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Қазақстан Республикасы
(Qazaqstan Respublïkası)
Республика Казахстан
(Respublika Kazakhstan)
República do Cazaquistão
Bandeira Brasão de armas
Hino nacional: Менің Қазақстаным
("Meu Cazaquistão")
Gentílico: cazaque; cazaquistanês

Localização do Cazaquistão
Localização do Cazaquistão

Capital Astana
Cidade mais populosa Almaty
Língua oficial cazaque (estatal) e russo
Governo República presidencialista
• Presidente Nursultan Nazarbayev
• Primeiro-ministro Karim Masimov
Independência da União Soviética 
• Declarada 16 de dezembro de 1991 
• Finalizada 25 de dezembro de 1991 
Área  
  • Total 2.724.900 km² (9.º)
 • Água (%) 1,7
População  
  • Estimativa para 2006 15.217.711[1] hab. (62.º)
 • Censo 14.953.100 1999 hab. 
 • Densidade 5,4 hab./km² (215.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 • Total US$ 161,155 bilhões [2] (56.º)
 • Per capita US$ 10.658[2] (66.º)
IDH (2007) 0,794 (73.º) – médio
Moeda Tenge (KZT)
Fuso horário (UTC+5/+6)
 • Verão (DST) não observado
Cód. Internet .kz
Cód. telef. +7
Website governamental Governo do Cazaquistão

O Cazaquistão (em cazaque Қазақстан, transl. Qazaqstan) é um país fundamentalmente asiático, embora também inclua uma região relativamente pequena que, geograficamente, pertencente à Europa: a área entre o rio Ural e a fronteira russa, que é o ponto mais oriental de todo o continente europeu. Esta característica faz do Cazaquistão uma nação transcontinental. Limita-se a norte e oeste com a Rússia, a leste com a China, a sul com o Quirguistão, o Uzbequistão e Turcomenistão e a oeste com o mar Cáspio.

O Cazaquistão foi um dos países que se tornaram independentes com a dissolução da União Soviética, tendo se declarado independente em 16 de dezembro de 1991.

Ver artigo principal: História do Cazaquistão

O Canato Cazaque[editar código-fonte]

Ficheiro:Ancient Taraz Kazakhstan.jpg
Antiga Taraz

O Cazaquistão tem sido habitado desde a Idade da Pedra: o clima e o terreno da região são apropriados para povos nômades que praticam o pastoralismo. Historiadores acreditam que os humanos domesticaram o cavalo pela primeira vez nas vastas estepes da região. Embora cidades antigas como Taraz (Aulie-Ata) e Hazrat-e Turkestan tenham servido por muito tempo como importantes paradas ao longo da Rota da Seda, que ligava o Ocidente ao Oriente, uma consolidação política do território só foi iniciada com a invasão mongol do início do século XIII. Sob o Império Mongol foram estabelecidos distritos administrativos, que foram reunidos eventualmente sob o emergente Canato Cazaque.

Durante este período a vida tradicional nomádica e uma economia baseada na criação de animais continuou a dominar a estepe. No século XV uma identidade distintamente cazaque começou a emergir entre as tribos turcomanas da região, um processo que se consolidou com a aparição, na metade dp século XVI, do idioma cazaque, bem como de uma cultura própria. Ainda assim, o território foi o foco de crescentes disputas entre os emires cazaques nativos e os povos de origem persa do sul. No início do século XVII, o Canato Cazaque lutava contra o impacto de rivalidades tribais, que acabaram por dividir efetivamente a população em três hordas (jüz), chamadas de "Grande", "Média" e "Pequena" Hordas. A falta de união política, estas rivalidades tribais e a diminuição da importância das rotas comerciais terrestres entre o Ocidente e o Oriente enfraqueceram consideravelmente o Canato Cazaque.

Durante o século XVIII os cazaques lutaram contra os oirates, uma federação de tribos mongóis ocidentais, dentre os quais os dzungares eram particularmente agressivos.[3] O início do século XVIII marcou o zênite do Canato Cazaque. Durante este período a Pequena Horda participou na guerra de 1723-1730 contra os dzungares, que se seguiu a invasão, chamada de "Grande Desastre", dos territórios cazaques. Sob a liderança de Abul Khair Khan, os cazaques conquistaram vitórias importantes sobre o inimigo, no rio Bulanty, em 1726. e na batalha de Anrakay em 1729.[4] Os cazaques também foram vítimas frequentes dos saques organizados pelos calmucos da região rio Volga.

Império Russo[editar código-fonte]

O historiador cazaque Chokan Valikhanov (esquerda) e o escritor russo Fiódor Dostoiévski (direita), em 1858.

