Saltar para o conteúdo

Vitória Régia (sítio arqueológico)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vitória Régia
Localização atual
Vitória Régia está localizado em: Sergipe
Vitória Régia
Coordenadas 9° 34′ 04″ S, 37° 52′ 03″ O
País Brasil
Estado Sergipe
Dados históricos
Fundação 2240 AP
Cronologia
Fase 1 Sem datas
Fase 2 8950 ± 70 AP
Fase 3 5570 ± 70 AP a 4790 ± 80 AP
Fase 4 3270 ± 135 AP a 2530 ± 70 AP
Fase 5 1780 ± 60 AP a 1280 ± 45 AP
Notas
Escavações Projeto Arqueológico de Xingó
Arqueólogos Cleonice Vergne
Acesso público Museu Arqueológico de Xingó

O Sítio Vitória Régia é um sítio arqueológico localizado no município de Canindé de São Francisco, no estado de Sergipe. Foi identificado e escavado durante o Projeto Arqueológico de Xingó, desenvolvido antes da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó. Originalmente composto por três sítios (Porto Belo I, II e III), tem datação de 2240 anos antes do presente.

O sítio estava localizado na fazenda do mesmo nome, num terraço fluvial plano localizado a cerca de 8 metros acima da confluência entre o Rio São Francisco e o riacho Portão. A vegetação era composta por pau-ferros, juazeiros e angicos [1].

Entre 1990 e 1994, quatro sítios (Vitória Régia I, II, III e IV) foram escavados numa área total de 330m², em até dezessete níveis de 20cm de profundidade. Entre os vestígios, foram encontradas peças líticas, cerâmica e ossos de fauna [2]. Em 2005, os quatro locais foram reinterpretados como um único sítio [3].

O material faz hoje parte do acervo do Museu de Arqueologia de Xingó [4].

Interpretações

[editar | editar código-fonte]

A primeira ocupação do sítio está inserida na Fase 4 [5]. A datação foi obtida por termoluminescência num fragmento cerâmico situado a 90 centímetros de profundidade [6].

A análise do material permite também identificar um aumento da densidade nos níveis superiores, indicando um uso mais intenso nos períodos mais recentes. Num estudo sobre a técnica de produção de 677 fragmentos, observe-se que a maioria das peças tem sido realizadas por modelagem de argila, seguida por acordelamento [7].

Duas peças apresentam furo, indicando que teriam sido adaptadas para cestaria, para suspensão, ou utilizadas como peso de rede. A semelhança com a cerâmica Xocó é apontada, como no sítio Porto Belo.

Referências

  1. Diniz, José Alexandre (1998). Programa Arqueológico de Xingó. Xingó: Universidade Federal de Sergipe 
  2. Diniz, José Alexandre (1998). Programa Arqueológico de Xingó. Xingó: Universidade Federal de Sergipe 
  3. Luna, Suely (2005). «Os Grupos Ceramistas Pré-Históricos do Baixo São Francisco». Universidade Federal de Pernambuco. Clio Arqueológica (19): 79-103. Consultado em 24 de setembro de 2024 
  4. «Página principal». Museu Arqueológico de Xingó 
  5. Fagundes, Marcelo (30 de junho de 2010). «Entendendo A Dinâmica Cultural Em Xingó Na Perspectiva Inter Sítios: Indústrias Líticas E Os Lugares Persistentes No Baixo Vale Do Rio São Francisco, Nordeste Do Brasil». doi:10.5281/ZENODO.1309359. Consultado em 24 de setembro de 2024 
  6. Santos, José Osman Dos (28 de fevereiro de 2007). «Estudos arqueométricos de sítios arqueológicos do baixo São Francisco». São Paulo. doi:10.11606/t.85.2007.tde-18052012-134947. Consultado em 11 de outubro de 2024 
  7. Dantas, Eunice Nascimento (2018). s escolhas do tempo na cerâmica arqueológica no sítio Vitória Régia I, Xingó. Laranjeiras: Universidade Federal de Sergipe