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Valladolid (cidade mexicana)

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México Valladolid 
  Cidade  
De baixo para cima e da esquerda para a direita: 1) Igreja de São Gervásio; 2) Convento de São Bernardino de Siena; 3) Calçado dos Frades; 4) Parque Central; 5) Cenote Zaci
De baixo para cima e da esquerda para a direita: 1) Igreja de São Gervásio; 2) Convento de São Bernardino de Siena; 3) Calçado dos Frades; 4) Parque Central; 5) Cenote Zaci
De baixo para cima e da esquerda para a direita: 1) Igreja de São Gervásio; 2) Convento de São Bernardino de Siena; 3) Calçado dos Frades; 4) Parque Central; 5) Cenote Zaci
Símbolos
Brasão de armas de Valladolid
Brasão de armas
Lema Quatro Vezes Heróica
Apelido(s) La sultana del oriente
("a sultana do oriente")
Gentílico vallisoletano, -na
Localização
Valladolid está localizado em: México
Valladolid
Localização de Valladolid no México
Coordenadas 20° 41′ 22″ N, 88° 12′ 06″ O
País México
Estado Iucatão
Município Valladolid
História
Fundação 28 de maio de 1543
Fundador Francisco de Montejo, o Sobrinho
Administração
Presidente municipal Enrique Ayora Sosa (Morena, 2018–2021)
Características geográficas
Área total 15,8 km²
População total (2010) [1] 48 973 hab.
Densidade 3 099,6 hab./km²
Altitude 24 m
Fuso horário UTC−6
Horário de verão UTC−5
Código postal 97780
Sítio valladolid.gob.mx

Valladolid é uma cidade do estado do Iucatão, sudeste do México, capital do município homónimo. Tem 15,8 km² de área e em 2010 tinha 48 973 habitantes (densidade: 3 099,6 hab./km²).[1]

A cidade foi fundada a 28 de maio de 1543 pelo conquistador espanhol Francisco de Montejo, o Sobrinho, originalmente na localidade maia de Chauac-Há. A 24 de março de 1545 a cidade foi mudada para Zací, a capital do cacicado maia de Cupul. Em 1848, a cidade e as suas fazendas foram invadidas pelos indígenas maias durante a Guerra das Castas, o que fez com que as famílias afetadas emigrassem para outras regiões. A cidade foi recuperada uns meses depois pelo governo iucateco.

Em 2012 Valladolid foi incluída na lista dos Pueblos Mágicos, um programa de desenvolvimento turístico do governo mexicano criado em 2001.

A cidade foi fundada em 28 de maio de 1543 com o objetivo de dominar a região que quando os espanhóis chegaram era controlada pelos cupules e foi chamada Valladolid em homenagem à cidade espanhola homónima. A cidade foi erguida no sítio conhecido como Chauac-Há o Chauacá, no cacicado maia de Chikinchel, tendo sido posta sob a advogação da Virgem dos Remédios e tendo como padroeiro São Gervásio (localmente também conhecido como San Servacio). O fundador, Francisco de Montejo, sobrinho do militar homónimo que liderou a conquista do Iucatão, desenhou a planta da povoação, criou o primeiro cabildo (município) e outorgou encomiendas a 45 conquistadores.[2]

A insalubridade do local e as doenças que o infestavam, entre as quais se incluíam provavelmente a febre amarela, levaram a que a cidade fosse transladada para outra localização.[3] Montejo resistiu à mudança, mas o cabildo, em nome da vila, ameaçou-o de se queixar ao rei Carlos V acusando-o de ser uma "pessoa que não procura o bem, utilidade e pacificação dos naturais de Espanha". A mudança ocorreu em 24 de março de 1545, quando a cidade foi instalada em Zací, a capital do cacicado dos cupules.[2] Zací é uma palavra maia significa "gavião branco".[4] Desde a sua fundação e durante o período colonial espanhol, Valladolid foi o centro de desenvolvimento do orinete da península do Iucatão.