No século XIX, o Império Russo começou a se expandir, e chegou à Ásia Central. O período, chamado de "Grande Jogo" é tido, geralmente, como aquele que vai de aproximadamente 1813 até a Entente Anglo-Russa de 1907. Os czares governaram diretamente a maior parte do território que pertence à atual República do Cazaquistão.

O Império Russo introduziu um sistema de administração e contruiu uma série de fortes e acampamentos militares, em seu esforço para estabelecer sua presença na Ásia Central durante o "Grande Jogo" contra o Reino Unido.{{carece fontes}} A primeira fortificação russa, Orsk, foi construída em 1735. A Rússia colocou em prática o ensino do russo em todas as escolas e organizações governamentais, o que acabou provocar o descontentamento dos cazaques a tal ponto que, na década de 1860, a maioria da população rejeitava abertamente a anexação do território pela Rússia devido ao profundo distúrbio que a invasão causara ao estilo de vida nomádico tradicional e na economia baseada na criação de animais domésticos, e a consequente fome que estava eliminando muitas das tribos.{{carece fontes}} O movimento nacional cazaque, iniciado no final daquele século, procurou preservar o idioma e a identidade nativa através da resistência aos esforços do Império Russo em assimilá-los ou reprimi-los.{{carece fontes}}

Da década de 1890 em diante grandes números de emigrantes eslavos começaram a colonizar o território do atual Cazaquistão, em especial na região de Semirechye. O número de colonos aumentou ainda mais depois que a Ferrovia Trans-Aral, de Oremburgo a Tashkent foi completada em 1906, movimentação esta encorajada desde São Petersburgo pelo recém-criado Departamento de Migração (Переселенческое Управление).

A disputa por terra e água que se seguiu, entre os cazaques e os recém-chegados, causou um grande ressentimento contra o governo colonial durante os últimos anos da Rússia Czarista, com o distúrbio mais sério ocorrendo em 1916. Na "Revolta dos Basmatchi", como ficou conhecida, os cazaques atacaram aldeias russas e cossacas, matando indiscriminadamente;{{carece fontes}} (a vingança dos russos foi impiedosa.)Comentário sem fundo científico Uma força militar afugentou cerca de 300.000 cazaques para as montanhas ou para a China.{{carece fontes}} Quando, no ano seguinte, aproximadamente 80.000 deles retornaram, foram massacrados pelas forças czaristas.{{carece fontes}} Durante a grande fome de 1921-1922, milhões de cazaques morreram de inanição.{{carece fontes}}

União Soviética[editar código-fonte]

Ficheiro:Almaty City.JPG
Almaty é a maior cidade da era soviética do Cazaquistão

Embora tenha ocorrido um breve período de autonomia (Autonomia Alash) durante o período tumultuoso que se seguiu ao colapso do Império Russo, muitas revoltas foram reprimidas brutalmente, e os cazaques eventualmente sucumbiram ao jugo da União Soviética. Em 1920, a área do atual Cazaquistão tornou-se uma república autônoma dentro da Rússia.

A repressão soviética da elite tradicional, somada à coletivização forçada das décadas de 1920 e 1930, trouxe fome e trouxe instabilidade.[5] Entre 1926 e 1939 a população do país diminuiu em cerca de 22%, devido à fome, violência e emigração em massa.{{carece fontes}} Durante a década de 1930, diversos escritores, pensadores, poetas, políticos e historiadores cazaques de renome foram assassinados sob ordens de Josef Stalin,{{carece fontes}} tanto como parte da repressão (quanto como um padrão metódico de supressão da identidade e da cultura cazaque.)Frase tendenciosa O domínio soviético tornou-se mais firme, e um aparato comunista rapidamente procurou integrar o Cazaquistão ao sistema soviético. Em 1936 o país se tornou uma república soviética.

O Cazaquistão experimentou um influxo populacional de milhões de exilados de outras partes da União Soviética, durante as décadas de 1930 e 1940; muitas das vítimas de deportações foram mandadas à Sibéria ou ao Cazaquistão meramente por sua herança étnica ou seus credos, e foram, em muitos casos, internados nos gigantescos campos de trabalhos forçados.{{carece fontes}} A República Socialista Soviética Cazaque contribuiu com cinco divisões militares aos esforços da União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Em 1947, dois anos após o fim da guerra, a Área de Testes de Semipalatinsk, principal área de testes de bombas nucleares da União Soviética, foi fundada, próxima a cidade de Semey.

