Vasco Martins de Melo, alcaide-mor de Évora e Castelo de Vide
Vasco Martins de Melo | |
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Nascimento | c. 1390 |
Morte | c. 1459 |
Nacionalidade | Reino de Portugal |
Progenitores | Mãe: Briolanja de Sousa Pai: Martim Afonso de Melo |
Ocupação | Alcaide-mor |
Vasco Martins de Melo (c. 1390 – março de 1459) foi um nobre cavaleiro do Reino de Portugal. Exerceu o cargo de Alcaide-mor na cidade de Évora e de Castelo de Vide.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Foi um nobre cavaleiro da casa real e alcaide-mor de Évora e de Castelo de Vide, após a morte de seu pai.
Ainda como escudeiro de D. João foi uma das testemunhas que assinaram em Almeirim, em 27 de janeiro de 1432, o instrumento de ratificação do tratado de paz celebrado com o Reino de Castela em 30 de Outubro de 1431. O Rei Afonso V em 5 de maio de 1439 confirmou-lhe a tença de 1 000 000 de libras que foi dado pelo falecido Rei D. Duarte.[1]
Nas Cortes de Lisboa de 1439, no lugar de Albergaria, cerca de Albito, foi formulado algumas acusações com este fidalgo e seus irmãos, por alguns abusos quando estes descansavam nessa localidade.
Durante a campanha militar iniciada pelo infante D. Pedro e por seus irmãos contra os partidários de D. Leonor, o Rei pediu para que fosse emissário da regência a fim de conseguir a rendição da Fortaleza do Castelo do Crato, cujo alcaide era seu cunhado Gonçalo da Silveira. Depois de uma tentativa infrutífera, conseguiu completar sua missão com a entrega do Castelo. Temendo a regência a invasão do Reino de Castela, o Rei nomeou-o no dia 26 de dezembro de 1443 para o cargo de fronteiro no mesmo castelo.[1]
A partir de 1450, passa a receber 28 571 reais brancos, o que constitui uma prova de sua fidelidade ao Rei e de sua possível participação na Batalha de Alfarrobeira, que não tem como confirmar pela falta de dados. Anos depois, passa a receber a tença anual de 15 000 reais brancos.
Esteve presente na cerimônia de juramento do príncipe herdeiro D. João I, celebrada em Lisboa em 25 de junho de 1455. Acompanhou o Rei na tomada de Alcácer Cegue em 1458. Faleceu provavelmente antes de 23 de março de 1459, data em que seu filho Vasco Martins de Mello, o moço, foi nomeado Alcaide-mor de Castelo de Vide.[1]
Relações familiares
[editar | editar código-fonte]Foi filho de Martim Afonso de Melo, senhor de Arega e Barbacena, (c. 1360 – fevereiro de 1432) e de Briolanja de Sousa, (c.1370 - depois de 13 de janeiro de 1441) filha de Martim Afonso de Sousa, 2.º senhor de Mortágua (1341 -?), 2.º senhor de Mortágua, “o da Batalha Real” e de Maria de Briteiros.[2][3]
Casou por duas vezes, o primeiro casamento com Beatriz de Azevedo (c. 1400 -) filha de João Lopes de Azevedo, 2° senhor de Aguiar de Pena e de São João de Rei de D. Leonor de Leitão, de quem teve:[2][3]
- Fernão de Melo, alcaide-mor de Évora casado com Constança de Castro, filha de Dom Álvaro de Castro e de Isabel Pereira, Fernão faleceu depois de 1480;
- João de Melo, alcaide-mor de Setúbal, comendador de Casével da Ordem de Santiago, foi casado por três vezes a primeira com Leonor de Siqueira, após a morte de Leonor casou com D. Beatriz de Brito e depois da morte desta, foi casado com Genebra de Mello;
- Mécia de Melo, casada com Vasco Fernandes de Sampaio, 3° senhor de Vila Flor e Chacim e alcaide-mor de Torre de Moncorvo;
O segundo casamento foi com Isabel da Silveira, filha de Nuno Martins da Silveira.[2] Tiveram:
- Vasco Martins de Melo, o moço, alcaide-mor de Évora e de Castelo Branco, casado com Isabel Pereira;
- Genebra de Melo, casada com Duarte Furtado de Mendonça, comendador de Torrão na ordem de Santiago;
- Beatriz de Mello, casada com João Mendes de Oliveira;
- Catarina de Melo, a Rainha da Pedra, casada com D. João de Lima, 2° visconde de Vila Nova após a morte deste, casada em segundas núpcias com D. Álvaro de Almada;
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Livro de Linhagens do Século XVI, p 160; Anselmo Braamcamp Freire, ob. cit., livro III, p 290.
- Carta régia de confirmação dada por Afonso V em de julho de 1450. A. N. T.T., Chancelaria de D. Afonso V, livro 34, fol. 172v.
- Carta régia de 28 de abril de 1481. A. N. T. T., Chancelaria de D. Afonso V, livro 12, fol. 59v; Anselmo Braamcamp Freire, ob. cit., livro III, p. 290.
- Carta régia de confirmação de 2 de março de 1482. A. N. T. T., Chancelaria de D. Afonso V, livro 12, fol. 26v. Anselmo Braamcamp Freire, ob. cit., livro 1, p 417.
- Anselmo Braamcamp Freire, Brasões da Sala de Sintra, livro I, Coimbra, 1921, p. 448.
- A.G.S., Patronato Real, Legajo 49-21. Publicado por Luis Suares Fernandez, Relaciones entre Portugal y Castilla en Epoca del Infante Don Enrique, Madrid, 1960, pp. 183-207; Monumenta Henricina, vol. IV, Coimbra, 1962, doc. 15, pp. 60-89.
- Ruy de Pina, Chronica do Senhor Rey D. Afonso V, in Colleção de Livros Inéditos de História Portuguesa, tomo I, Lisboa, 1790, cap LXXIV, pp. 323-325; Gaspar Dias de Landim, O Infante D. Pedro, livro II, Lisboa, 1893, cap. XX, pp. 101-104.
- D. António Caetano de Sousa, Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa, tomo II, 2° parte, 1947, p.105; Anselmo Braamcamp Freire, ob. cit., p. 448
- Carta régia de 26 de dezembro de 1443. A.N.T.T., Chancelaria de D. Afonso V, livro 27, fols. 14-14v; Anselmo Braacamp Freire, ob. cit., p. 448.
- Carta régia de 20 de abril de 1450. A.N.T.T., Chancelaria de Afonso V, livro 34, fol. 102v.
- Carta régia de 5 de maio de 1456. A.N.T.T., Chancelaria de Afonso V, livro 13, fol. 60.
- A.N.T.T., Livro 5 de Odiana, fols. 129v-130.
- A.N.T.T., Chancelaria de D. Afonso V, livro 36, fol. 86; Anselmo Braamcamp Freire, ob. cit., p. 448
Referências
- ↑ a b c d Humberto Baquero Moreno (1980). «A Batalha de Alfarrobeira. Antecedentes e Significado Histórico. Vol. II, p.868». Universidade de Coimbra
- ↑ a b c Manuel José da Costa Felgueiras Gaio (1750–1831). «Nobiliário de famílias de Portugal - Tomo XVII (Mellos), p. 140» (PDF)
- ↑ a b Cristóvão Alão de Morais (1673). «Pedatura Lusitana - Tomo I Vol. 1, (Melos - Alcaides Mores D' Evora) p. 497» (PDF)