Séculos XIX e XX

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Em 1833, depois da indendência do México, foi fundada na cidade a primeira fábrica de fios e tecidos do México a utilizar energia a vapor, considerada a "aurora da indústria iucateca" e que funcionou até[5]

Em 1848, durante a Guerra das Castas, a cidade foi tomada pelos indígenas maias sublevados, às ordens do cacique Cecilio Chi. A população branca e muitos dos mestiços foram desalojados e muitos morreram durante a invasão. A cidade foi retomada meses depois pelas tropas do governo do Iucatão, então liderado por Miguel Barbachano. Porém, Valladolid continuou ser acossada durante muitos anos, enquanto duraram os conflitos étnicos no Iucatão.[carece de fontes?]

A 10 de maio de 1910, em Dzelkoop, pertencente a Valladolid, foi assinado o chamado Plano de Dzelkoop ou Plano de Valladolid, o qual incluía um apelo à população para se revoltar contra a ditadura no México:[6]

O atual governo não é legal, porque não foi ungido pelo voto popular [...] chegou a hora de fazer um poderoso esforço para salvar o país e que ese esforço supremo deve fazê-lo o povo para conjurar a tormenta que o aniquila e ameaça destruí-lo por completo.
 
Plano Dzelkoop [7].

Depois disso, em 4 de junho de 1910, ocorreu em Valladolid um movimento revolucionário, precursor da Revolução Mexicana, iniciada em novembro desse ano no norte da república mexicana por Francisco I. Madero que determinou a queda do governo do general Porfirio Díaz. O movimento revolucionário de Valladolid é conhecido no Iucatão como "A Primeira Faísca da Revolução".[8]

Valladolid situa-se no município seu homónimo, do qual é a capital, e que faz parte do estado do Iucatão, no sudeste do México. Fica cerca de 160 km a leste da capital estadual, Mérida, 160 km a oeste de Cancún e 1 470 km a leste da Cidade do México.

Clima

O clima é quente e húmido, com chuvas regulares no verão.[9] A temperatura média anual é 25,8 °C, a máxima ocorre geralmente em maio e a mínima em janeiro.[10] O calor é atenuado pelas brisas marítimas e os ventos do sul e do oeste.[carece de fontes?]

Dados climatológicos para Valladolid
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 29 31 33 34 34 34 34 34 33 31 30 29 29,2
Temperatura mínima média (°C) 17 18 19 21 23 24 23 23 23 22 20 18 19,4
Precipitação (mm) 18 7 10 15 23 46 62 66 47 37 16 9 356
Horas de sol 342,4 321,38 373,03 378,88 406,98 401,28 410,93 397,61 367,71 361,63 334,81 338,2
Fonte: clima.msn.com[11], mx.clima.yahoo.com[12]
Demografia

Em 2010, Vallladolid era a terceira cidade mais populosa do estado, a seguir a Mérida e Kanasín.[1] Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Índice de Desenvolvimento Humano do município de Valladolid em 2010 era 0,7098 para os homens e 0,6972 para as mulheres, inferior à média do estado de 0,7505 e 0,7563, respetivamente.[13] Segundo dados do mesmo ano da Secretaria de Desenvolvimento Social mexicana, o índice de marginalização era -0,99088,[14] um valor de grau médio.[15]

População de Valladolid [16] (1900 – 2010)
1900 19101921193019401950196019701980199020002010
4 955 4 3194 9205 6016 4028 1659 29714 66328 20129 27937 33248 973
  Baixa 12,8% Aumento 13,9% Aumento 13,8% Aumento 14,3% Aumento 27,5% Aumento 13,9% Aumento 57,7% Aumento 92,3% Aumento 3,8% Aumento 27,5% Aumento 31,2%

Em 2010, a população economicamente ativa (PEA) de Valladolid era 19 468 habitantes, dos quais 12 808 homens (66%) e 6 660 mulheres (34%); 97% dessas pessoas estavam empregadas.[1] O setor primário ocupava 19% da PEA do município em 2000.[17] A maior parte das atividades desse setor são desenvolvidas por produtores locais.[carece de fontes?] O setor secundário ocupava no mesmo ano 32% da PEA e o setor terciário ocupava 48%.[17]