O período da Segunda Guerra Mundial marcou um aumento na industrialização e aumentou a extração mineral, para contribuir com o esforço de guerra. Na altura da morte de Stalin, no entanto, o Cazaquistão ainda tinha uma economia majoritariamente agrária. Em 1953, o líder soviético Nikita Khrushchov iniciou o ambioso projeto chamado de "Programa das terras virgens", que visava transformar as terras tradicionalmente usadas como pasto para animais domésticos numa das principais regiões produtoras de grãos da União Soviética. (A política trouxe resultados duvidosos.)Comentário sem fundo científico No entanto, juntamente com as modernizações posteriores realizadas pelo líder soviético Leonid Brejnev, ela ajudou a acelerar o desenvolvimento do setor da agricultura, que permanece a fonte de renda de grande parte da população do país. Em 1959, os cazaques formavam 30% da população, enquanto os russos formavam 43%.{{carece fontes}}

As crescentes tensões dentro da sociedade soviética levaram a exigências por reformas políticas e econômicas, que ocorreram na década de 1980. Um fator que contribuiu imensamente para isto foi a decisão de Lavrentiy Beria de testar uma bomba nuclear no território da República Socialista Soviética Cazaque, em Semipalatinsk, no ano de 1949. O fato teve um efeito biológico e ecológico catastrófico na região, que só foi sentido gerações mais tarde,{{carece fontes}} e provocou o ressentimento da opinião pública contra o sistema soviético. Em dezembro de 1986, demonstrações de massa realizadas por jovens cazaques, chamadas posteriormente de revolta de Jeltoqsan, ocorreram em Almaty, para protestar a substituição do Primeiro-Secretário do Partido Comunista da República Socialista Soviética Cazaque, Dinmukhamed Konayev, por Gennady Kolbin, da República Socialista Federada Soviética da Rússia. As tropas do governo reprimiram as manifestações, matando diversas pessoas e prendendo outras.{{carece fontes}} (Nos últimos dias do domínio soviético, o descontentamento continuou a crescer a encontrar sua expressão, através da política de glasnost, do líder soviético Mikhail Gorbachev.)Frase Confusa


Independência[editar código-fonte]

Em meio à onda de repúblicas soviéticas que procuravam por maior autonomia, o Cazaquistão declarou sua soberania como república dentro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em outubro de 1990. Com o golpe mal-sucedido de agosto de 1991, em Moscou e o subsequente colapso da União Soviética, o Cazaquistão declarou sua independência em 16 de dezembro do mesmo ano. Foi a última das repúblicas soviéticas a declarar sua independência.

Os anos que se seguiram foram marcados por reformas significativas à economia de estilo soviético e ao monopólio político. Sob Nursultan Nazarbayev, que subiu inicialmente ao poder em 1989 como chefe do Partido Comunista do Cazaquistão e foi eleito presidente em 1991, o Cazaquistão se aproximou mais do modelo de uma economia de mercado, e vem experimentando um significante crescimento econômico desde 2000, parcialmente devido às suas grandes reservas de petróleo, gás natural e outros recursos.

A democracia, no entanto, não progrediu desde 1991. Em julho de 2007, o parlamento do Cazaquistão promulgou uma lei que concedeu ao presidente Nazarbayev poderes e privilégios vitalícios, entre eles a imunidade jurídica total e o poder de influenciar a política doméstica e externa dos futuros presidentes.{{carece fontes}} Os críticos dizem que ele se tornou um "presidente vitalício" de facto.[6][7] Ao longo de seus dez anos no poder, Nazarbayev censurou por diversas vezes a imprensa através do uso arbitrário de "leis contra calúnias",[8] bloqueou o acesso aos websites da oposição (9 de novembro de 1999)Data deve virar uma nota, baniu a seita religiosa dos wahhabi (5 de setembro de 1998)Data deve virar uma nota, recebeu críticas da Anistia Internacional por um excesso de execuções depois de julgamentos suspeitos (21 de março de 1996)Data deve virar uma nota e por terríveis condições carcerárias (13 de agosto de 1996)Data deve virar uma nota, além de recusar as exigências populares de que os governadores das 14 províncias do país fossem eleitos, em vez de serem apontados pelo próprio presidente (7 de abril de 2000).Data deve virar uma nota

Governo[editar código-fonte]

Nursultan Nazarbayev

O Cazaquistão é uma república constitucional. O presidente é o chefe de estado, assim como o comandante supremo das forças armadas e pode vetar qualquer legislação promulgada pelo parlamento. O primeiro-ministro é o líder do Gabinete dos Ministros e serve como chefe de governo do país. Existem três vice-primeiros-ministros e 16 ministros no gabinete. Karim Masimov é o primeiro-ministro desde 10 de janeiro de 2007.

