Virgínia Portocarrero
Virgínia Portocarrero | |
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Nascimento | 23 de outubro de 1917 Rio de Janeiro |
Morte | 29 de março de 2023 (105 anos) Araruama |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | enfermagem, desenhista, militar |
Virginia Maria de Niemeyer Portocarrero (Rio de Janeiro , 23 de outubro de 1917 — Araruama, 29 de março de 2023) foi uma enfermeira carioca, filha de Tito Portocarrero e Dinah de Niemeyer Portocarrero.[1]
Formação e trajetória profissional
[editar | editar código-fonte]Formou-se bacharel em ciências e letras pelo Colégio Pedro II e decoradora, professora de desenho e desenhista dentro do Curso de Aperfeiçoamento e Arte Decorativa da Escola Politécnica Nacional de Engenharia. Mais tarde formou-se enfermeira, iniciando o Curso de Enfermagem Samaritana na Cruz Vermelha de Belém (PA) e concluindo no Rio de Janeiro, devido a mudanças por causa da profissão do pai.[2]
Trabalhou como desenhista no Instituto do Mate onde leu uma matéria do jornal “O Globo” que chamava por voluntários para a Segunda Guerra Mundial. A partir de sua inscrição como voluntária, matriculou-se no Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE) - Quadro de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército Brasileiro (QEERE), o qual concluiu em 2 de junho de 1944, ficando a disposição da Força Expedicionária Brasileira (FEB), integrando o Primeiro Escalão.[3]
Atuação na Força Expedicionária Brasileira
[editar | editar código-fonte]Como parte do 2º Grupo (General Diretor de Saúde Marques Porto), Virgínia foi enviada para Nápoles, na Itália, em 7 de julho de 1944, aos 27 anos de idade.[4] Durante a guerra, ela atuou nos hospitais italianos: 182th Station General Hospital em Nápoles, 105th Station Hospital em Cevitavecchia, 64th General Hospital em Ardenza, 38th Evacuation Hospital, em Cecina, Florença e Pisa, 16th Evacuation Hospital em Pistóia e 15th Evacuation Hospital em Corvela.[3]
Em 7 de julho de 1945, regressou ao Brasil em licença publicada pela portaria 8.411 do Diário Oficial da União.[5] Em agosto de 1945 subiu ao posto de 2o tenente, junto com suas colegas enfermeiras, a partir de determinação do Comandante da FEB.[6]
Ao regressar, ela retoma seu posto de desenhista no Instituto Marte e depois vai trabalhar no Instituto Brasileiro do Café. Em 1957 é promulgada a lei federal n.3.160/1957 que converte as enfermeiras da FEB que atuaram em guerra nas primeiras enfermeiras militares mobilizadas em período de paz, voltando a ativa e podendo assim gozar dos direitos e vantagens inerentes e atuando na Policlínica Central do Exército.[7]
Em 1962, Virgínia é promovida a 1º tenente e em 1963 a capitão, quando deixa a ativa e passa a compor a Reserva de 1ª Classe da FEB.[1]
Reconhecimentos
[editar | editar código-fonte]- Medalha de Campanha da Força Expedicionária Brasileira, concedida em 1945 por participação em operações de guerra na Itália sem nota desabonadora;[7]
- Medalha de Guerra, concedida pelo Exército Brasileiro em 1946, pela cooperação em esforço de guerra do Brasil;[7]
- Medalha da Cruz Vermelha Brasileira;
- Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes;
- Medalha do Pacificador, concedida pelo pelo Exército Brasileiro em 2017;[7]
- Medalha Serviço de Saúde da FEB, em 2018, em homenagem pelo seu centenário de vida;[7]
- Medalha da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, concedido pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) em 2018, pela sua importância no campo da enfermagem brasileira;[7]
- Título de Aluna Emérita do Colégio Pedro II, em 2018, em homenagem pelo seu centenário de vida;[7]
- Prêmio Anna Nery, concedido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2018;[7]
- Medalha Marechal Marques Porto, concedida pela Academia Brasileira de Medicina Militar em 2019;[7]
- Homenagem pelo centenário de vida em 2018, em cerimônia no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (RJ).[7]
Referências
- ↑ a b «Última enfermeira da Força Expedicionária Brasileira morre aos 105 anos». G1. 30 de março de 2023. Consultado em 26 de agosto de 2024
- ↑ «Virgínia Portocarrero - Base Arch». basearch.coc.fiocruz.br. Consultado em 20 de setembro de 2024
- ↑ a b «Virgínia Portocarrero - Base Arch». basearch.coc.fiocruz.br. Consultado em 26 de agosto de 2024
- ↑ d´Avila, Cristiane (1 de março de 2021). «Força feminina contra o nazismo: a enfermeira brasileira Virgínia Portocarrero na Segunda Guerra Mundial». Café História. Consultado em 16 de agosto de 2024
- ↑ «Virgínia Portocarrero - Base Arch». basearch.coc.fiocruz.br. Consultado em 26 de agosto de 2024
- ↑ «Cofen lamenta o falecimento da última enfermeira a atuar na 2ª Guerra Mundial». COFEN | Conselho Federal de Enfermagem. 31 de março de 2023. Consultado em 26 de agosto de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j BERNARDES, Margarida Maria Rocha; KAMINITZ, Sonia Helena da Costa; MACIEL, Laurinda Rosa; ALMEIDA, Anna Beatriz de Sá; OLIVEIRA, Alexandre Barbosa; PORTO, Fernando Rocha (30 de março de 2023). «Uma enfermeira da Força Brasileira na Segunda Guerra Mundial: Fundo Virgínia Portocarrero da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz». Scielo. Consultado em 26 de agosto de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Arquivo pessoal de Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero foi doado em vida pela produtora à Casa de Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz