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Potos flavus
Potos flavus
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Procyonidae
Género: Potus
Espécie: P. flavus
Nome binomial
Potos flavus
Schreber, 1774
Distribuição geográfica

Os juparás (Potos flavus), são mamíferos arborícolas e noturnos, da família dos procionídeos, que é da mesma família do quati, do guaxinim e do mão-pelada, mas se diferencia por possuir uma longa cauda preênsil.[1] No Brasil são encontrados na floresta Amazônica e na Mata Atlântica.[2] Possuem cerca de 76 cm de comprimento, cabeça arredondada, cauda longa e preênsil.[2][3] Chegam a pesar 4,6 kg.[3] Alimentam-se basicamente de frutas, insetos, pequenos vertebrados, mel, néctar, carne, folhas e flores e ovos.[1][4][5]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome jupará vem do tupi iupará[6].

Nome popular[editar | editar código-fonte]

O Potos flavus possui uma considerável quantidade de nomes pelos quais é conhecido:

  • Em português: jupará, quincaju, macaco da noite, jurupará, gogó-de-sola, gatiara, macaco-janauí/janauaí/januí, janaú, mirumiru e macaco plantador. [4][7][8]
  • Em espanhol: cusu, chosna, martilla, mico león, mico/mono de noche, mono michi e perro de monte.[4]
  • Em inglês: nightwalker, kinkajou, night monkey e honey bear.[4]
Jupará

Família[editar | editar código-fonte]

Possuem uma dentição composta por molares largos, e os seus carniceiros são pouco desenvolvidos por possuírem hábitos alimentares onívoros, devido a isto a função de rasgar a carne foi substituída pela trituração dos alimentos.[2]

Possuem cinco dígitos nas plantas anteriores e posteriores, as garras são robustas e não são retráteis. Os seus membros anteriores possuem ótimas condições de manuseio.[2]

São solitários, mas podem ser observadas às vezes em pares ou grupos maiores, os nasua nasua formam um pequeno bando e os filhotes ficam com os pais por um período longo de tempo. São normalmente espécies com hábitos noturnos, exceto o nasua nasua que possui hábitos diurnos e os sentidos dos procionídeos são muito apurados (olfato e tato).[2]

Os que ocorrem no Brasil que são: jupará, gatiara, quati e mão-pelada, possuem uma grande variedade de habitats que vão desde as Florestas Amazônicas até os campos sulinos. Com uma dieta predominantemente onívora que incluem itens animais e vegetais.[2]

Características[editar | editar código-fonte]

Ao ser comparado aos outros animais pertencentes à família procionídeos, o jupará é relativamente pequeno.[5] Seu peso varia entre 1,4 e 4,6 kg, com comprimento da cabeça e do corpo variando entre 40,5 e 76 cm, e cauda entre 39,2 e 57 cm e como característica a diferença entre o tamanho do macho em relação ao tamanho da fêmea, sendo que o macho, geralmente, é maior do que a fêmea.[3] Possuem cabeça e orelhas arredondadas, focinho curto, sua língua longa e fina pode atingir 13 cm de comprimento, facilitando na busca por alimentos, olhos grandes e projetados para frente, possui em cada semi-arcada a presença de 3 molares e em sua totalidade possui 36 dentes, sua pelagem é densa e curta de dorso marrom-amarelado, em seu dorso pode haver uma faixa pardo-escura e em sua parte ventral os pelos são mais claros podendo ser desde um amarelo pálido a um amarelo amarronzado, seu corpo é alongado, seus membros são curtos e possuem entre os seus dedos uma membrana que os ligam, suas garras são curvadas e as plantas dos pés e a das mãos são desnudas.[2][3][5][7][9] Tendo uma cauda preênsil que auxilia na sua locomoção pelo dorso das árvores e ajudam em situações de ataques e de defesas.[2][5][9]

