos de Sidi Ali e Sidi Bel-Kassem.[carece de fontes?]

Tubúrnica foi uma cidade situada na antiga estrada que ligava Cartago a Hipona que já existia quando os romanos tomaram o controlo da região, tal como demonstram as inscrições líbias, púnicas e até gregas, para além das latinas, que foram encontradas pelos arqueólogos que escavaram o local,[1] nomeadamente por Louis Carton no início do século XX. Foi também descoberto um templo dedicado ao deus púnico Ba'al Hammon provavelmente destruído aquando do triunfo do cristianismo na região. [carece de fontes?]

Algumas das inscrições em grego são dedicadas ao deus Saturno. A origem de quem fez estas dedicatórias é incerta. Uma hipótese é de que teriam sido membros de uma colónia grega originalmente instalados em Cartago que teriam usado a sua língua para se dirigirem à divindade. Outros autores pensam que seriam gregos vindos da Magna Grécia ou da Sicília, pois um deles chamava-se T. Salloustios. Esses gregos ou os seus antepassados ter-se-iam instalado em Tubúrnica como o fizeram outros seus compatriotas em Cirta e Sicca no tempo dos "reinos indígenas" e estariam mais ou menos integrados na sociedade local, pois algumas estelas ostentam o símbolo da deusa Tanit. Segundo esta hipótese, alguns dos termos gregos, como arconte, mais não seriam que traduções de palavras púnicas como sufete. Há ainda uma terceira hipótese segundo a qual se tratariam de berberes semi-helenizados e enviados a Sicca durante a Guerra dos Mercenários, a guerra civil que assolou os territórios cartagineses entre 241 e 238 a.C. Qualquer que tenha sido a sua origem, é notório que tiveram grande influência na vida da cidade, pois Louis Carton salientava que o estilo das lâmpadas de azeite e da loiça se afastava das produções usuais da região.[1]

A presença romana mais antiga na cidade ocorreu com a instalação de veteranos por Caio Mário (157–86 a.C.), pomposamente intitulados Conditor coloniae (fundadores da colónia), apesar de provavelmente não se tratar de uma verdadeira colónia, mas da instalação viritim (concessão a título pessoal) de antigos soldados. Posteriormente Júlio César adotaria a mesma política. A localidade figura nas listas dos oppida civium romanorum (lit: "cidades romanas") de Plínio e obteve o estatuto de colónia o mais tardar durante o reinado de Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) e a partir daí foi governada por duúnviros, dos quais se conhecem alguns nomes. A última vaga de povoamento romano foi de membros da tribo Arnense, feito na mesma altura em que foi reforçado o povoamento de Cartago e Cirta.[1]

À parte de uma ponte romana em bom estado que ainda é usada para circulação automóvel,[2] os outras construções do sítio, como um palácio conhecido como "a cidadela" construído por um colono francês com pedras das ruínas,[carece de fontes?] um mausoléu com dois andates e um forte bizantino, estão numa zona militar e por isso não podem ser visitados.[2]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  • Parte do texto foi inicialmente baseado na tradução do artigo «Thuburnica» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão).
  1. a b c Ferchiou, Naïdé (1986), «Le mausolée anonyme de Thuburnica», Mélanges de l'Ecole française de Rome. Antiquité (em francês), 98 (2): 665-705, consultado em 27 de março de 2014 
  2. a b Kjeilen, Tore. «Thuburnica – The miraculous bridge». LookLex.com (Lexic Orient) (em inglês). Consultado em 27 de março de 2014. Cópia arquivada em 19 de novembro de 2012 


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