União Brasil
União Brasil | |
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"União, Brasil!" | |
Número eleitoral | 44[1] |
Presidente | Luciano Bivar[2] |
Secretário-geral | ACM Neto |
Fundação | 6 de outubro de 2021 (10 meses)[3] |
Registro | 8 de fevereiro de 2022 (6 meses)[4][5] |
Sede | Brasília, DF |
Ideologia | • Conservadorismo liberal • Liberalismo econômico[6] • Pega-tudo[7] |
Espectro político | Centro[8][9] e Centro-direita[10] |
Ala jovem | União Jovem do Brasil |
Fusão | DEM PSL |
Membros (2022) | 1.083.183[11] |
Governadores (2022) | 4 / 27 |
Prefeitos (2020)[12] | 552 / 5 568 |
Senadores (2022)[13] | 8 / 81 |
Deputados federais (2022)[14] | 55 / 513 |
Deputados estaduais (2022)[15][16] | 129 / 1 024 |
Vereadores (2022)[17] | 5 546 / 56 810 |
Cores | Azul-cobalto Azul-celeste Amarelo |
Página oficial | |
uniaobrasil | |
Política do Brasil |
União Brasil (UNIÃO) é um partido político brasileiro de centro-direita à direita que surgiu da fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL), aprovada por ambas agremiações em 6 de outubro de 2021.[18][1][2][19][20][10][21] Em fevereiro de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou a fusão e conferiu o registro ao novo partido político, que à época contava com o maior número de membros na Câmara dos Deputados.[4] Em junho de 2022, o partido possuía 1.083.183 filiados, sendo o sexto maior do país.
História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]
Em 2017, foi promulgada a Emenda Constitucional 97, que estabeleceu uma cláusula de barreira progressiva, para que os partidos políticos brasileiros tenham acesso gratuito ao rádio e à televisão em propaganda eleitoral, bem como ao fundo partidário. Igualmente, a emenda proibiu a formação de coligações políticas para a disputa de eleições proporcionais.[22] O objetivo da referida emenda foi diminuir o número de partidos políticos no Brasil.[23]
Desde então, alguns partidos políticos foram incorporados a outros.[24][25][26] Em 2021, o Democratas e o Partido Social Liberal anunciaram a fusão. Historicamente, Democratas é um dos maiores partidos da direita brasileira, sendo sucessor do Partido da Frente Liberal (PFL), enquanto o PSL é historicamente um partido social-liberal pequeno, porém elegeu Jair Bolsonaro como presidente da república e passou a se colocar como um partido mais socialmente conservador e liberal.[27]
Fusão[editar | editar código-fonte]
As primeiras notícias que surgiram no final de 2019, durante a crise que culminou na saída de Jair Bolsonaro do PSL.[28] Na época, houve várias resistências, com ACM Neto, presidente do Democratas, afirmando que essa união não teria sentido e Felipe Francischini, presidente da Comissão de Constituição e Justiça na Câmara dos Deputados, disse que a união faria com que ambos partidos percam espaço na política.[29][30]
Após as eleições municipais no Brasil em 2020, as negociações foram retomadas. Inicialmente, o Progressistas faria parte da fusão, porém acabou desistindo.[31] A fusão foi motivada com a saída de vários quadros fortes do Democratas, como o prefeito Eduardo Paes, ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e o vice-governador de São Paulo Rodrigo Garcia, além dos resultados ruins do PSL nas municipais.[32]
Foi decidido que o presidente do novo partido seria Luciano Bivar e seu secretário-geral seria o ACM Neto.[33] Consequentemente, os diretório nacionais do Democratas e do PSL aprovaram a fusão por unanimidade, com definição de uma convenção nacional em outubro para oficializar a fusão.[34][35]
O nome "União Brasil" junto com o número 44 foi escolhido no final de setembro de 2021, as outras alternativas eram Partido Liberal Democrata e Brasil em Movimento. O nome foi escolhido com base em pesquisas qualitativas feitas por ambos os partidos.[36]
Em 6 de outubro de 2021, uma convenção nacional contendo representantes de ambos os partidos aprovou a fusão por aclamação e requisitou a aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).[37] Em fevereiro de 2022, o TSE aprovou a fusão e conferiu o registro ao novo partido político.[4]