O Cazaquistão tem um parlamento bicameral, composto de uma câmara baixa (os majilis) e uma câmara alta (o Senado). Os distritos elegem, através do voto popular, 67 assentos nos majilis; existem também dez membros que são eleitos através do voto indireto. O Senado tem 39 membros. Dois senadores são escolhidos por cada uma das assembléias eleitas (os maslikhats) das 16 principais divisões administrativas do país (14 províncias, mais as cidades de Astana e Almaty). O presidente designa os sete senadores restantes. Tanto os deputados dos majilis como o governo possuem o direito de iniciativa legislativa, embora o governo proponha a maior parte da legislação que é considerada pelo parlamento.

No dia 1 de dezembro de 2007, revelou-se que o Cazaquistão fôra escolhido para ser a sede da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no ano de 2010.

Eleições[editar código-fonte]

As eleições para os majilis em setembro de 2004 produziram uma câmara baixa dominada pelo partido Nur-Otan, pró-governo, cujo líder é o próprio presidente Nazarbayev. Dois outros partidos considerados aliados do presidente, incluindo o bloco agrário-industrial AIST e o partido Asar, fundado pela filha de Nazarbayev, venceram boa parte dos assentos. Os partidos de oposição que estavam registrados oficialmente e competiram nas eleições venceram apenas um único assento durante estas eleições, que, segundo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), ficou muito aquém dos padrões internacionais.Parágrafo desnecessário no artigo principal do Cazaquistão

Em 1999 o Cazaquistão tornou-se postulante ao status de observador na Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa.{{carece fontes}} A resposta oficial da Assembléia foi de que o Cazaquistão poderia aplicar pela filiação integral, por ser parcialmente localizado na Europa, mas que não poderia receber qualquer tipo de status no Conselho até que seu histórico de democracia e direitos humanos fosse melhorado.{{carece fontes}}

No dia 4 de dezembro de 2005 Nursultan Nazarbayev foi reeleito em uma vitória esmagadora. A comissão eleitoral anunciou que o candidato havia conquistado mais de 90% dos votos. A OSCE concluiu que a eleição não atingiu os padrões internacionais, apesar de algumas melhorias na administração do processo de votação. A agência de notícias oficial do governo chinês, Xinhua, relatou que os observadores daquele país, responsáveis por supervisionar 25 postos de votação em Astana, consideraram que a situação havia sido conduzida de uma maneira "transparente e justa".[9] No mais, os governos ocidentais não expressaram mais críticas.

Em 17 de agosto de 2007 as eleições para a câmara baixa do parlamento foram realizadas, e a coalição governista Nur-Otan venceu todos os assentos, com 88% dos votos. Nenhum dos partidos de oposição alcançou o mínimo de 7% necessário para assegurar um assento, o que levou a parte da mídia local a questionar a competência e o carisma dos líderes de oposição. Os partidos de oposição, por sua vez, fizeram acusações de irregularidades sérias na eleição.[10][11] Propõe-se resumir os dois últimos parágrafos contendo somente as informações essenciais

Serviços de inteligência[editar código-fonte]

O Comitê Nacional de Segurança do Cazaquistão (KNB) foi estabelecido em 13 de junho de 1992. Inclui o Serviço de Segurança Interna, a Contra-inteligência Militar, a Guarda de Fronteiras, diversas unidades de comandos e Inteligência Externa (Barlau). A última é considerada por muitos como sendo a parte principal da KNB. Seu diretor é o major-general Omirtai Bitimov.

Ver artigo principal: Geografia do Cazaquistão
Mapa do Cazaquistão

Com uma área de 2,7 milhões de quilômetros quadradoss, o Cazaquistão é o nono maior país do mundo, e o maior país sem costa marítima. Equivale ao tamanho da Europa Ocidental. Partilha 6.846 quilômetros de fronteira com a Rússia, 2.203 quilômetros com o Uzbequistão, 1.533 quilômetros com a China, 1.051 quilômetros com o Quirguistão e 379 quilômetros com o Turcomenistão. Entre as principais cidades estão Astana, Almaty, Karagandy, Shymkent, Atyrau e Oskemen.

Parque Nacional de Burabay, na província de Aqmola.

O território se estende, de oeste para leste, do mar Cáspio às montanhas Altai, e, de norte a sul, das planícies da Sibéria Ocidental aos oásis e desertos da Ásia Central. A estepe cazaque, com uma área de cerca de 804.500 quilômetros quadrados, ocupa um terço do país e é a maior região seca de estepe do mundo. A estepe se caracteriza por grandes áreas de prados e regiões arenosas. A região possui diversos rios e lagos importantes, como o mar de Aral, o rio Ili, o rio Irtich, o rio Ishim, o rio Ural, o Sir Dária, o rio Charyn, o lago Balkhash e o lago Zaysan.