Por haver semelhança com os primatas que correspondem aos macacos, aos símios e aos lêmures, o jupará é constantemente confundido com eles, mas tal semelhança não os confere nenhum tipo de parentesco.[9][10] Sendo os juparás mamíferos pertencentes à família dos procionídeos, mesma família do quati, do guaxinim e do mão-pelada.[1]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Ocorrem na América do Norte e na América Central, nas florestas tropicais que ficam entre o México e o Panamá, já na América do Sul possui distribuição pan-Amazônica, ou seja, vários países que possuem parte da Floresta Amazônica em seu território, tais como a Colômbia, o Peru, a Venezuela, o Equador, a Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil), e no Brasil também são encontrados em sua Mata Atlântica.[2][4]

Habitat e ecologia[editar | editar código-fonte]

São animais de hábitos noturnos e ocorrem em florestas de dossel fechado de 10m a 30m e em florestas pluviais e secas a até 2.500m do nível do mar. Durante o dia o jupará costuma dormir nos ocos de árvores e durante a noite se alimenta e se reproduz.[1] Sua alimentação se dá por meio de frutas, insetos, pequenos vertebrados, mel, néctar, carne, folhas, flores e ovos.[1][4][5] Ter as flores e o néctar incluídos em sua alimentação o torna um grande polinizador.[11] Ao se alimentar de mel que é um dos seus alimentos preferidos, se torna um inimigo das abelhas selvagens.[7] São solitários, mas podem ser encontrados por acaso em grupos de até quatro indivíduos, que ocorre normalmente quando estão se alimentando.[4][12] O número de filhotes por ninhada pode variar entre 1 e 2, que nascem no verão, com intervalo de um a dois anos ente uma gestação e outra, sendo que o período de prenhez dura entre 98 e 120 dias.[2][4][9] Ao nascer, os filhotes podem pesar entre 150 e 200 gramas, abrem os olhos entre o 7º e o 19º dia e apenas a partir de 7 semas se alimentam com comida sólida, e começam a se pendurar com a sua cauda, sendo usada como um quinto membro[1][11]. Com um ano e seis meses o macho já possui a capacidade de se reproduzir, capacidade esta que a fêmea só adquire como dois anos.[4]


Há registro de que a longevidade dos juparás em cativeiro chegou a 23,7 anos, mas há fonte que diz que a longevidade é de 40,5 anos.[2][4]

A visualização de pegas nas matas e florestas, ao longo da vida, não é tão comum por este animal possuir hábitos arborícolas e noturnos, tendo pouco contato com o solo.[5]

Por serem uma espécie frugívora os juparás se alimentam do fruto do cacau e consequentemente levam as sementes para outros locais, sendo considerados ótimos semeadores da semente do cacau.[13] Quando o cacau foi descoberto no início do século XVII, lá estavam os resquícios de que os juparás haviam passado por ali, deixando o fruto maduro do cacau furado e sem as sementes que eram sugadas e posteriormente descartadas, favorecendo o aparecimento de novos cacaueiros onde o homem não havia plantado. Em homenagem ao macaco plantador, como o jupará é conhecido na região, foi criada em Itabuna/BA uma Fundação com o seu nome, a Fundação Jupará, que tem por função trabalhar com o cacau orgânico.[8]

Ao serem monitorados e acompanhados em seus habitats, foram feitos registros, em hectares - ha, das áreas de uso do jupará que variam entre 8 e 53 ha. Com os dados obtidos, pode-se calcular uma média entre o espaço percorrido pelos machos o pelas fêmeas, onde os machos percorreram 29 ha e as fêmeas percorreram 22,6 ha.[4]

Predador[editar | editar código-fonte]

Tem como predador o homem que caça para consumo, o gavião-real, considerado o mais forte entre as aves predadoras, mesmo não sendo a maior delas, a jaguatirica, também conhecida como ocelote, a onça-pintada e a raposa.[4][7][14]

Ameaças[editar | editar código-fonte]