Diagrama da origem histórica do partido | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Fonte: [38][39] |
Saída da Ala Pró-Bolsonaro[editar | editar código-fonte]
Nas eleições de 2018, os partidos antecessores (DEM e PSL) elegeram 81 deputados federais, de forma que, na data da fusão, o partido tinha o maior número de membros na Câmara dos Deputados. Todavia, durante a janela partidária de 2022, dezenas de deputados, sobretudo aliados do Presidente Jair Bolsonaro, deixaram a legenda. Sendo assim, em abril de 2022, o partido tinha 46 membros Câmara dos Deputados, ficando quinto lugar entre os partidos na Casa.[16][40][41]
Organização[editar | editar código-fonte]
Princípios[editar | editar código-fonte]
Assim como seus antecessores, a União Brasil se posiciona na direita política no espectro político convencional.[42] O cientista político Vinícius Vieira descreve a fusão com sendo uma versão brasileira de partidos liberais, sendo focado em capitalizar o eleitorado de direita que se decepcionou com o Presidente Jair Bolsonaro.[27] Vice presidente do PSL, Junior Bozzella, colocou a nova legenda como parte do polo democrático e que busca evitar a polarização política entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, afirmando que apoiadores radicais de Bolsonaro teriam que sair do partido.[43]
Na fundação, foi definido um manifesto que afirma as posições políticas da União Brasil, sendo suas quatro diretrizes:
- O valor da democracia como sistema político pautado pela tolerância, pluralidade, respeito e diálogo;
- O valor do Estado como garantidor dos direitos sociais básicos da população;
- O valor da liberdade como condição para busca de realização individual;
- O valor da família como esteio da pessoa e base da sociedade.
O manifesto também definiu 44 princípios base do partido. Na economia, o partido defende a austeridade fiscal, privatizações e cortes de impostos, porém posiciona-se contra o Estado mínimo, afirmando que o Estado tem um papel importante em áreas como educação, saúde e programas de transferência de renda.[6] Em questões sociais, posiciona-se como favorável a preservação da família e da cultura brasileira, defendendo também o aumento da participação das mulheres e minorias raciais na política. Além disso, o partido afirma que a existência de mudanças climáticas é evidente e que o governo deve realizar ações imediatas para mitigar isso.[44]
Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]
Eleições municipais[editar | editar código-fonte]
Eleições estaduais e federais[editar | editar código-fonte]
Eleições presidenciais[editar | editar código-fonte]
Ano | Imagem | Candidato a Presidente | Candidato a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
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2022 | ![]() |
Soraya Thronicke (UNIÃO) |
Marcos Cintra (UNIÃO) |
sem coligação |
Referências
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- ↑ a b Alves, Renato (6 de outubro de 2021). «Convenção marca junção de PSL-DEM e surgimento do União Brasil». O Tempo. Consultado em 6 de outubro de 2021
- ↑ Soares, Olavo (5 de outubro de 2021). «Convenção Coletiva formaliza fusão do PSL e DEM, criando o União Brasil». Gazeta do Povo. Consultado em 6 de outubro de 2021
- ↑ a b c «TSE aprova registro e estatuto do União Brasil, partido resultante da fusão entre DEM e PSL». G1. 8 de fevereiro de 2022. Consultado em 8 de fevereiro de 2022
- ↑ «TSE aprova registro do partido União Brasil». TSE. 8 de fevereiro de 2022. Consultado em 8 de fevereiro de 2022
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- ↑
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- ↑ Dantas, Cláudio (6 de outubro de 2021). «"A miríade de partidos que temos confunde o eleitor, favorece o fisiologismo", diz manifesto do União Brasil». O Antagonista. Consultado em 6 de outubro de 2021