Usuário(a):Fgnievinski/Pinhão (Araucaria)

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Pinhão da Araucaria angustifolia

Pinhão é a semente de araucariaceaes, plantas gimnospérmicas, isto é, cuja semente não se encerra num fruto. O pinhão se forma dentro de uma pinha, fechada, que com o tempo vai-se abrindo até liberar o pinhão. No Brasil, o termo “pinhão” geralmente designa as sementes da Araucaria angustifolia, árvore de destacada importância cultural, econômica e ambiental no sul e em algumas partes do sudeste do Brasil, sendo parte da dieta dos índios Kaingang. No Chile e na Argentina, o termo “pinhão” (piñón, em espanhol; ngülliw, em mapudungun) geralmente designa as sementes da Araucaria araucana; constituem a base da dieta tradicional da parte do povo mapuche que habita na área dos Andes em que cresce esta árvore.

Pinhão de A. angustifolia[editar | editar código-fonte]

Pinhas e pinhões do pinheiro-do-paraná ou pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia)

No caso das araucárias, e notadamente da Araucaria angustifolia - também conhecida como pinheiro-do-paraná ou pinheiro brasileiro - a pinha atinge proporções razoáveis, constituindo-se de uma esfera compacta com diâmetro entre 15 e 20 centímetros.

Araucária angustifolia

Nos meses de maio e junho, no tardar do outono do hemisfério sul, as pinhas "estouram" ao sol do meio-dia, possivelmente como reflexo da dilatação após a manhã fria. Com o "estouro", estes pinhões espalham-se num raio de aproximadamente cinqüenta metros a partir da planta mãe. Mas, apesar de engenhosa, esta não é a principal forma de disseminação desta notável planta. O homem e os animais que se alimentam desse pinhão também atuam no transporte e disseminação das sementes. Os serelepes costumam armazenar os pinhões, enterrando grande quantidade de sementes no solo. Essas sementes acabam sendo esquecidas e assim geram novas árvores. Apesar da crença de que a gralha-azul dissemina o pinhão, na verdade são os pequenos roedores terrestres os principais vetores.

O pinhão mede entre cinco e oito centímetros, e tem a forma de uma cunha cuja casca recobre a massa compacta e altamente energética da semente propriamente dita.

Por seu gosto característico e pela presença regionalizada, o pinhão é muito apreciado no sul do Brasil (no Paraná, que possuí reconhecidamente a maior área de araucárias do país, o pinhão é símbolo estadual, sendo o estado sulista conhecido com a "Terra do Pinhão") e também em alguns estados da região sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde ocorrem alguns focos de araucária.

Prato de pinhões pronto para o consumo.
Entrevero de pinhão, prato típico de Santa Catarina e da região dos Campos Gerais do Paraná.

Em Santa Catarina o pinhão é talvez a comida mais típica do estado, sendo consumido assado ou cozido, destacando-se alguns pratos, como a paçoca de pinhão e o entrevero. O mesmo acontece no Rio Grande do Sul, estado em que o pinhão é tradicionalmente consumido nos meses de outono e inverno. No Paraná, estado cujo símbolo é o pinhão, são feitos os doces de pinhão, frango ensopado com pinhão, sopa de pinhão, cordeiro ao molho de pinhão e outras iguarias paranaenses. O pinhão é também apreciado como aperitivo e em várias sobremesas. Existem até mesmo diversas "festas do pinhão", que são festivais culinários que se realizam em uma boa parcela das cidades do interior do estado, onde há grande ocorrência de araucárias.

Além de ser utilizado como ingrediente em alguns pratos, o pinhão pode ser consumido de forma isolada, normalmente assado ou cozido. Tradicionalmente, o pinhão era sapecado no chão do campo em meio às próprias grimpas da araucária.

Embora no passado o pinhão tenha feito parte da dieta dos índios Kaingang, a coleta para o consumo humano não é recomendada e é até coibida em algumas épocas e locais. Isto ocorre porque os animais silvestres necessitam do pinhão como suplemento alimentar, para enfrentar o inverno. O grande consumo humano poderia portanto prejudicar a perpetuação dessas espécies animais - assim como a da própria araucária.