O clima é continental, com verões quentes e invernos mais frios. A precipitação varia entre condições áridas e semi-áridas.

O cânion de Charyn tem uma profundidade de 150-300 metros, e 80 quilômetros de comprimento, e corta o platô de arenito vermelho, seguindo o desfiladeiro do rio Charyn, no norte de Tian Shan ("montanhas celestiais", 200 quilômetros a leste de Almaty). As encostas íngremes do cânion, assim como suas colunas e arcos, podem atingir 300 metros de altura. A inacessibilidade do cânion protegeu um tipo raro de freixo, que sobreviveu à Era do Gelo e já cresce, atualmente, em outras áreas. A cratera de Bigach, formada pelo impacto de um asteróide ou meteorito durante o Plioceno ou o Mioceno, tem 8 quilômetros de diâmetro.

Subdivisões[editar código-fonte]

Ver artigo principal: Subdivisões do Cazaquistão

O Cazaquistão está dividido em 14 províncias (облыстар, transl. oblystar). As províncias, por sua vez, são subdivididas em distritos (аудандар, transl. audandar).

Província Capital Área (km.²) População
Aqmola Kokshetau 121.400 829.000
Aqtöbe Aqtöbe 300.600 661.000
Almaty(1) Almaty 324,8 1.226.300
Província Almaty Taldykorgan 224.000 860.000
Astana(1) Astana 710,2 600.200
Atyrau Atyrau 118.600 380.000
Baikonur(2) Baikonur 57 70.000
Cazaquistão do Norte Petropavl 123.200 586.000
Cazaquistão Ocidental Oral 151.300 599.000
Cazaquistão Oriental Oskemen 283.300 897.000
Cazaquistão do Sul Shymkent 118.600 1.644.000
Mangghystau Aktau 165.600 316.847
Pavlodar Pavlodar 124.800 851.000
Qaraghandy Qaraghandy 428.000 1.287.000
Qostanay Qostanay 196.000 975.000
Qyzylorda Qyzylorda 226.000 590.000
Jambyl Taraz 144.000 962.000
Mapa das províncias do Cazaquistão, em inglês
Mapa das províncias do Cazaquistão, em inglês

Notes:[12]

  • (1) As cidades de Almaty e Astana possuem o status de importância estatal, e, portanto, não estão submetidas a nenhuma província.
  • (2) A cidade de Baikonur possui um status especial por estar sendo arrendada para a Rússia, junto com o Cosmódromo de Baikonur, até o ano de 2050.

Cada província é governada por um akim (governador de província) designado pelo presidente. Os akims municipais são apontados pelos akims de cada província. O governo do Cazaquistão transferiu sua capital de Almaty para Astana no dia 10 de dezembro e 1997.

Ver artigo principal: Economia do Cazaquistão

A economia do Cazaquistão baseia-se essencialmente nas exportações de petróleo, que representam 56% do valor das exportações e 55% do orçamento de Estado. De acordo com certas estimativas, o país tem recursos petroliferos equivalentes aos do Iraque mas presentes a maior profundidade, o que explica o início relativamente recente da sua exploração. O Cazaquistão produz 13% (= 5.279 toneladas) da produção total de urânio no mundo. O Cazaquistão dispõe de reservas importantes de urânio (17% da reserva mundial) e afirma-se como um grande fornecedor futuro.

Ver artigo principal: Demografia do Cazaquistão

População[editar código-fonte]

O banco de dados internacional do United States Census Bureau lista a população atual do Cazaquistão como de 16.763.795 habitantes, enquanto fontes relacionadas à Organização das Nações Unidas, como o Banco Mundial, estimam que o número (dados de 2002) seja de 14.794.830.{{carece fontes}}

Indivíduos de ascendência étnica cazaque representam 59,2% da população, enquanto indivíduos de origem russa representam 25,6%,[13] com uma gama diversificada de outros grupos étnicos presentes, incluindo tártaros, uzbeques, bashkires, uigures e ucranianos. Algumas minorias, como os alemães russos (especialmente os alemães do Volga), ucranianos e opositores políticos russos foram deportados ao Cazaquistão nas décadas de 1930 e 1940 por Stalin;{{carece fontes}} alguns dos maiores campos de trabalho forçado deste período se localizavam no país.{{carece fontes}} Durante a era Khrushchov houve também uma imigração russa significante, relacionada à "campanha das terras virgens" e ao programa especial soviético.[14] Existe também uma comunidade judaica pequena, porém ativa. Antes de 1991 existiam cerca de um milhão de alemães do Volga no Cazaquistão; a maioria deles emigrou para a Alemanha com o desmembramento da União Soviética.{{carece fontes}} A maior parte dos membros da pequena comunidade de gregos pônticos emigrou para a Grécia.{{carece fontes}}

O cazaquistão é um país bilíngue: o idioma cazaque, falado por 64,4% da população,{{carece fontes}} tem o status de "língua de estado",{{carece fontes}} enquanto o russo, que é falado por quase todos os cazaquistaneses, foi declarado o idioma oficial, e é usado frequentemente para os negócios.

