Universidade de Sancoré

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Universidade de Sancoré
Madraça de Sancoré
Sankore Mosque in Timbuktu.jpg
Parte da fachada de Sancoré
Fundação 989
Localização Tombuctu, Tombuctu, Mali

A Universidade, Mesquita ou Madraça de Sancoré (Sankore) é o mais antigo dos três centros de ensino de Tombuctu, no Mali, África Ocidental. As três mesquitas, Sancoré, Djinguereber e Sidi Iáia, compõem a famosa Universidade de Tombuctu. A madraça é uma "escola" em árabe.

História[editar | editar código-fonte]

A mesquita foi fundada em 989 pelo juiz do Tombuctu, Alcaide Acibe ibne Maomé ibne Omar. Construiu o pátio interno da mesquita com as mesmas dimensões da Caaba em Meca. Tempos depois, uma rica dama mandinga financiou a Universidade de Sancoré e ajudou a torná-la no principal centro de educação. A universidade prosperou e tornou-se sede muito significativa de aprendizado no mundo islâmico, sobretudo sob o mansa Muça I (r. 1307–1332) e sob a dinastia de Ásquia (r. 1493–1581).[1]

Crescimento como centro de aprendizado.[editar | editar código-fonte]

Tombuktu era o ponto de passagem de uma ampla rede de comércio que extendia-se desde o Médio Oriente até o norte da África. Como um centro de peregrinação religiosa. Ao final do reinado de mansa Muça I, a mesquita de Sankoré foi tranformada em uma madraça, com o maior acervo de livros e manuscritos da África desde a biblioteca de Alexandria, com um nível de aprendizado que superava o de muitas escolas islâmicas do mesmo período. A madraça era capaz de abrigar 25.000 estudantes e sua biblioteca possuia um acervo entre 400.000 e 700.000 livros e manuscritos.[2]

A aulas se davam nos pátios. Não haviam exatamente um currículo, e cada estudante estava vinculado a um imame. As aulas aconteciam nos pátios ou em outras áreas da madraça. O programa era dividido em quatro estágios ou graduações e ao final de cada uma delas o estudante usava um turbante de cor diferente. Embora não fosse uma escola secular, pois não eram aceitas argumentações que ferissem os preceitos do alcorão, algumas disciplinas seculares, como geometria e matemática eram ministradas.

Níveis de ensino[editar | editar código-fonte]

Escola corânica[editar | editar código-fonte]

O primeiro estágio consistia do estudo do árabe e das línguas locais, além de uma memorização profunda do alcorão. Também eram introduzidos as ciências básicas neste estágio.

Estudos gerais[editar | editar código-fonte]

O segundo estágio focava-se numa imersão total nas ciências básicas, onde eram visto a gramática, geometria, matemática, geografia, história, física, astronomia, além de estudos mais avançados do alcorão. Além isso aprendia-se os hádices, jurisprudêcia e "purificação espiritual".

Nível Superior[editar | editar código-fonte]

Este estágio consistia em uma pesquisa de um tema de ordem prática ou de corânica. Os estudantes ficavam atrelados a um mestre ou sheik.

Nível Final[editar | editar código-fonte]

O último estágio era o de mestre ou professor. Os formandos eram investidos como juízes e atuavam nas vilas ou cidades no entorno de Tombuktu. Se impressionasse o seu sheik poderia ser convidado para fazer parte do "conselho de sábios" ajudando na administração da cidade. Os que permaneciam eram integrados ao quadro da universidade depois de uma rígida sabatina com os sábios.

Referências

  1. Khair 2003.
  2. HAMDUN; Said. KING; Noel (1994). Ibn Battuta in Black Africa. Princeton, N.J.: Markus Wiener. pp. 52 –53. ISBN 978-1558763364 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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