Propriedades nutricionais[editar | editar código-fonte]

Propriedades nutricionais do pinhão de Araucária angustifolia cozido (nutrientes por 100g e %)[1]:

  • Energia: 174 kcal - 730 kJ
  • Proteína: 3 g - 3%
  • Lipídeos: 0,7 g - 0,7%
  • Carboidratos: 43,9 g - 43,9%
  • Fibras: 15,6 g - 15,6%
  • Cinzas: 1,8 g - 1,8%
  • Cálcio: 16 mg - 0,016%
  • Magnésio: 53 mg - 0,053%
  • Manganês: 0,41 mg - 0,00041%
  • Fósforo: 166 mg - 0,166%
  • Ferro: 0,8 mg - 0,0008%
  • Sódio: 1 mg - 0,001%
  • Potássio: 727 mg - 0,727%
  • Cobre: 0,18 mg - 0,00018%
  • Zinco: 0,8 mg - 0,0008%
  • Vitamina C: 27,7 mg - 0,0277%

Pinhão de A. araucana[editar | editar código-fonte]

The piñones are similar to pine nuts, but larger; these roasted seeds are 3 cm and 5 cm long, from two different cultivars.

Its piñones, or seeds,[2] are edible, similar to large pine nuts, and are harvested by indigenous peoples in Argentina and Chile.[3] The tree has some potential to be a food crop in other areas in the future, thriving in climates with cool oceanic summers, e.g., western Scotland, where other nut crops do not grow well.[4] A group of six female trees with one male for pollination could yield several thousand seeds per year. Since the cones drop, harvesting is easy. The tree, however, does not yield seeds until it is around 30 to 40 years old, which discourages investment in planting orchards (although yields at maturity can be immense); once established, individuals can achieve ages beyond 1,000 years.[5][6] Pest losses to rodents and feral Sus scrofa limits the yields for human consumption and forage fattening of livestock by A. araucana mast.[7] A. araucana has a high degree of inter-year variability in mast volume, and this variation is synchronous within a given area.[8] This evolved to take advantage of predator satiety.[8]

Referências

  1. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - 4ª Edição- 2011 - http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf?arquivo=taco_4_versao_ampliada_e_revisada.pdf Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.
  2. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome global
  3. Gallo, L., F. Izquierdo, L.J. Sanguinetti, A. Pinna, G. Siffredi, J. Ayesa, C. Lopez, A. Pelliza, N. Strizler, M. Gonzales Peñalba, L. Maresca and L. Chauchard. 2004. Araucaria araucana forest genetic resources in Argentina. Pages 105-132 in Barbara Vinceti, Weber Amaral and Brien Meilleur (eds). Challenges in managing forest genetic resources for livelihoods: examples from Argentina and Brazil. International Plant Genetic Resources Institute. 271 pp.
  4. «It's hard to be leaf but Scotland can save the monkey puzzle tree from extinction» 
  5. Lüning, Sebastian; Gałka, Mariusz; Bamonte, Florencia Paula; Rodríguez, Felipe García; Vahrenholt, Fritz (2019). «The Medieval Climate Anomaly in South America». International Union for Quaternary Research (Elsevier). Quaternary International. 508: 70–87. ISSN 1040-6182. doi:10.1016/j.quaint.2018.10.041 
  6. Aguilera-Betti, Isabella; Muñoz, Ariel A.; Stahle, Daniel; Figueroa, Gino; Duarte, Fernando; González-Reyes, Álvaro; Christie, Duncan; Lara, Antonio; González, Mauro E.; Sheppard, Paul R.; Sauchyn, David; Moreira-Muñoz, Andrés; Toledo-Guerrero, Isadora; Olea, Matías; Apaz, Pablo; Fernandez, Alfonso (2017). «The First Millennium-Age Araucaria Araucana in Patagonia». Tree-Ring Society. Tree-Ring Research. 73 (1): 53–56. ISSN 1536-1098. doi:10.3959/1536-1098-73.1.53 
  7. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Sanguinetti-Kitzberger-2010
  8. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Sanguinetti-Kitzberger-2008

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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