Wikipédia:Esplanada/geral/Categoria Casos de Feminicídio (19set2019)

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Categoria Casos de Feminicídio (19set2019)

Feminicídio é matar uma mulher pelo fato dela ser mulher, mas há crimes que em tese não se enquadram nessa definição presentes na Categoria:Casos de feminicídio no Brasil.Por exemplo:

  • O Assassinato de Marielle Franco se deu, ao que tudo aponta, como um crime político. Nada teve a ver com o gênero da vítima, sendo esse o único que tenho certeza que não deve ser categorizado ali.
  • Luana Barbosa dos Reis foi morta por ser mulher, ou por homofobia?
  • Familicídio em Campinas em 2016 tem algumas fontes que qualificam o caso caso como feminicídio, mas não são da polícia, e sim opinião de militantes.
  • Caso Aída Curi foi um assassinato em decorrência de forçar um estupro. Isso é tecnicamente feminicídio?

Lembrando que o conceito de feminicídio é antigo, mas a o tipo penal no Brasil é recente. Devem ser classificados como feminicídio casos onde não existia a previsão legal desse qualificadora do crime? —Pórokhov Порох 00h59min de 20 de setembro de 2019 (UTC)[responder]

Comentário Penso que as categorias deveriam ser mantidas, notando-se ainda que os exemplos citados são bem diferentes em relevância, referências e contexto e talvez merecessem suas respectivas discussões.
A definição de feminicídio não exclui outras categorias, como a de crime político. Os termos tanto não excluem-se como pode-se encontrar fontes acadêmicas e de imprensa para a conflação feminicídio político, ligada à qual está justamente o nome de Marielle. Assim, acho difícil tentar afirmar que o caso "nada teve a ver com o gênero da vítima", embora o contexto de sua morte tenha de fato sido muito distinto dos outros eventos citados.
Sobre Familicídio em Campinas em 2016, por exemplo, avaliar se a informação "não [é] da polícia, e sim opinião de militantes" ao nos referirmos a uma reportagem publicada no G1 e outra no UOL, e concluir pela remoção da categoria, na minha visão constituiria pesquisa inédita e estaria em desacordo com um PDVN. A fonte cita um Centro de Referência, o que não é um movimento social ou grupo de militantes, e sim um serviço de proteção social da prefeitura de Campinas ouvido pela reportagem.
Este caso específico contém cartas e gravações transcritas que mostram de forma muito explícita e objetiva qual foi a motivação e o pensamento do perpetrador, não vejo argumentos para questionar tratar-se de um feminicídio.
Saudações. -- feen (discussão) 11h03min de 20 de setembro de 2019 (UTC)[responder]
Feen, mas as categorias devem constar quando houver critério objetivo de inclusão. Categorias com critérios de inclusão muito elásticos tendem a ser eliminadas, por exemplo Wikipédia:Páginas para eliminar/Categoria:Ditadores, onde participaram Coltsfan, Stegop, HVL e d'O Magriço valho. Descobri agora que existe essa conceituação de feminicídio político, mas é um conceito que não achei fontes que o sustentem como majoritário academicamente, ao contrário, é carregado de ideologia, o que fere WP:NPOV. Não que eu não ache que realmente não possa existir um feminicídio político, mas só faria sentido classificar o caso Marielle desta forma quando o(s) mandante(s) for(em) identificado(s), preso(s), e esclarecida a motivação. Fará sentido classificar o caso como um feminicídio político caso sua defesa das bandeiras feministas tenha sido a motivação, mas não creio que o real mandante estivesse muito preocupado com isso. —Pórokhov Порох 15h55min de 20 de setembro de 2019 (UTC)[responder]
Pórokhov, não sei em que medida podemos dizer o quão carregada ou livre de ideologia está uma fonte. As fontes são todas a priori ideológicas, e o que a política de PDVN propõe, ao meu ver, não é a revisão e escolha das fontes não-ideológicas, do que resultaria simplesmente que fica a cargo subjetivo do editor ou do grupo de editores decidir o que é ideológico e o que não é. É precisamente o processo orgânico de inclusão das múltiplas fontes e a representação objetiva desses diferentes pontos de vista pelos conflitos e consensos da comunidade que faz um artigo deixar de ser parcial, assim como em um processo científico, e penso ser isso que orienta nossas políticas de WP:PDVN e WP:V. Caso uma fonte seja considerada parcial, precisa ser discutida individualmente. Do contrário estaríamos, isto sim, escrevendo artigos ideológicos, ou seja, artigos cujas fontes foram selecionadas segundo critérios ideológicos.
Vejo como mais importante a facticidade e a independência das fontes do que sua desvinculação ideológica (em geral aparente), expectativa pouco realista ao falarmos de artigos de história e política.
O feminicídio é descrito como um fenômeno político na literatura. Ele não é somente uma tipificação de crime, mas um conceito que veio a ser assim reconhecido recentemente. Quando o MPRJ diz que o crime "foi praticado por motivo torpe, interligado à abjeta repulsa e reação à atuação política da mesma na defesa de suas causas [entre elas, as] voltadas para as minorias, para as mulheres negras e LGBTs" não há como desvincular o motivo político que levou à morte de Marielle de suas posturas feministas, já que o feminicídio está ligado ao assassinato de mulheres feministas por suas convicções políticas, como mostra também o caso do Familicídio em Campinas em 2016. No julgamento dos Feminicídios em Ciudad Juárez, caso onde o uso do termo foi questionado até que chegasse à Corte Interamericana, definiram-se os crimes como feminicídios acrescentando que "envolvem uma combinação de fatores, incluindo elementos culturais, econômicos e políticos."
O caso Marielle foi e ainda é tratado como feminicídio por múltiplos veículos de imprensa e órgãos nacionais e internacionais que acompanham o caso e seu nome já ficou vinculado a iniciativas contra o feminicídio. Acredito que as políticas nos orientam a documentar estes desenvolvimentos e pontos de vista, incluindo o futuro resultado do julgamento como parte corroborante do conjunto de informações. Sendo assim, considero minoritária a visão de que a morte de Marielle não foi um feminicídio.
Saudações. -- feen (discussão) 19h09min de 20 de setembro de 2019 (UTC)[responder]

