Usuário:EnaldoSS/Testes/6

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
   
   
   
   
   
   
   
 
Sobre
   
Userboxes
   
Testes
   
Discussão
   
Arquivo
   
Criações
   
Subpáginas
   
Depósito

Seção introdutória[editar | editar código-fonte]

Helen Keller
EnaldoSS/Testes/6
Helen Keller em 1905
Nome completo Helen Adams Keller
Nascimento 27 de junho de 1880
Tuscumbia, Alabama,  Estados Unidos
Morte 1 de junho de 1968 (87 anos)
Easton, Connecticut,  Estados Unidos
Nacionalidade Estadunidense
Progenitores Mãe: Kate Adams Keller
Pai: Arthur H. Keller
Ocupação Escritora, oradora, ensaísta, ativista, sufragista, sindicalista, e ativista pela paz
Período de atividade 1903–1961
Principais trabalhos A história da minha vida (1903)
Religião Cristianismo
Assinatura
Helen keller signature.png

Helen Adams Keller (Tuscumbia, Alabama, 27 de junho de 1880Easton, Connecticut, 1 de junho de 1968) foi uma escritora, oradora e ativista política surda-cega estadunidense. Aos dezenove meses sofreu uma doença grave que a fez perder completamente a visão e a audição. Sua incapacidade de se comunicar desde cedo foi muito traumática para Helen e sua família, então ela se tornou praticamente incontrolável por um certo tempo. Quando completou sete anos, seus pais decidiram procurar um instrutor, e foi assim que o Instituto Perkins para Cegos lhes enviou uma jovem especialista, Anne Sullivan, que se encarregou de seu treinamento e conseguiu um avanço na educação especial de Keller. Ela continuou vivendo ao seu lado até sua morte em 1936.

Depois de se formar na escola secundária de Cambridge, Keller entrou para o Radcliffe College, onde recebeu uma licenciatura, tornando-se a primeira pessoa surda-cega a obter um diploma universitário. Durante sua juventude, ela começou a apoiar o socialismo e em 1905 se juntou formalmente ao Partido Socialista. Ao longo de sua vida, ela escreveu vários artigos e mais de uma dúzia de livros sobre suas experiências e formas de compreender a vida, incluindo A história da minha vida (1903) e Luz na minha escuridão (1927).

Keller tornou-se uma proeminente ativista e filantropa; arrecadou dinheiro para a Fundação Americana para Cegos, fazia parte do Industrial Workers of the World — onde escreveu de 1916 a 1918 — e promoveu o sufrágio feminino, os direitos dos trabalhadores, o socialismo e outras causas relacionadas à esquerda, além de ser uma figura ativa da União Americana pelas Liberdades Civis após ser cofundadora em 1920. Em 1924, se afastou das atividades políticas para se concentrar na luta pelos direitos das pessoas deficientes e fez viagens ao redor do mundo realizando palestras até 1957. Por suas conquistas, o presidente dos Estados Unidos Lyndon Johnson concedeu-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade em 1964. Desde 1980, por decreto de Jimmy Carter, o dia do seu nascimento é celebrado como o Dia de Helen Keller. Sua vida tem sido objeto de várias representações artísticas, tanto no cinema, no teatro e na televisão, com destaque ao filme The Miracle Worker.

Ascendência[editar | editar código-fonte]

"Ivy Green", a mansão construída pelo avô de Keller em 1820

Helen Adams Keller nasceu em Tuscumbia, o centro administrativo do Condado de Colbert, onde seus pais tinham uma fazenda, "Ivy Green", construída pelo avô de Keller em 1820. Enquanto que o nome proposto por seu pai havia sido Mildred Campbell em homenagem a sua bisavó, sua mãe decidiu usar o nome do meio de sua avó materna, Helen Everett. No entanto, seu pai, por causa da emoção, esqueceu parte do nome no caminho para a igreja, então ela foi registrada como Helen Adams.

Pais de Helen Keller
Kate Adams Keller, sua mãe
Arthur Henley Keller, seu pai

Seu pai, Arthur H. Keller (1836-1896), era dono do jornal Tuscumbia North Alabamian desde 1870 e serviu como capitão do Exército Confederado. Ele havia se casado duas vezes; sua primeira esposa, Sarah Rosser, com quem teve dois filhos, morreu em 1877. No ano seguinte como viúvo, se casou novamente com a filha de um soldado, Kate Adams (1856-1921), vinte anos mais jovem que ele, com quem teve três filhos: Helen, Mildred (1886-1969) e Philips (1891-1971). Seu casamento durou até a morte de Arthur em 1896 e Kate viveu até 1921.

