Vassourinha (cantor)

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Vassourinha
Vassourinha (cantor)
Vassourinha em capa da revista Carioca, 1935.
Informação geral
Nome completo Mário Ramos[nota 1]
Nascimento 16 de maio de 1923
Local de nascimento São Paulo, SP
Morte 3 de agosto de 1942 (19 anos)
Local de morte São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Samba
Ocupação(ões) Cantor
Progenitores Mãe: Thereza D. Assunção
Pai: Paulo de Almeida Ramos
Período em atividade 1935-1942
Gravadora(s) Columbia

Vassourinha, nome artístico de Mário Ramos[nota 1] (São Paulo, 16 de maio de 1923 — São Paulo, 3 de agosto de 1942), foi um cantor brasileiro.[3]

Morreu aos dezenove anos, quando sua carreira apontava para o sucesso.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu na capital paulista, filho de Paulo de Almeida Ramos e de Teresa D. Assunção.[2]

Já bem cedo Vassourinha estreou na Rádio Record de São Paulo, onde conviveu com figuras de sucesso do meio musical, como as irmãs Aurora e Carmen Miranda, Francisco Alves e Orlando Silva.[1] Tinha na ocasião (1935) apenas doze anos de idade, e vencera uma disputa de calouros, logo passando a fazer apresentações por todo o país.[4]

O primeiro disco de sua carreira foi gravada em 1941, pela Columbia.[3] Ao todo gravou seis discos de 78 rotações, com doze músicas.[1]

Suas gravações "Seu Libório" (de João de Barro e Alberto Ribeiro) de 1941, e "Emília" (Haroldo Lobo e Wilson Batista) de 1942, foram consideradas por Zuza Homem de Mello e Jairo Severiano as mais representativas do período.[4]

Apesar do sucesso alcançado Vassourinha mereceu apenas uma nota de obituário no jornal Correio Paulistano, no dia seguinte à sua morte; ali o periódico registrou: "Muito jovem ainda, pois desaparece aos 19 anos de idade, "Vassourinha" já era um nome consagrado no rádio paulista e brasileiro, tendo gravado composições de grande sucesso, sempre vivas na memória dos apreciadores de nossa música popular. Como intérprete ou como compositor, "Vassourinha" conseguiu se impor e manter bem alto seu nome no "broadcasting" nacional que perde, com a sua prematura morte, um dos elementos mais futurosos com que já contou", e que "Dada a projeção de que gozava não só nesta capital como, também, no Rio de Janeiro e demais Estados da Federação, pode-se dizer, mesmo, que está de luto o nosso rádio".[2]

Vassourinha foi sepultado no Cemitério do Araçá, no dia 4 de agosto, saindo o féretro da rua Sergio Meira, 217.[2] A Rádio Record mandou celebrar no dia 10, na igreja de São Geraldo (bairro de Perdizes, Largo Péricles), uma missa de sétimo dia pela memória do cantor.[5]

Impacto cultural[editar | editar código-fonte]

Já quase esquecido do público e da mídia, havendo se tornado uma "nota de rodapé" em artigos sobre a música brasileira, Vassourinha foi lembrado num programa realizado em 1966 na TV Record por Alberto Helena Júnior.[4]

Em 1969 a gravadora Continental reuniu em um só LP suas doze gravações, relançado em 1976 por um produtor.[4]

O documentário "A voz e vazio: a vez de Vassourinha", curta-metragem de dezesseis minutos, foi realizado sobre o cantor em 1998, dirigido por Carlos Adriano.[1] Em 2000 essa obra foi ganhadora da golden plaque no 36º Festival Internacional de Cinema de Chicago, nos Estados Unidos, e em sua edição de 2004 o festival de documentários É Tudo Verdade o considerou um dos dez melhores filmes do gênero sobre música.[4]

Notas

  1. a b Seu nome completo seria Mário de Almeida Ramos ou Mário Ramos de Oliveira.[1] Esta segunda versão não encontra, contudo, respaldo nos sobrenomes paternos.[2]

Referências

  1. a b c d e Rubem Rabello Maciel de Barros (18 de Novembro de 2010). «A VOZ E O VAZIO: A VEZ DE VASSOURINHA: poética de ruptura, história de ruínas» (PDF). USP SP. Consultado em 30 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 30 de agosto de 2018. PDF arquivado como HTML 
  2. a b c d «Mario Ramos». Correio Paulistano (26503). 2 páginas. 4 de agosto de 1942. Seção de obituário; jornal disponível no site da Biblioteca Nacional 
  3. a b «Vassourinha». dicionariompb.com.br. Consultado em 21 de dezembro de 2014 
  4. a b c d e Rubem Rabello Maciel de Barros (2012). «Vassourinha, a voz que emerge da imagem» (PDF). Doc On-line, n. 13, dezembro. Consultado em 30 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 30 de agosto de 2018. PDF arquivado como HTML 
  5. Anúncio no jornal Correio Paulistano, nº 26508, de 9/8/1942, pág. 15. (disponível no acervo digital da Biblioteca Nacional do Brasil).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira - volume 2. Rio deJaneiro: Martins, 1995.
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