Usina Cambahyba
Usina Cambahyba | |
---|---|
Localização | Rod. Washington Luiz, Cambaiba, município de Campos dos Goytacazes, RJ |
Usina Cambahyba | |
---|---|
Tipo | engenho de açúcar, Câmara de tortura |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | Campos dos Goytacazes - Brasil |
A Usina Cambahyba foi uma usina de açúcar localizada no município de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro.[1] O local se tornou notório pelo fato de que, durante o período da ditadura militar no Brasil, ter sido utilizado para incinerar os corpos de opositores do regime.[1] A usina foi administrada por Heli Ribeiro Gomes,vice-governador do estado na época.
Pessoas incineradas[editar | editar código-fonte]
Há muito relata-se que a usina teria servido para incinerar corpos de opositores do regime militar durante o período ditatorial no Brasil. Os relatos apontam para ocultação e destruição de 12 cadáveres entre os anos 1973 e 1975.[2] O caso chegou ao Ministério Público Federal, e de acordo com o procurador Guilherme Virgílio, a investigação foi especificamente sobre a incineração dos corpos e, consequentemente, desaparecimento forçado das vítimas e não sobre como elas foram mortas.[3]
“ | O forno da usina era enorme, ideal para transformar em cinzas qualquer vestígio humano.[3] | ” |
— Cláudio Guerra, ex-delegado do DOPS, em trecho do livro "Memórias de uma Guerra Suja". |
Dentre as pessoas que teriam sido incineradas nos fornos da usina, constam:
- João Batista e Joaquim Pires Cerveira, presos na Argentina pela equipe do delegado Sérgio Fleury;[4]
- Ana Rosa Kucinsk e Wilson Silva, “a mulher apresentava marcas de mordidas pelo corpo, talvez por ter sido violentada sexualmente, e o jovem não tinha as unhas da mão direita”;[4]
- David Capistrano (“lhe haviam arrancado a mão direita”), João Massena Mello, José Roman e Luiz Ignácio Maranhão Filho, dirigentes históricos do PCB;[4]
- Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira e Eduardo Collier Filho, militantes da Ação Popular Marxista Leninista (APML).[4]
Referências
- ↑ a b «Entidades homenageiam desaparecidos na usina Cambahyba». Carta Maior. Consultado em 29 de setembro de 2019
- ↑ «MPF denuncia ex-DOPS por queimar 12 cadáveres durante a ditadura». Metrópoles. 1 de agosto de 2019. Consultado em 29 de setembro de 2019
- ↑ a b «MPF conclui investigação sobre incineração de corpos na Usina de Cambaíba na ditadura militar». G1. Consultado em 29 de setembro de 2019
- ↑ a b c d Brasília, Tales Faria, iG (2 de maio de 2012). «"Militantes de esquerda foram incinerados em usina de açúcar" - Política - iG». Último Segundo. Consultado em 29 de setembro de 2019