Zauia de Dila

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A Zauia de Dila foi uma confraria sufista de Marrocos que teve o seu apogeu militar e político no século XVII. À semelhança de outras zauias (um termo que tanto designa o santuário ou mausoléu de um santo islâmico como a irmandade por ele formada ou ligada ao seu culto), a zauia de Dila foi, na prática uma espécie de partido político com grande poder militar. Os seus seguidores são por vezes referidos como dilaítas.

A confraria surgiu e teve o seu centro entre as tribos berberes das montanhas do Médio Atlas.

História[editar | editar código-fonte]

No início do século XVII, várias regiões escaparam ao domínio do poder central saadiano na sequência do estado de anarquia e guerra civil que se seguiu à morte do sultão Amade Almançor em 1603 e da subida ao trono de Mulei Zidane em 1613:

A zauia de Dila surge neste período como um movimento que combinava espiritualidade e política, misturando as ideologias da santidade e as aspirações ao poder dos berberes. Os dilaítas aproveitam a fraqueza do poder saadiano e a fragmentação do país para estender a sua influência e controlo sobre diferentes cidades e regiões de Marrocos.

O apogeu dos dilaítas ocorre em meado so século XVII, depois de terem mandado assassinar el-Ayachi em 1641 e terem estendido a sua influência às cidade de Fez, Tetuão, Alcácer Quibir e à foz do Bu Regregue, bem como às planícies de noroeste e ao "corredor de Taza, até ao vale do Muluya. Maomé Alhajaje, o líder da zauia governa Fez entre 1641 e 1659.

O poder dos dilaítas desvaneceu-se com a ascensão dos alauitas ao trono do império marroquino. Mulei Arraxide tornou-se sultão em 1666, pondo fim à dinastia saadiana. Em 1668 a zauia de Dila já não tinha qualquer poder político e em 1682 foi arrasada pelo sucessor e irmão de Arraxide, Mulei Ismail e nunca mais foi restaurada.

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Zaouïa de Dila», especificamente desta versão.
  • Harakat, Brahim (1973). «Le makhzen sa'adien». Revue de l'Occident musulman et de la Méditerranée (em francês) (15-16): 43-60 
  • Jlok, Mustapha (2003). Le patrimoine culturel marocain (em francês). La sainteté et le culte des saints. [S.l.]: Maisonneuve et Larose. p. 357-374. ISBN 2-7068-1696-1 
  • Epalza, Mikel de (1992). Los Moriscos antes y después de la expulsión (em espanhol). [S.l.]: Mapfre. p. 106. ISBN 84-7100-249-3 
  • Mojuetan, Benson Akutse (1995). History and underdevelopment in Morocco: the structural roots of conjuncture (em inglês). The sa'adian state of Ahmad al-Mansur and the aftermath. [S.l.]: Lit Verlag. p. 64-76. ISBN 3-89473-697-6 
  • Brignon, J.; Amine, A.; Boutaleb, B.; Martinet, G.; Rosenberger, B.; Terrasse, M. (1967). Histoire du Maroc (em francês). [S.l.]: Paris: Hatier; Casablanca: Librairie Nationale