Por se tratar de animais que vivem no dossel das árvores, no Brasil, tanto a destruição da floresta Amazônica quanto a destruição da Mata Atlântica afetam diretamente a população de juparás, da mesma forma a destruição do bioma onde eles ocorrem. A caça que envolve tanto o consumo da carne pelos humanos ou por algum tipo de crença que envolve esta espécie. Infecção por Leishmania sp., a raiva e a comercialização para uso como animais domésticos também representam grande ameaça para a manutenção da espécie.[4]

Conservação[editar | editar código-fonte]

Por possuir uma população relativamente grande, o jupará não foi incluído na lista das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção disponibilizada pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA em 2014, teve o seu estado de conservação classificado como Pouco Preocupante - LC. Por não haver uma grande preocupação em relação a extinção da espécie, não existem ações voltadas para a sua conservação, mesmo constantemente sendo afetada pala destruição cada vez maior de seus locais de ocorrência.[2][4]

Na Mata Atlântica a espécie é classificada como Em Perigo - EM, isso se dá, pois se delimita aos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Na Amazônia apesar de não possuir dados que ateste a densidade populacional, a espécie aparentemente é abundante, e por isso é classificada como Menos Preocupante - LC.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f G1 (7 de janeiro de 2015). «Jupará». Fauna. Consultado em 8 de novembro de 2018 
  2. a b c d e f g h i j k l Ofugi, COTEC - Leonardo. «ICMBio - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros - Carnívoros Brasileiros». www.icmbio.gov.br. Consultado em 7 de novembro de 2018 
  3. a b c d Melo, Fabiano Rodrigues de; Barbosa, Elaine Ferreira; Souza, Silvia Lucília Fonseca de; Ferraz, Daniel da Silva; Rodes, Érica dos Reis; Souza, Sara Machado de; Faria, Michel Barros; Nery, Marcello da Silva; Cosenza, Braz Antonio Pereira; Lima, Fernando Silva (2015). «Redescoberta do jupará, Potos flavus Schreber, 1774 (CARNIVORA: PROCYONIDAE) no Estado de Minas Gerais, Sudeste do Brasil» (PDF). Consultado em 10 de outubro de 2018 
  4. a b c d e f g h i j k l m n o Sampaio, Ricardo; De, Beatriz; Beisiegel, Mello; Rossano, Antonio; Pontes, Antonio (1 de janeiro de 2013). «Avaliação do risco de extinção do Jupará Potos flavus (Schreber, 1774) no Brasil». Biodiversidade Brasileira. 31: 278–283 
  5. a b c d e f Nunes, Hannah Larissa de F. L. (2011). «Os carnívoros dos Estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas» (PDF). Consultado em 10 de outubro de 2018 
  6. On-Line, Michaelis. «Jupará». Michaelis On-Line. Consultado em 28 de novembro de 2018 
  7. a b c d Animal, Mundo (21 de fevereiro de 2013). «Mundo animal: Quincaju». Mundo animal. Consultado em 30 de novembro de 2018 
  8. a b ROCHA, Lurdes Bertol (2006). «A REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA - UMA ABORDAGEM FENOMENOLÓGICA» (PDF). Consultado em 10 de novembro de 2018 
  9. a b c d Amazônia, Portal. «Amazônia de A a Z: conheça o curioso jupará, nosso macaco-da-noite - Portal Amazônia». portalamazonia.com (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2018 
  10. «Primatas». Wikipédia, a enciclopédia livre. 26 de outubro de 2018 
  11. a b G1. «Jupará - Fauna e Flora | Terra da Gente». faunaeflora.terradagente.g1.globo.com. Consultado em 11 de novembro de 2018 
  12. Globo, G1. «Jupará é mamífero raro e pouco conhecido». G1 
  13. Simões, Maria de Lourdes Netto (2006). «Identidade cultural e expressões regionais : estudos sobre literatura, cultura e turismo» (PDF). Editus. Consultado em 8 de novembro de 2018 
  14. Aves, Wiki. «gavião-real (Harpia harpyja) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil». www.wikiaves.com. Consultado em 8 de novembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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