A década de 1990 foi marcada pela migração de boa parte dos russos e alemães do país, um processo que foi iniciado na década de 1970;{{carece fontes}} este foi um fator importante na obtenção de uma maioria populacional pelos cazaques autóctones, assim como taxas de nascimento mais altas da parte deste povo, além da imigração de cazaques que viviam na China, Mongólia e Rússia.{{carece fontes}} No início do século XXI, o Cazaquistão se tornou uma das nações com maiores índices de adoções internacionais,{{carece fontes}} o que despertou críticas no parlamento do país, devido a temores sobre a segurança e o tratamento das crianças no exterior, e indagações sobre o baixo nível populacional do Cazaquistão; embora tenha uma área territorial cinco vezes maior do que a França, o país tem uma das densidades populacionais mais baixas do mundo.

Cazaque e cazaquistanês (terminologia)[editar código-fonte]

O termo cazaque қазақстандықтар (em russo: казахстанцы), "cazaquistanês", foi desenvolvido para descrever todos os cidadãos do Cazaquistão, incluindo os não-cazaques.[15] O termo "cazaque" é utilizado geralmente para se referir a pessoas de ascendência étnica cazaque (incluindo aqueles que vivem na China, no Afeganistão, na Turquia, no Uzbequistão e em outros países.

O etnônimo "cazaque" deriva de uma antiga palavra turcomana, que significa "independente", "de espírito livre". Seria resultado da cultura nomádica dos cazaques, centrada na vida sobre o cavalo, e está relacionada ao termo "cossaco". O sufixo -stan, originado no avéstico e no persa antigo, significa "terra" ou "lugar de".{{carece fontes}}

Religião[editar código-fonte]

O Islã é a maior religião do Cazaquistão, seguido pelo cristianismo ortodoxo russo.

De acordo com o CIA World Factbook e outras fontes do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, 47% da população do país segue o Islã (dos quais a maior parte é sunita), 46% são cristãos (44% de ortodoxos russos e 2% de protestantes), e outros 7% incluem ateus, xamanistas, budistas, bahá'is etc.).[16][17][18]

A divisão religiosa do país é:[19]

Organizações religiosas %, est. 2003
Islã 53.7
Igreja Ortodoxa Russa 7.8
Igreja Católica 2.9
Protestantes, batistas 12.3
Luteranos 3.2
Adventistas do Sétimo Dia 3.3
Testemunhas de Jeová 4.2
Pentecostais 1.4
Recém-fundadas 11.1
Outras 3.0

O país hospedou, historicamente, uma grande variedade de grupos étnicos, com diversas religiões. A tolerância a outras sociedades tornou-se parte da cultura cazaque. A fundação de uma república independente, após a desintegração da União Soviética, provocou inúmeras mudanças em todos os aspectos das vidas dos habitantes do país; a religiosidade da população, parte essencial de qualquer identidade cultural, também passou por transformações dinâmicas.

Após décadas de repressão a determinados aspectos culturais, surgiu a necessidade de se exibir uma identidade étnica - em parte, através da religião. Pesquisas quantitativas mostram que, durante os primeiros anos após o estabelecimento das novas leis, que removeram quaisquer restrições sobre as crenças religiosas e proclamaram a liberdade integral de culto, o país experimentou um aumento enorme na atividade religiosa de seus cidadãos.{{carece fontes}} Centenas de mesquitas, sinagogas, igrejas e outras estruturas religiosas foram construídas em apenas alguns anos.{{carece fontes}} Todas as religiões presentes no país se beneficiaram com o aumento no número de membros e de edifícios, assim como outras, que estiveram ausentes antes da independência do país, puderam se estabelecer e conquistar centes de seguidores. O governo apoiou esta tendência, e procurou garantir a igualdade e a tolerância entre todas as organizações religiosas e seus seguidores.{{carece fontes}}

Organizações religiosas radicais não oferecem perigo à segurança nacional; o cenário religioso diverso e estável do Cazaquistão é uma ocorrência de relevância entre seus vizinhos na Ásia Central.{{carece fontes}} Alguns relatos de perseguições, principalmente na forma de ações legais, contra Hare Krishnas e Testemunhas de Jeová, por proselitismo, gerou alguma preocupação entre entidades relacionadas aos direitos humanos.[20] [21] [22]

Ver artigo principal: Educação no Cazaquistão
KIMEP em Almaty

A educação é universal e obrigatória, até o nível secundário, e a taxa de analfabetismo é de 0,5%. A educação consiste de três fases principais: a educação primária (1ª-4ª séries), educação geral básica (5ª-9ª séries) e educação geral avançada (10ª-11ª ou 12ª séries), dividas em educação geral contínua e educação profissionalizante.

