Vitória Régia (sítio arqueológico)
Vitória Régia | |
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Localização atual | |
Coordenadas | 9° 34′ 04″ S, 37° 52′ 03″ O |
País | Brasil |
Estado | Sergipe |
Dados históricos | |
Fundação | 2240 AP |
Cronologia | |
Fase 1 | Sem datas |
Fase 2 | 8950 ± 70 AP |
Fase 3 | 5570 ± 70 AP a 4790 ± 80 AP |
Fase 4 | 3270 ± 135 AP a 2530 ± 70 AP |
Fase 5 | 1780 ± 60 AP a 1280 ± 45 AP |
Notas | |
Escavações | Projeto Arqueológico de Xingó |
Arqueólogos | Cleonice Vergne |
Acesso público | Museu Arqueológico de Xingó |
O Sítio Vitória Régia é um sítio arqueológico localizado no município de Canindé de São Francisco, no estado de Sergipe. Foi identificado e escavado durante o Projeto Arqueológico de Xingó, desenvolvido antes da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó. Originalmente composto por três sítios (Porto Belo I, II e III), tem datação de 2240 anos antes do presente.
Contexto
[editar | editar código-fonte]O sítio estava localizado na fazenda do mesmo nome, num terraço fluvial plano localizado a cerca de 8 metros acima da confluência entre o Rio São Francisco e o riacho Portão. A vegetação era composta por pau-ferros, juazeiros e angicos [1].
Escavações
[editar | editar código-fonte]Entre 1990 e 1994, quatro sítios (Vitória Régia I, II, III e IV) foram escavados numa área total de 330m², em até dezessete níveis de 20cm de profundidade. Entre os vestígios, foram encontradas peças líticas, cerâmica e ossos de fauna [2]. Em 2005, os quatro locais foram reinterpretados como um único sítio [3].
O material faz hoje parte do acervo do Museu de Arqueologia de Xingó [4].
Interpretações
[editar | editar código-fonte]A primeira ocupação do sítio está inserida na Fase 4 [5]. A datação foi obtida por termoluminescência num fragmento cerâmico situado a 90 centímetros de profundidade [6].
A análise do material permite também identificar um aumento da densidade nos níveis superiores, indicando um uso mais intenso nos períodos mais recentes. Num estudo sobre a técnica de produção de 677 fragmentos, observe-se que a maioria das peças tem sido realizadas por modelagem de argila, seguida por acordelamento [7].
Duas peças apresentam furo, indicando que teriam sido adaptadas para cestaria, para suspensão, ou utilizadas como peso de rede. A semelhança com a cerâmica Xocó é apontada, como no sítio Porto Belo.
Referências
- ↑ Diniz, José Alexandre (1998). Programa Arqueológico de Xingó. Xingó: Universidade Federal de Sergipe
- ↑ Diniz, José Alexandre (1998). Programa Arqueológico de Xingó. Xingó: Universidade Federal de Sergipe
- ↑ Luna, Suely (2005). «Os Grupos Ceramistas Pré-Históricos do Baixo São Francisco». Universidade Federal de Pernambuco. Clio Arqueológica (19): 79-103. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ «Página principal». Museu Arqueológico de Xingó
- ↑ Fagundes, Marcelo (30 de junho de 2010). «Entendendo A Dinâmica Cultural Em Xingó Na Perspectiva Inter Sítios: Indústrias Líticas E Os Lugares Persistentes No Baixo Vale Do Rio São Francisco, Nordeste Do Brasil». doi:10.5281/ZENODO.1309359. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ Santos, José Osman Dos (28 de fevereiro de 2007). «Estudos arqueométricos de sítios arqueológicos do baixo São Francisco». São Paulo. doi:10.11606/t.85.2007.tde-18052012-134947. Consultado em 11 de outubro de 2024
- ↑ Dantas, Eunice Nascimento (2018). s escolhas do tempo na cerâmica arqueológica no sítio Vitória Régia I, Xingó. Laranjeiras: Universidade Federal de Sergipe