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A vida invísivel de Eurídice Gusmão
Autor(es) Martha Batalha
Idioma português
País  Brasil
Gênero romance
Editora Companhia das Letras
Lançamento 2016
Páginas 192
ISBN 9788535927061

A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO[editar | editar código-fonte]

A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO conta a história de Eurídice Gusmão, nascida na década de 1920, no Rio de Janeiro. Ela é filha de imigrantes portugueses, donos de uma quitanda em Santa Teresa. Eurídice é uma mulher extremamente capaz, que inventa projetos para dar vazão à sua inteligência. Mas ela não tem o apoio dos pais nos anos de solteira, ou do marido, nos anos de casada. O marido de Eurídice, Antenor é um homem correto e restrito, funcionário exemplar do Banco do Brasil. O romance também é a história de Guida, irmã de Eurídice, que foge de casa depois de conhecer Marcos, um médico nascido em uma das famílias mais respeitadas do Rio de Janeiro e, depois, sofre as consequências de se tornar mãe solteira no Rio de Janeiro da década de 1940. Enquanto o leitor acompanha a busca de Eurídice e as desventuras de Guida conhecemos outros personagens da trama: Zélia, a vizinha infeliz de Eurídice, responsável por divulgar as verdades e inverdades que circulam no bairro; pai de Zélia, Álvaro, que sobreviveu à febre amarela quando menino, mas não sobreviveu aos feitiços do mais poderoso babalaô do Rio; o solteirão Antônio, que vive com a mãe Eulália, hipocondríaca e amarga, é dono da papelaria da esquina e apaixonado por Eurídice. Conhecemos a história dos pais de Eulália, cuja mãe era uma nova rica que tentava ser aceita pela alta sociedade e o pai, um empresário de sucesso que transformou a fabricação de cerveja na cozinha de casa numa das maiores indústrias de seu tempo.

Conhecemos Filomena, uma ex-prostituta que se faz cuidadora de crianças e que tem uma boa surpresa quando chega no céu; e Maria das Dores, a empregada de Eurídice, que fala pouco, faz muito e não se importa com a vida difícil, desde que consiga criar seus três filhos. No final, Eurídice encontra a resposta para suas angústias onde menos espera. E Guida também acaba encontrando o que buscava quando fugiu de casa ainda tão jovem.

Baseado numa detalhada pesquisa sobre o Rio de Janeiro de 1880 a 1960, A vida invisível de Eurídice Gusmão conduz o leitor pelas histórias da época a partir do ponto de vista das mulheres que viveram no período.

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

A autora levou cerca de quatro anos para escrever o livro.[1]

Temas[editar | editar código-fonte]

Batalha afirma que não escreve segundo o tema que está em pauta no momento, mas que acredita que o entorno do escritor o influencia, consciente e inconscientemente. Neste sentido, o fato de mulheres terem sido criadas para terem menos ambições sempre a incomodou a ponto da autora sentir necessidade de escrever sobre este tema. Segundo ela, A vida invisível de Eurídice Gusmão é um romance sobre não realizações, de personagens comuns, de uma vizinhança comum, vivendo suas vidas insignificantes.[1]

Recepção[editar | editar código-fonte]

De início, nenhuma grande editora brasileira quis lançar o livro, apenas a Companhia Nacional. Mas a primeira a comprar os direitos de publicação foi a editora alemã Sührkamp. Após, os direitos foram vendidos para França, Itália, Portugal, Holanda, Espanha e América Latina, além dos direitos para uma adaptação cinematográfica, adquiridos pelo produtor Rodrigo Teixeira. Devido à crise do mercado editorial, a Companhia Editora Nacional postergou o lançamento para o segundo semestre de 2016. Porém, com a necessidade de enviar o original para as editoras estrangeiras, o contrato acabou sendo cancelado. Com a repercussão do livro no mercado internacional, a Companhia das Letras comprou os direitos, lançando o livro em abril de 2016.[2] Em 2019, o livro já havia sido publicado em mais de 15 países.[3]

Adaptações[editar | editar código-fonte]

Os direitos para a adaptação cinematográfica foram adquiridos pelo produtor Rodrigo Teixeira.[2]


Adaptado para audiovisual pela RT Features, com direção de Karim Aïnouz, estrelando Fernanda Montenegro no papel de Eurídice Gusmão; premiado no Festival de Cannes 2019 na mostra Un Certain Regard.[3]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Escaleira, Bruna (23 de maio de 2017). «Martha Batalha: vozes silenciadas, histórias que poderiam ter sido». AzMina. Consultado em 28 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 28 de janeiro de 2022 
  2. a b Meireles, Maurício (23 de fevereiro de 2016). «Editoras estrangeiras acolhem escritora brasileira rejeitada no país - 23/02/2016 - Ilustrada». Folha de S.Paulo. Consultado em 28 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 28 de janeiro de 2022 
  3. a b «Martha Batalha». Villas-Boas & Moss. 18 de março de 2016. Consultado em 28 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]