A educação superior do país, atualmente, através de diversas universidades, academias, institutos, conservatórios, escolas superiores, se divide em três categorias principais: a educação superior básica, que fornece o fundamental do campo de estudo escolhido e leva ao bacharelado; a educação superior especializada, após a qual os estudantes recebem um Diploma de Especialista; e a educação superior científico-pedagógica, que leva ao mestrado. A pós-graduação concede os títulos de Kandidat Nauk (Candidato em Ciências) e Doutor em Ciências. Com a adoção das "Leis para a Educação e Educação Superior", um setor privado foi estabelecido no mercado e diversas instituições privadas foram abertas.

O Ministério da Educação do Cazaquistão gere uma bolsa de estudos chamada Bolashak, concedida anualmente a aproximadamente trezentos aplicantes. A bolsa custeia então a sua educação em instituições no exterior, incluindo universidades de prestígio como a Universidade de Oxford e as universidades da Ivy League. Os termos do programa incluem o retorno obrigatório ao Cazaquistão para pelo menos cinco anos de emprego, a fim de aproveitar algum retorno no investimento.

Ver artigo principal: Cultura do Cazaquistão
Cavaleiros em roupas tradicionais demonstram a cultura equestre do país no tradicional jogo chamado Kyz Kuu ("Persiga a Garota").[23]

Virar uma seção Cultura Popular Os valores morais tradicionais dos cazaques incluem o respeito aos anciãos e a hospitalidade a estrangeiros.

Até a colonização russa, os cazaques tinham uma cultura bem-estruturada, baseada em sua economia pastoral e nômade. Embora o Islamismo tenha sido introduzido no século XV, a religião só foi completamente assimilada muito tempo depois; como resultado disso, ela passou a co-existir com os elementos anteriores de tengriismo. A crença tradicional cazaque acreditava que diversos espíritos habitavam a terra, o céu, a água e o fogo, assim como os animais domésticos. Até hoje, nas áreas rurais, os convidados particularmente especiais costumam ser recebidos com um banquete e um cordeiro recém-abatido. Estes convidados são, por vezes, convidados a abençoar o cordeiro e pedir permissão ao seu espírito para partilhar de sua carne.

Cozinha[editar código-fonte]

Além de cordeiro, outras comidas tradicionais ainda mantêm o seu valor na cozinha cazaque. As carnes são cozidas tradicionalmente de diversas maneiras, e servida com produtos derivados do pão. Bebidas locais incluem o chá preto e bebidas tradicionas derivadas do leite, como o ayran, o shubat e o kymyz. Uma refeição tradicional cazaque envolve uma variedade de aperitivos, seguidos por uma sopa e um ou dois pratos principais como pilaf ou besbarmak.

Este parágrafo não está diretamente ligádo à CulináriaComo o gado ocupa espaço central no estilo de vida cazaque tradicional, a maioria de suas práticas e costumes nômades estão de alguma maneira relacionados a ele. Os cazaques estiveram historicamente ligados à equitação. Maldições e bençãos tradicionais invocavam doença ou fecundidade entre os animais, e as boas maneiras exigiam que uma pessoa perguntasse antes sobre a saúde dos animais dum homem ao cumprimentá-lo, e somente então perguntar sobre os aspectos humanos de sua vida. Ainda nos dias de hoje muitos cazaquistaneses expressam seu interesse por cavalos e pela equitação.

Ciências[editar código-fonte]

Entre os nativos do Cazaquistão que se destacaram na literatura, ciência e Filosofia estão: Al-Farabi, Abai Kunanbaiuli, Mukhtar Auezov, Gabit Musrepov, Kanysh Satpayev, Mukhtar Shahanov, Saken Seifullin, Jambyl Jabaev, entre outros.