A tipificação do crime em si já é dúbia e bizarramente ampla, o que dirá da categorização por parte dos editores... Enfim, segue-se o de sempre: o que dizem as fontes. Se fontes fiáveis mencionam explicitamente, ok, senão, remove até que alguém adicione tal fonte, como ditam as políticas desse projeto. Saturnalia0 (discussão) 02h50min de 21 de setembro de 2019 (UTC)[responder]

Feen, a versão do MPRJ, que ora você mencionou, é uma das versões possíveis, mas ela é justamente questionada por uma deputada considerada herdeira política dela, Renata Souza. A tese do feminicídio político é importante para fazer Marielle uma mártir do Feminismo, assim como há grupos também que afirmam que ela foi morta por "racismo". No entanto, essa conversa de militante acaba interessando mesmo é aos mandantes do assassinato, que querem que o bandido Ronnie Lessa assuma tudo sozinho, sem apontar o verdadeiro mandante e seus motivos. Mais importante: a categorização deve apontar aquilo que é incontroverso. Não dá pra dizer que a caracterização de um crime seja tão minoritária assim quando o próprio crime nem foi a julgamento e os reais motivos ainda são desconhecidos pela Justiça. —Pórokhov Порох 15h38min de 21 de setembro de 2019 (UTC)[responder]
Notar que as fontes citadas mencionam "sujeito diz"... O que até pode ser suficiente para inclusão no artigo com atribuição, dependendo do caso, mas não caracterizam o crime em si, elas mesmas (as fontes). Saturnalia0 (discussão) 16h36min de 21 de setembro de 2019 (UTC)[responder]

Comentário Parece que um tanto se discutiu especificamente o caso de Marielle. Pelo que li, concordo com feen, mas tentando levar aos termos gerais e abstrações, como parece ter sido a proposta, uma proposta de categorização seria a condenação judicial. Aí a categorização variaria em cada país, sendo inexistente onde esse crime não é previsto. Entraria o problema também de como categorizar o que não foi julgado ainda. Nessa situação valeria a acusação sobre a defesa? Vale lembrar que às vezes não e trata de culpa ou inocência, pois em certos processos os lados divergem sobre qual crime aconteceu, por exemplo se uma injúria racial ou racismos. Mas todas essas situações apagam, impedem ou dificultam o tratamento de eventos do passado. A segunda frase do artigo Caim e Abel é "Este teria sido o primeiro homicídio da história da humanidade". Como ficaria a categorização diante disso? Ampliando, como ficam os genocídios (que são crimes também) onde não se reconhece? Para não falar da controvérsia sobre o Genocídio armênio, eu desconheço que tenha havido qualquer reconhecimento estatal brasileiro sobre o genocídio dos povos indígenas (ou mesmo até do genocídio da população jovem negra no Brasil atual), tal como ocorreu com vítimas da ditadura militar brasileira por exemplo. Todo esse alongamento que fiz termina no mesmo sentido da primeira mensagem de Saturnalia0: "Se fontes fiáveis mencionam explicitamente, ok, senão, remove até que alguém adicione tal fonte, como ditam as políticas desse projeto". A categorização quanto a um tipo criminal é possível a partir das fontes confiáveis, mas nenhuma das duas (categoria e fontes) impede que o artigo informe, a partir de fontes também confiáveis, que existem outros pontos de vista sobre aquele enquadramento penal, como ditam as políticas desse projeto. --Luan (discussão) 16h15min de 22 de setembro de 2019 (UTC)[responder]

Luan, meu problema é com a categorização mesmo. Claro que não há problema algum em citar os diferentes pontos de vista sobre o assunto. Creio que para a categorização, deve importar primeiramente a sentença. Se não houver sentença, ou a tipificação não existir naquele país, naquela época, poderia se categorizar, mas isso se houver uma gama robusta e amplamente majoritária de fontes historiográficas, neutras, sobre o assunto. Não é um caso. Um grupo feminista afirmar que um assassinato com investigação ainda em andamento é feminicídio, ou um grupo negro afirmar que tal morte é caso de racismo, me parece um tanto óbvio ser caso de fonte pouco confiável e controversa. A controvérsia está mais focada no caso da Marielle pois é o mais escandalosamente controverso. —Pórokhov Порох 16h28min de 22 de setembro de 2019 (UTC)[responder]
Se bem entendo, o ponto de vista transmitido pelo artigo deve ser o mais neutro possível a partir das múltiplas fontes. As fontes não devem ser neutras exatamente. Não vou debater essa tua lógica tua sobre grupos feministas e negros. --Luan (discussão) 16h53min de 22 de setembro de 2019 (UTC)[responder]

Sim Removi a categoria do primeiro artigo, nos demais, não vou intervir, embora também seja contra. —Pórokhov Порох 21h41min de 26 de setembro de 2019 (UTC)[responder]

Em primeiro lugar, até o limite do meu conhecimento, o termo "feminicídio" é um neologismo. Então, utilizá-lo para categorizar artigos esbarra em questões subjetivas. Os pontos, no entanto, foram abordados pelo Luan. Seria um caso de eliminação. Edmond Dantès d'un message? 02h14min de 6 de outubro de 2019 (UTC)[responder]