Arquitetura e urbanismo

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Igreja de São Gervásio (ou San Servacio)

Em Valladolid há seis igrejas católicas com interesse arquitetónico ou histórico:

Igreja de São Gervásio (ou San Servacio)

É a igreja mais famosa e importante da cidade. Encontra-se em frente à Praça Francisco Cantòn, a principal da cidade, onde também se situa o principal parque. A sua construção foi iniciada em 1543, quando Valladolid foi fundada. Na sequência dum crime sangrento ocorrido na igreja no século XVIII , o templo foi remodelado e a sua fachada passou a estar virada para norte. O pórtico original, virado a poente como era era usual, manteve-se, com as esculturas de São Pedro e São Paulo.

Igreja de São Bernardino de Siena
Igreja de São Bernardino de Siena

É um grande templo que faz parte dum antigo convento situado no parque do bairro de Sisal. Foi construída em 1552, pelo arquiteto e religioso Juan de Mérida dos frades de Francisco de Montejo, o Sobrinho. A igreja é de estilo franciscano e assemelha-se a uma fortaleza medieval, com grandes dimensões (ocupa mais de 14 000 m²), com ameias clássicas e paredes cuja espessura chega a ultrapassar os três metros.

Igreja de Santa Lúcia

Situada no bairro homónimo, destaca-se pela altura do teto abobadado e a fachada. Destaca-se pela altura do seu teto abobadado e pela fachada rematada por três acros que rodeiam as portas, decorados com motivso vegetais. O templo é de alvenaria, com teto em abóbada e chão de mistura de cal.

Igreja da Candelária
Igreja da Candelária

Situa-se em frente à praça homónima e é dedicada à Virgem da Candelária (Nossa Senhora da Luz ou das Candeias), cuja festa litúrgica se celebra a 2 de fevereiro. Tem uma só nave e dois remates no teto que lhe dão o aspeto de fortaleza. O teto é abobadado no interior e tem um púlpito de madeira lavrada, um retábulo com motivos vegetais e nichos com imagens.

Igreja de São João de Deus
Igreja de São João de Deus

Situada em frente ao parque homónimo, mede cerca de 30 por 10 metros, a fachada é flaqueada por duas torres que são rematadas por grandes pilares com pirâmides quadrangulares. As paredes laterais têm pequenas ameias. No interior há um retábulo de estilo salomónico com motivos vegetais, quatro nichos laterais e uma pia batismal de pedra lavrada.

Igreja de Santa Ana
Igreja de Santa Ana

Situda no bairro homónimo, tem um vitral em frente da fachada. Em frente da igreja há um parque onde se comemora a defesa de Chapultepec a 13 de setembro. No centro do parque ergue-se um monumento aos "Meninos Heróis", os cadetes que lutaram até à morte naquela batalha. Na praça em frente à igreja foi enforcado em 1847 Manuel Antonio Ay, o batab cacique maia de Chichimilá, após um julgamento sumaríssimo no qual foi acusado de rebelião por ter sido encontrada uma carta a ele dirigida por Cecilio Chi, cacique de Tepich, a qual alegadamente mencionava preparativos para o início da Guerra das Castas. Este acontecimento, que comoveu a população indígena do Iucatão, precipitou e tornou irreversível o movimento armado que estava em gestação e que manteria a região em pé de guerra durante os 54 anos seguintes.[18]