Esportes[editar código-fonte]

O Cazaquistão se destacou como uma potência esportiva da região centro-asiática nos seguintes campos: Boxe, Xadrez, Kickboxing, Esqui, Ginástica Artística, Pólo Aquático, Ciclismo, Artes Marciais, Atletismo, Hipismo, Triatlo, Sambo, Luta Greco-romana e Bilhar. Alguns atletas cazaquistanesess de destaque, alguns deles medalhistas internacionais, são: Bekzat Sattarkhanov, Vassiliy Jirov, Alexander Vinokourov, Bulat Jumadilov, Mukhtarkhan Dildabekov, Olga Shishigina, Andrey Kashechkin, Aliya Yusupova, Dmitriy Karpov, Darmen Sadvakasov, Yeldos Ikhsangaliyev, Aidar Kabimollayev, Yermakhan Ibraimov, Vladimir Smirnov, entre outros.

Arte[editar código-fonte]

A nível musical, a cultura pop está firmemente assentada entre os cazaques. O país possui uma cena musical, evidente na grande popularidade de SuperStar KZ, uma versão local do programa de televisão American Idol. Almaty é considerada como uma das capitais musicais da Ásia Central por receber shows de pessoas famosas.

A nível cinematográfico, o país também iniciou um grande crescimento; em Almaty celebra-se todos os anos o festival cinematográfico mais prestigioso da Ásia central, o Evraziya, no qual se projectam filmes de toda a Ásia Central e de outros países turcófonas como o Azerbaijão, Turquia, entre outras.

Idioma[editar código-fonte]

Durante o fim do século XX e o início do século XXI, o Cazaquistão experimentou um renascimento da língua cazaque,[24] que vem retornando ao uso tanto na mídia como na sociedade em geral, em ramos tão diversos como o Direito e os negócios. Embora a medida tenha sido bem recebida pela população de etnia cazaque e por diversas organizações internacionais, como uma maneira de preservar a identidade e a cultura nacional, ela causou alguma preocupação entre os cazaquistaneses de origem russa, e até mesmo entre setores políticos da própria Rússia.

O parlamento do país vem considerando a introdução do alfabeto cazaque, baseado no latino, para substituir o cirílico, atualmente em uso. Os motivos mais citados seriam as considerações culturais derivadas da natureza turcomana do idioma cazaque; outros idiomas turcomanos, como o turco e o uzbeque utilizam o alfabeto latino. No entanto, opositores da medida acreditam que a implementação do alfabeto no Cazaquistão envolveria altos gastos em traduções e na substituição da literatura já existente.

A Kazakhstan Temir Zholy é a companhia ferroviária nacional do Cazaquistão.

O país possui dois aeroportos internacionais: Aeroporto Internacional de Astana e Aeroporto Internacional de Almaty.

Referências

  1. Agência Estatística Estatal do Cazaquistão
  2. a b Dados do Fundo Monetário Internacional (abril 2007) Predefinição:Ref-en
  3. Encyclopædia Britannica, Kazakhstan to c. AD 1700 (em inglês)
  4. The Economist - Country Briefings: Kazakhstan
  5. The Kazakh Catastrophe and Stalin’s Order of Priorities, 1929–1933: Evidence from the Soviet Secret Archives (em inglês)
  6. World War 3 web site.
  7. Central Asia-Caucasus Institute briefing, July 5 2000. (em inglês)
  8. RFE Newsline, April 12 1996. (em inglês)
  9. Kazakhstan's Nazarbayev Wins Re-election With 91% of Vote (em inglês)
  10. BBC NEWS - Kazakh poll fairness questioned (em inglês)
  11. BBC NEWS - Q&A: Kazakhstan parliamentary election (em inglês)
  12. CIA World Factbook: Kazakhstan. (em inglês)
  13. Kazakhstan's News Bulletin, April 20, 2007 (em inglês)
  14. Robert Greenall, Russians left behind in Central Asia, BBC, 23 de novembro, 2005 (em inglês)
  15. Surucu, Cengiz (December 2002). «Modernity, Nationalism, Resistance: Identity Politics in Post-Soviet Kazakhstan». Central Asian Survey: 385–402  Verifique data em: |data= (ajuda)
  16. CIA Factbook - Kazakhstan (em inglês)
  17. Bureau of South and Central Asian Affairs - Background Note: Kazakhstan (em inglês)
  18. International Religious Freedom Report 2007 - Kazakhstan (em inglês)
  19. Dzhalilov, Z. (2006). Islam and Society in Modern Kazakhstan. Almaty: Daik-Press. pp. pp.185 
  20. WorldWide Religious News-KAZAKHSTAN: Officially-inspired intolerance of religious freedom steps up (em inglês)
  21. Forum 18 Search/Archive (em inglês)
  22. Palace of the Soul: Project Updates (em inglês)
  23. The Customs and Traditions of the Kazakh By Betsy Wagenhauser (em inglês)
  24. Kazakhstan officials adopt low-key language policy | EnerPub - Energy Publisher (em inglês)
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Ligações externas[editar código-fonte]