Universidade Popular de Ensino (Livre)

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A Universidade Popular de Ensino Livre[1], ou somente Universidade Popular de Ensino, ou UPEL[2][3], foi uma universidade nômade[4] do Rio de Janeiro[5] fundada em março[6] de 1904 pelos médicos Fábio Luz[7][8] e Martins Fontes, juntamente com o historiador Rocha Pombo,[9] se não com outros também. Supõe-se que Pedro Couto, Manuel Bonfim e Sílvio Romero tenham participado.[10] Foi a primeira do tipo na América Latina.[11]

Foi uma iniciativa das mais audaciosas dos anarquistas.[6] Seu ideal seria se tornar um centro de lazer e cultura, além da ministragem de ensino superior.[6] Não pôde continuar suas atividades por ação das autoridades do Estado,[5] sendo fechada por estes em outubro do mesmo ano.[6]

Diferente dos Centros de Estudos, não foi criada exclusivamente pelos grupos operários: participaram militantes socialistas e literatos e intelectuais libertários.[12][13]

Objetivo[editar | editar código-fonte]

Fundar um ensino superior metódico para o povo, organizar conferências, periódicas sobre todos os assuntos suscetíveis de interessar aos trabalhadores, fundar um museu social e uma biblioteca, realizar representações de arte social, saraus musicais, festas literárias, excursões científicas, artísticas e expansivas, publicar um boletim que seja o órgão da associação, estabelecer, enfim, um centro popular tendo por fim às vezes o prazer e a instrução – a união moral entre os cooperadores.
Rocha de Miranda, na fundação[14]

 revista Kultur[15]

Disciplinas[15][editar | editar código-fonte]

  • Psicologia: Silvio Romero;
  • Biologia: Tacito Cardoso;
  • História das Literaturas: José Veríssimo;
  • História das Civilizações: Rocha Pombo;
  • História das Religiões: Erico Coelho;
  • História das Belas Artes: Araujo Viana;
  • História da Civilização Brasileira: Felisbelo Freire;
  • Filosofia: Pedro Couto;
  • Economia Social: Manuel Curvello;
  • Higiene: Fábio Luz;
  • História Natural: A. Austregesilo; Moral, Silva Marques;
  • Direito Público e Constitucional: Carvalho e Behring;
  • Direito Internacional: Borges Carneiro;
  • Direito Civil: Laudelino Freire;
  • Antropologia: Vicente de Sousa;
  • Sociologia: Elysio de Carvalho;
  • Matemática: Joel d'Oliveira;
  • Física: Alfredo Soares;
  • Química: Reis e Carvalho;
  • Astronomia: Ovídeo Manuya;
  • Geografia: Pereira da Silva;
  • Arte Decorativa: Elyseu Visconti;
  • Outros.[16]

Referências

  1. «A greve de 1903: primórdios do movimento operário no Rio de Janeiro» (PDF). Scielo. 2007. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  2. «OS MALES DE ORIGEM DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA SEGUNDO MANOEL BOMFIM» (PDF). Biblioteca da ASAV. 2014. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  3. «UNIVERSIDADE TIRADENTES ALICE ANGELA THOMAZ» (PDF). 2012. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  4. «Por outra universidade: um projeto de educação popular na perspectiva de Rocha Pombo» (PDF). ProPEd. 2014. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  5. a b «Embates pela educação : as iniciativas libertárias de ensino e o Estado na primeira república em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul» (PDF). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2009. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  6. a b c d «A educação anarquista na república velha» (PDF). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2005. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  7. «PEDAGOGIA LIBERTÁRIA NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Dezembro de 2008. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  8. «A PROPOSTA EDUCACIONAL ANARQUISTA NO BRASIL (1900-1920» (PDF). Universidade Federal de Campinas. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  9. «A pedagogia libertária: um resgate histórico». Scielo. Março de 2006. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  10. «UM EDUCADOR ITINERANTE: O CASO ROCHA POMBO» (PDF). Universidade do Estado da Bahia. 2013. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  11. «Anarquismos, cristianismo e literatura social no Brasil (1890-1938)» (PDF). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2011. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  12. «EDUCAÇÃO E MOVIMENTO OPERÁRIO NA REPÚBLICA VELHA» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  13. «EDUCAÇÃO E MOVIMENTO OPERÁRIO NO BRASIL: A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES DURANTE A REPÚBLICA VELHA» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  14. «EDUCAÇÃO ANARQUISTA E PEDAGOGIA LIBERTÁRIA: CALEIDOSCÓPIO DE UMA HISTÓRIA (1880-1930)» (PDF). Universidade Federal da Bahia. 2008. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  15. a b «A trajetória de José Oiticica: o professor, o autor, o jornalista e o militante anarquista na educação brasileira» (PDF). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2008. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  16. Lamela, Eduardo (2017). «INSTRUÇÃO E REVOLUÇÃO SOCIAL: A FORMAÇÃO DA UNIVERSIDADE POPULAR DE ENSINO LIVRE NO RIO DE JANEIRO EM 1904» (PDF). XXIX Simpósio de História Nacional: p. 11. Consultado em 2 de abril de 2023  line feed character character in |título= at position 57 (ajuda)