Estupidez

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A estupidez é a qualidade ou condição de ser estúpido, ou a falta de inteligência, compreensão, razão ou sagacidade, ao contrário de ser meramente ignorante ou inculto. Por isso, a estupidez pode ser inata, presumida ou reativa. Esta qualidade pode ser atribuída às ações do indivíduo, palavras ou crenças. O termo assim também pode se referir ao uso inadequado do juízo, ou insensibilidade a nuanças por uma pessoa que se julga inteligente. A determinação de quem é estúpido é relativamente difícil, apesar das tentativas de medir-se a inteligência (e assim estupidez) tais como testes de QI.

Contrariamente indivíduos inteligentes também podem ter um comportamento estúpido quando seu pensamento racional é descarrilado por opiniões fortes ou crenças rígidas. Neste caso a vítima cai na polarização da confirmação e começa a selecionar dados: tornando-se intencionalmente cego e surdo à evidência contrária, enquanto ao mesmo tempo coleta as evidências que apóiem as suas opiniões e crenças. Anote que a ciência moderna desenvolveu-se para combater esta forma de estupidez. [carece de fontes?] Durante o pensamento científico deve-se constantemente criticar nossas próprias opiniões e suposições (tentativa de desmentir hipóteses).

A Enciclopédia da Estupidez (The Encyclopedia of Stupidity) por Matthijs van Boxsel[1] é baseada na contenda do autor de que a "estupidez é o fundamento de nossa civilização" e sua ideia de que ninguém é suficientemente inteligente para compreender quão estúpido é. Isto não é tão estúpido como soa se incluir na definição de estupidez "auto-destruição inconsciente, a capacidade de agir contra um voto de felicidade". Um ditado atribuído a Albert Einstein é "Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez do ser humano, mas não estou seguro sobre o primeiro". A estupidez, mais exatamente, não pode ser vista como o contrário à inteligência mas como uma espécie de ausência defeituosa de inteligência, a escuridão que faz a luz da inteligência verdadeira visível. Contrastado com ignorância, que é a falta de conhecimento, não a falta de inteligência.

Objecto de estudo sobre este tema ficou também famoso o livro "As leis Fundamentais da Estupidez Humana", cujo autor é Carlo M. Cipolla, historiador da economia e professor na Universidade de Berkeley e na Escola Normal Superior de Pisa. De acordo com Cipolla, uma atividade estúpida é aquela que gera um dano a outra pessoa, sem que de tal resulte em vantagem para si e, em muitos casos, com prejuízo para o próximo.

Em contraste a esses pensamentos acima citados, William Blake e Carl Jung acreditavam que a estupidez pode ser a mãe da sabedoria.

Manifestação pela educação[editar | editar código-fonte]

Atualmente uma grande quantidade de atenção foi dada sobre outra classe de estupidez: ações estúpidas por esses que são muito educados.[carece de fontes?] Em anos recentes um número de noções tal como o groupthink (pensamento de grupo) foi desenvolvido para explicar isto. Isto é um tema claramente novo para pesquisadores e há ainda poucos trabalhos acadêmicos no assunto, embora já no Século XIX Oscar Wilde tenha escrito que "não há nenhum pecado, exceto a estupidez".[2]

Na comédia[editar | editar código-fonte]

Enquanto a comédia existir, a estupidez humana será uma fonte de divertimento e gargalhadas. O palhaço ou bufão do teatro antigo é o antepassado de uma longa linhagem que continuou por Falstaff e Bottom (personagens de Shakespeare), o Eccles das radiocomédias britânicas, o Pateta dos quadrinhos e desenhos animados e os diversos tipos criados no cinema por comediantes como Norman Wisdom e Jerry Lewis, chegando à cultura contemporânea através de personagens como Homer Simpson e Peter Griffin. O bobo/palhaço sempre foi um personagem central na maioria das comédias.

Hoje há uma grande produção de programas para televisão que exibem a estupidez não representada, desde a captada espontaneamente por vídeos domésticos (no Brasil conhecidos como videocassetadas) até séries semi-documentais como Jackass. Mas em geral as melhores exposições da estupidez são criadas por brilhantes comediantes como o grupo britânico Monty Python ou, mais recentemente, o Da Ali G Show.

Uso como uma tática de vendas[editar | editar código-fonte]

Fingir ser menos inteligente, abaixo de suas possibilidades, é uma forma explorada pelos promotores de vendas. Como na maioria de campos, ser bem sucedido em vendas exige uma grande quantidade de inteligência e empatia. No entanto, se um vende algo, o comprador potencial deve sentir-se como tendo o controle. Portanto, pode ajudar fingindo-se ser estúpido. O promotor de vendas bem sucedido tende a ser extremamente inteligente apesar de sua 'fachada de idiota', particularmente quando sua possibilidade é de inteligência acima da média, ou se é treinado em tais técnicas de vendas. A série de televisão Lieutenant Columbo usou esta técnica para resolver crimes. Veja também: ironia sarcástica.

Este modo é quase a tradição satírica de observadores supostamente ingênuos, tal como Oliver Goldsmith um supostamente chinês no Século XVIII, em Londres, em "The Citizen of the World" (O Cidadão no Mundo"), e outros, incluindo Montesquieu com "Persian Letters" (Cartas Persas).

O indivíduo vs estupidez coletiva[editar | editar código-fonte]

Na psicologia, isto é conhecido como individualização nas multidões, e pode levar a comportamentos não indicados fora da situação social específica. Os comportamentos ocorrem porque os indivíduos se conformarão às normas sociais percebidas “que lhe caibam” ou projetam uma impressão de si como o “normal”.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Matthijs van Boxsel. De encyclopedie van de domheid. 1999. Translated by A. and E. Pomerans as The Encyclopedia of Stupidity. London: Reaktion Books, 2003. ISBN 1-86189-159-8, 2005 edition: ISBN 1-86189-231-4, Book description at The Foundation for the Production and Translation of Dutch Literature
  2. Ver q:Oscar Wilde
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