Verso alexandrino
Verso alexandrino é um verso dodecassílabo que apresenta, obrigatoriamente, sílaba tônica nas posições 6 e 12.[1] Tem este nome porque foi empregado por Alexandre de Bernay.[2][nota 1]
Conhecido também como Alexandrino Clássico ou Alexandrino Francês, está presente em poemas extremamente trabalhados gramática e foneticamente, como os parnasianos, porém continua e é utilizado largamente até os dias de hoje.
Em Língua portuguesa o verso Alexandrino Francês foi sistematizado por António Feliciano de Castilho e o primeiro poeta a utilizar esse verso em larga escala no Brasil foi Machado de Assis, ainda no período estético do Romantismo.
Regras de escansão
[editar | editar código-fonte]O verso alexandrino francês possui, na sua composição dois hemistíquios, ou seja, dois meio-versos de seis sílabas métricas cada.[nota 2]
Existem algumas regras para a escansão de um verso alexandrino.
1 - Deve-se ater o poeta na colocação de sílabas tônicas obrigatórias na 6ª e 12ª sílaba:
A casa que foi minha, hoje é casa de Deus.
Traz no topo uma cruz. Ali vivi com os meus.
2 - A sexta sílaba (primeiro hemistíquio) deve ser a última sílaba de uma palavra oxítona ou, se, a palavra for uma paroxítona, esta deve terminar em vogal e a primeira palavra do hemistíquio seguinte deverá iniciar-se com vogal átona para fazer a elisão.
Deixo e vou vê-la em meio_aos altos muros seus.
Sai de lá uma prece_elevando-se aos céus; (Alberto de Oliveira)
3 – Deve-se evitar no verso alexandrino a o uso de uma palavra proparoxítona com a sílaba tônica do primeiro hemistíquio, ou paroxítona com a terminação em consoante.[2]
Para que o ritmo no alexandrino dê mais beleza ao poema, tais regras usadas na cesura dever ser observadas no final de cada verso, formando um ritmo holístico.
Deve ser observada também a escansão de cada cesura, quanto aos pés usados, visando sempre a um melhor ritmo.[5]
Alguns autores da Literatura Brasileira valem-se da utilização de Alexandrinos em conjunto com outros dodecassílabos:
- Alphonsus de Guimaraens
- Emiliano Perneta
- Olegário Mariano
- Da Costa e Silva
- Vinícius de Moraes
- Guilherme de Almeida
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas
- ↑ No contexto geral, é o segundo verso mais longo, em estrofes isométricas, sendo superado apenas pelo verso alexandrino arcaico, que tem quatorze sílabas, fazendo cesura na sétima sílaba.[3]
- ↑ Há uma afirmação cujo corolário não é verdadeiro. Um verso alexandrino é um verso dodecassílabo. Mas nem todo verso dodecassílabo é verso alexandrino.[4]
Referências
- ↑ CAMPOS, Geir. Pequeno Dicionário de Arte Poética - Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1960.
- ↑ a b «Definição de Alexandrino». Como fazer um poema. Consultado em 19 de fevereiro de 2025
- ↑ José Américo Miranda (2021). «Basílio da Gama e Machado de Assis: poetas». Teresa - Revista brasileira de literatura. Consultado em 19 de fevereiro de 2025
- ↑ CAMELO, Paulo. O ritmo no poema - Recife: Ed. do Autor, 2004. ISBN 978-85-904262-2-6
- ↑ Alexandre Tambelli (16 de dezembro de 2007). «O soneto alexandrino». Recanto das Letras. Consultado em 19 de fevereiro de 2025