Verso dodecassílabo

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Dodecassílabo, no poema, é chamado o verso que apresenta doze sílabas métricas, ou sílabas poéticas.[1]

Ritmo[editar | editar código-fonte]

De acordo com o ritmo do verso, o dodecassílabo típico pode ser classificado em duas formas:

Alexandrino[editar | editar código-fonte]

É o verso que apresenta sílabas tônicas nas posições 6 e 12, caracterizando uma cesura e dois hemistíquios.[2]

Cada hemistíquio pode apresentar ainda uma ou duas sílabas tônicas a mais.

Um dos exemplos mais citados de verso alexandrino é o nome completo do poeta Olavo Bilac:

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac.

Este verso é composto por três iambos, um peônio de quarta e um iambo.

Dependendo da distribuição de sílabas tônicas, quando o verso apresenta uma sequência de pés iguais, o alexandrino ainda pode receber uma classificação adicional, tais sejam: [1]

Hexâmetro iâmbico
Verso com uma sequência de seis iambos:
"A garça é pureza em seu planar no céu.
("O amor e a garça" - Paulo Camelo);
Tetrâmetro anapéstico
Verso contendo uma sequência de quatro anapestos:
"Você sabe o que é ter um amor, meu senhor?"
("Nervos de aço" - Lupicínio Rodrigues)[3]
Díade hexassilábica
Verso alexandrino raro onde as sílabas tônicas são apenas a sexta e a décima segunda:
"E quando deu na telha eu cometer sone[to],"
("Cometa alexandrino" - Paulo Camelo)[4]

Há versos dodecassílabos que, embora apresentem tônicas as sexta e décima segunda sílabas, não são considerados ortodoxamente alexandrinos, porque não apresentam a cesura e os dois hemistíquios, ou seja, a sexta sílaba não é de uma palavra oxítona, ou, se paroxítona, não há elisão com a palavra seguinte. No entanto, seu ritmo apresenta-se como de um alexandrino.

Trímetro peônico[editar | editar código-fonte]

O trímetro peônico apresenta uma sequência de três peônios de quarta, com sílabas tônicas nas posições 4, 8 e 12.[5] Também é denominado verso romântico[1]:

Tem certos dias em que eu penso em minha gen[te]
e sinto assim todo o meu peito se apertar
porque parece que acontece de repen[te]
como um desejo de eu viver sem me notar..."
("Gente humilde - Garoto).[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c CAMPOS, Geir - Pequeno Dicionário de Arte Poética. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [1960].
  2. Todo estudo - Metrificação
  3. Nervos de aço
  4. Cometa alexandrino
  5. «Dentro de mim». Recanto das Letras. Consultado em 24 de novembro de 2023 
  6. História de Gente Humilde