Sua avó paterna era sobrinha de Robert E. Lee, filha do ajudante de ordens de LaFayette, Alexander Moore, e neta de Alexander Spotswood, governador do estado da Virgínia de 1710 a 1722. Seu avô materno, Charles W. Adams (1817-1878), originalmente de Massachusetts era descendente do segundo presidente americano John Adams, também lutou pelo Exército Confederado durante a Guerra Civil Americana, onde obteve o posto de coronel e serviu como brigadeiro-general.

Sua família, próspera economicamente, sofreu consequências negativas em suas finanças após a derrota da Confederação e viveu mais modestamente a partir daí. Sua linhagem paterna remonta a Casper Keller, originário da Suíça, e que decidiu se instalar no Novo Mundo e adquirir extensões de terra no Alabama; por coincidência, um dos antepassados suíços de Keller foi o primeiro professor de surdos em Zurique. Keller refletiu sobre essa coincidência em sua autobiografia: "Não há rei que não tenha um escravo em seus ancestrais, nem um escravo que não tenha um rei entre os seus".

Biografia[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Fotografia de Helen Keller aos 7 anos de idade

Helen Keller nasceu com a capacidade de ver e ouvir e em torno de seu primeiro ano de vida, ela começou a andar. Ela tinha uma excelente visão, a ponto de ser capaz de distinguir facilmente um alfinete que caía no chão. Segundo sua mãe, ela conseguiu falar algumas palavras aos seis meses de idade; ela conseguia balbuciar "olá" (hello, pronúncia em inglês: [hɛˈloʊ]) e uma vez entrou em uma reunião pedindo "chá, chá, chá" (tea, pronúncia em inglês: [ti]). Algumas palavras, incluindo "água" (water, pronúncia em inglês: [ˈwɔtəɹ]), foram retidas em sua memória mesmo depois de sua doença.

Quando tinha 19 meses, ela sofreu uma patologia grave que os médicos da época chamavam de congestão cérebro-estomacal, embora especialistas modernos sugiram que poderia ter sido escarlatina, sarampo ou meningite. Um pediatra pensou que sua vida estava em perigo e ficou agradavelmente surpreso ao ver que os picos de febre desciam mais tarde e, consequentemente, ela conseguiu se recuperar. No entanto, a doença deixou graves sequelas: a perda total da audição e visão. Depois disso, ela se tornou uma criança vaidosa e exigente que ficava facilmente enfurecida. Sua raiva de se sentir diferente das outras pessoas se transformava em ataques de raiva quando via que os outros usavam suas bocas para se comunicar, e não gestos. Helen passou seus primeiros anos na fazenda de sua família, onde ela gostava de passear pelos jardins e estar em contato com os animais de lá. Durante o período anterior à chegada de Anne Sullivan, ela era incapaz de se comunicar com sua família, embora expressasse seus desejos por meio de gestos. Aos sete anos de idade, Helen usava aproximadamente 60 sinais caseiros. Apesar da falta de audição e visão, ela tinha como companheira assídua a filha da cozinheira, Martha Washington, uma menina negra seis anos mais velha com quem costumava se entreter diariamente.

Aos cinco anos de idade, a família Keller mudou de residência. Embora duvidasse que Helen fosse receptiva à instrução, sua mãe Kate (inspirada no livro de viagens Notas da América, de Charles Dickens, onde conta que Laura Bridgman conseguiu se educar graças a Samuel Howie, apesar de sua deficiência), a enviou para Baltimore em 1886, acompanhada de seu pai, para buscar os conselhos do otorrinolaringologista J. Julian Chisolm. Ele recomendou que falassem com Alexander Graham Bell, que estava trabalhando com crianças surdas em Washington. Bell, por sua vez, encaminhou-os para o Instituto Perkins para Cegos, uma escola no sul de Boston onde Bridgman havia sido educada. Michael Anagnos, diretor da escola, solicitou a Anne Sullivan, uma ex-aluna de 20 anos de idade com deficiência visual, que se tornasse instrutora de Keller.

Chegada de Anne Sullivan[editar | editar código-fonte]

Helen Keller com Anne Sullivan em 1888

Anne Sullivan, uma mulher com deficiência visual formada pelo Instituto Perkins para Cegos, chegou à casa de Helen em março de 1887. Em sua autobiografia, Keller escreveu: "Me maravilha pensar nos contrastes incomensuráveis que existiam entre as duas vidas que esse encontro reuniu". Imediatamente, ela solicitou uma sala separada para facilitar sua compreensão dos conhecimentos de Helen e começou a ensiná-la a se comunicar soletrando palavras em sua mão. No começo, ela resistiu, pois não entendia que havia uma única palavra atribuída a cada objeto. Na verdade, quando Sullivan tentou ensinar-lhe a palavra "xícara" (cup), Helen ficou tão frustrada que ela a quebrou. O grande avanço da comunicação de Keller surgiu no mês seguinte, quando ela percebeu que os movimentos que sua professora fazia na palma de sua mão enquanto passava água fresca na outra simbolizavam a ideia de "água". Por um mês, ela não foi capaz de distinguir a diferença entre verbos e substantivos, mas entendeu que havia uma relação entre palavras e objetos rapidamente. Com o passar dos dias, ela aprendeu a formar frases e soletrar, com o mesmo procedimento, algumas palavras e verbos tais como "alfinete" (pin), "chapéu" (hat), "levantar-se" (get up), "sentar-se" (sit down) e "caminhar" (walk).