Praça Francisco Cantón Rosado

Outros locais de interesse

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Centro histórico
  • Igreja paroquial de São Gervásio
  • Parque Principal Francisco Cantón Rosado
  • Palacio Municipal
  • Casa da Cultura
  • Casa de los Venados
  • Mercado de Artesanías
  • Centro Artesanal Zaci
  • Bazar Municipal
  • Museu San Roque
  • Parque de los Héroes ("Parque do Heróis")
  • Las 5 Calles ("5 Ruas")
Bairro de Sisal
Bairro de Candelaria
  • Igreja da Candelária
  • Parque de Nuestra Señora de la Candelaria
  • Telar “La Aurora” (antiga tecelaria)
Bairro de Santa Ana
  • Igreja de Santa Ana
  • Parque de los Niños Héroes
  • Cenote Zaci
  • Mercado Municipal “Donato Bates Herrera”
Bairro de Santa Lucía
  • Igreja de Santa Lucía
  • Parque de Santa Lucía
Bairro de San Juan
  • Igreja de San Juan de Dios
  • Parque de San Juan de Dios
Outras zonas
  • Calzada de los Frailes ("Calçada dos Frades")
  • Centro Recreativo “Acuática”
  • Cenote Suytun
  • Cenote Xkeken
  • Cenote Samulha

Notas e referências

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  1. a b c d «Principales resultados por localidad 2010 (ITER)». Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI). 2010 
  2. a b «Fundación y traslado de Valladolid». valladolid.com.mx 
  3. INSP-CENIDS. «Biblioteca Virtual en Salud». Consultado em 20 de abril de 2011. Arquivado do original em 9 de outubro de 2007 
  4. Brito Sansores, William (1981), La escritura de los Mayas, p. 196, OCLC 10612231 
  5. Suárez Molina, Víctor M. (1977). La evolución económica de Yucatán a través del siglo XIX. [S.l.: s.n.] p. 174. OCLC 432888853 
  6. Angélica Vázquez del Mercado. «Valladolid, la revolucionaria». Consultado em 16 de maio de 2019. Arquivado do original em 1 de janeiro de 2011 
  7. «Plan de los revolucionarios de Valladolid». Universidade Autónoma do Iucatão 
  8. Caros R. Menéndez. «La Primera Chispa de la Revolución» [ligação inativa] 
  9. «Mapa de Climas». 2008. Arquivado do original em 20 de novembro de 2012 
  10. «Mapa de Temperaturas». INEGI. 2008 [ligação inativa] 
  11. «Clima de Valladolid». clima.msn.com 
  12. «Clima de Valladolid». mx.clima.yahoo.com. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2011 
  13. «Base de dados». Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
  14. «Indicadores de marginación de Valladolid». Secretaría de Desarrollo Social (SEDESOL) 
  15. «Catálogo de localidades de Valladolid». SEDESOL 
  16. «Archivo Histórico de Localidades». INEGI 
  17. a b INAFED. «Valladolid en la Enciclopedia de los Municipios de México». Consultado em 23 de maio de 2019. Arquivado do original em 29 de abril de 2007 
  18. Casares G. Cantón, Raúl; Duch Colell, Juan; Antochiw Kolpa, Michel; Zavala Vallado, Silvio et al. (1998), Yucatán en el tiempo [falta página], ISBN 970-9071-00-9 (em espanhol), Mérida: Inversiones Cares 

Bibliografia complementar

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  • Alcocer Pérez, Fulgencio (1960), Valladolid: su vida de ayer y de hoy, Mérida, OCLC 33354092 
  • Baqueiro Anduze, Oswaldo (1943), La ciudad heroica: historia de Valladolid, Mérida: Imprenta Orienta, OCLC 3678329 
  • Betancourt Pérez, Antonio (1983), La problemática social: ¿La primera chispa de la Revolución Mexicana?, Mérida: Los Aluxes, OCLC 489132946 
  • Góngora Bianchi, Renán A.; Aguilar y Aguilar, Yolanda (2006), Memoria histórica de Valladolid, ISBN 9789685480710, Valladolid: Instituto Cultural Valladolid, OCLC 298226493 
  • Góngora Bianchi, Renán A.; Novelo Peniche, Nina R. (1995), Valladolid: Hechos y personajes, Valladolid: Instituto Cultural Valladolid, OCLC 35696392 
  • Góngora Bianchi, Renán A.; Ramírez Carillo, Luis A. (1993), Valladolid: Una ciudad, una región y una historia, ISBN 9789686843163, Mérida: Universidad Autónoma de Yucatán, OCLC 28983526 
  • Menéndez, Carlos R. (1988), La primera chispa de la Revolución Mexicana, Mérida: Multicolor, OCLC 20378142 
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