Segundo Keller, muitas vezes o aprendizado de novas palavras revivia em sua mente uma imagem esquecida de alguma sensação. Foi nessa época que ela começou a perceber ideias abstratas quando entendeu que as palavras também poderiam designar sentimentos. Desde o início, sua instrutora manteve a regra de se dirigir a ela como qualquer outra criança, com a diferença de que em vez de falar as palavras, ela soletrava em sua mão. Se Helen fosse incapaz de encontrar as palavras certas para expressar seus pensamentos, Sullivan as fornecia ou as respondia por si mesma.

Ao contrário dos surdos, as crianças comuns aprendem palavras por imitação e as conversas no ambiente estimulam sua inteligência, sugerem objetos e os levam a expressar espontaneamente seus próprios pensamentos. A repetição das palavras era um mecanismo fundamental para Sullivan, que por sua vez ensinava a Helen com grande dificuldade a participar das conversas soletrando palavras em suas mãos. Anos depois, Keller a elogiou por sua "particular compreensão, inteligência e toque gentil".

O próximo desafio para Helen foi aprender a ler. Depois de conseguir uma grafia fluente, Sullivan forneceu-lhe pequenos cartões com letras em relevo, com os quais ordenava em palavras e formava frases curtas. Helen relembrou um exercício em sua autobiografia: "Por exemplo, depois de encontrar os cartõezinhos com as palavras 'a boneca está na cama' (the doll is in the bed), coloquei cada palavra em seu objeto; depois coloquei a boneca na cama com estas palavras ao seu lado... Isso constituiu uma frase, e associou em minha mente as ideias das coisas expressas pelas palavras com o ato complexo que juntas revelavam”. Posteriormente, Helen recebeu aulas de aritmética, zoologia e botânica com a ajuda de sua professora, que lhe ensinou a contar por meio de operações encadeadas por grupos.

Três meses após o início de seu treinamento, foi capaz de ler e escrever usando o sistema Braille e, pouco depois, de usar o lápis. Ela estava tão fascinada com a leitura que, à noite, costumava levar livros escritos em Braille para ler sob os lençóis da cama. Como resultado do trabalho realizado por Sullivan, a personalidade de Helen mudou drasticamente e ela se tornou mais civilizada e gentil. Ela também aprendeu a se comunicar utilizando o método Tadoma, tocando os lábios das pessoas e percebendo os movimentos deles e as vibrações da garganta. Anagnos ficou tão surpreso com o avanço de Helen que escreveu algumas anotações sobre. Foi assim que seu nome começou a aparecer nas primeiras páginas de suas publicações.

Educação secundária[editar | editar código-fonte]

Sullivan acompanhou Keller por quarenta e nove anos até sua morte. Em maio de 1888, ambas mudaram-se para o Instituto Perkins para Cegos em Boston. Lá, Helen estabeleceu amizade com todas as crianças cegas: "seria impossível para mim expressar quanta foi minha alegria, ao ver que todos entendiam o alfabeto manual", confessou em sua autobiografia. Ela também aproveitou sua estadia para visitar Bunker Hill, onde recebeu sua primeira aula de história.

Quando ela tinha dez anos de idade, conheceu o surda-cega norueguesa Ragnhild Kåta, que aprendera a falar. Helen estava ansiosa para atingir esse objetivo, apesar de que sua família tentou dissuadi-la por medo de que ela experimentasse uma profunda frustração caso não conseguisse concretizar seu desejo. Apesar disso, Sullivan conduziu Keller à educadora Sarah Fuller, diretora da Escola Horace Mann para Surdos, que se dedicava a ajudar pessoas com deficiência a falar. Fuller deu-lhe onze lições, usando o método chamado Tadoma desenvolvido por Graham Bell, no qual ela pressionava os dedos do aprendiz em sua garganta enquanto emitia um som, permitindo o aluno sentir a posição e a forma da língua enquanto falava para logo em seguida imitá-la. Posteriormente, Keller praticou este método de forma independente com Sullivan ao seu lado e, finalmente, foi capaz de articular sua garganta para proferir palavras, ainda que sua voz mantinha-se difícil de entender para as pessoas até o fim de sua vida.

Referências